Transcrevo este texto em homenagem a todo desportista
blumenauense em especial aos Grenás, e aqueles que de uma forma ou outra
contribuíram para esta conquista maravilhosa que nos enche de orgulho. Aos ex atletas, dirigentes, e
componentes do plantel campeão, nossos parabéns
pela passagem este ano de 2014 dos cinquenta anos do Bicampeonato
estadual de futebol catarinense conquistado pelo Grêmio Esportivo Olímpico.
O presidente do G.E
Olímpico era Curt Metzger. Metzger. Foi
presidente do G.E. Olímpico
em duas gestões 1963/1965 e 1965/1967. No último período o substituíram Irineu Theiss
e Germano Buerger.
Dia 25 de abril de
1965
O campeonato foi
decidido neste dia, mas referente ano de 1964
Contam jornais da época, em palavras confirmadas
pelos que viveram mais uma grande glória: “A tarde estava fria e inquietante”.
O céu nublado deixava transparecer que não demoraria a chover. Nas ruas, as
pessoas andavam nas mesmas direções, murmúrio de vozes faziam-se ouvir até
distante.
À tarde o céu, a chuva à vista e as ruas eram blumenauenses.
As pessoas vinham das diversas cidades, mas no entanto, todas elas estavam
prevendo algo de extraordinário.Os portões de entrada da grande praça de esportes mal serviam para a passagem da grande multidão. Todos queriam presenciar o grande espetáculo. O espetáculo que nenhum brasileiro deixa
de ser fã ardoroso e que em várias vezes chega a derramar lágrimas.
A grande
praça de esportes era o Estádio da
Baixada, e o grande espetáculo era Grêmio Esportivo Olímpico e
Internacional de Lages, na luta final por mais um título histórico.
Bandeiras
de todos os clubes de Blumenau e cidades vizinhas estavam desfraldadas dentro
do coração de cada um. A cidade torcia tão somente para um clube: O Olímpico
Todos estavam ansiosos por ver as duas equipes entrarem em
campo e não suportaram a emoção em ver o esquadrão grenáentrar pisando no tapete verde da Baixada.
Corações pulsavam aceleradamente. Ante a grande expectativa, mãos
esfregavam-se, demonstrando perfeito nervosismo. Ninguém ficava parado; pés
trocavam de lado, como se movidos pelo sobrenatural; mãos molhadas de suor,
entravam e saiam dos bolsos; gargantas secas viam-se privadas de salivas, tão
escassas nesse momento de ansiedade. “A grande massa humana estava vivendo um
perfeito drama, de quem esperava apenas um momento; o de gritar gol, o grito da
vitória”.
(Mário Bagattoli e Victor I. dos Santos)
O Grêmio Esportivo Olímpico já havia sido campeão em 1949com o seu carneiro mascote “Pirata” Em pé da (e)
para (d): Arthur, Onório, Pachequinho, Jaeger, Oscar e Jalmo. Agachados :
Testinha, Nicolau, Juarez, Aducci Vidal,
René. Este time foi o primeiro Clube a ser campeão do Estado por Blumenau ao
derrotar o Avaí em Florianópolis por 4x1. Mais tarde “Pirata” foi morto pelos
arquirrivais do Palmeiras.
Olímpico 1964
Gremio
Esportivo Olímpico, Bi campeão estadual de 1964. Em pé: Estanislau Storlaczek - (diretor), Irineu Theiss -
(diretor), Rui Rota - (diretor), João Sequinel Neto (Joca) - (meia ponta de
lança), Roberto P Nascimento - (Robertão)- (zagueiro), José Gonçalves -
(lateral direito), Marcos Oerding - (goleiro), Romeu Paulo Fischer -
(zagueiro), Carlos Heinz Faber (Paraná) (meia cancha), Nilson Greual -
(zagueiro), Walmor Belz - (medico), Orlando Silva - (lateral) Zani Rebelo -
(diretor), Osni Kisten - (diretor), Antonio Rodrigues da Costa (diretor), Curt
Metzer - (presidente).
Agachados: Osmar (ropeiro),
Alfredo Cornetet (quatorze) (centro avante), Adilton Rodrigues Martins (centro
avante), Max Preisig (Maki) (ponteiro), João carlos Bedusschi (lila) (centro
avante), Biramar José de Souza (Bira) (meia cancha), Orlando José Costa
(paraguaio) (lateral), Hamilton Curi preparador físico), Jurandir Marques
(lateral esquerdo), Aducci Vidal ( técnico).
Acervo: Suelita Beiler
Era o dia 25 de abril de 1965, Estádio da Baixada lotado
completamente. Alguns torcedores já haviam chegado mais cedo, almoçando lá
mesmo, na sede do Olímpico.
Hora do jogo. Entra em campo a arbitragem, formada pelo
árbitro Gerson Demaria e bandeiras, Nilo Eliseu da Silva e Silvano Alves Dias, logo
após as duas equipes, ambas bastante festejadas com aplausos e foguetes.
Começa o jogo.
Um silêncio de segundos logo é interrompido pela vibração dos lageanos, que
viam sua equipe investir perigosamente contra o arco defendido por Barreira. O
ponteiro colorado Puskas consegue um bom tiro, mas torto, para a sorte dos
grenás.
Jogo nervoso. As duas equipes nos primeiros minutos pareciam
descoordenadas, mas logo, a partir dos 15 minutos duas boas cabeçadas de Ronald
e Joca quase abriram o marcador.
Apesar de dominado, literalmente em todos os setores do
campo, através de Roberto o Inter quase marca em um chute de longa distância,
mas lá estava Barreira, muito bem
posicionado.
O sonho começava
a se tornar mais uma vez realidade, aos 26 minutos da primeira etapa. A
arbitragem marcou falta em Rodrigues pouco além da risca divisória, cometida
pelo lateral De Paula. Paraguaio cobra a infração, com endereço certo. O
centroavante paranaense salta de costas para o gol, desviando do alcance do
goleiro lageano, que teve que buscar a bola no fundo das redes. O Olímpico e sua torcida comemorava
o primeiro gol, o único da primeira etapa.
E a chuva, que também fez questão de presenciar o grande
espetáculo apareceu na segunda fase. O Inter correu logo atrás do prejuízo
sofrido na primeira etapa empatando aos 10 minutos, através de Jóia, dando um
grande susto na torcida local. Desta vez a presença importante de Barreira não
salvou o sonho grená, o jogo estava empatado em 1 a 1.
Não apenas a sorte, mas a predominância nas ações dava ao Olímpico uma maior
tranquilidade, pois na maior parte do tempo estava no campo contrário, tentando
ampliar o marcador. O técnico Aducci Vidal processará uma alteração na equipe,
tirando o ponteiro Lila, colocando Quatorze,
deixando assim o ataque mais ofensivo, com a presença de dois centroavantes. A
tentativa deu bom resultado, logo aos 13 minutos, na combinação de Quatorze
e Mauro pela direita.
A jogada começou com um cruzamento de Mauro até Joca,
que cabeceou violentamente à meta. Lá estava novamente Rodrigues, para mais uma
vez derrubar a meta do goleiro do Inter, João Batista , 2 a 1, outra vez
reanimava-se o torcedor blumenauense.
O terceiro gol foi duvidoso, para os jogadores do Inter.
Lances que ensaiavam a violência começaram a suceder-se, no final do jogo. O
Inter ainda tentava o empate para levar a decisão a uma prorrogação.
Os jogadores do Olímpico
já haviam corrido muito, e um período extra poderia determinar um desgaste
irreparável para as pretensões da
equipe de Aducci Vidal. As investidas eram constantes, até que Joca, que passou
para Rodrigues, na opinião adversária em completo impedimento. Para o goleador
foi muito fácil avançar passos e marcar o terceiro e último gol.
Atletas e dirigentes do Inter partiram para cima do árbitro,
mas nada disso pode ser evitado. Eram decorridos 38 minutos do segundo tempo,
quando Gerson Demaria expulsa
Nininho. Logo em seguida, o jogador Roberto agrediu covardemente o juiz, também
sendo expulso, restando ao clube lageano, com apenas nove jogadores,
contentar-se em ficar com o vice-campeonato, dividido com o Hercílio Luz.
Blumenau mais uma vez, comemoraria em passeata, festa e
bailes, o título de campeão catarinense.
Para chegar ao título o Olímpico realizou uma campanha de 46
jogos. Foram 30 vitórias, 10 empates e apenas 6 derrotas, e um ano, um mês e
uma semana, com 63 gols marcados a favor e 32 contra, com 70 pontos a favor e
apenas 12 contra.
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Uma das escalações do grupo que foi campeão estadual de 1964. Foto gentilmente doada por Roberto Pereira Nascimento (Robertão). Em pé da (E) para (D): Massagista Capela, Robertão, Nilson, Mauro, Orlando, Barreira e Jurandir; Agachados: Lila, Rodrigues, Paraná, Joca e Paraguaio.
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Ficha técnica do
jogo:
OLÍMPICO 3
Barreira, Paraguaio, Orlando, Nilson e Jurandir; Mauro e
Paraná; Lila (Quatorze), Rodrigues, Joca e Ronald. Técnico: Aducci Vidal.
INTERNACIONAL 1
João Batista, Nicodemus, Airton, De Paula e Carlinhos;
Roberto e Dair, Puskas, Jóia, Sérgio (Nininho) e Anacleto.
ARBITRAGEM: Gerson Demaria, auxiliado por Nilo Eliseo da
Silva e Silvano Alves Dias.
GOLS: Rodrigues, aos
26 minutos da primeira etapa, aos 13 e 38 do segundo tempo. Jóia descontou aos
10 da etapa complementar.
EXPULSÕES:
Nininho e Roberto do Internacional.
RENDA: Cr$
3.216,500
Todos os campeões de 1964
Lourival BARREIRA (goleiro); Adilton RODRIGUES Martins
(Centroavante) ORLANDO Silva (lateral); João Sequinel Neto (JOCA) (meia cancha);
Orlando José Costa (PARAGUAIO) (lateral); João Carlos Beduschi (LILA) (meia cancha);
ROMEU Paulo Fischer (zagueiro), Alfredo Cornetet (QUARTOZE) (centroavante);
ROBERTO P. Nacimento (zagueiro); NILSON Greuel (zagueiro); MAURO Longo (meia cancha);
Carlos Heinz Faber (PARANA) (meia cancha); José GONÇALVES (atacante); MARCOS
Oerding (goleiro); MAX Preisig (MAQUI) (ponteiro); Biramar José de Souza (BIRA)
(meia cancha); EUDES Ribas Guimarães (lateral), ÉZIO Fernandes de Oliveira
(Goleiro); JURANDIR Marques (Lateral); RONALD Olegário Dias (ponteiro).
Técnico: ADUCCI VIDAL, Médico Walmor Belz, Massagista Frederico Capela, preparador
físico Hamilton Curi e roupeiro Osmar.
Também fizeram jus às faixas de campeão, além do presidente
Curtz Metzger, os diretores do departamento de futebol, rui otta, Antônio
Rodrigues da Costa, Zani Rebelo, Stanislau Storlaczek, João Gregório Pereira
Gomes, Werner Eberhardt, João Silva, José Marcolino Netto.
Para saber mais acesse:
Revista História do Grêmio Esportivo Olímpico 70 anos;
lançado em 1989/Otacílio Peron/Colaboração Adalberto Day