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- Museu Fritz Müller

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Museu Fritz MüllerArtigo publicado no jornal de Santa Catarina dia 27 de julho 2017, por Lauro Eduardo Bacca/ naturalista e ecólogo. Edição nº 14.150 Quinta feira.
 
A destinação de parte dos recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente para indenização por desapropriação de terreno contíguo ao Museu Fritz Müller, na Rua Itajaí, foi um dos mais importantes passos já dados nas últimas décadas em favor deste que é um dos principais sítios históricos não só de Blumenau, mas de todo o país. Essa destinação de verba, aprovada por unanimidade pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente de Blumenau, em reunião do dia 10 de julho, veio em muito boa hora.

O Museu Fritz Müller, ainda chamado de Museu de Ecologia, fica na casa e terreno onde residiu por 30 anos, até perto dos seus últimos dias, um dos mais notáveis naturalistas do Brasil do século 19, o maior estudioso da Mata Atlântica de todos os tempos, o mestre inigualável dos estudos das interações entre espécies na natureza, ecólogo pioneiro quando ainda não existia a ciência Ecologia, pioneiro da biologia marinha no Brasil, autor do primeiro modelo matemático de dinâmica das populações, descritor do mimetismo Mülleriano que até hoje leva seu nome e o maior contribuinte brasileiro para a teoria da Evolução do inglês Charles Darwin, que o cognominou príncipe dos observadores da natureza do Brasil, ainda merecedor de duas biografias publicadas nos Estados Unidos, em 2003 e no corrente 2017.
O sítio histórico onde residiu esse gigante das ciências naturais brasileiras que recebeu ainda em vida os títulos de Doutor Honoris Causa de duas universidades alemãs sem nunca para lá ter retornado e, post-mortem, da UFSC e da Furb, foi ameaçado em tempos recentes por uma inexplicável autorização para aterro no terreno vizinho ora em processo de desapropriação, que afetou a drenagem e a própria estrutura do prédio, deixando o terreno histórico num prejudicado nível inferior.

Que o ato da Faema e do CMMA seja o início de fato do resgate histórico e para lá de merecido da vida e obra de Fritz Müller, o começo da existência, de fato, de um moderno e dinâmico Museu ou Casa de Fritz Müller e o resgate de toda a sua antiga propriedade no morro fronteiriço, onde a municipalidade poderá criar uma nova e importante Unidade de Conservação Municipal que comece junto ao rio Itajaí-Açu e chegue até os limites das terras do Clube Blumenauense de Caça e Tiro, onde pode-se restaurar e recriar o tipo de floresta e nascente que Fritz Müller ali encontrou junto com muitas das inúmeras espécies que ele estudou. Uma lição de casa que, sendo bem feita, com auxílio da Furb e outros órgãos, fará do local um importante centro de estudos e uma das maiores atrações histórico-científicas do Brasil.

O sítio histórico onde residiu esse gigante das ciências naturais brasileiras foi ameaçado em tempos recentes

O naturalista e ecólogo Lauro Eduardo Bacca escreve neste espaço às quintas-feiras.

Para Saber mais acesse:

- O espaço aéreo

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O ESPAÇO AÉREO SEMPRE FASCINOU O SER HUMANO
por Carlos Braga Mueller



Adalberto Day retrata muito bem em sua narrativa O Céu de Brigadeiro o impacto que ele, ainda criança, teve ao olhar para o céu, límpido e cristalino, e ver o rastro de fumaça que deixaram pelo menos 10 aviões que passaram por Blumenau nos anos 60. Era certamente um reforço à frota daVARIG, toda ela baseada em Porto Alegre.
O céu e os objetos voadores não identificados (os famosos OVNIs) sempre exerceram uma fascinante atração  sobre os humanos.

O céu sem nuvens recebeu o apelido de "céu de brigadeiro" porque, segundo um velho ditado popular,  era nestes dias que os velhos militares da Aeronáutica, os brigadeiros do ar, sem a mesma acuidade visual que marcava suas juventudes, arriscavam-se a sair voando como nos "bons tempos" ! Hoje, com a tecnologia dos radares, não é mais preciso voar às cegas.
A  ideia de se explorar o espaço surgiu em 1865, quando o escritor francês Jules Verne escreveu o conto "Da Terra a Lua", uma ficção que relatava a aventura de integrantes de um clube de armas conhecido como "Clube do Canhão". Para chegar a Lua eles construiram um enorme canhão e uma bala descomunal. Depois,  dispararam a bala com três homens no seu interior. E não é que eles chegaram lá ?
A história foi levada às telas pelo cineasta George Meliès em 1902 e passou a ser o primeiro  filme de "ficção científica" do cinema mudo, e ainda com aqueles passos rapidinhos que caracterizavam os espetáculos pioneiros, filmados com manivela manual. Mas foi um grande sucesso de público no mundo inteiro.
Santos Dumont tornou-se o "Pai da Aviação", embora contestado pelos norte americanos, que cultuam os Irmãos Wright como os precursores da conquista do espaço.  
Nas primeiras décadas do século passado os alemães transformaram os céus em território dos zepelins: Blumenau viu passar o "Graf Zepellin" em 1934, e em 1936 foi a vez do "Hindenburg" sobrevoar a cidade. Porém o incêndio que logo em seguida destruiu este dirigível, quando preparava-se para  pousar em Nova Iorque, acabou com o sonho de Hitler, de espalhar seus dirigíveis pelo mundo inteiro, inclusive ostentando a suástica do nazismo em seus lemes.
Os norte americanos (leia-se E.U.A)  "conquistaram a Lua em 1969, antecipando-se aos russos, que já haviam colocado no espaço o Sputnik, o primeiro satélite artificial do planeta.
Hoje a comunicação ao redor da Terra é feita através de centenas de satélites. Satélite deixou de ser novidade. Em compensação, cuidado, porque podem cair em nossas cabeças a qualquer momento pedaços de satélites que já estão em desuso e fora de órbita.


Há alguns anos um grande estrondo e alguns tremores de terraassustaram os moradores do Distrito joinvilense de Pirabeiraba. Na manhã seguinte aos primeiros estrondos, alguém registrou em foto um estranho rastro de fumaça que, vindo do céu, adentrava a floresta.  Até agora, ninguém conseguiu explicar de forma convincente o que aconteceu naquela área. Por isto persiste a afirmação de alguns "ufólogos", de que os tremores  e o estrondo partiram de um objeto voador não identificado. Ao pousar, teria provocado os abalos,  e ao partir deixou no céu o rastro de fumaça. Acredite quem quiser!
Blumenau convive hoje com rastros diários,  deixados pelos jatos que cortam nossos céus. E se ele, o céu, está "de brigadeiro", pode-se até enxergar as aeronaves. Sabe-se, conforme reportagem publicada pelo JSC, que os vôos de Porto Alegre para Florianópolis, devem vir até o espaço aéreo de Blumenau, e daqui embicar em direção ao Aeroporto da nossa capital. 

Como se vê, o espaço e o que voa por ele, continuam a exercer fascínio; do contrário, não teriamos escrito esta matéria, induzidos pela excelente lembrança do Adalberto Day.
Arquivo: Dalva e Adalberto Day
Colaboração Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor 

- Gincana Cidade de Blumenau

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PROVA 09 – ARTE COLABORATIVA

A Gincana Cidade de Blumenau chegou aos 25 anos se consolidando como um dos maiores eventos do gênero existente. Boa parte deste sucesso se deve a diversidade de estilo de provas:
·      -  Temos, por exemplo, provas de integração que reforçam as amizades através de atividades conjuntas;
·      - Provas sobre a história de Blumenau são diversas, afinal este evento faz parte da comemoração do aniversário da cidade;
·      -  E claro, existem as provas de enigmas, em que os gincaneiros, munidos de gps, bússolas, mapas e do inseparável guia de ruas de Blumenau, realizam buscas de charadas pela cidade, procurando pistas ocultas em finais de ruas, que os levam à solução de mistérios.
E agora, a Comissão de Provas lança uma tarefa que reúne estes três tipos de provas.  
As equipes deverão realizar em conjunto uma PINTURA, tendo como tema a HISTÓRIA DE BLUMENAU.  O painel deverá ser exposto  nos dias 02 e 03 de setembro no setor 3 da Vila Germânica, no final de encerramento da Gincana, para que possa ser visto por todos os gincaneiros, bem como pela comunidade, que está convidada a prestigiar o evento.
Pra ficar ainda melhor, as equipes presentes na primeira reunião deste projeto irão ganhar um bônus. Ela vai acontecer hoje, às 18 horas. Pra saber o local, basta DESVENDAR A CHARADA que está nesta prova. 
As imagens dos gincaneiros cumprindo uma prova artística de integração cumprida há alguns anos (quadro), irá ajudar a solucionar este enigma.
Acesse o face de Adalberto Day

- Clube Náutico Marcílio Dias

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Bandeiras de 1920 e 1952 do Amazonas
Amazonas x Marcílio Dias
Antes vamos tentar explicar o porquê desta postagem faço um breve relato sobre o Amazonas Esporte Clube.
O clube Alve – Celeste - ou aniladocomo era conhecido o Amazonas, fundado por empregados da Empresa Industrial Garcia oficialmente em 19 de setembro de 1919 ,mas já praticavam o futebol desde 1910 com o nome de jogadores do Garcia, era o time proletário do bairro Garcia, teve como primeiro estádio por alguns meses, onde hoje é o batalhão do exercito (23 BI). Depois se transferiu para as proximidades da Rua Ipiranga (conhecida como Rua Mirador), por quase cinco anos, posteriormente por alguns meses, na rua Progresso próximo a Artex, onde existia um bar conhecido como Bar do Iko, e, finalmente, em 1926, mudou-se para o definitivo local, próximo a Empresa Garcia, até ser aterrado impiedosamente pela Artex, em 1974. 

O nome da praça de esportes Amazonense se chamava estádio da Empresa Industrial Garcia, o mais belo de Santa Catarina até então.
Lembro-me com muita tristeza a enxurrada de 31 de outubro de 1961, que destruiu totalmente toda praça esportiva, inclusive o salão, e ali foram encontradas três vitimas fatais presas ao alambrado. O reduto Amazonense ficou em ruínas, tal a violência da água que transbordou do curso normal do ribeirão Garcia, para causar destruição geral e deixar um rastro de calamidade. O gramado praticamente sumiu tal o acumulo de areia, pedras, lama, árvores, móveis, balcão frigorífico, material esportivo, troféus, tudo ficou inutilizado.
Nessa tragédia, tivemos o caso do Soldado Moacir Pinheiro (morador da rua Almirante Saldanha da Gama, bairro Glória)  que acabou caindo próximo a  passarela (pinguela) após tentar atravessa-la, devido a forte correnteza, da hoje rua Hermanan Huscher (Valparaiso) cujo nível da rua era inferior ao da pinguela. Era água pelo joelho, mas ele caiu e foi arrastado para uma cerca de arame próxima onde ficou preso junto ao entulho e veio a óbito na atual rua que empresta seu nome, ( Rua Soldado Moacir Pinheiro) no bairro Garcia em sua homenagem.. 
Outro fato foi uma tentativa feita por um morador da rua Emilio Tallmann, de salvar três crianças que vinham pelo ribeirão abaixo nos destroços da casa em que moravam. Este senhor foi HELMUTH LEYENDECKER que se atirou nas águas barrentas e com muita correnteza. Seu ato de heroísmo não foi suficiente pra salvar as três crianças, pois a ponte com estrutura muita baixa não permitiu, elas foram encontradas mortas no estádio do Amazonas Esporte Clube.
Neste período de recuperação do estádio, que se tornou mais bonito, sediando até competições dos primeiros jogos abertos em Blumenau em 1962, o Amazonas treinava num estádio construído provisoriamente próximo de onde hoje é a praça Getúlio Vargas Nos jogos oficiais, o mando de campo era no estádio do Palmeiras E.C,
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 E aqui entro com relatos sobre o Clube Náutico Marcílio Dias. 
Minutos antes da partida da reinauguração. 
Equipe do C.N. Marcílio Dias.
Em pé: Joel Reis, Sombra, Antoninho, Ivo Mayer, Zé Carlos e Joel Santana;
Agachados: Renê, Dico, Idésio, Aquiles e Ratinho. Um timaço com jogadores que atuaram por várias equipes do Brasil.
Os Gols do Amazonas foram marcados por Mozito e Nicassio. O Jogador Dico que está nesta formação, em 1964 vem jogar no Amazonas para substituir Meyer que havia se transferido para o Grêmio F. Portalegrense em final de 1963. Vale salientar que esta mesma equipe do Marinheiro foi campeã estadual de 1963.

O Estádio foi reinaugurado em 23 de setembro de 1962, com a realização de um jogo amistoso entre o Amazonas e  Marcílio Dias, com a praça esportiva completamente tomada pelos torcedores (quase cinco mil), mas o placar foi desastroso para o Azulão que após fazer um bom primeiro tempo, perde por 6x2 na fase derradeira. Mas nada que ofuscasse o brilho do evento. Os torcedores estavam felizes. 

lance do jogo ....

   Curiosidades
Da vida futebolística Amazonense, alguns momentos a registrar; em 23 de julho de 1939, o torneio que o Brasil (Palmeiras-Bec) realizou para comemorar o 20º aniversário de fundação, o Amazonas teve o prazer de ganhar o 50º troféu de sua existência até aquele momento, vencendo o torneio.
Já nos últimos dias de Amazonas, quando da fusão com a Associação Artex, em um jogo decisivo do campeonato do Sesi, o Amazonas/Associaçao Artex venceu o Moveis Cimo de Rio Negrinho e se tornou campeão Sesiano. Neste jogo tudo previamente combinado, Wilson Siegel atleta, e Adalberto Day, levam a bola do jogo como recordação. Após o término do jogo, o juiz põe a bola em baixo de seu braço, e Siegel vai por trás, e com um leve toque consegue tomar posse da bola e jogá-la por cima do alambrado para mim que a levo direto ao ônibus.
 O principio do fim
Foi a 26 de maio de 1974, um domingo bonito com sol, mas sombrio pela circunstância, que o Amazonas se despediu para sempre do seu magnífico estádio, uma baixada que foi impiedosamente aterrada, pela Artex, em trabalhos de terraplanagem executado por duas possantes maquinas da Construtora Triângulo, o Amazonas vence o Tupi de Gaspar por 3x1, com 2 gols de Bigu e um de Tarcisio Torres, pelo campeonato Taça Governador Colombo Machado Salles. Os últimos jogadores a pisar o gramado do majestoso estádio da Empresa Industrial Garcia, foram: Cavaco, Nena,  Girão, Eloi, Gaspar, e Adir,  Werninha (depois Poroca) Nelsinho,Nilson (Bigo), Tarcisio e Ademir. 
O fim melancólico
A incorporação da Empresa Garcia a Artex em 15 de fevereiro de 1974 marcou o começo do fim de uma era brilhante no esporte blumenauense.
Os dirigentes da Artex acabaram com o clube, mas ergueram um novo e moderno estádio, no antigo campo do América, que anteriormente era conhecido como pasto do Sr. Bernardo Rulenski, seu antigo proprietário. Por volta de 1970, a Artex comprou este local e fundou em 1971 a Associação Artex. O fim foi inevitável, mas trouxe muita revolta por parte de dirigentes, jogadores e torcedores, que ao saber do enceramento das atividades, alguns saquearam a sede e levaram tudo que pudessem, para ter alguma coisa como recordação, sem interferência da direção para o ocorrido, tanto é verdade que nada existe na Associação Artex, que mostre a existência da agremiação sou sabedor deste episódio, pois trabalhava na área de Recursos Humanos, onde possuía acesso a estas informações.
Acervo de Carlos Irapuã Meyer e Adalberto Day Colaboração Luiz Bianchi (Ziza)

- Cheiro de Goiaba

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Mais uma participação da escritora, historiadora Urda Alice Klueger, Comentando o seu primeiro dia de aula, na Rua da Glória antiga Escola São José, e que serviu de aprendizado para seu sucesso ainda neste primeiro ano. 

CHEIRO DE GOIABA


No finalzinho de 1959, meu pai nos trouxe de volta para Blumenau, depois de termos morado por quase quatro anos em Balneário Camboriú. Com as confusões que uma mudança acarreta, meus pais perderam a data de matrícula na escola onde eu deveria estudar, e  só houve um jeito de eu não perder o ano: fui matriculada junto com o Primeiro Ano Repetente, na Escola São José, (atual EEB Governador Celso Ramos)  das queridas Irmãs da Providência de Gap, no bairro Garcia, em Blumenau. 
Eu estava assustadíssima naquele dia primeiro de março de 1960, quando me encaminhei para a escola, acompanhada da minha prima Ruth. Usava uniforme novo em folha, e minha mãe havia costurado para mim uma linda pasta de pano vermelho. Naqueles idos, ia-se descalço para a escola. Havia bem uns quatro quilômetros para andarmos, e o fizemos passando por dentro de todas as poças de lama, até que, numa das  tentativas, eu dei a maior escorregada e quase que me espatifo dentro de poça colossal. Tremi nas bases: o que aconteceria se tivesse caído na lama, e chegasse toda suja na escola? Fiquei ainda mais assustada, e me grudei na Ruth, já veterana do segundo ano.
Tudo era novidade, na escola. Minha primeira professora, a querida Dona Maria Pisa, não sabia que havia uma aluna novata na sua turma problemática. Quando digo que a turma era problemática é porque era mesmo – tinha moças e moços na sala, que repetiam o primeiro ano pela sétima, oitava vez. Alguns deles abandonaram a escola pelo meio do ano, pois haviam completado 14 anos e tinha  chegado a sua hora de irem para a fábrica, destino de quase todos no nosso bairro operário.
Achando que todos os alunos eram repetentes e sabiam das coisas, Dona Maria Pisa não deu as informações que se dão aos novatos e, quando bateu o sino para o recreio e a turma se jogou porta afora, eu achei que era para ir para casa. Rapidamente, recolhi meus cadernos na pasta vermelha, e desci as escadas junto com todo o mundo.
Como riram de mim! Formou-se um círculo à minha volta, a gozar da minha cara pela gafe, naquela crueldade ingênua que é tão peculiar às crianças. Minha prima Ruth me acudiu, e  então alguém reparou na minha pasta vermelha – ninguém tinha uma pasta assim,  todos tinham pastas de couro marrom, e a gozação recomeçou.
Foi um começo bem traumático, mas logo passou. Em poucos dias eu estava escrevendo direitinho,  desenhando direitinho, fazendo as lições direitinho. Por estar junto com os repetentes, não tive cartilha – recebi, logo, um primeiro livro de leitura, que li de cabo a rabo no primeiro dia, ao contrário dos outros colegas, que não terminaram de lê-lo até o final  do ano. Creio que, até o fim de março, já estava mais que ambientada na escola, e tenho a maior saudade daquele tempo de março, quando a sala de aula recendia à goiaba.
Todos levávamos lanches, grandes sanduíches de linguiça ou de banana frita, envoltos em guardanapos de pano, pois o papel era raro e o plástico ainda não surgira nas nossas vidas. Havia quem levasse garrafinhas de café, e bananas, e  batatas assadas, e ovos cozidos, mas o ingrediente mais fiel nas nossas merendas, no começo do ano letivo, eram as goiabas, as grandes goiabas verdolengas que todos podiam apanhar nos fundos das próprias casas. Quarenta alunos carregando goiabas nas pastas impregnava o ar da sala de aulas de um enjoativo e maravilhoso cheiro de goiaba. Eu associei para sempre aquele cheiro delicioso aos marços na escola. Por estes dias, ganhei uma linda goiaba verdolenga, e cheirei-a, enlevada: ela me trazia, à primeira cheirada, todos os outros cheiros, o de cadernos novos, o de lápis recém-apontados, o da tinta com a qual o livro de leitura fora impresso, os cheiros de um passado feliz. Tantos anos depois, o aroma de uma goiaba é capaz de me botar de volta numa sala de aula do passado, e de me fazer lembrar da minha pasta vermelha e dos vexames do primeiro dia de aula.
Para quem está curioso com o final da minha aventura, eu conto: passei a perna em todos os repetentes; fui a primeira aluna da sala. Tive a maior das surpresas quando, no final do ano, a Irmã Diretora me mandou em casa, buscar sapatos, para fazer parte da foto que iria ser tirada com os melhores alunos do colégio. Guardo tal foto com o maior carinho – eu acho que ela tem um pouco de cheiro de goiaba.
Blumenau, 22 de fevereiro de 1997.
Urda Alice Klueger
Escritora, historiadora e doutora em Geografia.
Acesse e escolha entre tantas histórias que Urda escreveu:

- Incêndio na antiga Prefeitura de Blumenau

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HÁ QUASE 60 ANOS FOGO DESTRUÍA PARCIALMENTE A PREFEITURA DE BLUMENAU



Por Carlos Braga Mueller
Jornalista e escritor


No dia 8 de novembro  de 2018 o calendário vai assinalar os 60 anos do incêndio que destruiu parcialmente o prédio onde funcionava a Prefeitura de Blumenau.
Este blog  já postou, em 1º de abril de 2008, um histórico desta tragédia, que na época abalou profundamente a comunidade blumenauense.

Naqueles tempos, eu muito jovem, atuava na PRC-4 Rádio Clube de Blumenau, onde exercia as funções de locutor comercial, que além de ler as propagandas anunciava os programas musicais e ajudava na apresentação dos noticiários.
A PRC-4 tinha seus estúdios no segundo andar do prédio situado na esquina da Rua 15 de Novembro com a Rua Nereu Ramos. Uma sacada permitia que dali se visualizasse a Rua 15 até a Praça Hercílio Luz, onde se situava a Prefeitura.
E entre um intervalo e outro, enquanto rodava um disco, naquela fatídica noite de 8 de novembro de 1958, pouco depois da nove e meia, eu estava na sacada quando vislumbrei um fogaréu pelos lados da Prefeitura.
Pensava-se que o fogo fosse na Casa Koffke, ou na Comercial Schrader, mas logo se constatou: era a Prefeitura que pegava fogo.

DEPOIMENTO DO REPÓRTER REINALDO FERREIRA
Em novembro de 1982,o Jornal de Santa Catarina publicou uma matéria sobre o sinistro, dando destaque ao depoimento de Reinaldo Ferreira, que era chefe do Departamento de Rádio Jornalismo da Rádio Clube de Blumenau na data do incêndio.
Reinado disse o seguinte:
“Juntamente com meu então colega Carlos Braga Mueller, estava, pelas 21,40 horas na sacada do último pavimento do Edifício “A Capital”, na esquina das ruas XV de Novembro e Nereu Ramos, onde funcionavam os estúdios da Rádio Clube de Blumenau, quando este chamou minha atenção para o que parecia ser uma língua de fogo que saía do último andar do prédio da Prefeitura Municipal.
Era o começo do sinistro, que teve em nós dois as duas primeiras testemunhas. De imediato transmiti a notícia em edição extraordinária, pelo “Repórter Catarinense”, e vendo que o fogo aumentava, mandei puxar uma linha direta para a Praça Hercílio Luz, e como espectador privilegiado passei a irradiar todos os lances do trágico acontecimento. Ao mesmo tempo, mandei colocar em cadeia as demais estações das Emissoras Coligadas, e pude fazer uma das mais espetaculares coberturas da minha longa carreira de repórter. Aí está o Carlos Braga Mueller, hoje vereador e candidato a vice-prefeito, que foi quem primeiro teve a atenção chamada para o começo do incêndio. Somos ambos testemunhas oculares da história”, completou Reinaldo Ferreira (Jornal de Santa Catarina, edição de 13/11/1982). 
Antes do incêndio
Dia 08 de novembro 1958
.... um dia após. 
 Acervo Oscar Handke

Durante muitos anos, ajudei Ferreira a apresentar o Repórter Catarinense, um noticiário que detinha enorme audiência e credibilidade.

Na mesma reportagem de 1982, o Jornal de Santa Catarina divulgou interessantes dados sobre os prejuízos causados pelo incêndio, pesquisando notícias da época, que haviam sido publicadas pelos jornais “A Nação”, órgão dos Diários Associados, e “Lume” do jornalista Honorato Tomelin,  que eram editados em Blumenau na década de cinqüenta do século passado e, também, o Relatório do Prefeito de Blumenau, Frederico Guilherme Busch Júnior, referente ao exercício de 1958.
Brigada do Corpo de Bombeiros da EI Garcia que participou no combate as chamas.
A reportagem destacava que o fogo havia sido iniciado no Arquivo Público da Prefeitura, na parte superior, de fácil combustão. Em poucos segundos toda a documentação histórica e administrativa do município era devorada pelo fogo.
Na ocasião, constatou-se o que havia sido salvo: documentos dos 1º e 2º Registros de Imóveis, sob responsabilidade de Roberto Baier e Benjamin Margarida, respectivamente; do 2º Tabelionato de Notas, Cartório da Justiça Trabalhista, sob a responsabilidade de João Gomes da Nóbrega; Cartório do 2º Ofício de Órgãos, Depositário Público e Contador do Juízo, de responsabilidade de Edgar Schneider; Serviço de Armas e Munições, e Serviço de Identificação, este último danificado pela água.
Por outro lado, entre as repartições destruídas e danificadas, encontravam-se o Cartório do Cível e Comércio, parcialmente atingido; Cartório do Registro Cível e de Títulos e Documentos, sob responsabilidade do serventuário Getúlio Braga, que ficou destruído parcialmente, sendo salvos alguns processos; a Inspetoria de Veículos, com danos parciais, a Inspetoria de Terras, grandemente danificada; a Inspetoria Escolar Municipal; parcialmente destruída; a Biblioteca “Dr. Amadeu da Luz”, pertencente ao Fórum, totalmente destruída, e o Cartório Eleitoral, parcialmente destruído, salvando-se o fichário dos eleitores.

Para a história de Blumenau foi um baque terrível: foram destruídos documentos do Arquivo Histórico de valor inestimável.

Curto-circuíto; acidente com cigarro ou fogareiro ? Ou incêndio criminoso ? Para o Dr. Marcílio João da Silva Medeiros, Juiz de Direito da 1ª. Vara da Comarca, não havia
qualquer motivo ou razões que levassem a supor tratar-se de uma ação criminosa.
No seu Relatório de 1958 o então Prefeito Frederico Guilherme Busch Júnior orçou os prejuízos em Cr$ 843.969,60, o que foi coberto quase integralmente pelo seguro.
Reforma da prefeitura atual Fundação Cultural entregue a comunidade em 08 de novembro de 2001.

E então, restou a dúvida: o que fazer ? Reconstruir o que fora destruído pelo fogo ou construir um prédio novo e moderno ?
Durante 43 anos nada foi resolvido. A Prefeitura aninhou-se na parte salva, metade do prédio, seu lado esquerdo. O Fórum e os Cartórios foram transferidos para um prédio antigo,  situado na Alameda Rio Branco, em frente ao Grêmio Esportivo Olímpico.
Somente em 2001 a parte atingida pelo fogo foi reconstruída nos moldes da arquitetura original, passando a abrigar a Fundação Cultural, porque desde 1982 a Prefeitura e a Câmara Municipal de Vereadores já haviam se instalado na Prefeitura nova, na Praça Victor Konder.
Já o que restou do Arquivo Histórico, muito pouco, vem sendo complementado ao correr dos anos por buscas incessantes dos responsáveis pela repartição, juntando pedaços e reconstituindo a história até onde tem sido possível fazê-lo.
Para saber mais acesse:

Arquivo: Carlos Braga Mueller, Acervo Oscar Handke enviado por Marlene Huskes, Dalva e Adalberto Day
Colaboração Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor  

- Papagaio (a) Chica

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CHICA
Oi,Chica! 
A história de nosso personagem começa dia 03 de janeiro de 1999, quando o amigo Lauro Werner nos traz de presente um Papagaio (a) chamada “CHICA”. Não estávamos em casa (eu e minha esposa)  nossa filha recebeu por nós.
O presente foi pela nossa amizade e pelo nosso envolvimento em resolver o problema com o som na Associação Artex  após as 22 horas nos finais de semana, que perturbava por demais nossa comunidade ordeira e trabalhadeira.
Com a ajuda de amigos como Júlio Pitz, Álvaro Luiz dos Santos, Promotor Cezar João Cim, Gilson F. Casas, Associação de Moradores Metajuha -Associação de Moradores das Ruas Emilio Tallmann, Júlio Heiden e Arredores da Associação Artex, então presidente Nivaldo Martins Vieira, Hilário Boos In memorian) e mais presidente da Associação Artex, direção da Coteminas, resolvemos a situação.

Quanto ao Papagaio (a) (nunca tivemos certeza do sexo), veio do Mato Grosso em 26 de setembro de 1996 totalmente depenado, portanto recém nascido, por isso concluímos que tenha nascido em final de julho inicio de agosto de 1996. Nesta data também foi registrado.
Depois de alguns anos recebeu uma nova e mais espaçosa gaiola. Cuidamos muito da Chica durante estes anos que ficou conosco. Era a alegria da criançada e de quem nos visitava. Chegou por aqui falando algumas palavras entre elas: Paco, Chica, Atirei o Pau no Gato e assoviava muito. Durante pouco tempo acrescentou novas palavras e esqueceu Paco. As novas palavras foram: OI, Vem cá vem, Tossir, latir, dar gargalhadas, miar, chamar Beto, Dalva, assoviar o carinhoso, olha que coisa mais gostosa ....Oi Chica, chorava quando apagávamos as luzes.
Sua gaiola ficava sempre aberta, porém não saia de jeito nenhum. Quando eu forçava a saída, logo retornava a seu cantinho que fez dele seu domínio marcando território. Claro que o correto de seu espaço nem chegou a conhecer devido ter sido ”arrancada” provavelmente do ninho de seu habitat natural. Mas quero ressaltar que não compactuo com este tipo de atitude, e quando recebi o meu amigo explicou que ficou com pena que a ave fragilizada viesse a morrer e comprou.
Alguns diziam que não era um papagaio verdadeiro, pois não chamava palavrões, jamais ensinamos.
Era muita “braba (o)” com outras pessoas, comigo era mais simpático (a) e ao meio dia me chamava; “Betooooo” sinal que tinha que levar alguma comida.
Quando o ecólogo Lauro Bacca vinha me visitar eu o (a) escondia em um pequeno lavabo, embora ele sempre soubesse que tínhamos.
Comia de tudo, sementes como abóbora girassol, amendoins, milho, frutas, e várias comidas caseiras como pão, macarrão, batatas. Adorava atrapalhar algumas entrevistas que concedíamos aos órgãos radiofônicos ou televisionados.
A cada mudança da plumagem guardavámos suas belas penas que eram transformadas em brincos que correram o mundo.
Em suas cores predominavam o verde e amarelo, mas tinha também plumagem azul e  vermelho.
Kiko
Chica tinha um amiguinho para compartilhar suas “bagunças” era uma Calopsita chamado Kiko que também arrastava umas palavras e assoviava muito. Sua gaiola permanecia sempre aberta. Durante o dia dava uma voltas pela gaiola e uma vez por dia vinha me visitar ao lado de nosso computador, sempre andando pelo chão.
CHICA foi embora após estar conosco 18 anos 09 meses e 20 dias ... Saudades! E vejam reencontrou seu irmão Louro e estão se dando muito bem.
Arquivo e texto de Adalberto Day

- Meu bairro querido

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O Vale do Garcia
*Adalberto Day
Levarei saudades de ti, mas nunca te esquecerei, muito menos te abandonarei. O bairro que aprendi a AMAR e fui AMADO (e odiado? por 1/2 dúzia que me fortaleceram). As nossas casas todas com belas histórias, em particular na Rua Júlio Heiden, no Progresso por mais tempo ... a última ...veio as lagrimas, uma vida inteira. Adeus! Ficam as saudades, as fotos, as recordações os milhares de amigos.
Me senti incomodado e nos retiramos.Dia 08 setembro/1995minha referência principal partiu e em 09 de março/2017a luz que me iluminou que me deu vida, amor, carinho foi juntar-se a ele na vida divina e espiritual. 

Quanto ingênuo eu fui. Precisei chegar à terceira idade para saber que não conseguimos ser amigos de todos, embora me esforçasse para que assim fosse. Então cheguei a conclusão que esses desafetos nos fortalecem! 

Fatores diversos fizeram com que deixássemos este lugar tão encantador. Após viver aqui desde que nasci por anos, dos quais 23 anos e 2 meses na Rua Almirante Saldanha da Gama - Glória, 8 anos e 3 meses na Rua Catarina Abreu Coelho - Progresso, 33 anos , 2 meses e 22 dias  na Rua Júlio Heiden - Progresso.
Minha História
Nasci no entroncamento entre os bairros Final do Garcia, início do Progresso e Glória, na antiga Praça Getúlio Vargas. Trabalhei em RH durante 25 anos nas empresas Garcia e Artex, fui professor (minha eterna gratidão aos alunos e comunidade), palestrante e expositor.
Todos meus queridos amigos se sintam inseridos!
Belas recordações da infância no Clube 12 e do Clube Amazonas, da Escola São José, da maravilha dos Natais em família - do São Nicolau, do bombeiro, meu amigo e querido pai. do tapume, das primas, das goiabeiras e pitangueiras, do pé de laranja, de lima, das pescarias e das peraltices. Da ponte Preta, do Kroba,  do Spitzkopf, das Minas de Prata. ...das brincadeiras, das festas do dia do trabalhador e das festas juninas das empresas Garcia e Artex, da cuca da Oma Ana, do tear ao barulho das lançadeiras...Tec...tec...tec...tec, da sirene para alertar a entrada dos colaboradores da E.I. Garcia, das pescarias, das piavas e carás, do churrasco das igrejas de todo bairro, do Cine Garcia, dos estabelecimentos comerciais, das entidades sociais e do jornal “O GARCIA”. Dos trabalhos comunitários, Salve Schwester Martha” O Anjo Branco”, nossa dedicada e voluntária freira que no século passado contribuiu ativamente de forma filantrópica e humanitária, para com a saúde física e espiritual da população deste Bairro. A Irmã Martha Elisabetha Kunzman, trabalhou no Garcia de 1936?/37 até 1961, 
Saudades da vila, das casas da comunidade, da troca de gibis, jogar bilboquê, Kilica (Bolinha de gude). pião no meio da rua, banhar-se em um ribeirão sem poluição, da Churrascaria do Zé Silvino, da Igreja Nossa Senhora da Glória, das freiras do Grupo escolar São José.
....do Recanto Refugio, e Silvestre, do Rancho do Wily, dos rádios vendidos pelo senhor “Russo” David Hiebert.
Para os moradores, era o local da “Gente do Garcia”. (nome Garcia devido a famílias vindas do Rio Garcia da cidade de Camboriú em 1846, hoje Rio Camboriú).
Como portal de entrada do distrito e de acesso a toda região do Vale do Garcia, a Rua Amazonas, com mais de 5 km é sua principal avenida - detém hoje um vasto e variado comércio e indústrias. Foi conhecido primeiro por estrada geral do Garcia até 1919 e depois a ser a Rua Amazonas dos nossos dias correntes. Devido a esses fatores é comparada a um município.
O Vale do Garcia, possui uma característica de um grande condomínio, talvez por isso ser tão charmoso, encantador e cheio de belas histórias. Foi local a possuir a primeira comunidade organizada em Blumenau, desde 1846, anterior a fundação da cidade. Sempre quem chega ao local, seja por qualquer motivo, se faz necessário seu retorno devido o acesso ser praticamente inexistente para outras localidades . E é essa diferenciação com outros bairros, que representa tanto para a nossa comunidade.
Nele morou Fritz Muller naturalista amigo de Darwin, Sr. Heinrich Krohberger primeiro Eng. de Dr. Blumenau, José Henrique Flores Filho o primeiro (considerado) prefeito de Blumenau, foi o primeiro superintendente municipal de Blumenau 10/01/1883 a 07/01/1887, também residiu por aqui, e assim tantas autoridades e cidadãos importantes.
O Vale do Garcia foi pioneiro na Indústria Têxtil, na Radiodifusão, na corporação de Bombeiros, na Energia Elétrica, na confecção de casas populares, no time de futebol, primeiro e oficial estádio. Segundo o ecólogo Lauro Eduardo Bacca, o Vale do Garcia possui uma área total Urbana (27,60 Km² mais a Rural uns 132 Km²) próximo 160Km² mais de 1/5 do município.
- O Bairro Garcia
Recebeu esta denominação oficial através da lei nº 717, de 28 de abril de 1956, pelo Prefeito Frederico Guilherme Busch Jr.. Até 1956 toda região do Grande Garcia era somente um bairro.
 
História:
Grande Garcia
Depois dividiu-se em mais cinco bairros:
- O Bairro Vila Formosa  O caminho paralelo à margem esquerda do ribeirão Garcia já constava no mapa da colônia Blumenau de 1864, existindo também a demarcação de alguns lotes coloniais. Este caminho atualmente é conhecido por Rua Hermann Huscher. Esta denominação foi dada em homenagem a um grande proprietário de terras no Bairro Vila Formosa, que inaugurou um curtume no dia 7 de janeiro de 1898.
- O Bairro Progresso .O nome Progresso originou-se após as implantações das empresas; Industrial Garcia e Artex – os moradores “diziam quando eram indagados onde residiam, que moravam onde o Progresso estava chegando” referindo-se as industrias. A Rua Progresso tem essa denominação desde 28 de agosto de 1952 – Decreto Lei nº 364 conforme artigo 2º. Antes era conhecido como Alto Garcia ou Garcia Alto e distrito do Jordão. E quem morava onde hoje é a Rua Rui Barbosa dizia que morava no “Krohberger ” ou Krohbergerbach “bach ribeirão”, ou ainda somente “Kroba”, devido a primeira família a morar na região Sr. Heinrich Krohberger, que chegou por aqui por volta de 1858 e falecido em 22 de abril de 1914 que possuía uma grande propriedade era engenheiro, agrimensor prestou serviço em vários governos inclusive com Dr. Blumenau, projetou as primeiras e maiores obras de vulto do município , entre os principais estão a construção das pontes do Garcia e do Salto, igrejas católicas e evangélicas.
- O Bairro Glória foi oficialmente criado através da lei nº 03, de 04 de fevereiro de 1938, Pelo prefeito José Ferreira da Silva, o bairro foi oficializado pelo Prefeito Frederico Guilherme Busch Jr. Através da lei nº 717, de 28 de abril de 1956. .O nome Glória foi colocado em homenagem a um antigo clube musical chamado Glória que existia desde 1920, antes era conhecido com o nome de Specktiefe (palavra de origem alemã que quer dizer caminho lamacento ou gorduroso, lama vermelha).
- O Bairro Valparaiso deve-se o nome ao Loteamento conjunto Valparaiso dado em homenagem a uma cidade chilena. Antônio Zendron havia comprado o lote de João Gebin, em 1920, onde no local havia uma plantação de abacaxi na vertente da direita e mandioca na vertente da esquerda do ribeirão. Com o desmembramento o caminho da roça se tornou a Rua Antônio Zendron, que recebeu a denominação oficial em 28 de agosto de 1952. O bairro ainda é mais conhecido como ZENDRON do que por Valparaiso.
- O Bairro Ribeirão Fresco  No mapa de 1864 já constava o nome de Ribeirão Fresco, antes conhecido como Kuhler Grund – solo Fresco, denominação usada pelos primeiros imigrantes. Observação: o bairro preferiu não participar do Distrito do Garcia, mas é parte integrante do Grande Garcia.
Observação todos os seis bairros foram criados através da lei nº 717 de 28 de abril de 1956, na administração do Prefeito Guilherme Frederico Busch.Jr.
Hoje com o coração partido, contra minha vontade (me senti incomodado e me retirei), mas necessário, nos mudamos para um novo e belo bairro – Vila Nova. 
Haverão muitos que não vão entender nossa decisão, porém tenho minhas razões e posso apresentar (como já mostrei para várias pessoas). Mas nem eu mesmo acredito, porém como disse o amigo Publicitário Zé Geraldo Pfau: "você se tornou um cidadão da cidade". 
http://goo.gl/SurDQ9
Fonte: Acervo particular da Família de Dalva e Adalberto Day
*Adalberto Day cientista social e pesquisador da história. 

- João Saldanha em Blumenau

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Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos o amigo Flávio Monteiro de Mattos é carioca de nascimento e blumenauense por opção.  Texto enviado por Flávio Monteiro de  Mattos.

Neste  ano (2017) comemorou-se o centenário do nascimento do João Saldanha, certamente o mais brilhante comentarista que o Brasil já teve e que, com sua visão aguda, anteviu os percalços que nosso futebol enfrentaria caso não mudasse a forma como era gerida. Certamente para ele, os 7 x 1 que a Alemanha nos impôs na última Copa era “pule de dez”, para parodiar uma de seus bordões. Vale lembrar que seu trabalho à frente da seleção brasileira durante as eliminatórias para a Copa de 1970 foi fundamental para a conquista do tri-campeonato, que de tão consistente não sucumbiu diante das mexidas políticas do Zagallo.

Entre as homenagens que lhe foram prestadas, a editora Lacre republicou o livro “Os Subterrâneos do Futebol”, por ele escrito em 1963, no qual relata com maestria os meandros do futebol brasileiro em sua passagem como treinador do Botafogo, time de coração que sob seu comando tornou-se campeão carioca no longínquo ano de 1959.
Leitura fácil e direta, João expõe suas agruras como técnico de um time que tinha jogadores da expressão de um Nilton Santos, Didi, Amarildo e o genial Garrincha, que não somente entortava os adversários no campo como os dirigentes do clube nas excursões que os times da época eram obrigados a fazer para pagar a folha de salários.
Entre tantas peripécias enfrentadas dentro e fora das quatro linhas, exalta Saldanha que nos mais de duzentos hotéis em diferentes lugares que o Botafogo atuou durante o período em que foi treinador, nunca recebeu sequer uma reclamação de um gerente de hotel de que estaria faltando uma toalha, sabonete ou cinzeiro de qualquer apartamento. Pelo contrário, foram incontáveis as cartas e ofícios existentes enviados pelos proprietários de hotéis ao clube, de elogios e agradecimentos pela preferência do estabelecimento e colocando-se a disposição, exceto de um episódio ocorrido em Santa Catarina e especificamente, Blumenau, que transcrevo a seguir (pág. 231).
“Faltou uma roupinha"
Saldanha

Só uma vez aconteceu uma coisa desagradável. Foi em Blumenau, Santa Catarina, onde fomos fazer uma partida amistosa. Entre a programação de homenagens que nos foram prestadas estava uma visita a certa indústria de tecidos e confecções de lã. Percorremos a fábrica e no final nos ofereceram um drinque acompanhado de um presente para cada um: um pequeno embrulho onde havia dois ou três artigos da indústria. Um par de meias, uma camiseta, etc.
Após a visita, retornamos ao hotel e íamos tomar o ônibus para Curitiba onde pegaríamos o avião para o Rio. Estávamos nos preparativos finais, da saída do hotel, quando chegou o gerente da indústria que visitáramos, e, muito discretamente, chamou-me a um canto e foi dizendo: O senhor desculpe, mas aconteceu uma coisa desagradável. Depois da visita demos por falta de uns artigos especiais de uma encomenda. Além de nós, ninguém mais esteve na “sala de acabamento” – aquela em que eu distribuí aquelas lembranças -, eu não quero afirmar nada... mas talvez alguém tenha levado... por engano ou...
Perguntei-lhe o que havia desaparecido e o homem explicou:
Não é coisa de importância nem de muito valor. É uma encomenda especial. Trata-se de um conjuntinho de lã para criança. É que amanhã é aniversário do neto do dono da fábrica e a senhora dele pediu que fizessem esse conjuntinho. Uma blusa e uma calcinha de lã creme, com um pequeno bordado na blusa. É coisa à toa. Do contrário, eu nem viria aqui incomodar os senhores. É uma coisa tão pequena que pode ter havido um “engano’, desculpou-se o homem, muito gentilmente.
Mão-leve no meio do “circo”
Perguntei ao tal homem se a tal roupinha de criança estaria na mesa grande, onde fora feita distribuição dos presentes, e ele respondeu que não. As peças desaparecidas estavam em uma prateleira grande que havia no fundo da sala de acabamento.
Eu tinha feito a pergunta para me certificar se houvera engano ou má fé. Afinal de contas, alguém poderia ter apanhado a coisa sem querer. Mas, evidentemente, fora roubo. E os que homens tinham feito tudo para nos agradar não estariam ali nos incomodando se não tivessem certeza que a roupinha fora mesmo furtada.
Pedi-lhe que tivesse um pouco de paciência, pois seria muito fácil achar a roupa de criança. Seria feita uma revista nas bagagens e, logicamente, se fosse alguém da delegação, encontraríamos o negócio. Mas avisei-lhe de que a “revista” não iria ser feita no hotel e expliquei por quê: “Se começássemos a batida ali, quem estivesse com a roupa poderia se desfazer com facilidade do troço.” Além do mais, eu estava profundamente interessado em encontrar o ladrão. Andávamos como circo, de cidade em cidade, e seria desagradável um “mão-leve” no meio.
Assim, embarcamos todos no ônibus. As bagagens eram pequenas. Em maioria, maletas de mão, pois a excursão era de poucos dias. Apenas um jogo em Curitiba e o tal jogo em Blumenau. Jogamos na sexta, em Curitiba, dia em que chegamos e, no domingo, em Blumenau, quando sairíamos de novo para o Rio, via Curitiba.
O homem estava de carro e pedi-lhe que acompanhasse o nosso ônibus até a saída da cidade, que era perto. Também havia a intenção de evitar algum vexame maior ou complicações com a polícia.
Mal saímos de Blumenau, uns quinhentos metros adiante na estrada, mandei parar o ônibus e descer todo mundo. O pessoal estranhou o fato. Resmungaram e coisa e tal, mas saíram. Quando todos desceram, eu expliquei o que havia e pedi que quem tivesse mala fechada fizesse o favor de abrir. Todos toparam imediatamente. Chamei o homem da fábrica que tinha chegado em seu carro e fomos abrindo as malas.
Pequeno descuido...
Numa delas estava, realmente, o conjuntinho de lã que havia sido roubado da fábrica. O dono da maleta não era nenhum jogador. A maleta pertencia a um jornalista de Curitiba, um tal de Ferreira, que havia se engajado na delegação quando passáramos na capital paranaense e que iria ficar em sua cidade quando de nossa passagem de volta para o Rio.
Explicou que, naturalmente, tinha havido um equívoco e apanhara, por descuido, outro embrulho. Houve um silêncio meio chato, mas o homem da fábrica estava satisfeito por haver recuperado o presente da criança. Depois de deixar bem claro que o rapaz descuidado não pertencia ao clube, embarcamos no ônibus e prosseguimos viagem.
A única medida tomada foi que achamos mais conveniente que o rapaz distraído tomasse outro ônibus. Um de “carreira” que havia de duas em duas horas, para voltar para sua cidade. Fornecemos-lhe a passagem e lhe desejamos boa viagem. O homem da fábrica, muito atencioso, ainda o conduziu de volta à Blumenau para que tomasse o ônibus no ponto inicial.
Não há condição. Jogador de futebol pode arrumar encrenca dentro de campo com a polícia ou um quebra-pau num cabaré ou num bordel, mas em mais de duzentos ou trezentos hotéis, sei lá, em que passei com a delegação de futebolistas profissionais, jamais tivemos um caso de “descuidos” ou coisas desse tipo.
A porta de vidro
Saldanha

São homens calejados e “vacinados” em relação a viagens. Não ficam no açodamento que é muito comum em certas delegações do chamado esporte amador, que viajam uma vez na vida e outra na morte e que tem dado os maiores vexames em hotéis e aeroportos.
Mas uma briguinha acontece de vez em quando. Uma vez em Lisboa, na porta do hotel, o Amarildo chateou tanto o Chicão que esse, perdendo a paciência, deu-lhe um “cacête” que o Amarildo saiu pela porta de vidro, deixando um buraco que nem desenho animado. Não se machucou, apesar de que o vidro tenha ido para o “vinagre”.
Entrou logo a turma do deixa-disso e a única providência cabível era pedir a conta do prejuízo ao gerente. Até que não ficou muito caro. O vidro foi colocado no mesmo dia e ficou em seis mil e poucos cruzeiros, no ano de 1959. Amarildo, a princípio, achou que o Chicão teria que pagar uma parte, mas por fim, achando-se culpado, pagou sozinho o estrago. Depois daquela, nunca mais chateou ninguém perto de uma porta de vidro.”
Esse livro é leitura obrigatória para os amantes do futebol escrito por aquele que foi o mais laureado cronista esportivo que o Brasil já teve que.


Os Subterrâneos do Futebol, João Saldanha, edição comemorativa, editora Lacre, RJ / 2017. 

- Blumenau e sua história

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Apresentamos para sua facilidade vários links sobre a história de Blumenau e melhor pesquisa de acesso. Clicando em cada tema escolhido ou de consulta irá abrir aquilo que desejar saber. Muitos assuntos, nem eu e  você  aprendemos nos bancos escolares. São mais de 500 que apresentamos das  que já postamos.
Blumenau década de 1920
Blumenau anos 2000
Nossa história -  escolha o tema e clique
História
Dr. Hermann B.O. Blumenau
Os 17 Primeiros Imigrantes
As casas de Dr. Blumenau
 Coragem para enfrentar o desconhecido
Dr. Blumenau retorna à Alemanha 1866
O cemitério onde Dr. Blumenau foi enterrado
 A Estátua peregrina de Dr. Blumenau
A emancipação da colônia Blumenau
Nossa Casa em Blumenau
A Bandeira do município de Blumenau
Blumenau sua gente sua história. parabéns!
Sem terra, sem rocça
Maternidade Johannastiff
 Passeando pela Memória dos "TÚNEIS" DE BLUMENAU
O Assassinato do comandante do Vapor Blumenau
Tragédia enlutou Blumenau
O dia em que o Estado de SC chorou
A Beira Rio
Blumenau anos 19(60)
Um passeio pelas ruas de Blumenau
Um Passeio pela Rua Principal de Blumenau I
Um passeio pela rua principal de Blumenau II 
Um passeio pela rua principal de Blumenau III
O destemido Vapor "PROGRESSO"
Nossos Barcos
Fogo na Prefeitura de Blumenau
A Pedra da Lontra
Vivências e narrativas
O Passageiro em primeiro lugar
A Criatura
A Historieta do Torna-pó
Coral Misto Garcia “Bom Pastor”
Protesto em Blumenau em 1934
23 BI Batalhão de Infantaria II
Stammtische em Blumenau
Submarinos alemães: Mitos e Lendas 
Frohsinn
Blumenau e Gramado
Paralelepípedos e Reminiscências da rua XV
Adivinhe que país é este
A Prainha
Marco Zero de Blumenau
Oktoberfest em Blumenau
FAMOSC
FAMOSC: O pavilhão
FAMOSC: A Jarra Comemorativa
A enchente de 1911
A enchente de 1983
A enchente de 1880
O Badalo dos SINOS
Os vários Mitos que cercam o Teatro Calos Gomes
O Castelo da Havan
A Inauguração do Castelo da Havan
A Ponte Preta
Ribeirão Garcia
 Museu da Família Colonial
Estação Ferroviária de Blumenau e a Macuca
A Praça da Estação
O centenário da EFSC
 Sem trem “13 de março 1971”
A "Streichorchester"
Metamorfose Urbana
Dirigível Zeppelin
A "Rua do FANTASMA" em Blumenau
Nosso irmão, o Bugre.
As duas roseiras de Dr. Blumenau
A Casa de BUSCH
Passeando pela Memória dos "TÚNEIS" DE BLUMENAU
Encontro com a onça Pintada do Spitzkopf
Nossa Senhora e São José
Complexo Turístico Moinho do Vale
 180 anos de imigração alemã em Santa Catarina
A imigração vista pelos olhos de uma criança
Desordem Institucional
O trenzinho da HM
Alemão dormindo a “siesta”
Uma Luz no fim do túnel
A Stadtplatz
O Centro Histórico de Blumenau e o descaso
As Palmeiras da Alameda Duque de Caxias
"Alameda" Rio Branco
O primeiro Acidente de trânsito Fatal em Blumenau 
Auf Wiedersehen, Blumenau!
Lenda Urbana: enterrados vivos?
Sambaquis
“DAS FRAUENSCHIFF”
Revolução de 1930 em Blumenau
Tomada de Blumenau no movimento de 1930 

Rádio/Imprensa 

O dia mundial do Rádio 
O Dia do Rádio no Brasil
Histórias que o Rádio conta
PRC 4 Rádio Cultura de Blumenau? 
PRC4 Rádio Clube de Blumenau
Radio Nereu Ramos de Blumenau
 A Imprensa “Alternativa” em Blumenau 1926

Esportes
Pelé
Pelé, o livro!
Arthur Friedenreich
Mané Garrincha em Blumenau
Uma história que vale a pena relembrar
 1º Ginásio coberto de SC
 “O Foot-Ball Club Blumenauense”.
Bom de Bola e bom de texto
Curiosidades sobre Futebol
Blumenau Esporte Clube - BEC
BEC: Blumenau Esporte Clube
G. E. Olímpico
O dia "D"
G.E. Ol[impico de Blumenau
O último jogo Palmeiras e Olímpico
Revista do Esporte
O Primeiro narrador esportivo de SC
Faltava um Jogador!
 “O Foot-Ball Club Blumenauense”.
Torradinho ... torradinho
Amazonas Esporte Clube
Palmeiras E.C.
O Velho DEBA
A Torcida Farroupilha
Favela Farroupilha
Onde rola a bola
Clube Náutico América 
Edifício América
Tabajara Tênis Clube
Um drible na história
Bairros/Distritos
A Origem dos nomes dos bairros
O Vale do Garcia
Cinema
Vídeo Férias no Sul
Filme Férias no Sul 45 anos
O Cine Garcia
Cine Garcia: O Cartaz anuncia
 Blumenau, dos cinemas que eu amo!
Filme 3D em Blumenau
O cinema em Blumenau
O cinema em Blumenau parte II
O cinema em Blumenau parte III
O cinema em Blumenau parte IV
O cinema em Blumenau parte V
O Cinema em Blumenau parte VIII 
O cinema em Blumenau parte IX
O cinema em Blumenau X
O cinema em Blumenau parte XI
 O Cinema em Blumenau – Parte XII
O cinema em Blumenau parte XIII
O Cinema em Blumenau  parte XIV
O Cinema em BLUMENAU – Parte XV
O Cinema em BLUMENAU – Parte XVI
 O Cinema em Blumenau - Parte XVII
O Cinema em Blumenau – Parte XVIII
O Cinema em Blumenau - Parte XIX
O Cinema em Blumenau parte XX
O Cinema em Blumenau – Parte XXI
O cinema em Blumenau parte XXII 
Histórias do Rádio blumenauense
Troca de Gibis

TV
TV Coligadas:Pioneirismo e Aventuras
TV Coligadas canal 3 Pioneirismo e aventuras cap.2
TV Coligadas canal 3 a pioneira parte 1
TV Coligadas canal 3 a pioneira parte 2
TV Coligadas Canal 3: Curiosidades
Logomarca da TV Coligadas e o Telejornal Malhas Hering
Tevelãndia
 TVL - TV Legislativa de Blumenau

Personalidades

Johann Henrich Grevsmuhl
Emil Odebrecht
Rudolf Oswald Hesse "O Pastor dos Colonizadores"
Alwin Schrader
Gustav Salinger
 Dr. Amadeu Felipe da Luz
Empresas/Comércios/Hospitais 
A CIA Hering e sua história de sucesso
Garcia & CIA. Hering
A Marca centenária da EI Garcia
Probst & Sachtleben
Os 140 anos da E.I. Garcia S/A.
Festejos no centenário da EI Garcia em 1968
Artex
A marca Artex
Natureza
A descoberta do SPITZKOPF
O Morro do Spitzkopf
Clube do Spitzkopf
O Morro Spitzkopf após a tragédia de novembro 2008 e o seu futuro
 Ernesto, autobiografia

Igrejas
 Paróquia Evangélica Blumenau Centro
Antiga Igreja São Paulo Apóstolo
Catedral São Paulo Apóstolo
Paróquia Santa Isabel
No tempo da etiqueta de papel 
No tempo da ditadura
Casas Populares
A Guarda Municipal de Trânsito de Blumenau
O dia em que neguei uma "MOÇÃO"
Cooperativismo
COMUNIDADE KOLPING GARCIA 
Caasaas Populares 
A Sirene 
Lojas Soud Center
A Vida com alegria é outra coisa
Máquina de costura e o enxoval
 A Mulher e a força do Trabalho
Costurando
 Bombeiros do Garcia
Saudades
Rotary Internacional
Dia Internacional da mulher
A Mulher e a força do Trabalho 
A Hora dos Montanari
O Cronômetro
Jornal de Wilhelmshaven
Forças revolucionárias getulistas
Festa Junina
Barco Blumenau II
Cacareco o vereador mais votado
Arte fotográfica em Blumenau I951
A arte Fotográfica em Blumenau 1953
 Lá foi o trem
 As nossas valorosas mulheres
A primeira Miss de Blumenau
A Historieta do Chicolino
 O primeiro avião a pousar em Blumenau
 Ilhas Urbanas
A Promenor
Orquestra de Câmara de Blumenau 
 O Aeroporto que Gaspar...e Blumenau, um dia perderam!
100 anos de Escotismo em Blumenau
Zangão
Gincana com Lambretas
 Casas Populares 
As pontes de Blumenau
Ponte do Salto
Ponte Foz do Ribeirão GarciaFábrica de Chapéus Nelsa
No tempo das “Caleças” Fúnebres
Jornais de Fofoca
O Crime da Mala!
S.R.D. Centenário
Mamonas Assassinas em Blumenau 
Alguns Vídeos de Adalberto Day no CANAL YOUTUBE


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Adalberto Day

Arquivo de Adalberto Day

- Barreira

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Bandeira do time Grená
O paredão do Grêmio Esportivo Olímpico de 1964/1966.
Enquanto por aqui esteve, Barreira foi um goleiro respeitado até pelos adversários.
A meu pedido novamente o Grande Goleiro Grená escreve um texto para nosso Blog, confiram:
Barreira campeão pelo América em 1960 em pleno Maracanã
Em plena atividade, treinando.
Por Lourival Barreira

No próximo dia 26/03/2018 estarei completando 76 anos. Será uma data que me surpreende, vez que jamais pensei que iria atingir esta meta. Ao mesmo tempo traz muitas reflexões do meu passado. Durante esta minha caminhada  tive três atividades de que me orgulho com muito prazer e satisfação do dever cumprido. Foram 10 anos como atleta profissional de futebol (1960 à 1970); de (1970 à 1988) 18 anos de uma carreira estável e com muito sucesso na Johnson  & Johnson em São José dos Campos;  de (1990 à 2014) 24 anos advogando na área empresarial, totalizando 42  anos de trabalho. Hoje estou aposentado e curtindo minha família e netos. Sou formado em Direito com pós graduação na área empresarial e formado pela Faculdade Mauá  de Engenharia de São Paulo com pós graduação e Especialização na área de materiais.
Barreira no América do RJ - Antiga Guanabara

Tudo começou em 1960 ano que iniciei minha carreira como atleta profissional de futebol, estava com 18 anos de idade, fazia parte do plantel do América Futebol Clube do Rio de Janeiro, na categoria de júnior. Os goleiros titulares eram Ari e Pompeia eu era o terceiro goleiro e revezava na reserva, ora de um ora de outro, pois o técnico Jorge Vieira fazia revezamento entre eles. Exatamente naquele ano o Rio de Janeiro passou a ser o Estado da Guanabara, e Capital Federal passou ser Brasília. Foi um dos melhores campeonatos do futebol carioca, e justamente naquele ano o Campeão foi nada mais nada menos o América, tornando-se o primeiro clube campeão do Estado da Guanabara, e com muito orgulho fiz parte daquele plantel campeão, ( foto no Maracanã por ocasião do jogo contra o Bangu).   
Barreira no São Paulo.
 

Em 1961 fui convocado para servir o Exercito, oportunidade que voltei para São José dos Campos – SP. Em 1962 fui procurado pelo Sr. Virgílio Gaspareto dizendo ser  representante do São Paulo, convidando-me para fazer um teste no Morumbi. Ao final do primeiro treino coletivo fui encaminhado a diretoria do São Paulo no qual firmei  meu primeiro contrato de futebol profissional por duas temporadas 1962/1963 e lá permanecendo até final de 1963. Entretanto, o período que mais me envaidece foi no  período de 1964 à 1966, oportunidade que tive o prazer e satisfação de residir em Blumenau para defender as cores do Grêmio Esportivo Olímpico, onde só fiz e deixei muitos amigos, houve uma integração muito grande, foi muito bom. Estas recordações hoje acalentam a minha velhice.
Lembro-me perfeitamente da minha chegada em Blumenau março de 1964, houve uma carreata desde a matriz até  o Estádio do Olímpico, com carro de som informando a todos os blumenauenses da minha chegada. Entre muitas informações a mais importante era que eu tinha vindo do São Paulo Futebol Clube e que fui  indicado pelo Vicente Feola, que naquela época ele era diretor de futebol do São Paulo. Desta forma para mim era algo inusitado, vez que eu era reserva no Suli o goleiro titular do São Paulo. Assim sendo, não tive dificuldades para atingir a titularidade da equipe, o entrosamento foi muito rápido. O Olímpico havia reforçado a equipe com vários jogadores do Curitiba ,tais como; Rodrigues, Jóca, Ronald, e Barreira, Robertão e Bira do São Paulo,  Jurandir do Paraná e outros que me fogem da minha lembrança, enfim formou uma bela equipe. O sucesso desta equipe foi coroada pelo campeonato de 1964 que conquistamos a mercê de um ótimo trabalho de equipe sob a coordenação do Aduci Vidal grande técnico, que soube administrar nossas vaidades e o espirito  de companheirismo.
Hoje acompanho quase todos os campeonatos e como não poderia deixar de ser  torço pelo São Paulo, clube do meu coração, entretanto, jamais poderia deixar de esquecer o meu Grande Olímpico com o qual sagrei-me campeão catarinense de 1964/65, tendo sido titular em todas as partidas, com atuações de boas para ótimas, desculpe-me a modéstia.
Um grande abraço do seu amigão;
Barreira. 

Uma das escalações do grupo que foi campeão estadual de 1964. Foto gentilmente doada por Roberto Pereira Nascimento (Robertão).  Em pé da (E) para (D): Massagista Capela,  Robertão, Nilson,  Mauro, Orlando, Barreira e Jurandir; Agachados: Lila, Rodrigues, Paraná, Joca e Paraguaio. 
Alguns bons momentos de Barreira
Barreira treinando forte ...
Barreira na sede do G.E. Olímpico e matando as saudades do tapete verde impecável da Baixada. Este dia foi 21 de setembro de 2017
 Para saber mais desta bela trajetória acesse:

- Ortografices”

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09/02/2018 | N° 14370
CAO HERING
 O Colunista escreve todas as Sextas-feiras no Jornal de Santa Catarina
O texto abaixo  está na integra conforme enviado pelo autor.
 “Ortografices” 
Dia desses encontrei ali perto do Café Blumenau o ex-colega colunista do Santa Gervásio Tessaleno Luz. Levava a tiracolo alguns exemplares do seu último livro e já foi perguntando se trazia uma caneta (não tenho o hábito), para me presentear com um exemplar. Ainda não tive tempo de ler Máximas do Barão de Itapuí, certamente uma deliciosa coleção de crônicas reunidas pelo professor em seus 52 anos observando gentes. O Tessaleno também é uma dessas velhas e atentas onças das redações barulhentas que o jornalismo digital vem esnobando com suas notas sintéticas e fotos em altíssima definição.
   Com mais um amigo à mesa, pedimos uma caneta à moça do café. Depois da dedicatória e amenidades, não deu outra, malhamos “a atual conjuntura” e “tudo isso que está aí”. Dali fomos aos velhos e saudosos mestres de português, tão decisivos em nossas quedas literários. Os caras nos legaram a curiosidade, o encanto pela mecânica da língua e o prazer em devorar textos bem construídos. Eu sei, são manjadas reminiscências, no entanto, revivê-los, inclusive em seus gestos e tiques, é sempre uma fantástica e insubstituível máquina do tempo.
   Gervásio pousou a xícara e despediu-se apresado, não sem antes lançar praga aos imbecis responsáveis pela última, desnecessária, desastrosa e maldita reforma ortográfica. E avisou, levantando o indicador: “as crônicas em Máximas do Barão de Itapuí ainda escritas sob a regência da ortografia anterior, fiz questão que permanecessem todas com a acentuação original, viu?!” Legal essa do Gervásio. Achei um elegante protesto contra os inúteis acadêmicos, lusófonos, aos quais deram poderes para praticar um desmando de tal calibre.
   De volta ao escritório, abri o arquivo do “acordo” pela enésima vez, só para confirmar minha irritação com esse bando de desocupados, signatários do disparate. De novo: por que extraíram sem um bom argumento o acento agudo da terceira pessoa do singular do verbo parar (para) tornando sua grafia idêntica à preposição? Por que fulminaram os acentos de grupos de palavras onde coabitam vôo, idéia e feiúra. Nas regras com os hífens, então, cometeram insana distorção. Foi só pra sacanear as turmas dos concursos públicos e do Enem?
   E o que a sábia comissão teve contra o trema, esse útil e imprescindível diferencial? O caro e paciente leitor sabe como se define a pessoa que fala cinco idiomas? É o quinquelíngue. Pois é, em favor da pronúncia, não seria mais confortável grafar qüinqüelíngüe? Ah... entendi! A massaroca toda foi criada para haja uma ortografia unificada em todos os países de língua oficial portuguesa. Pra quê? Para eu ler o jornal sem me atrapalhar se um dia for ao Timor-Leste?
   Concordo, Gervásio. Também não consegui assimilar as “ortografices”. Troço chato.

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Delícias de crônicas
Por Gervásio Tessaleno Luz
Santa Catarina teve e mantém um time razoável de cultores do gênero crônica. Na Capital, não são poucos. Aqui, na região do Vale, continuam nascendo. O último que descobri foi Luiz Carlos Nemetz, que deveria reunir seus textos, divulgados até agora somente pela internet, em livro. Dele iremos falar em semanas por sua última publicação: Orador completo – Técnicas, exercícios e dicas para falar bem em público.
Demos boas risadas lendo Oh! Casos e delícias Raras, de Raul Caldas Filho. Trata-se de uma continuação de Oh! Que delícia de Ilha, já devidamente consumido anos atrás. O autor a quem o irreverente e gozador Beto Stodieck grafava Raul Pêssegos em Caldas, nasceu em 1940 em São Francisco do Sul, mas menino ainda fixou-se em Florianópolis.
De lá só saiu por dois anos para ser repórter da revista Manchete, no Rio de Janeiro. Começa a obra citando frases dos manezinhos senador honorário Alcides Ferreira (“A cidade cresceu tanto que já não se vê mais ninguém nas ruas”.) e o compositor popular Zininho (“Jamais a natureza reuniu tanta beleza, jamais um poeta teve tanto pra cantar.”)
No livro em questão, o jocoso e inventivo espírito ilhéu mais uma vez se manifesta. São bem humoradas crônicas e relatos – retratando costumes e satirizando “maus costumes” – que ao lado de uma nova seleção de casos, anedotas e “manezadas”, revelam costumes citadinos, tendo como cenário a luxuriante paisagem da Ilha de Santa Catarina.
Eis algumas que o autor chama de anedotário da Ilha:
- Ao ser surpreendido por um grupo de moças  à saída do banheiro feminino, num movimentado bar da Beira-Mar, aquele convicto machista não teve outro jeito a não ser proclamar, enquanto fazia um afetado trejeito: - Não me levem a mal meninas, sou gay.
- E quando o maître daquele luxuoso restaurante perguntou à elegante “socialite” qual era o seu prato predileto, ela respondeu com afetação: - O meu prato predileto é porcelana Schmidt.
- Passeava pelo centro da cidade um ceguinho e um inválido sem os dois braços. Aí diz o inválido: - Olha que mulher gostosa! Responde o ceguinho – Então passa a mão nela!
- De um biritum para outro biritum: - Cheguei em casa tão “ferrado” ontem, que até os meus cachorros avançaram em mim.
- E ao chegar a uma solenidade num município da Grande Florianópolis, assim foi saudado o então governador Konder Reis por um locutor local: - Acaba de adentrar ao recinto Sua Majestade o governador Antônio Carlos Konder Reis. Ao ouvir isso, o governador aproximou-se do locutor e indagou: - Você está me achando com cara de Rei Momo?
O autor é professor e escritor em Blumenau.

- Historietas do Garcia

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Em historietas do nosso cotidiano apresento textos enviados pelo amigo Sérgio Cunha, sobre sua infância em geral, vale a pena a leitura e sentir-se inserido nos belos relatos.
Por Sérgio Cunha
O PEQUENO PRÍNCIPE:
Pequeno Príncipe em alemão se fala Kleiner Prinz. Nos idos de 1957, a comunidade da Vila e Rua da Gloria, no Bem Aventurado Reino do Garcia, com a finalidade de angariar fundos para as obras da Igreja Nossa Senhora da Glória e do Grupo Escolar São José, tiveram a ideia de promover um concurso infantil de Rei e Príncipe (König uns Prinz). Não sei porque não fizeram um concurso de Rainha e Princesa ou de Miss. Talvez porque a safra de meninas daquele ano não estava a altura de representar tal título.
A regra para a classificação dos eleitos consistia na venda de votos. A família que vendesse a maior quantidade de votos para a comunidade elegeria o reizinho e o príncipe. O Jorge Salvador Rodrigues foi indicado para representar a Família Rodrigues. Eu fui indicado para representar a Família dos Santos. Participaram também outros meninos indicados para representar suas respectivas famílias. A campanha foi acirrada.
Minha família, meus tios, minhas tias, a Martha, a Helena e a Evanilde, batalharam arduamente na venda dos votos. Vendiam na rua, nas casas, na empresa onde trabalhavam. O resultado foi apresentado no dia da Festa Anual da Igreja N. Senhora da Gloria. E o reizinho eleito foi...? Vocês estão pensando que escrevi esse texto para dizer que fui o reizinho eleito não é mesmo? Mas não fui eu não. O Reizinho eleito foi o Jorge Salvador Rodrigues e eu fiquei em segundo lugar como 1• Príncipe.
                  Foto: Acervo Sergio Cunha  

O PAPAI NOEL:
Aprendendo Alemão: SÃO NICOLAU, KNECHT RUPRECHT e SCHMUTZLI. São Nicolau é o Papai Noel. Na Alemanha o ajudante do São Nicolau é o Knecht Ruprecht. Na Suíça o ajudante do São Nicolau é o Schmutzli. Até a década de 60, aqui em Blumenau, conhecíamos somente o NICOLAU, que tinha roupas e "maquiagem" bem feias. E nem se falava São Nicolau. Era só Nicolau mesmo. Depois de 1960, com a inauguração da Loja HMé que conhecemos o PAPAI NOEL.
Nessa época eu tinha uns 10/11 anos. Estávamos a uma semana do Natal. Como o Nicolau era bem feio, falei pra minha mãe: Mãe, hoje assim que escurecer vou me vestir de Nicolau e dar um susto nos meninos do Sr. Joao Barulho. Ele era um vizinho que todos chamavam por esse apelido, até hoje não sei porque, e tinha 3 meninos com 5 a 9 anos mais ou menos. E eu era muito corajoso. Nooossa, como eu era corajoso!
Peguei um pacote desses de papel pardo, desses de padaria, fiz pequenos buracos para olhos, nariz e boca, colei algodão para imitar bigode, sobrancelhas e barba, vesti um casaco e calça velha. Peguei também um saco de aniagem para carregar nas costas e uma vara como bengala. A boquinha da noite, logo que escureceu, vesti os trajes e disse pra mãe: eu já vou. Ela olhou pra mim, achou engraçado, riu e disse: Tá bom, Mãããe,pode ir. Cuidado! Saí pela porta de traz da nossa casa, caminhei uns 20 metros pela lateral da casa para chegar na rua em frente.
Ao chegar na rua, iria para a esquerda, mais uns 100 metros até chegar onde estavam as crianças, que nessa época, início de verão, calor, brincavam até mais tarde em frente de casa. Abri o portãozinho, estiquei o pescoço para ver como estava o caminho. Raapaaiz, a 5 metros de mim, vindo na minha direção, vi o maior Nicolau que meus olhos já enxergaram. Ele tinha uns 2 metros de altura. O bicho era graaande. Engatei a primeira e saí cantando pneus numa disparada para a porta dos fundos, mais rápido do que o Papa-léguas.
Quando cheguei à porta, estava fechada por dentro. Aumentou o desespero. É agora que o bicho me pega! Dei socos com as duas mãos na porta, gritando pela mãe. Depois de eternos 15 segundos ela abriu. Joguei- me para dentro. Branco como vela. O coração querendo sair pela boca. Ela perguntou: O que foi guri? Na medida do possível fui explicando. Ela disse: Aaah, querias assustar os meninos é! Veja no que deu! Bem feito! Cara, não morri porque não era hora.  
 Sergio Cunha - 28/12/2017
A GEADA:
Geada em alemão se diz Frost. O clima da terra está mesmo esquentando. Lembro-me de que o inverno nas décadas de 50/60 era bem mais frio do que atualmente. Tinha na época 5 para 6 anos e minha primeira irmã aproximadamente 1 ano. Morávamos todos juntos na casa de minha avó, na Vila Operária, próximo da Igreja N. S. da Glória. O vovô havia falecido quando eu tinha 6 meses. Moravam conosco também minhas tias e tios que ainda eram solteiros (Singles). Ao todo éramos umas 10 pessoas. A casa era grande, tinha cerca de 160 metros quadrados, com dois pavimentos e somente no pavimento superior tinha quatro quartos.
O pai e a mãe haviam comprado um terreno no Bêco Tallmann e estavam terminando de construir uma pequena casa para morarmos. O Bêco Tallmann era bêco (Gasse) porque não havia ainda ligação com a rua Progresso ( em sua parte total). Tanto meu pai como minha mãe trabalhavam nas indústrias têxteis da região, industrias que estavam formando o pólo têxtil de Santa Catarina. As fábricas, como todos falavam, estavam pertinho de casa, distando cerca de 1,5 quilômetros.
Como os dois trabalhavam, na nova casa não teria quem ficasse tomando conta de mim e minha irmã durante o dia. Então meu pai falou com seu irmão João Paulo que cedeu uma de suas filhas, portanto nossa prima (Cousin , pronuncia-se “cusan”), para tomar conta de nós provisoriamente até que contratassem uma “babá”. A prima era a Azenir que tinha na época uns 12/13 anos de idade. Ela veio então para a casa da vó, para fazer um “estágio” e ter as primeiras noções de como manter os nossos limites de criança. Ela cuidava de nós com muita responsabilidade, mas também brincávamos muito, pois era muito divertida.
Era época de inverno aqui no sul e esse, deu sinal que seria bastante rigoroso. Tinha chovido naquela semana e começava a soprar o vento “minuano”. Quando soprava o minuano, eram vários dias de ventania forte. As folhas das bananeiras de tanto tremular com o vento forte (Starker Wind), rachavam. Ficavam todas em tirinhas, esfiapadas. Hoje em dia não se vê mais isso.
Um desses dias, a tardinha, estava bem frio e ventava, anunciando que a próxima madrugada seria congelante. Os adultos comentavam entre si que ao amanhecer o dia, com certeza teríamos geada. Então a prima falou: Já que amanhã vai ter geada, vamos fazer uma experiência. Vamos colocar no pátio (Hinterhof) uma pequena bacia de alumínio com água e quando a gente acordar, vamos ver que na bacia terá uma camada de gelo.
Nós, as crianças da casa, ficamos muito entusiasmadas (begeistert) e interessadas. Mas como assim, gelo! O que é gelo? Ela que já frequentava a escola disse: Gelo é quando a água fica dura. Como que a água irá ficar dura? Nunca tínhamos visto gelo. Geladeira (Kühlschrank) então, nem pensar. Não existia ainda. Refrigerante também não existia, só “Capilé”, que era groselha e se misturava com água.
O que surgiu logo a seguir foi o “Gasosão”, que era tipo groselha gaseificada. Cerveja já existia, mas para se degustar essas bebidas mais frescas, colocava-se as garrafas dentro de um balde (Eimer) ou tanque e cobria-se com água fresquinha tirada de algum poço profundo. Todas as casas tinham poço. Quem morava perto de algum córrego (Bach) raso de água cristalina, colocava as garrafas no fundo do córrego para que refrescassem.
Bem, vamos ver se essa geada vem ou não. Depois de muita conversa e explicações (Erklärungen) fomos tentar dormir, o que foi muito demorado devido à grande ansiedade. Ao amanhecer, bem cedinho, aos primeiros claros do sol, a prima nos acordou e fomos lá no pátio ver o que tinha acontecido. Ficamos com os olhos (Augen) arregalados quando ela pegou da bacia uma rodela de “água dura” que tinha aí uns três milímetros de espessura. Ávidos para tocar aquela novidade, começamos a cutucar com os dedos e logo a rodela de água se foi quebrando e cada um pegou um pedaço e correu levar para um adulto ver a novidade que aos poucos foi derretendo e desaparecendo. Assim iniciamos mais um dia de curiosidades (Kuriositäten) e brincadeiras no nosso pequeno e agradável mundo infantil.
Sergio Cunha - 02/02/2018
Foto: Fachada Casa da Vovó Maria.
TANTE E ONKEL:
Em alemão, Tio se fala "Onkel" e Tia se fala "Tante". Quando eu era criança, lá no "Reino do Garcia", pelos idos de 59/60, numa certa tarde vieram nos visitar minha avó Maria e duas irmãs dela, a tia Olívia e a tia Luíza, portanto, as tias de minha mãe. Vieram fazer uma visita de cortesia e também para ver nossa nova casa, já que tínhamos nos mudado recentemente da Rua da Gloria para o Beco Tallmann que naquela época nem tinha sido promovido a categoria de rua ainda.
A tia Luíza estava fazendo uma tournée e veio lá do Arraial do Ouro em Gaspar, para visitar suas irmãs no Garcia, em Blumenau. A tia Olívia veio da rua Antônio Zendron no bairro  (Valparaíso). Encontraram-se na casa da vovó na rua da Glória. Dali saíram as três senhoras em direção a nossa casa no Beco Tallmann, num dia de verão, que mais quente era bobagem, caminhando, com sombrinhas para se abrigar do sol implacável e com aqueles seus tradicionais vestidos longos. Verdadeira cena dantesca.
Elas chegaram, a gente foi cumprimentando, como de praxe, boa educação, benção vó, benção tias, sentaram-se e dá-lhe conversar. Mas notei que a minha mãe se dirigia as tias chamando-as de "Tanta". Tanta Olivia pra cá, Tanta Luíza pra lá e a interrogação terrível na minha cabeça de criança. Porque a mãe chamava elas de Tanta?
Ela sempre nos ensinou que Tanta, era para se referir a alguma coisa com grande quantidade: Tanta agua, Tanta chuva, Tanta laranja, etc. Mas, e agora? Será que as tias eram Tanta coisa assim? Então, logo que elas foram embora, a noitinha quando estávamos a mesa, em família, perguntei: Mãe, porque a senhora chamava elas de Tanta? Ora filho, porque Tia em alemão se fala Tante e a vó e as tias falavam alemão com a mãe delas e assim ficou de costume. Os Tios elas chamam de Onkel.
Sergio Cunha - 16/01/2018.

O CÓRREGO:
Córrego em alemão se diz, Bach. Certa vez (+/- 1963), a Ceia de Natal (Weihnachtsessen) foi na casa da tia Níde, no Reino do Garcia. Todos da família foram jantar lá. Tios, tias, primos, primas e convidados. Antes, porém, a tia pediu para nós, os meninos, já mais crescidos, irmos buscar as tortas, pastelão e outras guloseimas, na casa da confeiteira que morava logo ali embaixo na rua da Gloria, próximo da casa da dona Cassiana. Fomos então, o Nino, o Reginaldo, eu e o "gordinho", que assim era apelidado, o Osnildo, filho da dona Alói. Como diz o alemão, "A xente andava sempre xunto", éramos muito unidos.
E lá fomos nós, era pertinho, uns 800 metros. Traríamos nas mãos, cada um o seu. Veículo não tinha, só bicicleta (Fahrrad). Uber, acho que somente em Floripa. Então, era a pé mesmo. Chegamos na casa da senhora, pegamos as encomendas e voltamos. Ali, naquele lugar onde era a casa da dona Cassiana, tem um canal, um córrego que atravessa a rua da Glória, vindo da rua Belo Horizonte. Atravessa ali e une-se com o córrego que vem lá de cima da Vila. Passa por baixo do Terminal de ônibus, por baixo da Coteminas e desemboca no ribeirão Garcia.
A prefeitura (Rathaus) fez aquele canal de concreto, mas não fez um corrimão, uma mureta para segurança, nada. Nas cabeceiras do canal só tinha um meio-fio com uns 30 cm de largura e 10 cm de altura, que as crianças adoravam atravessá-lo, para desafiar o equilíbrio, pois, além do pequeno meio-fio, já despencava para o córrego, uns 2 metros abaixo, talvez 2,50 m. O córrego era rasinho com 10 ou 15 cm de profundidade de água.
Viemos os quatro de volta, cada um com a sua encomenda, rindo muito, gargalhando, falando brincadeiras, gurizotes juntos, sabe como é. Ao passar ali no canal o Reginaldo quis passar na beiradinha, no meio-fio. Quando estava no meio do canal, ao mudar o passo esquerdo, errou o meio-fio e o pé passou direto em direção ao córrego. Baaahh, caaara... ele foi com tudo. Ele desceu, a torta subiu um pouquinho e já desceu atrás dele. Tudo pra dentro do córrego.
Meeeeeu pai...! Uns gritos, uns choros, uns risos e levantou-se o Reginaldo, que deu umas sacudidelas, algumas lamúrias e uma torta a menos. Continuamos para casa, para festa, explicar o ocorrido e dar um tempinho para o povo adaptar o estomago com a comida restante. Felizmente o Anjo da Guarda o protegeu e saiu somente com pequenas escoriações. Coisas que acontecem com quem é vivo.
Sergio Cunha – 11/12/2017
O GRANDE SAPO:
Sapo. Em alemão se diz FROSCH. Em português distinguimos, sapo da rã.
Muitos anos atrás minha avó (Großmutter) e minha mãe mandaram eu e o Nino buscar alguma coisa que precisavam, na casa do tio Júca. Eu tinha 4 ou 5 anos de idade e o Nino tinha 7 anos. O Nino foi um menino (Junge), ainda bebê, que minha avó adotou como filho, portanto, irmão de adotivo de minha mãe e tios(as).
Ele era muito alegre (fröhlich), divertido, saltitante, moleque mesmo. Fomos criados juntos desde que nasci até uns 6 anos e dessa forma, nunca o vi como tio e muito mais como irmão. Mora até hoje na casa da tia Helena. Elas nos mandaram ir e lá fomos. Era um dia de verão (Sommer) e estava já escurecendo. Saímos correndo. Tínhamos de caminhar uns 150 metros até chegar à casa do tio Júca.
Há uns 20 metros da casa (Haus), o Nino que ia disparado na frente, deu um pulo, na rua, e gritou: "Olha o sapo". Meeeu amigo! Aquilo ali foi a gota. Parei instantaneamente, travei e comecei a gritar e chorar. Ele, do outro lado do sapo, me instigava: "Pula! passa correndo pelo lado, vamos seu molenga!" Mas não dava. Eu estava apavorado (erschrocken). Completamente travado.
Na minha insegurança e aos meus olhos (Augen), aquele sapo era do tamanho de um Fusca, um verdadeiro dinossauro. Diante da minha gritaria e choradeira, para me acalmar, só mesmo a presença dos meus tios (Onkel), que atônitos correram para me "salvar".
Lembranças de infância que marcam nossas vidas. Saudades!
Sergio Cunha - 31/12/2017

QUEPE OU BOINA:
Quepe ou Boina em alemão se fala Barett. Quando eu era criança, lá naquele reino que lhes falei, logo que foi possível pentear meus cabelos (Haare), pronuncia-se quase "Rrarre", minha mãe começou a cultivá-los. Meeeu, ela adorava penteá-los e fazer cachinhos. Fazia dois rolinhos em cima e mais outros tantos rolinhos ao redor da cabeça (Kopf). Acho que ela queria fazer meus cabelos "parecidos" aos cabelos do Wolfgang. O Wolfgang Amadeus, aquele que compôs aquelas sinfonias, vocês sabem não é? . Eu odiava aquilo.

Uma vóz zinha me soprava que aquilo não caía bem pra mim. Mas...mãe é mãe (Mutter) né! Aos meus olhos de hoje, sabe que ficava bonitinho!!! Modéstias a parte, eu era bem lindinho.  Ela me dizia que eu não ficava no chão. Sempre no colo das tias e tios , que moravam na mesma casa ou bem próximos da casa da vovó. Era o neto (Enkel) favorito da família. Bem... era o primogênito. O primeiro neto da minha avó (Grossmutter). O segundo, o Reginaldo, nasceu somente quase um ano e sete meses após. Então...sabe como é!

Mas eu odiava aquele penteado e um dia, tinha uns cinco anos de idade, decidi por fim aquilo que tanto me martirizava. Todos estavam fora, no quintal da casa. Peguei uma tesoura (Schere), fui ao banheiro, coloquei uma cadeira em frente do espelho (Spiegel) e... foi dois créus. Cortei fora os rolinhos.

Depois fui ao guarda roupa e peguei um quepe de soldado que era do meu tio Nande e coloquei na cabeça. Pensei comigo: "Assim, quando a mãe voltar ela nem irá perceber". Mais tarde quando ela voltou do trabalho me perguntou: Porque colocasse esse quepe de soldado? Aah mãe, achei tão bonito esse quepe do tio Nande! Ela falou: Aah, então tá. Vem cá, vamos pro banheiro (Badezimmer) que vou te dar banho!  Hein??? Uuaauu, começou a me subir um calorzão! Quando ela tirou o quepe, vocês imaginam né? Ela chorou!

Aí...fazer o que? Levar ao barbeiro (Friseur) que naquela época era só o que tinha, não existia ainda "cabeleireiro", e acertar o corte. Porém, já nesse ano (1956) estava nascendo minha primeira irmã (Schwester), a Cida, e então era só questão de um tempinho para os cabelos da nova bebê crescerem e a mãe logicamente, colocou em ação todo o seu próprio conhecimento de "cabeleireira". Hoje não sou aquele "arroubo" de beleza, mesmo porque, meu corte de cabelo é bem rasinho. Só que a gente vai conversando...e as ideias vão pipocando. Então penso: "Será que não seria o caso de deixar as "madeixas" crescerem até ficarem iguais ás do Wolfgang? . Pobre mãe! Onde você estiver, beijos.  Te amo! (Ich liebe dich!). Saudades!
Sergio Cunha - 27/01/2018
Foto: Acervo Sergio Cunha
O TAPUME:
A antiga Artex é separada da rua Emilio Tallmann pelo ribeirão Garcia. Em 1956/57, ali onde as águas lambem as terras da empresa, tinha uma barragem no ribeirão, que todos falavam “o tapume da Artex”. Era inclinada uns 30 graus e com uns 3 metros de altura, com a finalidade de represar, facilitando a coleta de agua para a indústria.
Quando fomos morar no Bêco Tallmann, nos meses de verão meu pai ia na barragem a noitinha e andando sobre ela, pegava simplesmente com as mãos, cascudos que se fixavam sobre a superfície de concreto e se alimentavam do limo que nela crescia e também subiam para a parte superior, alcançando o leito mais profundo do ribeirão. E olha que eram cascudões, com 30, 40 centímetros de comprimento. Delícia! Mas como tudo que é bom dura pouco, os cascudos foram diminuindo na mesma proporção que os pescadores foram aumentando.
Na barragem, bem pertinho da fábrica, via-se cardumes de piabinhas saltando para fora da agua, tentando subir a inclinação e chegar a parte superior. Essa era a hora que pescadores lançavam suas tarrafas para pesca-las.
Nos dias mais quentes de verão, principalmente aos sábados, íamos para o tapume tomar banho e brincar nas aguas, que naquela época eram limpas e cristalinas. Juntava-se a vizinhança toda, crianças e adultos, além de pessoas que moravam bem mais afastadas, do bairro da Glória, do bairro Zendron . A altura da água media uns 80 centímetros, talvez 1 metro nos lugares mais profundos. Da beirada do barranco vínhamos correndo e pulávamos na “piscina”.
O Sr. Rolf Zeiler (diga-se: Záila), nosso vizinho, trabalhava como eletricista na Empresa Industrial Garcia e na sua casa, consertava eletrodomésticos, ferros de passar, motores, chuveiros. Aliás, chuveiros daquela época, para abri-los e consertar, tinha que remover uns oitenta parafusos. Ele era um homem bem alto com 1,80 m. a 1,90 m. De pé, dentro do ribeirão, ele ficava com água pela cintura. Nós as crianças ficávamos com agua pelos ombros.
Um de seus filhos era o Mirelo que deveria ter 3 a 4 anos de idade. O Sr. Rolf pegava o menino e arremessava para cima como se arremessa uma perereca. O menino subia e descia no ar, oscilando braços e pernas, submergia na agua e em seguida emergia, soltando agua por todos os orifícios possíveis. Mal dava tempo do guri respirar e já se iniciava outro “arremesso de criança”, repetindo-se isso por 10 a 15 vezes, até o homem cansar-se.
A entrada principal para o Beco Tallmann era feito pela ponte (veja lado direito na foto), que ficava ao lado da Cooperativa da E.I.Garcia. Debaixo da ponte tinha uma grande laje de pedra e várias vezes vimos o Sr. Rolf mergulhar com uma fisga na mão, para fisgar cascudos que se fixavam na laje.
Naqueles dias mais quentes de verão, era comum ver-se jovens pulando do alto do corrimão da ponte nas aguas do ribeirão para banhar-se. Conforme as empresas E.I.Garcia e Artex prosperavam, aumentava também a poluição, chegando ao ponto de, diariamente se ver águas completamente coloridas oriundas das tinturarias das empresas. Com efeito, as pessoas também deixaram de banhar-se nelas.
Essa ponte que ligava a rua Emilio Tallmann com a E.I.Garcia, foi construída em 1961 e demolida em 1982, conforme relatado no Blog do Adalberto Day. Nunca aconteceu acidente grave, pois tanto uns como outros estavam bem treinados. Graças a Deus, estavam todos protegidos pelo Anjo da Guarda.
O Mirelo cresceu e ficou bastante conhecido no bairro. Pegava sua caixa de isopor e saía caminhando pelas ruas vendendo picolés. Conta-se que quando uma criança ou mesmo um adulto lhe falava que não tinha dinheiro naquele momento, ele vendia mesmo em confiança, que podia receber o valor num próximo encontro casual. Todos gostavam muito dele, pois era pessoa de bom caráter, dócil, amigo, comportado, honesto, trabalhador. Recebeu muitas homenagens quando faleceu tragicamente, vítima de atropelamento, na rua Amazonas em 28/10/2017.
Foto: Acervo Adalberto Day (Rua Emílio Tallmann e Tapume da Artex)
Foto: (Mirelo)
Sergio Cunha - 21/02/2018

OS DOCES NATALINOS:
Minha mãe não falava em alemão conosco, filho, filhas e nosso pai. Nem com suas irmãs e irmãos. Mas ela falou com sua mãe e sua avó que era da Alemanha. Lembro que perguntava para ela sobre algumas palavras, tipo, dedo (Finger), nariz (Nase), olhos (Augen), boca (Mund), ouvido (Ohr), e ela respondia tudo, em alemão. Mas como na cidade predominava o idioma português, então, não aprendemos o alemão. Na época de Natal, tradicionalmente ela fazia os saborosos doces natalinos (Weihnachtssüßigkeiten) e a gente gostava de ¨ajudar¨. Na verdade gostávamos mais de beliscar e comer pedacinhos de massa cru. E ela para não perder tanta massa falava: “Não comam massa cru pois isso dá dor de barriga”.
Quando ela cortava a primeira fatia de um pão caseiro, perguntava: Quem vai querer a “crustinha”? . Crustinha? E agora? De onde a mãe tirou essa palavra? Mãe, oh mãe! Porque a senhora falou “crustinha”? Aah, porque ela é a primeira e a ultima fatia do pão. É a casquinha, mais torradinha.
A maioria das crianças evitavam comer porque era mais durinha. Então ela dizia que “quem come a crustinha, fica com as pernas bem mais grossas e fortes”. Recentemente é que descobri que a palavra tem origem no idioma alemão “krusten” e significa crosta, casca.
Um dia a gente estava tomando um cafezinho da tarde com docinhos pintados e também daqueles docinhos de araruta. Eu tinha uns 13/14 anos, minhas irmãs mais novas e dois amiguinhos, vizinhos. Então começamos a perguntar pra mãe, significados de palavras em alemão: Mãe, como se fala passarinho? Ela respondia: Vogel. Como se fala cachorro? Hund. Como se fala gato? Katze. Como se fala porco? Schwein. Como se fala galinha? Huhn. Como se fala boi? Ochse. E outra criança perguntou: Como se fala vaca? Kuh. Raaapaaaiz, foi um estardalhaço de gargalhadas só. Todos caíram em risadas. Ela disse: Ééé, mas é isso mesmo, só que se escreve com K-U-H e não é o que vocês estão pensando.
Feliz Natal e Prospero Ano Novo a todos. (Frohe Weinachten und Gutes Neue Jahr).
Sergio Cunha - 23/12/2017

- Feliz Páscoa

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Colaboração do amigo Sérgio Cunha
HISTORIAS DA INFÂNCIA
Reprodução

FELIZ PÁSCOA:
Fröhliche Ostern, se fala em alemão para Feliz Páscoa. Farei uma breve descrição, para aquelas pessoas que conhecem aquela região hoje, saberem como ela era antigamente. A época era por volta de 1963. Ali onde é a Cooper Garcia, não tinha nada (veja foto abaixo). Somente um barranco, no topo desse barranco tinha uma árvore bem grande, que pendia sobre a rua. Na beirada do barranco, tinha uma cerca de arame farpado para evitar que pessoas e também cavalos, vacas que pastavam, viessem a cair.
Morávamos na rua Emílio Tallmann. Nosso caminho até a Igreja (Kirche) Nossa Senhora da Glória, era percorrer essa rua, passar na ponte que existia ali ao lado da antiga Cooperativa da Empresa Industrial Garcia, passar no meio da fábrica até na Praça, aí virar a esquerda em direção à rua da Glória e chegar na igreja.
Estávamos indo a missa de domingo de Páscoa, de manhã bem cedinho, eu e a tia Martha. A gente sempre saía ali pelas 5:30, para não chegar atrasados. A missa começava ás 6 horas. Nesses dias próximos da Páscoa e nesse horário, ainda era escurinho e também friozinho e o clima anunciava que logo entraríamos no inverno (Wintera).
Exatamente quando estávamos passando ali, naquele domingo, em frente da grande árvore (grosse Baum), sentimos que passou por nós tirando um “fininho” e quase nos atropelou, um vulto do tamanho de um homem, com bastante velocidade, causando vento ao passar e também aquele “arrepio na espinha”. Perguntamos um ao outro: O que foi isso? Não sei! Olhamos para trás, para ver melhor, e o vulto já estava voltando em nossa direção. Demos uma corridinha para evitar que colidisse conosco. Paramos, aguçamos nossa visão e percebemos com dificuldade que o vulto estava pendurado na arvore por uma corda.
Em seguida ouvimos gargalhadas vindas do barranco, onde estava a arvore. Uuufa, era um Judas! Um grupo de jovens, moleques, haviam feito um boneco de pano que representava Judas e o penduraram na arvore para assustar quem passasse, e se deleitavam dando gargalhadas pelo nosso susto e aflição.
Apressamos o passo em direção a igreja, pois o padre João costumava ser pontual. Quando voltamos para casa, ao passar pelo local, vimos que o boneco tinha sido queimado, destroçado e jazia espalhado pelas beiradas da estrada.
Feliz Páscoa a todos
Sergio Cunha - 09/02/2018
Rua da Glória onde estava a árvore, logo depois onde é a atual Cooper
Foto: Acervo Adalberto Day

- Balas "Zequinha"

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Blumenau e as Balas e figurinhas “ Zequinha”
Faço esta postagem pois fez parte da minha infância e de muitos blumenauenses. Assim como eu muita gente colecionou as belas figurinhas do “Zequinha”
VOCÊ CONHECE O ZEQUINHA?, por Anthony Leahy
A fábrica de doces "A Brandinha" foi fundada na década de 1920 por quatro irmãos poloneses - Francisco, João, Antônio e Eduardo Sobania - que idealizaram e lançaram, em 1929, as Balas Zequinha, onde as balas eram embrulhadas em um papel com o desenho de um palhaço exercendo as mais diversas profissões e situações.
Inicialmente foi desenhada uma série de 30 figurinhas e posteriormente expandido até 50, pelo desenhista Alberto Thiele da Impressora Paranaense, na forma de palhaço careca, de boca aumentada pela maquiagem, gravata borboleta e sapatos tipo lancha. Virou figurinha-papel de bala, sob inspiração das balas Piolim, que eram embrulhadas em caricaturas do palhaço paulista Piolim. Somente quando Paulo Carlos Rohrbach assume a responsabilidade do desenho é que a coleção passa a ter 200 figurinhas.
Em 1948 foi vendida aos irmãos Francheschi (Franceschi & Cia Ltda, de Romar e Radi Franceschi) e, posteriormente, em 1955, assume a fábrica Elisio Gabardo e Plácido Massochetto.
Em 1967 Zigmundo Zavatski compra o direito da marca e a relança. Em 1986, a J. J. Promoções, de Jeferson Zavatski e João Iensen, recomeça a explorar a marca "Balas Zequinha", oferecendo pacotes de figurinhas com as figurinhas do Zequinha junto com doces, já para preencher álbum próprio.
Apesar dos diversos proprietários, o personagem Zequinha - o mais curitibano de todos os piás - resistiu ao tempo tornando-se um dos grandes ícones paranaense do Século XX.
Em 1979 , o Governo do Paraná lança a campanha do clube do Zequinha , para melhorar a arrecadação de ICM, com algumas figuras já adaptadas aos novos tempos (ecologia, trânsito, etc). Foi feita uma releitura do visual do personagem, mordernizando-o, mas sem ofender o conceito original.

Zequinha ensinou às gerações de piás e gurias paranaenses a contar até 200 e gerou inesquecíveis rodadas de jogo do bafo e um sem número de trocas das figurinhas repetidas na porta dos cinemas e no recreio das escolas.
As Balas Zequinha marcaram de forma indelével a memória de gerações de paranaenses. Todos se recordam, nitidamente, do afã de obter os 200 números (a número 200 era “Zequinha distribuindo”) para ganhar o prêmio máximo, a bicicleta, ou de descobrir, no verso do desenho, o carimbo e o selo da Receita Federal dando direito aos prêmios, entre os quais bolas de futebol e bonecas, lanternas elétricas e porta-níquéis

Das Balas Zequinhas sobraram os doces. 
Onde esteve, onde estará o Zéquinha da infância curitibana?
E quem fez parte do “Clube do Zequinha”? 
Zequinha nasceu em 1929. Foi criado pelo desenhista Alberto Thiele, da Impressora Paranaense, na forma de palhaço careca, de boca aumentada pela maquiagem, gravata borboleta e sapatos tipo lancha.
Virou figurinha-papel de bala, sob inspiração da balas Piolim, que eram embrulhadas em caricaturas do palhaço paulista Piolim.
 
Um dos fundadores da fábrica de doces "A Brandinha", Francisco Sobania, teve a ideia de utilizar os desenhos como papéis de bala, encomendando uma coleção inicial de 30 figurinhas à gráfica. Thiele desenhou esta série inicial e a expandiu até o número 50. Depois a coleção passou a ter 200 figurinhas, sendo as restantes desenhadas por Paulo Carlos Rohrbach.
  
Em 1948, a ideia foi comprada pela firma Irmãos Franceschi & Cia Ltda, de Romar e Radi Franceschi, irmãos que mantiveram a coleção e a patente até 1955. As figurinhas marcaram a infância curitibana, no afã de obter os 200 números para ganhar o prêmio máximo, a bicicleta, ou de descobrir, no verso do desenho, o carimbo - e o selo da Receita Federal - dando direito aos prêmios, entre os quais bolas de futebol e bonecas, lanternas elétricas e porta-niqueis.
 As figurinhas - e a de n.º 200 era "Zequinha distribuindo" - embrulhavam balas de açúcar com essência de frutas, de formato quadrado. A embalagem era feita à mão, por 75 moças, e o consumo exigia uma produção diária de 1200 quilos de balas, ou 360 mil balas, distribuídas em todo o Estado do Paraná. As balas eram distribuídas em latas com capacidade para 100 quilos. A cada tonelada era incluída uma bala embrulhada na figurinha n.º 200. 
Quando ficava difícil se livrar dos números duplos, nas trocas entre os piás e no jogo do bafo, havia as matinadas no Cine Curitiba, onde os colecionadores trocavam 100 duplas por um prêmio. Conforme testemunho de Ronei Franceschi, filho de Romar, "essas matinadas serviam para tirar de circulação figurinhas muito repetidas. Eram o 'Banco Central' da época".
 Dos Franceschi, a marca passou à firma E. J. Gabardo e Massocheto. Comparando os desenhos das várias séries, Rohrbach diz que "da primeira série dos Irmãos Sobania à última, de Gabardo e Massocheto, houve poucas modificações. Na figurinha "Na ressaca" dos Sobania, Zequinha usa óculos, que desaparecem na versão Franceschi. A maior mudança foi o sorriso do Zequinha nas edições Gabardo e Massocheto. Até então, a personagem era "séria". Também se americanizou o "Quininha Papai Noel", nesta edição". 
 
Em 1967, a marca de Gabardo e Massocheto é vendida a Zigmundo Zavatski, que relança no mercado as figurinhas das Balas Zequinha. Em 1979, o Governo do Paraná lança a campanha do "Clube do Zequinha", através da Secretaria de Finanças, para melhorar a arrecadação de ICM. Alguns temas foram adaptados ao tempo, como preocupação ecológica, educação de trânsito etc. A personagem ganhou novo aspecto visual, tentando conservar algumas características originais. 
 Em 1986, a J. J. Promoções, de Jeferson Zavatski e João Iensen, recomeçou a explorar a marca "Balas Zequinha", mantendo pacotes de figurinhas com a personagem, anexados a doces, para preencher álbum próprio.
 Zequinha, jamais envelhece na memória curitibana, ensinou gerações de piás e gurias a contar até 200 mais depressa do que a escola conseguia ensinar. Marcou inesquecíveis rodadas de jogo do bafo e um sem número de trocas das figurinhas repetidas, na porta do cinema e no recreio da escola. Ensinou aos curitibanos os ofícios. É parte fundamental no aprendizado do ofício de ser curitibano. 
Já não eram mais balas, mas era uma sensação doce mesmo assim, colecionar aquela tão íntima e só curitibana mania.
 
Hoje podemos encontrar álbuns quase completos vendidos em sites, por verdadeiras mixarias, e que graça tem comprar um álbum completo ou semicompleto; o que realmente valia era a diversão de montar um, com seu esforço, dia a dia, a surpresa que vinha num envelope fechado, as brincadeiras e trocas entre os amigos... é a mesma coisa que construir um sonho com suas próprias mãos, ou, talvez, montar um desenho animado pré-definido, porém o sabor é puramente infantil e íntimo, daquela época.
 
Para os que não vivenciaram isso naquela época, certamente, não perceberão a importância de uma brincadeira que não tem barulho de laser, nem destruição, nem sangue, nem animação gráfica, mas que nos tornavam semente de uma geração apaixonada por nossa cidade
“Zequinha” virou relíquia para colecionadores
 

  Campanha criada pelo Governo do Paraná, denominada “clube do Zequinha”, que trazia o personagem de um palhaço intensificando a cultura do estado, fez o álbum e as figurinhas virarem raridade após 27 anos 
    Com o objetivo de melhorar a arrecadação do ICM (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias), o Governo do Estado do Paraná lançou uma campanha do Clube do Zequinha. Era necessário ter Cr$ 1.000,00 (mil cruzeiros) em notas fiscais, para trocá-las por um envelope com 20 figurinhas.
  O personagem principal, um palhaço chamado Zequinha, nasceu, originalmente, no ano de 1929 em uma fábrica de doces, onde as balas, feitas apenas de “açúcar e água” como descreveu um colecionador, eram embrulhadas num papel com o desenho de Zequinha exercendo inúmeras profissões e apresentando-se em várias situações.
 
  Quando a campanha foi lançada, algumas mudanças na parte estética do personagem foram feitas. Figurinhas foram excluídas e outras, adaptadas de acordo com o contexto paranaense. Segundo dados do Instituto Memória, a maioria das crianças aprenderam a contar até 200 através da diversão em colecionar as figurinhas do palhaço e completar seu álbum. Trocas na porta das escolas e jogos de bafo, também eram comuns.

  Criação  
  Zeno José Otto, profissional na área de marketing e publicidade e propaganda, criou a agência P.A.Z, localizada em Curitiba. Estandoà frente do atendimento, planejamento, diretoria de criação e diretoria de arte, Otto participou do ICM do Zequinha, na década de 80. Conforme ele mesmo descreve, a campanha “foi o maior sucesso de propaganda governamental do Paraná”.

- A árvore

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Colaboração do amigo Sérgio Cunha
HISTORIAS DA INFANCIA
A ARVORE:
Em alemão se diz, Baum. No meio do caminho tinha uma arvore...tinha uma arvore no meio do caminho.
Na década de 50/60, quando éramos crianças (Kinder), quase não existia brinquedos manufaturados. Não na mesma proporção igual aos dias de hoje. Existiam bicicletas com três rodinhas, bem rudimentares, bonecas (Puppen) bem simples, com cabeça de plástico ou porcelana, gaitas de boca, alguns bichinhos de pelúcia, bem rudimentares, bilboquê, peão, bolinhas de gude, etc.
Certa vez, de tanto pedir, ganhei uma bola de futebol, no natal. Meus pais esforçaram-se para dar-me a bola, porém, devido à falta de conhecimento do meu pai, que nada entendia de futebol (Fußball), pois ele nem tinha tempo para aprender alguma coisa sobre o esporte, trabalhando duramente, a bola que ganhei mais parecia de futebol americano. Ela era oval. Colocava ela em uma posição, ela girava para outra.
Acervo Adalberto Day
Entretanto jogávamos futebol de qualquer jeito. Ora com a bola de um, ora com bola de outro e assim nos divertíamos. Brincávamos de “Pega-Pega”, de “Esconde-Esconde”. Brincávamos de “Mocinho e Bandido e Índio”. Brincávamos também de Tarzan, imitando as cenas das revistas Gibi e um pouco mais tarde, reproduzindo as cenas dos filmes que já passavam nas tardes de matinê no Cine Garcia. As meninas (Mädchen) brincavam na maioria das vezes de boneca, de casinha. Mas, as vezes, reunia-se o grupo todo, meninos e meninas, para brincar de Pega-Pega e Esconde-Esconde.
Nos divertíamos muito brincando de índio e de Tarzan, naquelas matas e capoeiras do Beco Tallmann, principalmente no morro (Hügel) apelidado como “morro do Tallmann”, hoje morro do Centenário, chamado assim, devido ao clube de mesmo nome. Naquela época, a passagem do Beco Tallmann para o bairro Zendron era muito primitiva. Passava-se somente a pé, de bicicleta ou de carroça. Ao chegar lá embaixo do morro, próximo do Centenário, havia uma porteira que abría-se permitindo a passagem para o bairro Zendron. Hoje em dia está a rua toda asfaltada.
Fazíamos cabanas com paus e folhas (Blätter) das arvores. Chegamos a fazer cabana na árvore, isso raramente, porque o trabalho requeria conhecimento e empenho. Brincávamos com os cipós (Reben) que pendiam de algumas arvores.
Naquele ponto (Punkt) mais alto do morro do Centenário e bem na beirada do ribeirão Garcia, tinha uma grande arvore, da qual pendia um cipó bem grosso, com uns 3 centímetros de espessura. Como o morro era inclinado em direção (Richtung) ao ribeirão, subíamos até um barranquinho mais alto, segurávamos no cipó e balançávamos em direção ao ribeirão até bater com os pés na arvore.
Um certo dia, brincando próximos daquela área, passamos pela arvore e decidimos cada um balançar uma vez antes de ir para casa. Todos balançaram divertidamente. Eu fui o último. Peguei o cipó, respirei fundo (Tief) e me lancei contra a arvore. La fui eu. Pernas duras e pés preparados para amortecer o impacto. Quando meus pés tocaram a arvore, minhas pernas (Beine) se abriram.
Geeente! Vocês já assistiram um daqueles documentários sobre lobos? Quando o lobo (Wolf) levanta a cabeça em direção a lua e começa a uivar? “Aaauuuuuu......uuuuuu...uuuuuu! No final, o lobo ainda dá aquelas paradinhas para fazer:   uuu...uuu...uuu! Éééé, véio, foi uma  trauletada. Sentei, me encolhi, “tentando” respirar fundo até “voltar a terra”. Ninguém viu, pois todos os guris já haviam corrido morro abaixo em direção as suas casas.
Felizmente e novamente aqui, quero agradecer a presença sempre constante do Anjo da Guarda em minha vida. Tudo terminou bem. Casei-me, minhas filhas estão aí, meus genros, meus netos e neta. E vamos que vamos! Ufa!
Sergio Cunha – 04/03/2018
Reprodução

- Mario Sergio Cortella

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Saindo um pouco do meu padrão de postar somente sobre Blumenau e região, a entrevista concedida à Jornalista KARINE WENZEL do jornal de Santa Catarina  COM Mario Sergio Cortella, Vale a pena a leitura.
24/02/2018 | N° 14384
ENTREVISTA
Ser feliz o tempo todo é uma forma de tolice, e infeliz, um desperdício
O impacto do discurso de ódio nas redes sociais e da intolerância nas relações humanas. A importância de encontrar um propósito no trabalho e aprender que a felicidade não é um estado, tampouco é constante. Essas questões tão fundamentais e complexas são tratadas de forma direta e didática pelo escritor Mario Sergio Cortella, que desponta como um dos mais conhecidos filósofos brasileiros.

Com mais de 1 milhão de livros vendidos, o paranaense nascido em Londrina lança seu 36º livro, A Sorte Segue a Coragem!, no qual é taxativo: coragem não é ausência de medo, é a capacidade de enfrentá-lo.

O professor-titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde atuou por 35 anos, deu aulas de ciências da religião e também teve uma experiência de três anos como monge. Aos 63 anos, é avô e com dois netos manezinhos.

Apesar das críticas que faz às redes sociais, que “permitem a idiotice vir à tona”, interage bastante com elas. São mais de 1,3 milhão de curtidores em sua página no Facebook e 30 mil inscritos no canal de Youtube.

Em entrevista por telefone, Cortella falou, como não podia deixar de ser, sobre diversos temas, desde sorte e eleições até confrontos e a busca por felicidade.

- Presenciamos um aumento dos discursos de ódio, principalmente nas redes sociais.Estamos mais intolerantes?
Não, estamos mais em condições de fazer com que a intolerância, que já tinha seu lugar, possa vir à tona de maneira ampliada. A perspectiva de rejeição a quem não pensa ou não é como eu já existia. E hoje nós temos uma tecnologia que tem inúmeros elementos benéficos, mas que também tem essa possibilidade de fazer com que as pessoas tenham a capacidade de reação de modo intempestivo, sem reflexão, sem raciocínio, dada a velocidade da comunicação. Hoje, essa intempestividade favorece, às vezes, a perda de reflexão, de raciocínio e até de bom senso.

- E esse seria um dos maiores perigos das redes sociais?
Eu acho que elas são magníficas em relação a modos de comunicação, capacidade de agregar forças, de estruturar organização de pessoas em torno de ideias e projetos, elas são uma grande fonte de entretenimento. Mas de modo algum elas podem ser olhadas como isentas de alguns malefícios. Dentre eles, permitir que a pessoa, que não necessariamente é marcada por uma capacidade intelectual de ser tolerante, tenha um palanque para se manifestar. Hoje não só há possibilidade de aquilo que é benéfico e bonito vir à tona, mas também da idiotice. Obviamente a questão não é da tecnologia em si, mas ela carrega a possibilidade desse tipo de efeito colateral. Que também terá de ser testado, ele é muito novo entre nós, é uma coisa que ainda não pegou nenhuma geração por inteiro na nossa sociedade.

- E esses impactos das redes ganham mais dimensão em um ano como esse, de eleições?
Sim, eles aparecem todas as vezes que temos situações que nossas posturas são postas à prova. Isso vale em várias situações. Por exemplo, você só tem uma briga mais intensa no condomínio, quando tem reunião de condomínio (risos). Você só tem situação em que há possibilidades de rusgas, de quebra da convivência, quando alguma coisa terá de ser decidida coletivamente. Então um ano como 2018 é um ambiente mais favorecedor dessa possibilidade, porque temos de tomar posição. E quando você tem de tomar posição relacionada à política, à religião, ao esporte isso fica algo muito fervido em nosso cotidiano. Não é algo tão fácil.
- E pode acabar em conflito...
Pode acabar em conflito, mas que não é necessariamente negativo, o problema é se acabar em confronto. Porque o conflito é importante. Uma democracia, uma família, uma relação amorosa, ela tem conflitos. Conflito é divergência de postura de ideias e a intenção do conflito é geração do consenso. Já o confronto é a degeneração do conflito, numa busca de anular a outra pessoa, de excluí-la. Por isso o conflito é sempre bem-vindo, o confronto não. Por isso uma eleição precisa ser inteligente. Quem a vencer em 2018 precisa ser capaz de compor a paz social e impedir que o confronto venha à tona. Eu gosto muito de um exemplo que acho que serve como exemplo para o Brasil. Abraham Lincoln, quando foi eleito nos Estados Unidos em 1860, era um senador de primeiro mandato em um Estado menos importante naquele momento. Ele venceu homens poderosos e o primeiro ato foi escolher como seus ministros nas três principais áreas aqueles que foram os que havia derrotado nas eleições. É um sinal de inteligência impedir na política, na escola, na igreja, na família que o conflito se degrade e vire confronto.

- Como as pessoas podem evitar esses confrontos?
A primeira coisa é obedecer o antigo aviso que as estradas de ferro traziam, que é “pare, olhe, escute”. Antes de atravessar qualquer linha, a do pensamento, da discussão, do debate, preste atenção, tente capturar o que o outro quer dizer, o quanto aquela pessoa só pensa diferente, não é teu inimigo. Neste sentido é preciso que a gente tenha capacidade inclusive de humildade para entender que há muitos modos de ser humano. E nós somos um deles. A gente precisa ter uma compreensão sobre o lugar das diferenças. A capacidade de tolerância se dá quando a gente entende que a diferença é um valor da nossa existência à medida que aumenta nosso repertório de soluções. Portanto, ser diferente não é ser desigual, é apenas ser diferente.

- Essa compreensão seria um passo para avançar como humanidade?
Sim. Tem muita gente que se acalma e diz que estamos evoluindo. Mas temos que entender que Charles Darwin nunca usou a palavra evolução como sinônimo de melhoria, ele usava como sinônimo de mudança. Que é o que a palavra significa em grego. Câncer também evolui, problema também se desenvolve, encrenca também progride. Por isso é preciso o uso muito maior da nossa inteligência para que a gente não degrade essa condição. Afinal, como um dia lembrou Mahatma Gandhi, olho por olho, uma hora acabamos todos cegos. E neste sentido é necessário mais capacidade de acolhimento, sem que eu abra mão da minha identidade, do meu pensamento, minha postura. Mas acima de qualquer coisa entenda que a noção de ser humano (e eu tô usando o ser como verbo, não como substantivo) é plural, não é individual. Não existe ninguém no mundo como eu, mas eu não sou o único a estar no mundo.

- Seu último livro A sorte segue a coragem! aponta caminhos para que cada um cultive a própria sorte. Como podemos fazer isso?
Primeiro, ele visa a lidar com uma noção de que coragem não é ausência de medo, é capacidade de enfrentar o medo. Uma pessoa que diz que não tem medo, ela não é corajosa, é inconsequente. O que a gente não deve é confundir medo com pânico. Pânico é a incapacidade de ação, medo é estado de alerta. E quando a gente diz que a sorte segue a coragem expressa a noção que a coragem precisa ser competente, para que quando a ocasião vem à tona ela possa ser aproveitada. Por isso temos de ter a coragem como mecanismo de movimento, não como se a gente sentasse e aguardasse a sorte, o acaso.

- Então a gente também é responsável por nossa sorte?
Com certeza. Há um ditado caipira da minha região no Paraná que diz que o cavalo não passa arreado duas vezes. Evidentemente tem que ser completado: saberá montar um cavalo o primeiro que estiver prestando atenção. Segundo, precisa ter habilidade para montar o cavalo, tem que se preparar antes. Senão montá-lo será um desastre. Então a sorte não pode ser desprezada como um fator benéfico ou maléfico. Também parte daquilo que faço e dá errado muitas vezes se deve a coisas que eu não quis. E eu preciso estar preparado para alterar minha rota e plano. Um dia Publílio Siro escreveu que um plano que não pode ser mudado, não presta. Mas precisa ter um plano, inclusive para ser mudado.

- Seu livro Por que fazemos o que fazemos fala sobre carreira. É possível ser feliz no trabalho?
A gente pode encontrar felicidade no trabalho, mas não é o lugar que ele vem sempre à tona. Aliás, nenhum lugar o é. Alguém que diz “eu quero fazer alguma coisa que eu gosto”, é uma pessoa que está dizendo o óbvio. Só um imbecil gostaria de fazer o que não gosta. No entanto, para se fazer o que se gosta e obter algum ponto de felicidade nisso, é necessário fazer muita coisa que não se gosta.

- Isso passa por encontrar também um propósito no trabalho?
Sim, afinal de contas é aquilo que coloco como meta e vou buscar. Por que faço o que faço? Porque me mandam, então eu tenho um propósito que é obedecer. Faço porque quero dar um passo para outro lugar, então aquilo que faço é uma etapa para obtenção de outra condição. O que não pode é ter uma vida automática, robótica, superficial. Portanto alienada. O propósito é o que impede a alienação.

Mas também há uma espécie de obsessão em se estar sempre feliz...

A felicidade não é um lugar que você chega, é uma ocorrência, é um evento que não é contínuo. E quando ela vem a gente tem que aproveitá-la, porque sabe que ela vai embora. Mas ela volta. Ela é um instante, um momento, não é um tempo em que tudo será paradisíaco. Pelo contrário, a gente sabe que a vida tem turbulências, mas ela não tem só isso. Ser feliz o tempo todo é uma forma de tolice e ser infeliz o tempo todo é um desperdício de vida.

- Para muitos o ano começa de fato agora, depois do Carnaval. O que fazer para ter um ano produtivo?
A gente precisa ter projetos, propostas e metas exequíveis, ou seja, que possam ser realizados. Se eu coloco para 2018 alguns objetivos que eu tenha muita dificuldade para alcançar, mesmo que esforço eu faça, eu vou conseguir ao final do ano frustração. A única possibilidade de eu não ter apenas frustração é estabelecer, mesmo que sejam poucas, metas que sejam realizáveis. E neste sentido as grandes perguntas são: quando terminar 2018, o que eu gostarei de ter feito? O que não terei feito, mas posso vir a fazer? E o que eu não fiz, porque fui relapso, fui negligente e preciso melhorar minha condição para alcançar isso? É um tempo de autoconhecimento para que não se termine em frustração, mas que também não se abandone a colocação de metas, vivendo uma vida no automático, alienada. Por isso um ano pela frente é uma possibilidade de realização de projetos. Nem tudo o que desejo acontecerá, mas se eu nada desejar, aí sim é que nada acontecerá.

karine.wenzel@somosnsc.com.br

- Revivendo a E.I. Garcia

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Postagem feita pelo amigo Djalma Fontanella da Silva (foto) no Grupo Antigamente em Blumenau. Os comentários aqui transcritos emocionam a qualquer um que conviveu com esta potência industrial que foi a Empresa Industrial Garcia, primeira indústria Têxtil de Blumenau de 1868, e que chegou em seu “auge” em 1973 com 5.238 empregados. 
Sinto-me inserido nos comentários. Adalberto Day
Empresa Industrial Garcia fundada em 1868– A imagem de 1970, mostra o poderio da empresa com mais de 5 mil colaboradores. Parque esportivo, cooperativa, parque fabril, Casas populares, Igreja Nossa senhora da Glória e Escola São José (EEB Celso Ramos). Tudo girava em torno a Garcia que incentiva todas as praticas religiosas, educação, Cooperativismo, esporte, lazer e de bons costumes.
Acervo Dalva/Adalberto Day.
1 - Inicio do Complexo Esportivo do Amazonas Futebol Clube;
2 - Cooperativa de Consumo do Empregados da Empresa Industrial Garcia;
3 - Parque Fabril da Empresa Industrial Garcia;
4 - Casas Populares onde moravam alguns dos funcionários da Empresa Industrial Garcia;
5 - Igreja Nossa Senhora da Gloria;
6 – Grupo Escolar São José, posteriormente Conjunto Educacional Governador Celso Ramos.
As participações
Ademar Sestrem
Linda foto! Trabalhei oito anos na EIG. Pena que aquele império se transformou numa pérgula da Coteminas!!
Caro Djalma Fontanella fico feliz por você postar artigos de Blumenau antigamente relativos ao bairro Garcia e adjacências pois até então só se postava fotos e artigos da parte "VIP" da cidade como se os bairros não existissem, e todos se sentiam muito a vontade para comentar o status de Alameda Rio Branco e bairros mais nobres de seus antepassados. Parabéns pela iniciativa!
Djalma Fontanella
A postagem é minha, mas os méritos do Acervo do Adalberto Day.
Tere Nolli
Quem trabalhou na EIG nesse período, lembra daquele carrinho, que ficava na beira da calçada, e vendia uns pastéis deliciosos. Olhem bem para a foto e veja se não é o carrinho que está estacionado ali. Bom, eu coloquei uma lente daí é possível vê-lo......rsrsrs....ele ficava logo na saída da rua Emílio Talmann , só que o carrinho ficava no lado esquerdo de quem vai em direção a rua da Glória.
Ademar Sestrem
Sim Tere Zimmermann comprei muita bananinha ali!!! rsrsrs
Tere Nolli
É mesmo Ademar Sestrem tinha bananinha também. Eu comprei muito pastel e bananinha. Lembro que as 4:30 da manhã quando chegávamos na portaria, as vezes comprávamos um pão com pastel, para comer as 8:30. lembro que eu ficava contando os minutos para chegar essa hora para comer o delicioso pastel. Lembrando que não não era sempre que dava para comprar, pois tínhamos que dar o pagamento todo em casa, e não sobrava nada para nós (eu e minha irmã).
Maria De Fátima Pereira
NÃO ME LEMBRO DO NOME DO SR DO CARRINHO ,MAS O SOBRENONE É BITTENCOURT, A FILHA DELE DALVA E O FILHO TRABALHAVAM NA EMPRESA GARCIA. E TAMBÉM ESTUDARAM NA ESCOLA SÃO JOSÉ.
Djalma Fontanella
Já havia notado aquele carrinho em outras fotos e me lembrado..........quando o Rigon Knop ia lá e comprava amendoim.........foi quando peguei nojo de amendoim......kkkkkkkkkkkk.nem perguntem o que ele fazia....kkkkkkkk
Maria De Fátima Pereira
NÃO PRECISA NEM CONTAR ACHO QUE TODOS SABEM.RSRSRS. ELE JÁ É FALECIDO.
Djalma Fontanella
No topo do morro que ficava atrás da Empresa Industrial Garcia, aquele que esta sem vegetação, foi instalado nos meados da década de 1960 a primeira repetidora de TV de Blumenau, que na ocasião era da TV Paraná Canal 6 de Curitiba.
Lorena Karasinski
Djalma Fontanella. Lembro. Não daria de chamar bem de repetidora. Faziam o que podiam para a época. Assistíamos chuviscos, kkkk Quando melhorava então... 5ª à noite, Missão Impossível e Sábados a tarde, Jovem Guarda. rsrsrs
Djalma Fontanella
O Túnel do tempo, Jornada nas Estrelas, O Fugitivo. Domingo, o Clube do Curumim........
Ivonete Poerner
Acho que o carrinho era do avô do Vilmar da Silva (enfermeiro da Artex), acho que o nome dele era Sr. Novaes. Adalberto Day : (Ivonete esse do senhor Novaes se localizava nas dependências da Cooperativa dos Empregados da Empresa Industrial Garcia, o citado aqui é ao lado do ponto de ônibus em frente a cooperativa).
Osmar Roepcke
Osmar Roepcke Lembro bem de tudo isso inclusive o relógio que ficava em uma torre. Assisti muitos jogos do Amazonas sentado no muro que circundava o campo. Saudades desse tempo.
André Luiz Bonomini
Djalma, só me refresca a memória... ali no nº4 era a Rua 12 de Outubro... confere?
Djalma Fontanella
Djalma Fontanella Sim André luiz 
1967
Carlos Jorge Hiebert Russo
Eu nasci e morei até os 20 anos em uma casa na rua 12 de Outubro identificada com o numero 4, trabalhei de 1965 até 1975 neste parque fabril, meu pai David Hiebert também trabalhou aqui por 25 anos meu irmão Adolfo Hiebert trabalhou neste complexo industrial por 44 anos e tenho um filho que também trabalhou aí por algum tempo. A população que vivia em seu entorno e dependia desta empresa tinha muito orgulho de tudo. Orgulho e respeito pelos diretores, pelo primeiro emprego, pelas casas da fábrica onde morávamos pelo estádio olímpico da fábrica que tínhamos o direito de desfrutar pela Escola São José que virou Celso Ramos pelo campinho do 12 onde disputávamos garrafa de capilé pelo Ribeirão Garcia onde escondido dos pais tomávamos banho, conhecíamos e convivíamos com centenas, milhares de pessoas como se fossemos uma grande família. Esta empresa oferecia berçário para crianças cujas mães eram funcionárias, esta empresa dispunha de medico e dentista e ambulatório para os funcionários e seus familiares isto a mais de 70 anos atrás. Minha memória consegue me levar a cada metro onde viviam e trabalhavam pessoas abnegadas, que produziam riquezas, que tinham respeito entre si, é neste espaço que de mãos de pessoas humildes que se produzia as tolhas e roupas de camas consumidas e admiradas pelo Brasil e exterior. Foi com o salário oriundo do emprego desta maravilhosa fabrica que muitos dos filhos dos funcionários puderam buscar uma instrução superior o que os levou a galgar espaços profissionais importantes na economia do pais, cito como exemplo me irmão Valter Hiebert que aqui trabalhou por alguns anos e chegou a um cargo no alto escalão do Banco Central do Brasil e posteriormente foi Diretor da Caixa Econômica. Eu na adolescência comecei trabalhando na oficina fazendo os trabalhos mais simples e terminei meus últimos anos com Mestre da Fiação. Por estas coisas e mais uma porção de motivos que vou deixar para outros lembrarem. Aqui meu registro e agradecimento ao visionário Adalberto Day que garimpou e guardou este e outros registros da vida de milhares de pessoas. Quanto orgulho deste espaço, quanto orgulho de ser da família da EMPRESA INDUSTRIAL GARCIA
Imagem 1958 - foto batida do Campinho do 12 citado pelo Carlos Russo, mostrando a E.I. Garcia
Marilena Lana
Marilena Lana
Marilena Lana Meu avô e seu irmão vieram da Suíça para montar uma maquina , creio que tear; comprado pela empresa.
Amaram o Brasil, acharam as brasileiras lindas e aqui ficaram.
Meu avô trabalhou 50 anos nesta empresa.
Casou-se com Hildegardt Bernhardt.
Tiveram 11 filhos.
Onde 3 morreram crianças.
Moraram primeiramente nas primeiras casas da empresa, depois foram morar no chamado beco Talmann.
Meus tios, creio que quase todos trabalharam ali.
Eu tenho lindas recordações, e outras até tristes.
Mas o importante, EMOÇÕES EU VIVI...
Pois creio que nós fomos afastados um pouco da família porque meu pai , desde que eu me conheci por gente, foi alcoólatra.
E também na época era muito rígido a forma de casamento.
Minha mãe professava outra religião e não tinha origem alemã.
Que na verdade, hoje vejo um certo ponto de realidade. Não viver num lar de crença diferente, pois é impossível guiar uma carroça sem que os cavalos vão para mesma direção.
Então, também convive neste meio industrial, nas festas no Campo do Amazonas, nas festas de Junho, etc...
Djalma Fontanella
Como era o nome de sua mãe Marilena Lana?
Marilena Lana
Marilena Lana Minha saudosa mãe, Daura de Simas, casada Iten.
Filha de Itapema.
Djalma Fontanella
Pergunto porque minha mãe era muito amiga de uma senhora na rua Emílio Talmann que era de uma religião que não era a católica. 
Airton Gonçalves Ribeiro 
A manifestação do Amigos Carlos Jorge Hiebert Russo, é emocionante para a população que usufruiu das benesses descritas no seu depoimento, convivi estes momentos, estudamos juntos, caminhamos nos mesmos caminhos e trabalhamos na inesquecível EIG, graças ao talento de Adalberto Day estes momentos históricos e felizes possuem o seu registro, não sabíamos e vivíamos imaginando que isto seria eterno e não foi, mas valeu a pena, a memória viaja no tempo e revive estes momentos e parecem sonhos, mas não, foi realidade....saudades lembranças....infelizmente ao término destas memórias somos traídos pela tristeza, não encontramos mais as pessoas que faziam parte deste verdadeiro sonho e muito longe, distante, impossível de termos novamente estes momentos.... tristeza... muita tristeza..
Marli Hornburg
Essa toalha minha mãe ganhou de presente de casamento a 52 anos atrás. ....guardou e me deu de presente pois sempre admirei a estampa maravilhosa, de muito bom gosto daquela época.
Ludgero Amorim 
Que beleza de foto. Muitas saudades.  
Norma Wachholz
Que relíquia ...tudo era valorizado nessa época ...parabéns. 

Face: Antigamente em Blumenau

- As Pontes de Balanço

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AS PONTES DE BALANÇO
RECORDAR É VIVER.
Mais uma contribuição do amigo Sérgio Cunha



Alguém já falou esta frase: “Recordar é viver”. Até 1961 as pessoas acessavam o Beco Tallmann, por uma ponte pênsil, chamada por todos de “ponte de balanço” e o acesso era ali, do lado esquerdo da antiga Cooperativa de Consumo dos Empregados da E.I. Garcia (Veja foto abaixo).
Lembro que além dessa, existia outra na Rua Capinzal com acesso ao Clube Centenário e outra próxima da Associação da Artex, que ligava a ruaCatarina Abreu Coelho a rua Júlio Heiden. Crianças gostavam de pular sobre elas para vê-las balançar, porém, logo eram advertidas por algum adulto. 
Foto: Ponte pênsil (bem semelhante) as do Bairro Garcia
O acesso para veículos, carroças e raros “automóveis” e caminhões, era feito pelo lado direito do prédio da cooperativa, extremando com o campo do Amazonas. Nesse local tinha uma rampa, de terra, que permitia passagem ao Beco, pelas águas do ribeirão Garcia.
Esta estrada não dava acesso ainda para o bairro Progresso e se estendia somente até atrás da Associação Artex, próximo da propriedade da Frau Bachmann.
Foto: Construção Ponte Rua Emilio Tallmann (Acervo Adalberto Day)

Em 1961 foi construída a ponte de concreto armado substituindo a antiga ponte de balanço, facilitando enormemente o trafego, já que a região crescia rapidamente por conta da proximidade com as duas empresas, E.I. Garcia e Artex S/A. Nessa época o Beco passou a chamar-se rua Emilio Tallmann, sendo esta alargada e estendida até ligar-se com o bairro Progresso mediante arua Julio Heiden. 
Em frente da cooperativa ficava o ponto de ônibus, parada para quem se deslocaria ao centro e outros bairros. Ao lado desse ponto de ônibus, tinha um pequeno quiosque onde as pessoas, principalmente os funcionários, compravam lanches, pastéis, bananinhas, para saborear nos horários de pausa para café, além de outras guloseimas como balas, amendoim torrado, paçoquinha, etc. Esse quiosque era de propriedade do Sr. Pedro Novaes, que por muitos anos explorou esse nicho comercial.
Ali do lado esquerdo da entrada para a ponte ficava o ambulatório da E.I. Garcia. Esse ambulatório foi extremamente importante para os funcionários da empresa, pois fazia a triagem da maioria das enfermidades que atingiam a população, deixando passar somente os casos mais graves, para os hospitais da região. 
O médico responsável pelo ambulatório era o Dr. Caetano, clinico geral, um homem alto, moreno, robusto, que contribuiu intensamente no tratamento das pessoas do bairro, já que além de atender os funcionários, atendia também seus dependentes. O Dr. Caetano atendia a domicilio, caso tivesse dificuldade de deslocamento do paciente até o ambulatório.
Assessoravam o Dr. Caetano os enfermeiros e enfermeiras, como o Sr. Nilton Tobias Aguiar, o Sr. Ewaldo Mass e a Sra. Veneranda da Rosa (Vanda), são os que lembro no momento. Enfermidades mais simples, como dor de garganta, eram resolvidas na maioria das vezes pelos próprios enfermeiros que recomendavam umas pastilhas de Pondicilina e dentro de 2 a 3 dias a pessoa estava restabelecida. Passei por isso. As pastilhas além de eficientes eram docinhas, iguais as “balas Zequinha”, kkk.
A E.I.Garcia contava ainda com um ambulatório dentário e o dentista responsável era o Dr. José Dobes, outro grande profissional que trouxe inestimável colaboração a população do bairro.
O médico responsável pelo ambulatório da Artex era o Dr. Margarida, clinico geral, também um homem alto e robusto. Era assessorado pelas enfermeiras dona Alaíde Gauche, Frida Caresia, o enfermeiro Vilmar da Silva e outros. Com o desenvolvimento da empresa, mais tarde novos profissionais foram incorporados ao quadro clinico, como o Dr. Sergio Braga, Dr. Marco Antônio Wanrowsky, Dr. Cézar Zillig, Dr. Hamilton, enfermeiro Augusto Cesar Viana e outros.
No quadro de funcionários da Cooperativa da E.I. Garcia figuravam, o Reinaldo Olegário como gerente, Vitorio Pfeiffer, Ronaldo Gonçalves, Curt Labes, Antônio Tillmann, o Cunha, Germano Krueger, Jeter e outros.
Do quadro de funcionários do Armazémda Artex faziam parte o Sr. Arthur Rudolph como gerente, o Fifa (Pfeiffer), o Reinaldo de Melo, entre outros. Nota: Nos informou o Adalberto Day que a da Artex não era Cooperativa, mas sim Armazém.
Nos dias de compra mensal formavam-se imensas filas de pessoas, cada uma com sua lista de compras, que esperavam pacientemente a vez de ser atendidos pelos funcionários.
O sistema de atendimento era totalmente diferente de hoje. Do lado de fora do balcão ficavam as pessoas esperando receber seus produtos. Do lado de dentro ficavam os atendentes, apanhando os produtos, nas prateleiras, balcões, gondolas e pesando ou medindo na quantidade solicitada. O valor da compra daquele mês era descontado no próximo pagamento mensal.
Na frente do prédio da cooperativa existia um estacionamento para bicicletas (foto), muito bem feito em madeira de lei pelos marceneiros da empresa. Cada bicicleta tinha seu lugar no suporte onde encaixava a roda dianteira. Sempre que o estacionamento estava todo ocupado, as pessoas deixavam suas bicicletas encostadas ao lado do prédio. As vezes as pessoas estacionavam a bicicleta no estacionamento e dirigiam-se ao centro da cidade. Quando voltavam, devido ao encerramento do expediente da cooperativa, as bicicletas estavam presas.
Foto: Acervo Adalberto Day
A pessoa pulava o muro, passava sua bicicleta por sobre este e ia para casa pedalando na Calói, kkk. Ninguém pegava a bicicleta alheia. As pessoas tinham respeito e eram honestas. A medida em que as empresas progrediam aumentando seu desenvolvimento fomos perdendo esse privilégio. Realmente eram tempos muitos bons. Saudades!   -   (Sérgio Cunha   -   04/04/2018)

- Falecimento de uma lenda esportiva: Teixeirinha

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O CRAQUE ETERNO
- Nascido em Tubarão SC em 03 de agosto de 1923. O ex-jogador de futebol Nildo Teixeira de Melo, o Teixeirinha, faleceu sábado, 9 de junho/2018, aos 95 anos, vítima de Alzheimer.
          Teixeirinha foi considerado o melhor jogador de futebol de Santa Catarina de todos os tempos e na época década 1940/50 do Brasil.Jogou em vários clubes não só de SC, mas do Brasil.
Entre esses clubes, estão Palmeiras de Blumenau, Carlos Renaux de Brusque, Olímpico de Blumenau, Botafogo, Bangu do Rio de Janeiro, e São Paulo. 
Santo Cristo, Otávio, Heleno, Geninho, e Teixeirinha.
           No Botafogo jogou ao lado do maior jogador da história do glorioso, Heleno de Freitas, e no Bangu, nada menos ao lado do mestre Ziza o Zizinho, um dos maiores jogadores da história do Brasil. 
Teixeirinha e Zizinho
          Teixeirinha em 1950 teria disputado a copa do mundo se fosse pela vontade de João Saldanha, Técnico e cronista.
A imagem mostra o Carlos Renaux de Brusque em 1958, após uma partida contra o Botafogo do Rio de Janeiro 5x5 foi o placar. Em pé da Esquerda para a direita: Esnel, Tesoura, Ivo Meyer, Baião, Mosmann, e Gordinho; Agachados (Massagista), Petruscky, Julinho, Teixeirinha, Júlio Camargo e Agenor.
Teixeirinha e Adalberto Day em 2006
Palmeiras 1950 Campeão do Centenário de Blumenau
Da (E) para (D) em pé : Oscar, Schramm, Antoninho, Augustinho, Augusto, Alvarenga, Libório (massagista). Agachados Jonas, Lazinho, Bitinho, Teixerinha, Paulino – Técnico José Henrique Pera. (arquivo de Orlando Schramm Filho)
Teixeirinha foi Pentacampeão pelo Palmeiras Esporte Clube de Blumenau na Liga LBF – Liga Blumenauense de Futebol (1944/45/46/47/48). Campeão do Centenário de Blumenau pelo Palmeiras em 1950.  Tri-campeão pelo Carlos Renaux da LBF – (1952/53/54) e 1958.  E Tri-campeão da liga de Brusque (1960/61/62)
Campeão pela Seleção Catarinense Sul Brasileiro em 1960.
 Para saber mais acesse:
 Acervo de Adalberto Day/Valdir Appel
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