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- Frohsinn

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Introdução: O Frohsinn é dos blumenauenses (é nosso) e não cabem apenas uns poucos munícipes ou (gestores) decidirem sobre sua venda.
Em 14 de agosto/2009, um dos mais tradicionais restaurantes de Blumenau, comemorou seu quadragésimo ano de fundação.
Restaurante Frohsinn - típico, no morro do Aipim*, com vista panorâmica para o centro da cidade. Rua Gertrud Sierich, 940 = Bairro Vorstadt Blumenau.
Adalberto Day 


História
O local pertenceu ao fundador da cidade, Dr. Blumenau, e foi doado ao município pelo seu filho Pedro em 23 de outubro de 1909, quando a visitou, segundo o Dr. Carlos Fouquet cita no Livro do Centenário, em companhia de sua irmã Christine, representando a família. A doação foi formalizada em 1911*. 
Obs.: Dr. Blumenau casou aos 48 anos com Bertha Repsold. Deste casamento resultaram quatro filhos: Pedro Hermann, Christine, Gertrud e Otto, que faleceu meses após o nascimento.
O Restaurante começou a ser erguido em 1968, no melhor estilo técnica exaimel, com largas varandas e decoração alpina, é um belo convite a visualizar belas paisagens de nossa cidade.
Frohsinn, significa estado de alegria, foi inaugurado em 14 de agosto de 1969.
O forro do restaurante é todo feito com as caixas de madeira das máquinas que vinham da Alemanha para as indústrias têxteis blumenauenses.
O Grande diferencial do restaurante fica por conta da verdadeira cozinha europeia dos tempos da “oma”, a vovó alemã.

O cardápio era servido fartos pratos tradicionais como o Hackapetter ou o Einsbein, com o destaque para o marreco recheado.
Só no Frohsinn o marreco era feito com a mesma receita e forma de preparo do tempo dos imigrantes, da Colônia Blumenau. São 40 HORAS DE PREPARO! Nos dias em que esses marrecos são assados, o perfume (aroma) da comida toma conta de todo o local! 
Foram mais de 40 anos de sucesso.
Justiça de Blumenau manda fechar o restaurante em 22/10/2012 Decisão faz parte de processo de reintegração de posse por parte da prefeitura.
*Morro do Aipim
Em palavras aos Blumenauenses o Niels diz assim:
Conforme correspondência mantida por volta de 1925, na época dos festejos dos 75 anos de Fundação da Colônia, com as filhas do Dr. Blumenau, estas explicitaram, com muita ênfase, que desejavam ver cumprido o desejo do Fundador que era o de que estabelecessem nas suas terras particulares do Morro do Aipim, um Museu Colonial da Imigração.O Morro do Aipim, não constou da venda das terras da colônia particular do Dr. Blumenau ao governo imperial em 13 de janeiro de 1860, e foi objeto de doação da família do Dr. Blumenau à municipalidade de Blumenau.  A doação das terras foi procedida em *1909 e formalizada em 1911, pelo filho do fundador Pedro, que, entretanto na formalização do ato da transferência, através instrumento próprio, foi acompanhado de correspondência na qual, os descendentes do fundador, condicionavam a doação à municipalidade, mediante observância de clausulas estabelecendo finalidades da destinação do terreno, que deveria ser a de, exclusivamente, servir à construção ao «Memorial da Colonização».
O Morro por semelhar-se a uma soca de aipim arrancada e por ter sido o Morro dos amoladores dos instrumentos para produzir aipim, tomou o nome de Morro do Aipim. Contudo antes foi chamado Feileberg (Morro do Amolador) para designar o talude frontal quando observado a partir do centro da cidade.
E afinal, sempre associada ao aipim, a lima ou a pedra abrasiva, que o colono enfiava na cinta, pelo desgaste tornando-se cônico, semelhava-se em muito a uma das raízes do tubérculo, o que fez com que dessem o nome de aipim para aquela rudimentar ferramenta. Portanto tudo terminou quando aquela ferramenta passou a ser jocosamente denominada Aipim em vez de Feile, ainda mais pela razão da pedra ser de má qualidade e que logo se desgastava, e era mole como um aipim. Passar o aipim na enxada ou passar a enxada no aipim - algum dos dois seria necessário que fizessem, e isto dizia em alemão para assegurar que trabalhar era preciso. Aqui finalizo o resumo de uma parte dos contos que me passou meu pai - Hercilio Deeke com relação ao Morro do Aipim e a origem de seu nome provindo da imensidade de gozações que faziam quanto às pedras de amolar do Dr. Blumenau.

 {...} e do morro desabariam, os nossos sonhos, como foi, também, o desejo do Fundador, de lá estabelecer um Museu da Colonização Alemã no Sul do Brasil, ou mesmo um aprestado aeroporto para helicópteros, este conforme chegaste a imaginar quando percorreste o terreno com engenheiros da PMB e da Estrada de Ferro. Também elidiria qualquer pretensão, projeto que mais recentemente foi aventado, de estenderem um funicular desde o alto do morro até a Prainha, para suportar uma linha teleférica e as respectivas unidades de transporte.

{...} D. Pedro II sempre olhara com simpatia a colonização e nunca negara o seu auxílio e apoio a semelhantes empreendimentos. Por isso o Dr. Blumenau resolveu oferecer à venda da sua colônia ao Governo, passando a este o encargo de prosseguir com a colonização na zona da sua concessão.
D. Pedro II concordou com as sugestões que lhe foram feitas nesse sentido e, a 30 de janeiro de 1960, cerca de 10 anos após a fundação, Blumenau fechou o contrato de compra e venda de sua concessão com o Governo Imperial. O contrato foi bastante favorável ao Dr. Blumenau. Além de lhe ter sido garantida a posse de extensas terras, como as do Morro do Aipim , da Ponta Aguda e de outras ao redor da atual sede, recebeu setenta e cinco contos de réis a título de indenização por toda a concessão, ficando ainda investido nas funções de Diretor da Colônia, mediante vencimentos
mensais fixos de quinhentos mil réis, pelo prazo enquanto durasse a colonização.
Oficializada, assim, a colônia, o governo brasileiro passou a fornecer auxílios pecuniários suficientes para facilitar ao Dr. Blumenau o prosseguimento de seus planos, dando-lhes maior amplitude. Melhorou os meios de transporte; concedeu assistência mais eficiente aos colonos concorrendo com as suas despesas de assentamento; construiu escolas e igrejas e, enfim, tudo fez, na medida do possível, para dar à colônia uma base sólida e sadia, requisitos que até então ainda lhe faltavam, tendo nisso a ventura de poder contar, para a bom êxito de sua obra, com o auxilio eficiente e inestimável de seu guarda-livros e secretário, Hermann Wendeburg.
MORRO DO AIPIM : Elevação do terreno, com 140 metros de altura, existente a leste e sudeste da rua Itajaí , ou seja da antiga rua Minas Gerais. No seu topo, em certa época se pretendia fazer um aeroporto tão extensa é a sua continuidade. No longo platô que esparge-se por cerca de 05 km, há terras com moderada ondulação, as quais dividem-se em numerosos espigões, parecendo uma soca de aipim arrancada da terra e o que vemos, da cidade, não são as raízes mas sim a cabeça da soca inaproveitável do pé da rama. As terras das faldas do morro, não se prestam para o plantio vantajoso do aipim, mas o morro era uma referência aos instrumentos necessários à sua produção machado foice facão - enxada , e lógico os sempre imprescindíveis afiadores pedra de afiar e rebolos que somente lá eram produzidos pelo Dr. Blumenau. O Dr. Blumenau, após recepcionar no seu bureau administrativo o novo imigrado recém-ingresso, indicava-lhe o galpão do almoxarifado onde poderia adquirir sementes e instrumental para iniciar sua lavoura, e lá o colono tomava conhecimento, vez primeira em sua vida, do aipim ( aqui assim chamado e não por mandioca) suas ramas para o plantio, sem o qual não poderia satisfatoriamente criar seus porcos, que representavam, no início de qualquer assentamento colonial, a fonte de alimentos de mais rápida conversão. Sem embargo todo o equipamento que adquirisse o novo colono, ficaria logo dependente da respectiva afiação, que sem os ditos instrumentos abrasivos, não poderia adequar as lavouras aos fins a que se destinavam. Pedras- limas- rebolos- afiadores para viabilizar as plantações, que eram essencialmente de aipim. Ora limas Nicholson de aço-carbono  naquela pregressa época ainda não havia. Trazer pedras na travessia oceânico seria desperdício no pagamento do frete à navegação, que cobrava os ditos sobre o peso do material embarcado. Chistes e pilhérias cedo foram lançadas, como a associação das pedras e rebolos abrasivos ao até então desconhecido aipim. Daí por diante é fácil imaginar como o colono referenciou, mediante uma metonímia transversa ( transnominação, sinédoque por associação) , os amoladores ao aipim. E segundo constou o próprio Dr. Blumenau, desejando não ver mencionado o seu morro particular como Feileberg, termo que o associava à sua pequena exploração dos amoladores, passou a citá-lo em português, aliás, língua na qual sempre preferencialmente denominou pontos da geografia local, como Morro do Aipim. A denominação já estava definitivamente consolidada em 1892, e assim manteve-se. Sintetizando : O Morro por semelhar-se à uma soca de aipim arrancada e por ter sido o Morro dos amoladores dos instrumentos para produzir aipim, tomou o nome de Morro do Aipim. Contudo antes foi chamado Feileberg ( Morro do Amolador) para designar o talude frontal quando observado a partir do centro da cidade.
E afinal, sempre associada ao aipim, a lima ou a pedra abrasiva, que o colono enfiava na cinta, pelo desgaste tornando-se cônico, semelhava-se em muito a uma das raízes do tubérculo, o que fez com que dessem o nome de aipim para aquela rudimentar ferramenta. Portanto tudo terminou quando aquela ferramenta, passou a ser jocosamente denominada Aipim em vez de Feile, ainda mais pela razão da pedra ser de má qualidade e que logo se desgastava, e era mole como um aipim. Passar o aipim na enxada ou passar a enxada noaipim - algum dos dois seria necessário que fizessem, e isto diziam em alemão para assegurar que trabalhar era preciso.
{...} o então prefeito Curt Hering em seu Relatório da Gestão Dos Negócios do Município De Blumenau durante o ano de 1929, cita a página nº 09 : Em vista de ter sido marcado o dia 29 de dezembro para o lançamento da Pedra Fundamental do Museu da Imigração Alemã, mandei construir em novembro uma estrada, provisoriamente de três metros de largura, que dá acesso ao alto do Morro do Aipim, como também mandei escavar o chão para o futuro Museu. Contudo, como soe acontecer neste país, nada foi cumprido, só ficou o futuro visionário, e acabaram arrendando o proeminente local de visual panorâmico mais distinto da cidade, para exploração comercial de comes e bebes (Restaurante Frohsinn).
"Aos treze dias do mês de janeiro de 1860 nesta Repartição Geral das Terras Públicas, presentes o Conselheiro de Estado Diretor Geral da mesma, Manoel Felizardo de Souza e Mello e o Fiscal interino Joaquim Ignácio Alvares d´Azevedo, compareceu o Dr. Hermann Blumenau e disse que, por si e seus herdeiros aceitava as condições seguintes:
O Dr. Blumenau entrega ao Governo Imperial todas as terras que possui no Rio Itajaí cuja área para os efeitos somente de maior clareza se avalia em 20 léguas quadradas, mais ou menos, com excepção apenas das que formam os sítios da Velha e do Salto, que este possui na barra do Itajaí, para recepção dos colonos que desembarcaram.
Frohsinn ipor volta de 1970
Foto divulgação "face Antigamente em Blumenau".

{...}Restaurante Frohsinn não se localiza (va) no Morro do Aipim propriamente dito, e sim no Morro do Amolador, ou melhor sobre o talude do Morro do Amolador. Morro do Amolador, ou Morro de Amolar FEILEBERG ou FEILENBERG era o primeiro promontório e seu talude observável a partir do centro da cidade de Blumenau, e cujo nome foi esquecido a partir dos anos 1883/84.
Consoante contou-me meu pai, Hercílio Deeke, o Dr. Blumenau não gostava que referissem o morro por tal denominação, pois assim procedendo explicita vinha a menção à Mina de Amalodres e Limas de Pedra, além dos rebolos, de propriedade exclusiva do Dr. Blumenau e que situava-se no seu sopé, justamente no local onde atualmente está edificado no prédio do Centro de Saúde.
Era tamanha a contrariedade do Dr. Blumenauàs especulações e aleivosias além de chistes com que a população referia aquela sua
pequena mina com produção artesanal. {...} declarações aos jornais, afirma que pretende alienar o terreno do Morro do Aipim. Pois sim! Acerca da doação do Morro do Aipimà municipalidade, consta, a seguir, o texto da Ata da Sessão Ordinária do Conselho Municipal de Blumenau do dia 10 de abril de 1911, no qual foi mencionada a intenção da doação, sob condições. Ata da Sessão Ordinária do Conselho Municipal de Blumenau do dia 10 de abril de 1911. Aos 10 dias do mês de abril de 1911, às 10 ½ horas da manhã, presentes os conselheiros Abry, Hering, Jensen, Fouquet,Germer, Hardt, Gadotti e o suplente Braga e havendo número legal, o presidente abriu a sessão. Expediente : Um requerimento de Celso Mello e outros moradores do Rodeio pedindo abrir-lhes um caminho de carruagem. Ao superintendente para informar em ofício da Diretoria Geral de Estatística do Ministério da Agricultura pedindo informações sobre as escolas públicas. Ao superintendente para esclarecer e informar Um relatório sobre o episódio pelo Dr. Constantino Sloppe inteirado. {...} Levou ao conhecimento do conselho que o Sr. Blumenau, filho do fundador da colônia, ofereceu como doação à municipalidade o cume do Morro do Aipim, sob a condição de não levar mais cascalho do referido morro, bem como construir e conservar um caminho para o mesmo. O conselho aceitou a doação a assinando um voto de gratidão na ata autorizou o senhor presidente de levá-lo ao conhecimento do mesmo Sr. Blumenau 
No Morro do Aipim foram encontradas muitas pontas de flechas indígenas, algumas inacabadas, podendo-se supor que, ali, os silvícolas as produzissem nalguma época do passado, utilizando-se das pedras de amolar, para, desgastando dar forma, aqueles seus apetrechos. Portanto seria uma oficina lítica indígena.

Niels Deeke Memorialista (in memorian). Arquivo de Adalberto Day/antigamente em Blumenau.

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