Quantcast
Channel: Adalberto Day
Viewing all articles
Browse latest Browse all 395

- A senhora Cassiano

$
0
0
Crônica de Adalberto Day com colaboradores citados no final. 
Maria Mansur e sua filha Neide quando jovens.
Senhora Maria Mansur Neves já idosa
(fotos da família)
 Em Histórias de nosso cotidiano apresentamos Maria Cassiano. Já mostramos neste espaço diversas personalidades de Blumenau e a pedido também carinhosamente abro meu coração para falar dessa cidadã folclórica (se assim podemos intitular a senhora Maria Cassiano), com muito respeito e carinho, moradora de um dos mais importantes bairros de Blumenau– bairro da Glória.
Certamente como qualquer cidadão não desejaria ter a vida que levou com tantos sacrifícios, rotulada com certo “desprezo por alguns da comunidade em geral”. Porém soube levar a vida conforme pôde e sustentar sua família, cidadãos de bem de nossa cidade.
Rua da Glória
Quando a conheci, a senhora Cassiano ajudava a cuidar de um neto filho de sua filha Neide, chamado Sidnei, Nascido em 13/06/1954 e faleceu 21/09/2000 Sidnei, por último morou no final da rua Emilio Talmann, depois que a casa“incendiou-se” , foi embora. Meses depois faleceu em um acidente automobilístico. Eu o conhecia desde minha infância na rua da Glória.
Maria Cassiano tinha um filho conhecido como Zone Cassiano que trabalhava com alto-falantes fazendo propagandas.Foi um dos pioneiros na comunicação (propaganda) com serviço de alto-falante - inclusive veículos do serviço de alto-falantes.
De boné HAROLDO GONÇALVES DA LUZ (pai do José Carlos) ex. gerente das lojas Prosdócimo. ZONE CASSIANO valorizando a foto, fazendo uma entrevista do evento. 
Zone Cassiano
Nome Waldemiro Neves (Cassiano) faleceu em 1992. Conhecido como Zone Cassiano. Zone teve seis filhos e duas filhas. Uma empresa familiar nos serviços de som pela cidade. A primeira empresa a trabalhar na Oktoberfestem Blumenau, contrato assinado pelo seu filho Jonas. Uma empresa muito respeitada e conhecida na cidade. A Oktoberfest mudou o destino do Som Cassiano que era especializada em propaganda externa em carro de som (cornetas). Tinha muita tradição e o carinho dos blumenauenses e região. Sua frota era composta de vinte carros.
Na opinião da maioria, era um som impecável.
O estabelecimento se localizava aonde (foto) está a casa comercial de cor azul.
Conheci a senhora Maria Cassiano já idosa na Rua da Glória (na época estrada de barro lamacenta) em uma pequena garapeira inominada, no atual endereço de número 546 ao lado do antigo comércio do senhor Emilio Felsky que também era barbeiro, próximo também da alfaiataria do senhor “Milico”. Uma referencia também conhecida o comércio do senhor Oswaldo Pfiffer. A rua da Glória antes era conhecida como Specktiefe (palavra de origem alemã que quer dizer caminho lamacento ou gorduroso. - speck significa toicinho, e tiefe, profundidade). O nome Specktiefe porque desde o início da Rua da Glória até próximo ao atual CSU - Centro Social Urbano, existiam pés de eucaliptos dos dois lados da rua, mantendo este espaço sempre sombrio, e, consequentemente, muito lamacento.
Rua da Glória década de 1920 , -  quando era conhecida como Specktiefe

O então diretor da Empresa Industrial Garcia, João Medeiros Jr., mandou colocar barro vermelho, e esta mistura fez o lamaçal ficar com cor de toicinho. A partir de 1938 recebeu o nome de rua da Glória em Homenagem a um antigo conjunto musical chamado “Glória”.
Maria Cassiano (também conhecida por Dinha pelos netos e bisnetos)  nascida em  13/09/1910 e faleceu em 1997.
Era casada e creio que seu marido se chamava Cassiano Neves, antigo Inspetor de Quarteirão da região.
Era conhecida como a “Velha Cassiano”! Segundo relatos na pesquisa, muito “braba e desbocada”, assustava os clientes. Não gostava de ser chamada dessa forma, pois seu nome era Maria Mansur Neves. Fazia questão de deixar escrito e explicito dentro de sua garapeira este descontentamento, com seu verdadeiro nome. Chegou a existir uma plaquinha “M.M” de Maria Mansur. "M.M" interpretado por alguns pejorativamente. 
Em seu estabelecimento vendia caldo de cana, a famosa bananinha, e de forma geral frutas.
Nos relatos que obtive, este estabelecimento existiu desde o início de 1950 até próximo ao ano de 1990.
Ela sentava aos fundos de seu estabelecimento e controlava as pessoas com um espelho e avistava quem estava ali por perto e indagava, “entra ou vá embora se não desejas nada”.
A preferencia era as bananas, que comprávamos em “pencas”.
Certa vez ao adentrar sua pequena garapeira, por solicitação de meu pai que solicitou para comprar bananas, alertado por ele de escolher aquelas que não estavam “pretas” ou machucadas, apalpei-as e ela me reprendeu dizendo em tom alto “porque estás mexendo, não queres vá embora”. E foi o que fiz, nunca mais entrei lá. Passava por ali para ir à Escola São José (atual Celso Ramos) com certo receio. Quando às vezes olhava para dentro da vendinha ela de lá dizia “tais olhando o quê”!
Com mais esta história espero a compreensão dos netos, familiares e que possam até acrescentar algo a mais, e quem sabe com fotos da garapeira e da senhora Cassiano.
Personagens que moravam próximo, para saber acessem:
Senhor Milico
Senhora Muchi

Colaboraram na pesquisa: José Geraldo Reis Pfau, Valdir Salvador, Mauro Malheiro, Cornélio de Souza, Neide Fronza, Carlos Hiebert, SUZY ALINE SANTOS, e  Samantha Aline,   bisnetas da senhora Maria Cassiano. 
Arquivo Adalberto Day/Zé Pfau. 

Viewing all articles
Browse latest Browse all 395