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- Lauro Eduardo Bacca

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Por solicitação do Cientista Social e pesquisador Adalberto Day, gentilmente nosso Naturalista e Ecólogo Lauro Bacca nos enviou parte da rica história de sua vida e curriculum
Lauro Eduardo Bacca, fevereiro de 2017.
 
Tempo do Mestrado no INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus- AM, 1977, foto de Êdela Tereza W. Bacca;

Recordando minha vida, começo agradecendo aos meus pais, que aceitaram e não tolheram minha paixão pela natureza e toleraram minha primeira criação de cobras, ainda pré-adolescente, escondida, inicialmente sem que minha mãe soubesse, atrás das bananeiras, em nossa casa, do na rua Amazonas, 1204, no Garcia, onde vivi dos 2,5 anos até os 24 anos. Sou o quarto de oito irmãos, filho de Lauro Bacca e Mary Lucy Bacca. Até os 2,5 anos vivi na rua Mariana Bronemann, no bairro da Velha.

             Agradeço também à Êdela, minha melhor conselheira e aos filhos, pela paciência por tantas esperas e tantas ausências minhas, motivadas pela boa ou má obsessão que adquiri pela causa ecológica e pela preocupação com o nosso futuro, com um mundo melhor de fato e não melhor apenas através da grande ilusão do consumo, excesso de materialismo e tecnologia. Junto com a família, agradeço também a todos os amigos, pela compreensão e tolerância por tantas vezes ter sido “ecochato” e “biodesagradável” e por não ter jamais conseguido deixar de ser um incontrolável Ecohólatra.

            Numa conversa recente com amigos e companheiros ambientalistas e conservacionistas, surgiu a pergunta: mas por que nos preocupamos tanto com a proteção ambiental? Qual foi o bicho que nos mordeu ou picou? No que Leocarlos Sieves veio com a resposta lapidar: foi o bichinho da INDIGNAÇÃO, indignação que não nos deixa sossegados vendo tanta destruição irracional (se é que existe destruição racional) acontecendo, tanto prejuízo ao planeta e tanto comprometimento da qualidade de vida dos nossos pósteros e das futuras gerações.

Revelo aqui alguns aspectos pessoais de minha vida e minha maneira de ver algumas coisas, aspectos que normalmente não constam dos currículos como o aqui apresentado.
 
logo após ter recebido o Troféu Fritz Müller "Personalidade Ambiental de SC - 2005" - solenidade da FATMA/Governo Estadual, Florianópolis, junho de 2005. Foto Iumaã Carolina Bacca.

            Sou blumenauense nato, filho de pai gasparense que residiu 90 anos em Blumenau e de mãe blumenauense, da família Sada. Descendo de imigrantes italianos das famílias Zendron, Bacca e Sada, da brasileiríssima família Jacinto, do lugar Carijós, hoje bairro no município de Indaial e de imigrantes alemães da família Zimmermann, com prováveis ancestrais mais antigos de origem árabe e outros, o que permite dizer que somos, a exemplo de tantas outras famílias brasileiras, uma autêntica “salada genética”, com predominância de italianos das regiões de Trento (sobrenomes Bacca e Zendron) e Milão (Sada). Os Zendron emigraram da localidade de Valda, não muito longe de Trento também.

            A mais antiga notícia que temos dos Bacca, por enquanto, é que eles habitavam um minúsculo e perdido pontinho no mapa, chamado Rumo, nos atuais Alpes italianos, quase fronteira com a Suíça e a Áustria, dali migrando para a região de Trento, em 1790, onde moram vários Bacca na cidadezinha Mezzocorona, vizinha a Trento. (Sabe-se lá se não somos descendentes de Ötzi, como foi batizado o homem que em 1991 foi descoberto conservado no gelo e que andava pelas proximidades da pequeníssima Rumo, há mais de cinco mil anos !!!)

Devaneios à parte, o certo é que vários Bacca, assim como os Zendron, vieram para o Brasil na grande imigração italiana de 1875 sendo instalados na localidade de Gasparinho. Foi ali que meus bisavós Carlo Bacca e Antônio Zendron Senior iniciaram a dura vida de imigrantes europeus nas tropicais terras, em grande parte hoje pertencentes à empresa Bunge de Gaspar. Os Sada vieram da região de Milão, Itália e se instalaram inicialmente em Florianópolis. O imigrante Antônio Zendron Sênior foi pai do também imigrante Antônio Gaspari Giovani Zendron, patrono de conhecida rua Antônio Zendron, entre os bairros Garcia e Valparaizo em Blumenau. (Em Gaspar também existe uma rua Antonio Zendron e a rua Paulo Zendron, seu irmão)._

            Apesar da principal ascendência italiana, eu e meus irmãos, infelizmente, pouco fomos influenciados por ela, provavelmente pelo fato de não ter sido formada no Gasparinho uma colônia italiana propriamente dita e que teria mantido a língua e costumes por gerações, como acontecido em Nova Trento, Rodeio, Ascurra e Rio dos Cedros, por exemplo. Tivemos então uma maior influência e experiência de sentir ainda um pouco do que foi a origem predominantemente germânica da nossa cidade.

Crescemos, meus sete irmãos e eu, ainda em tempo de ouvir o tratamento de “Frau”, dado à algumas senhoras vizinhas e o tratamento de “Dona”, dado a outras. Também ouvíamos as Fraus tratarem nossa ítalo-brasileira mãe como “Frau Bacca” e ouvir suas conversas em alemão. Hoje, fevereiro de 2017, restam pouquíssimas “fraus” da rua Amazonas da minha infância e juventude como a minha tia Frau Brunner, com quase 97 anos e a Frau Leyndecker, ou Dona Tereza, com 87 anos, além da mãe Frau Bacca com 90 anos.
 
Sendo cumprimentado pelo Prefeito Carlos Curt Zadrozny ao receber o prêmio "Estímulo ao Trabalho", (quarto colocado) no Concurso "Cientistas de Amanhã" de 1966, durante o encerramento da Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) que aconteceu em Blumenau, no Teatro Carlos Gomes - foto - fotógrafo oficial da Reunião em julho de 1966. Estava com 15 anos;

            Nos estudos de primeiro e segundo graus, tive a felicidade de passar pelos três grandes colégios do Centro de Blumenau da época. Nessas escolas, tive a felicidade de aprender com notáveis mestres e formadores de caráter, entre os quais destacaria Dona Aurora Dorigatti, no curso primário do Colégio Sagrada Família, Frei Fulgêncio, Frei Odorico, João Mosimann, e Rivadávia Wollstein, entre outros, no curso ginasial do Colégio Santo Antônio, Lothar Krieck, Valdir Floriani e João Medeiros, entre outros, no curso Científico do Colégio Pedro II, este então dirigido com capacidade, seriedade e pulso forte, quase mão de ferro, por Joaquim Floriani.

            Fui o quarto e último dos oito irmãos que meu pai conseguiu manter estudando em bons colégios particulares, no caso o Colégio Santo Antônio. No entanto, sair do ginásio no Santo Antônio e entrar no curso Científico do Pedro II, um colégio público estadual, não significou perda de qualidade de ensino. O Pedro II era, isso mesmo, ERA um excelente educandário à época, o que demonstra que o ensino público pode, perfeitamente, se equiparar às boas escolas particulares. Devemos pois, com todas as nossas forças, lutar para que isso volte o quanto antes, a ser uma realidade.

            Em casa, entre minhas tarefas, tinha que cortar lenha e, num certo período de tempo, cuidar de quinze porcos. Mantinha distância, porém, da Rebeca, filha da Viúva, uma vaquinha geniosa e de chifres que, apesar de muito curtos, quase dois cotos de chifre, me metiam muito medo. Cheguei a sentir – até com certo prazer – o que é andar descalço sobre a relva coberta de geada, nas baixadas do início do Garcia. Isso me permitiu experimentar, pelo menos em pequena escala, um pouco do que eram as lides rurais, em plena área urbana da Blumenau da época. Passava também gostosas temporadas na casa da avó paterna Maria Zendron Bacca, da qual só tenho ternas e amorosas recordações, onde também senti um gostinho de vida rural, ainda que em área urbana, no início da rua Antônio Zendron.
 
A imagem, da década de 1960, mostra um caminhão da frota da Transportadora Blumenauense, que durante anos prestou relevantes serviços de carga e descarga por toda Santa Catarina e o Brasil. Ela foi desativada em 1983
            Depois do primeiro emprego formal como auxiliar de escritório na Transportadora Blumenauense, pude conhecer o historiador José Ferreira da Silva, que, sabendo que eu tinha vencido o Concurso “Cientistas de Amanhã” no Rio de Janeiro, em 1967, me conseguiu uma bolsa de trabalho no então quase abandonado Museu Fritz Müller e a venturosa experiência de respirar e aprender no ambiente histórico-cultural da Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Muller e da então Casa Dr. Blumenau. Estava entre 16 e 18 anos.

Voltando ao Museu já com 27 anos e o mestrado quase concluído, pude conhecer melhor a peculiar e extraordinária vida desse insigne cientista que adotou o Brasil e Blumenau para viver e no qual, em alguns aspectos, me espelhei. Atuando nessa área por quase quatro anos, faltou pouco para receber o título de museólogo. Título ou diploma à parte, o que vale são as experiências que vão enriquecendo nossas vidas.

            Ter sido bibliotecário-auxiliar na Biblioteca Central da Furb, dirigida por Bráulio Schloegel também foi uma experiência muito enriquecedora, assim como as experiências na vida pública, na chefia por duas vezes do órgão municipal do Meio Ambiente e até mesmo como vereador, por quase um ano e meio, mais motivado pela impulsão ao exercício da cidadania do que pela atuação político-partidária propriamente dita – também uma experiência muito enriquecedora, como foi enriquecedora a experiência na iniciativa privada, gerindo o então Parque Ecológico Artex, atual Parque das Nascentes, embrião do Parque Nacional da Serra do Itajaí, cuja criação, tenho certeza, será considerada no futuro, um grande, importante e fundamental marco na história do Vale do Itajaí e na preservação da Mata Atlântica Brasileira.
 
Estudando a melhor posição para a instalação do mirante do Morro do Sapo, hoje uma das principais atrações do Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia - Parque das Nascentes, atualmente inserido no Parque Nacional da Serra do Itajaí. Foto de aproximadamente ano 1969 - 2000, autor não registrado.

            Nós somos todos frutos de nossas origens e experiências. A vocação para a proteção ambiental não teria prosperado, se eu não tivesse tido a sorte de encontrar em professores como Frei Fulgêncio, o indispensável apoio e estímulo à vocação às ciências naturais, a quem sou eternamente grato. Suprema sorte e felicidade ainda, foi a de desfrutar do aprendizado como aluno e convívio e amizade com o saudoso professor e botânico Dr. Roberto Miguel Klein na FURB. Amizade e aprendizado também com grandes “dinossauros” do conservacionismo brasileiro: o polêmico e combatente José Lutzenberger de Porto Alegre; o sereno e apaziguador Dr. Paulo Nogueira-Neto de São Paulo, que foi ministro de meio Ambiente de quatro Presidentes da República; almirante Ibsen de Gusmão Câmara do Rio de Janeiro e geólogo Dr. João José Bigarella de Curitiba, entre outros.

            Também foi de venturosa felicidade a convivência com o grande cientista Warwick Kerr, então diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus, onde cursei um dos melhores cursos de mestrado na área de Biologia – Concentração Ecologia que o país já teve, onde tive grandes mestres de diversos países, com destaque ao alemão Dr. Harald Sioli, pioneiro nos estudos da Ecologia dos rios e lagos da Amazônia. Também merece lembrança Dona Maria Julieta Ormastroni, diretora do Ibecc – seção de São Paulo, que muito me estimulou quando de minhas participações nos Concursos Cientistas de Amanhã, aos 15 e 16 anos e Congressos de Jovens Cientistas nos anos seguintes. Com todos muito aprendi em conhecimento, sabedoria e exemplos de vida.
 
Fazendo a Trilha do Rio do Boi,no fundo do canhadão (cañon) do Itaimbezinho, no Parque Nacional dos Aparados da Serra, Divisa de SC com RS, com alunos da FURB em visita técnica oficial e membros da Acaprena, foto de Heinz Beyer, 2004.

            Como professor, a convivência de mais de trinta anos com estudantes, principalmente na FURB, foi igualmente marcante, assim como os quase 44 anos de Acaprena, onde encontrei tantos e tantos amigos e que mereceria toda uma série de considerações à parte, que não é o caso deste texto.

Assim também me lembro do nosso querido Clube de Ciências Frei Fulgêncio, iniciativa espontânea nossa, como alunos do curso científico do Colégio Pedro II, junto com Nélcio Lindner, Cláudio Fernando Kreuss, Ivo Scharf, Asteróide Paulo Zwicker, Mário Cezar Brasil, entre outros. Pouco mais tarde, já como professor, fundei o Clube de Biologia Prof Lothar Krieck, no mesmo Pedro II, que realizou intensos trabalhos em campo e conquistado prêmios de primeiro lugar em Feiras Brasileiras de Ciências.

            Voltando aos estudos, vale mencionar a grande sorte que tive de fazer o curso superior que escolhi aqui mesmo em Blumenau, o Curso de História Natural da FURB, um excelente curso, mesmo para a época. Sou portanto um naturalista, e nessa irônica condição, uma espécie em extinção, que logo “transmutou-se” para Biólogos! Apesar de trabalhar para pagar os estudos, não foi fácil cobrir todos os custos e devo lembrar agradecido uma bolsa recebida do Rotary Clube de Blumenau, através do eminente e saudoso empresário blumenauense, Sr. Ingo Hering. Não sei como, mas consegui estudar na faculdade, trabalhar e ainda cursar Inglês até o nível Intermediário e Alemão Básico, ao longo da juventude em Blumenau

            Uma das experiências no Museu Fritz Muller, lá nos idos anos da década de 80, foi um dia terem nascido centenas de filhotes de uma aranha caranguejeira, fato curioso que mereceu divulgação na imprensa, que também informou a soltura dos animais para repovoamento no seu ambiente natural de origem, um procedimento cada vez mais necessário, desde que cientificamente conduzido, principalmente com espécies ameaçadas de extinção (o que não era o caso das caranguejeiras). O que eu não esperava foi a forte reação do então vereador Manoel da Luz Rampelotti, que bradou aos microfones da Câmara que “se já não bastasse a população ter tantos problemas, vem agora esse Lauro Bacca soltar aranhas para infernizar ainda mais a vida do povo”.

Mal adivinhava eu as reações muito mais amplas e agressivas que muitos anos mais tarde iríamos enfrentar quando da luta pela criação do nosso Parque Nacional da Serra do Itajaí, felizmente criado, depois de mais de 20 anos de lutas, em 04 de junho de 2004, hoje uma realidade, ainda que meio dormindo em berço esplêndido!
 
Com o velho e sempre amigo Nélcio Lindner, na quinta, das cem subidas ao morro Spitzkopf, em 6 e 7/12/1969. Foto de João Carlos Correa em 07/12/69.

            Tive a chance de trabalhar em organismos internacionais, como na diretoria do ELCI – Centro Internacional de Enlace para o Meio Ambiente, com sede em Nairobi, no Quênia, onde, diante de intermináveis reuniões e discussões, inclusive na própria ONU em Nova Iorque, onde estive como observador numa sessão, percebi que não era por aí que eu poderia dar o melhor de mim. Enquanto sonolentas e longas discussões aconteciam, ainda que muito importantes, percebia que a mata atlântica do Brasil, de Santa Catarina e do Vale do Itajaí iam desaparecendo e muito tinha que ser feito para salvá-la. Sentia-me como um tripulante debatendo ideias no convés do Titanic, enquanto ninguém fazia nada para fechar os buracos abertos sob o seu casco. Assim, optei e adotei como lema de minha conduta pessoal como cidadão e profissional a “ação local com visão global”, e fico feliz em ver que há muitas pessoas e instituições fazendo o mesmo.
 
Apoiado num Cedro cujo crescimento acompanha há 50 anos, margem da trilha ao topo do morro Spitzkopf, por ocasião da comemoração da Centésima subida ao morro, no dia dos 50 anos da primeira subida; foto de Miriam Prochnow, em 12/11/2016.

            Assim como fui muito criticado, várias vezes com razão, também tenho recebido algumas honrarias, as quais atribuo por, em todos esses anos, ter lutado e ainda estar lutando, ainda que com ênfase local e regional, para que a atual e as próximas gerações tenham um planeta bom para ser vivido, com a natureza plenamente preservada, biodiversidade protegida e para que a humanidade não se transforme no homem-bomba do planeta.
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Currículo / Histórico de Vida (Informal)

Nome: Lauro Eduardo Bacca
Nascimento: Blumenau – SC, em 14/01/1951.
Estado Civil: casado com Êdela Tereza Werner Bacca há (ufa!) 41 anos;
                         Pai de Iumaã Carolina, Maioí Cristina e Aianarí Felipe.

  1. Formação escolar e técnica:
·        pré-primário (segundo semestre) e primário no Colégio Sagrada Família, Blumenau-SC, 1957 - 61;
·        ginásio no Colégio Santo Antônio, Blumenau-SC, 1962-65;
·        curso científico no Colégio Pedro II, Blumenau, 1966-69;
·        curso superior = História Natural (atual C. Biológicas) – FURB, 1973;
·        Estágio no Serviço de Animais Peçonhentos – Instituto Butantan, jan.1974;
·        Especialização na primeira turma de Pós-Graduação em Ecologia no Brasil – UFRGS, Porto Alegre, mar – dez. 1975;
·        Mestrado = Ecologia – INPA/Universidade do Amazonas, 1976-79;
·        Treinamento em Técnicas de Reflorestamento e Manejo Florestal pela JICA / Japão, ago – nov 1985.

  1. Vocação para a Conservação da Natureza:
Vide X “Prêmios e homenagens
  1. Participação em Cursos, Congressos, Oficinas, Seminários e similares:
Centenas, entre 1968 até hoje. A partir de 1997, ênfase na participação de Eventos relativos à Conservação da Natureza e Biologia da Conservação, como todos os oito Congressos Brasileiros de Unidades de Conservação já acontecidos no país, o último em set. 2009;

  1. Palestras proferidas, participação em mesas redondas e similares:
Centenas. Ênfase nos últimos anos na questão da sustentabilidade, população, consumo, recursos e meio ambiente e defesa de uma visão holística, sistêmica, mais ecocêntrica do que antropocentrismo de mundo;
      5.   Experiência Profissional Parcial:
·        Auxiliar de Escritório, Transportadora Blumenauense, 1967;
·        Auxiliar de Escritório, na realidade “auxiliar técnico” do Museu Fritz Muller, Prefeitura Blumenau e FURB, 1968 – 72;
·        “Auxiliar de Biblioteconomia”, Biblioteca Central da FURB, 1972 - 3;
·        Instrutor, Museu de Estudos Zoológicos, FURB, 1974;
·        Diretor do Museu de Ecologia Fritz Muller, Blumenau, 1978 – 1982;
·        Assessor Especial Municipal do Meio Ambiente – AEMA - Blumenau, 1983-1987;
·        Gerente Geral do Parque Ecológico Artex – 1988 – 1992;
·        Presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente, 1993 – 1995;
·        Chefe do Depto. de Ciências Naturais, FURB, 1996 – 1998;
·        Secretário Executivo do Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, 1998 – 2000;
·        Presidente do Instituto Parque das Nascentes – dez. 2000 – ago. 2004.
           6.    Experiência Profissional na área do Ensino:
·        Prof. de Ciências e Biologia, Conj. Educacional Pedro II, Blumenau, 1972-74,
·        Prof. de Ciências, Escola de 1º. Grau Leopolda Barnewitz, Porto Alegre, 1975,
·        Prof. Aux. de Ensino de Ecologia, Universidade do Amazonas, Manaus, 1977-78,
·        Prof. de Biologia e Prática de Ensino de Biologia, FURB, Blumenau, 1979-82;
·        Prof. Responsável de Ecologia, Ecologia I, Ecologia II, Ecologia III e  Limnologia, Curso de Ciências Biológicas, (nem sempre todas concomitantemente), FURB, entre 1983 e 2004;
·        Prof. de Ciências do Ambiente e disciplinas equivalentes nos cursos de Eng. Civil, Eng. Florestal, Eng. Química e Eng. Ind. Elétrica da FURB, entre 1996 e 2004;
·        Coordenador do Curso de Especialização em Ecologia Aplicada, FURB, cf.1990;
·        Coordenador do Curso de Especialização em Gerenciamento Ambiental, FURB, cf. 1998.
·        Prof. de Recursos Naturais, curso de Graduação em Gestão Ambiental do SENAI-SC, Blumenau

7.      Publicações (até 2000, prefácios, orelhas de livro, apresentações, etc):
Bacca, L. E. Cinco Visões (apresentação de livro). In: Fritz Muller: reflexões biográficas.   Blumenau: Cultura em Movimento, 2000.   (também revisor técnico de três dos cinco capítulos).
Bacca, L. E.  Considerações e opiniões sobre a questão ambiental: o caso de Blumenau – SC.   Dynamis: revista Técnico-Científica.   Blumenau: Furb,  v. 8, n.33, p. 36 – 56, out. / dez. 2000.
Bacca, L. E. Como uma pequena RPPN pode ser importante para o Mundo.   In: Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Chácara Edith.   Brusque:Ed. Anette Hoffmann et. al, 2002.
Bacca, L. E.  O Grande Mito.   In: Redescobrindo a Ecologia no Turismo / Margarita Barretto, org. Elizabete Tamanini.   Caxias do Sul: EDUCS, 2002.
Bacca, L. E. Meio Ambiente em Blumenau: da Pré-história à História.   In: Blumenau em Cadernos.   Blumenau: Fundação Cultural de Blumenau, T. XLVIII, n. 11/12, p. 19 – 56, Nov/dez, 2007.
Aumond, J. J., Sevegnani, L., Tachini, M. e Bacca, L., Condições naturais que tornam o vale do Itajaí sujeito aos desastres.   In: Desastre de 2008 no vale do Itajaí, água, gente e política / organisação: Beate Frank e Lúcia Sevegnani, org.   Blumenau, Agência de Água do Vale do Itajaí, 2009.
Bacca, L. E. in: Biodiversidade Catarinense: características, potencialidades, ameaças / Lucia Sevegnani / Edson Schroeder organizadores, 2013, com as participações:
- “Prefácio”, p. 5;
- “Müller, o incrível Fritz do Leste”, p. 84-85;
- “Plaumann, o incrível Fritz do Oeste”, p. 181 e
- “Unidades de Conservação – preciosos espaços para a vida”, pág. 238-239.
* obs.: articulista ocasional em órgãos de imprensa além do Jornal de Santa Catarina, mormente sobre questões ambientais.
8.      Atuações comunitárias anteriores (incompleto):
·        Sócio fundador do Clube de Ciências Prof. Frei Fulgêncio Kaupp (iniciativa espontânea de alguns alunos do Colégio Pedro II, Blumenau), 1968-9;
·        Prof. Orientador e fundador do Clube de Biologia Prof. Lothar Krieck, junto ao então Colégio Pedro II, Blumenau, 1973 (funcionou até 1977);
·        Sócio Fundador (1973), primeiro, quarto, quinto e 24º presidente da ACAPRENA– Associação Catarinense de Preservação da Natureza; vice-presidente de da gestão 2005 – 2007 (vide sítio www.acaprena.org.br) e membro da Diretoria ou Conselho Consultivo na maioria das gestões da entidade;
·        Membro do Conselho Municipal de Turismo (anos 1970), Conselho do IPPUB (anos 1990) e outros.
·        Membro da Diretoria do ELCI – Environment Liasion Center International (sede em Nairóbi, Quênia), 1991-92.
·        Sócio Fundador da Conservale – União dos Proprietários Conservacionistas do Vale do Itajaí, cf. 1995, entidade atualmente não mais existente;
·        Vereador na Câmara de Vereadores de Blumenau, 1º ago/1995 – 31 dez/1996 (atividade comunitária remunerada);
·        Criador e Proprietário, junto com a esposa Êdela, mantenedor da RPPN Reserva Bugerkopf, com 82,7 hectares, em Blumenau – SC, reconhecida pela Portaria Ibama 148/N, de 30/12/1992 (vide sítio www.rppncatarinense.org.br/bugerkopf);
·        Primeiro e terceiro Coordenador do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica em SC, entre nov 2000 e mar 2003 e entre março de 2005 e abril de 2007;
Obs.: A partir de proposta deste Comitê é que foi elaborado o projeto que resultou na criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí, com 57.374 ha, além de outras Unidades de Conservação em várias regiões Catarinenses e a ampliação para a Fase V da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica para todo o Estado de Santa Catarina, onde sempre teve atuação constante, com empenho de mais 20 anos para a consecução do Parque Nacional supra-citado. Também resultaram deste Comitê as propostas técnicas de manejo da bracatinga e do palmiteiro, este último servindo de modelo para resoluções similares nos estados de SP, PR, SC e RS.
·        Membro Titular do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, 2001 - 2007;
·        Membro da equipe elaboradora da Proposta de Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra do Itajaí, quesito “Histórico do Parque Nacional”, 2006;  
·        Membro titular da Associação RPPN Catarinense no Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA-SC, de 2007 a junho de 2009;
·        Sócio Fundador e 1º. Secretário da primeira Diretoria da Associação e 2º e 3º presidente da Associação de Proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural de SC = “RPPN Catarinense”, fundada em 03/07/2005, em São Francisco do Sul – SC (atual sede em Blumenau);
·        Membro do Conselho do Fundo Nacional do Meio Ambiente (datas e gestões a conferir), representando as ONGs da região Sul;
·        Membro suplente do Conselho gestor da APA do Araçá, de Porto Belo-SC
              
9.      Atividades Voluntárias/Comunitárias atuais:
·        Membro Titular do Conselho Municipal do Meio Ambiente, Blumenau;
·        Membro Titular no Conselho Municipal de Planejamento Urbano, Blumenau,   
·        Membro do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Serra do Itajaí;
·        Representante da Acaprena na FEEC – Federação de Entidades Ecologistas de SC;
·        Sócio do IPAN – Instituto Parque das Nascentes;
·        Sócio do Instituto Histórico de Blumenau;
·        Presidente da Associação de Proprietários de Reservas particulares do Patrimônio Natural de SC – RPPN Catarinense, gestões de 2005 até o presente (vide sítio  www.rppncatarinense.org.br).
10.   Atividades atuais remuneradas:
·        Professor de Recursos Naturais (Curso Superior de Gerenciamento Ambiental Empresarial), Senai / Blumenau;
·        Articulista semanal no Jornal de Santa Catarina, desde março de 2010, com 350 artigos publicados até o momento (23/02/2017);
·        Eventual parecerista ou consultor  na área ambiental de Conservação da Natureza.
11.   Atuação na criação/implantação de Unidades de Conservação:
·        Em 1977, participou da vistoria em campo e relatório (turma de Mestrado em Ecologia do INPA/Universidade do Amazonas) que resultou na criação do Parque Nacional do Jaú, no Estado do Amazonas, até 2004 o maior do Brasil, com 2.200.000 ha;
·        Desde 1979 lutando para preservar o Sul de Blumenau e toda a Serra do Itajaí, resultando em 2004 no Parque Nacional da Serra do Itajaí, com 57.374 ha englobando Blumenau, Indaial, Ascurra, Apiuna, Pres. Nereu, Vidal Ramos, Botuverá e Gaspar, no Vale do Itajaí-SC – uma das campanhas em que mais se empenhou na vida;
·        Em 1988 propôs a criação e implantou (entre 1988 e 1992) o Parque Ecológico Artex, reconhecido como RPPN em 1992 e atuou na transformação do mesmo em Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia em 1998, com 5.326 ha (dos municipais, o maior do país), que serviu de embrião ao Parque Nacional da Serra do Itajaí;
·        Em 1992, junto com a esposa, teve reconhecida como RPPN, através da Portaria IBAMA 148-N, sua propriedade de 82,7 ha, batizada como RPPN Reserva Bugerkopf, em Blumenau-SC;
·        Em 1995, como Presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente ajudou a articular e encaminhou projeto de Criação do Parque Natural Municipal São Francisco de Assis, 23 ha e APA São Francisco, em Blumenau – SC;
·        Em ca. 2002 propugnou, orientou e participou da criação do Parque Natural Municipal Vale do Rio do Peixe, em Joaçaba-SC, com 286 ha, em área de transição de Floresta Ombrófila Mista para Estacional Decidual;
·        Em 2001-2 atuou ativamente na criação da RPPN Chácara Edith, em Brusque-SC, com 415 ha de Floresta Ombrófila Densa de Baixa Altitude, reconhecida em reunião do “Bureau” do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, em Belo Horizonte - MG (2006), como o primeiro Posto Avançado da RBMA em SC;
·        Apoiou e apóia (com empenho pessoal em maior ou menor grau, às vezes com a simples presença em reuniões, incursões em campo, seminários e oficinas, conforme as possibilidades), vários projetos e ações de criação de UC de Proteção Integral, como:
·        - Reserva da Bunge Alimentos em Gaspar-SC, com 300 ha;
·        - áreas propostas para RPPN pela Apremavi em Papanduva-SC e    
·          pelo Instituto Rã Bugio (8 RPPNs criadas até o momento) em
·          Itaiópolis –SC;
·        - Parque Nacional das Araucárias (ca. 12.841 ha) em Ponte Serrada
·          e Passos Maia - SC
·        - Reserva Biológica da Mata Preta (6.565 ha), em Abelardo Luz–SC;
·        - Parque Estadual Acaraí, 6.667 ha em São Francisco do Sul – SC; - - continua colaborando e apoiando iniciativas pela criação de outras Unidades de Conservação, como Parque Nacional do Campo dos Padres em Urubicí e outros  6 municípios, Refúgio da Vida Silvestre Nascentes do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra (em estudo no Ministério do Meio Ambiente), entre várias outras, no Estado e fora do mesmo.
12.   Prêmios e homenagens:
·        Primeiro colocado no Campeonato Estudantil de Sabedoria – programa do Advogado e Professor Werner Greuel na Rádio Nereu Ramos, 1963;
·        Quarto lugar nacional, Prêmio “Estímulo ao Trabalho” no Concurso “Cientistas de Amanhã”, promoção do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura, IBECC – Seção de São Paulo, ligado à ONU, na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC acontecida em Blumenau-SC, 1966:
·        Primeiro lugar (nacional) no Concurso “Cientistas de Amanhã”, promoção do IBECC – Seção de São Paulo, na Reunião Anual da SBPC acontecida no Rio de Janeiro – RJ, 1967:
·        Prof. Orientador do Clube de Biologia Prof. Lothar Krieck e orientador do Trabalho da “Equipe Costão” que ganhou o primeiro lugar na 1ª Feira Brasileira de Ciências, acontecida em Blumenau-SC, 1972;
·        Cidadão Honorário Indaialense, título concedido pela Resolução no. 19/92 da Câmara de Vereadores de Indaial, em 17/09/1992;
·        Prêmio Expressão de Ecologia, Editora Expressão, Floranópolis, ca. 1992;
·        Brasão Municipal de Blumenau, outorgado pelo Prefeito Renato Vianna por mérito de dedicação 1993-1995;
·        Sócio Honorário – Círculo de Orquidófilos de Blumenau, outorgado em 1997;
·        Placa de homenagem pelos 30 anos do Curso de Ciências Biológicas da FURB, C. Acadêmico Chico Mendes, maio 1998;
·        Placa de “Gratidão do presente e futuro de todas as espécies” – FURB? Depto. de Ciências Naturais, setembro de 2004;
·        Comenda FURB 40 anos, maio de 2004;
·        Troféu “Maiores de Santa Catarina” – Perfil Ambientalista Catarinense, 2005;
·        Troféu “Fritz Muller” – Personalidade Ambiental do ano, Floranópolis, FATMA, 2005;
·        Comenda Municipal do Mérito Udo Schadrack, Câmara de Vereadores de Blumenau, 2006;
·        Patrono da espécie Mecicobothrium baccai Lucas et al, 2006, uma espécie nova de aranha do grupo conhecido como tarântulas anãs, descoberta no Parque das Nascentes / Parque Nacional da Serra do Itajaí, 2006;
·        Placa de “Amigo do Parque das Nascentes, 2007;
·        Troféu “Amigo da Comunidade Catarinense”, homenagem do grupo RBS nos seus 30 anos em SC, Joinville, novembro 2009;
·        Patrono da espécie Siphocampylus baccae Funez e Hassemer, 2016, planta da família das Campanuláceas, espécie nova para a Ciência, descoberta em cachoeiras e paredões de Benedito Novo-SC, 2016.
·        Patrono ou Paraninfo de turmas de graduação na FURB, ASSEVIM (Uniasselvi), FEDAVI, entre outras Instituições.

13.   Passatempo e esportes:       
- ciclismo até 2010; caminhadas-escalaminhadas (100 subidas ao Morro Spitzkopf e 28 subidas ao morro Baú, entre muitos outros morros –, experiências raras de alpinismo (1 escalada no Pão de Açúcar – RJ; descidas nos canhadões de Fortaleza dos Aparados (3 vezes) e Itaimbezinho (uma vez), entre RS e SC);
- caminhar como exercício e muitos km em trilhas em meio à Unidades de Conservação é a principal atividade física dos últimos anos.

14.   Atualmente:
·        Aposentado pelo ISSBLU / FURB, Blumenau, desde agosto de 2004;
·        Proprietário e gestor, junto com a esposa Êdela Bacca, da RPPN “Reserva Bugerkopf”, com 827 mil m² no sul de Blumenau-SC;
·        Colunista Semanal do Jornal de Santa Catarina (desde 24/03/2010);
·        Prof. à disposição do Senai – Blumenau – Divisão Ambiental;
·        Conselheiro titular no Conselho Estadual do Meio Ambiente – Consema, representando a Associação dos Proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural de SC – RPPN Catarinense;
·        Conselheiro da Associação RPPN Catarinense;
·        Conselheiro da Acaprena – Associação Catarinense de Preservação da Natureza;
·        Conselheiro titular pela Acaprena no Conselho Municipal do Meio Ambiente - Blumenau;
·        Conselheiro suplente pela Acaprena no Conselho de Planejamento - Coplan de Blumenau;
·        Conselheiro representante da RPPN Catarinense no Conselho Consultivo do Parque Nacional da Serra do Itajaí;
·        Conselheiro suplente pela Acaprena no Conciblú de Blumenau;
·        Conselheiro da Apremavi – Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – sede em Rio do Sul – SC;
·        Membro do Instituto Histórico de Blumenau – IHB;
·        Membro da Associação dos Amigos da Casa de Fritz Müller – Blumenau;
·        Voluntário no Instituto Parque das Nascentes e voluntário registrado no Parque Nacional da Serra do Itajaí;
·        Palestrante.
Colaboração: Quem ajuda nessas questões de achar fotos em arquivos é a filha Iumaã que mora em Londres.
                              Última atualização - Blumenau, 28 de fevereiro de 2017.

Lauro Eduardo Bacca

- A Divina Regência

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Dedicatória z Adalberto Day
Recebi através do correio o livro A Divina Regência, do meu querido amigo Olímpio Moritz, sempre emprenhado nas belas histórias e colaborar ferrenho do nosso Blog.
O livro de autoria de Rafael Boskovic, é uma espécie de ficção e realidade sobre de Blumenau e região.
Recomendo a quem possa adquirir o Livro no e-mail do próprio autor rafaelboscovic@gamail.com

Rafael Boskovicé advogado em Blumenau, Santa Catarina.
          Apaixonado por História, ideias, liberdade e engajado em causas políticas e sociais, une o prazer de escrever às possibilidades de mudar histórias, disseminar ideias e criar oportunidades de libertação.

Pequeno Relato:
          Richard Breyer, um famoso médico geneticista americano é assassinado. Suzana, sua esposa, e Júlia, sua filha, subitamente entram em um verdadeiro jogo de gato e rato. Tentam juntar as peças do misterioso assassinato de Richard ao mesmo tempo em que passam a ser alvo de sucessivas perseguições. Enquanto não conseguem entender quem realmente são seus inimigos e tampouco seus aliados, mãe e filha tentam se reencontrar e colocar um fim ao pesadelo que insiste em não terminar.

          A Divina Regênciaé um suspense que tem como plano de fundo grandes segredos escondidos por gigantescos conglomerados industriais, agências governamentais, sociedades secretas e organizações religiosas.
  
Consultoria Editorial e revisão: Luiz Bastos
Impressão e gráfica e Editora 3 de Maio Ltda.
Diagramação e capa: Mateus Leal.
Contato para compra : editoranovaliterarte@gmail.com

- Russland I

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Belíssima crônica da escritora Urda Alice Klueger,nos relatando sobre ’A conhecida Nova Rússia ou Russulana”.
(Para Elizabete Tamanini, Cesar Zillig e Juarez Aumond)



                                   Um dia, lá na aurora dos tempos, este planeta Terra se formou  todo quente e explodindo em vulcões e derrames de magma; um dia, também, ele esfriou e veio uma primeira glaciação, e depois, uma série delas, e aí nesse entremeio foi surgindo a Vida nas suas mais diversas formas, e ontem à tarde eu caminhei por um pedacinho privilegiado deste planeta, e era tão visível, ali, tantas destas coisas que vêm desde lá dos tempos mais remotos!
                                   Era uma estradinha no lugar que quando eu era criança a gente chamava de Russland– hoje, aquele lugar tão lindo é conhecido como Nova Rússia. Fica em Blumenau/Brasil, e é uma reserva ecológica, que abriga nascentes de bicas, arroios, riachos – e todas essas águas juntas acabam formando um rio, à beira do qual costumo acampar.
                                   E era no finalzinho da tarde, assim já depois que o sol se pusera por detrás dos morros altos, e uma fina camada de névoa azulada pairava sobre tudo e dentre tudo, principalmente dentre as árvores daquele resquício de Floresta Atlântica ali preservada, embora aqui e ali, dentro da floresta nativa, surja um Tannenbaum, ou um eucalipto, ou florescidos antúrios plantados sob a mata, à beira da estradinha – e embora exista por ali algumas casas de campo (eu diria: casas-de-mato), escondidas nos lugares mais inesperados, e umas três ou quatro propriedades rurais onde, em pastos de grama rasteira, vacas holandesas nos olham bondosamente com seus grandes olhos líquidos e mansos, e também alguns campings, e algumas outras curiosidades, como uma roça de cana, alguns jardins e cachorros, pode-se dizer que a preservação ambiental, ali, é boa, e pode-se embarcar nela e viajar para a história do passado deste planeta.
                                   O que sempre me chama a atenção primeiro é a estradinha, quase pendurada na encosta dos morros altos e quase caindo sobre o rio, lá embaixo – como venho muito a este lugar, tenho podido observá-lo nas mais diversas situações e estações do ano, e sei que o único lugar onde ela poderia existir é onde está, que na outra margem do rio é tudo perau tão escarpado, rochas abruptas disfarçadas sob a camada da floresta, que não haveria como se ter criado tal estradinha do lado de lá – assim como vejo hoje, depois de prestar muita atenção, muito gente, nos últimos milênios, também viu onde era a passagem possível, e aquela estradinha, um dia, começou a ser aberta e se tornou um caminho feito a pé de índio. Generalizo a palavra índio por não saber o nome das tantas possíveis nações que um dia por aqui passaram – afinal, desde a última glaciação, quando o mar recuou destes lugares onde estou, quanta gente deve ter passado por aqui?      
                                   Faz século e meio, lá por volta de 1860, que um jovem imigrante chamado Julius Bernhard Klüger, que foi o meu bisavô, também passou por aqui uma primeira vez, e foi cultivar a terra da sua primeira colônia lá mais para os confins da Russland, e o caminho já estava aberto. Mais adiante deste camping onde costumo ficar, bem mais adiante, há um pequeno cemitério com muitos parentes meus enterrados, comprovação inequívoca dos tantos meus antepassados que um dia aqui vieram trilhar a estradinha aberta a pé de índio – e que pouca modificação sofreu depois que os engenheiros e os imigrantes deram uma melhorada nela, com tratores e enxadas.
                                   Então, ao pôr do sol de ontem, também eu estava a trilhar a estradinha, o rio espumante e encachoeirado de um lado, lá embaixo, e as rochas partidas pelo resfriamento do planeta, em outros tempos, a formar a base dos morros, do outro – e era-me espantoso observar a quantidade de vida que se agarrava àquelas rochas, musgos, líquenes, samambaias e outras plantas, cada uma tentando fazer o seu trabalho de desmanche daquelas rochas que talvez estejam ali desde um antiquíssimo primeiro derrame de lava aqui nesta região. Talvez aquelas rochas já tenham passado por todo o calor e por tantas glaciações, e sejam testemunhas de todo o tanto de vida que já aconteceu por aqui, desde a das plantas, quanto a dos animais de diversos tipos, sabe-se lá quantos já extintos, e das diversas nações de gente que por aqui desfilaram, inclusive a dos imigrantes, e sabe-se lá em quantas delas havia pessoas do meu passado – e ali estão, portando seus musgos e seus líquenes, e esperando que a próxima glaciação chegue, embora, por enquanto, o mundo ainda esteja a esquentar, desde o último grande Frio... como queria eu poder perguntar tantas coisas àquelas rochas! O quanto poderiam elas me contar, que me escapa a este olhar limitado com que as olho!      

Para saber mais acesse:
Russland II
Russland III
                                                           Blumenau, 14 de setembro de 2007. 

                                                           Urda Alice Klueger
                                                           Historiadora, escritora e doutora em Geografia
                                                           

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- O Silêncio do Castelo

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O Silencio do Castelo

A matéria é reprodução de texto do JSC do ano de 2003, referindo-se aos eventos de 1999. 
Blumenau 22 de fevereiro  de 1999
Criada em 1869 a Moellmann sucumbiu às dívidas e pediu falência 130 anos depois.
Fechamento do mais famoso ponto turístico da Rua XV surpreende a cidade em fevereiro de 1999.
O silêncio tomou conta do castelo mais famoso de Blumenau no dia 22 de fevereiro de 1999. Com dívidas que, na época, ultrapassavam a R$ 6 milhões, os 130 anos de tradição da Moellmann sucumbiram e a empresa decretou falência, encerrando de forma discreta e melancólica  as atividades. Naquela manhã, a cidade foi pega de surpresa ao descobrir o prédio inaugurado em 1978, na Rua XV de Novembro, de portas fechadas. Chegou-se a falar que o local seria transformado em um centro comercial, o que acabou não ocorrendo.

Autoridades e pessoas comuns lamentaram a perda de um patrimônio histórico de Blumenau. Apontado como uma das construções mais fotografadas da Região Sul, o castelinho teria pela frente anos de incertezas. Além do processo de falência, uma briga judicial se arrasta desde então. Isso porque, oficialmente, no dia do fechamento o prédio não pertencia mais à Moellmann. Oferecido como garantia do pagamento de empréstimos, o prédio há três anos havia sido repassado ao empresário Wandér Weege, de Jaraguá do Sul.
O confuso processo está indefinido até os dias atuais. Enquanto o impasse segue sem solução, a prefeitura encontrou uma forma de evitar que o local permanecesse fechado e, desde junho do ano passado, por recomendação judicial, instalou lá a Secretária de Turismo.
O imóvel que viria a se transforma no castelinho foi adquirido pela família Moellmann em 1919. O projeto arquitetônico marcante foi inspirado na prefeitura de Michelstadt, na Alemanha. A história da empresa começou um século antes, em 1817, pelas mãos de Carl Moellmann, carpinteiro que, em função das dificuldades para prosperar na Europa, veio com a esposa e os cincos filhos para o Brasil. Desembarcou em Florianópolis (na época, Desterro), onde, em 1869, abriu uma loja de tintas.
Anos depois, fazendo sucesso com a importação de utensílios e ferramentas da região onde nascera resolveu abrir filiais no Estado. A Loja de Blumenau foi a primeira, inaugurada em 13 de outubro de 1919.
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Castelo da Havan 
Observação: Em 31 de maio de 2008 A Loja Havan foi inaugurada no Castelinho ou Castelo.
Para saber mais e dados atuais leiam:
Inauguração do Castelo da Havan
Arquivo de Adalberto Day/Jornal de Santa Catarina, 1º de setembro de 2003 

- Mamonas Assassinas

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 Mamonas Assassinas em Blumenau
Domingo de Sol na Prainha
Concha acustica doada em 1986 pela Artex 
A matéria é reprodução de texto do JSC do ano de 2003.
Em outubro de 1995, Mamonas Assassinas faz show que entra para a memória da cidade.
Uma multidão se aglomerou na Ponta Aguda e do outro lado do Rio-Itajaí Açu para assistir à banda paulista que estava no auge da carreira.
Um meteoro de simpatia passou por Blumenau no dia 22 de outubro de 1995. Levados a condição de superestrelas da música em questão de meses, o grupo de rock Mamonas Assassinas chegou a Blumenau para encerrar o Festival Skol Rock, que era paralelo a Oktoberfest, no auge de uma carreira na qual a longevidade foi inversamente proporcional a irreverência que conquistou o país.
E aquele domingo ensolarado realmente ficou marcado na história da cidade, sobretudo para as mais de 50 mil pessoas (mais que o dobro do que qualquer outro show do festival) que assistiram à apresentação na Prainha. Nunca tantas pessoas estiveram, juntas, na praça que nos anos 90 virou reduto do lado roqueiro da festa mais alemã do Brasil.
Quem conseguiu um comemorado espaço na Prainha chegou muito antes do início do show, que começou por volta das 17hs. Perto dos ídolos, então; só quem madrugou nas margens do rio. Mas os barrados na festa não se deram por vencidos. Numa cena que não sai da memória de quem presenciou aquele dia, milhares de pessoas assistiram ao show da Avenida Beira-Rio ou das margens do rio, sem falar nos que improvisaram seus camarotes até onde a vista pudesse alcançar. Munidos de binóculos do alto dos prédios da Ponta Aguda e até do tradicional Fronshinn, o que, inclusive, chamou a atenção  do cantor Dinho:Queria mandar um abraço para o pessoal que está lá em cima, no hotel”, disse durante o show, sem saber que se tratava de um restaurante.
Multidão tomou conta da Prainha 
Vestidos de Chapolim, uma marca registrada do grupo paulista, os Mamonas Assassinas não decepcionaram os que se esforçaram tanto para vê-los.
As músicas engraçadas e de letra fácil fizeram todo mundo cantar do início ao fim. O antológico show foi o último dos Mamonas em Blumenau. Pouco menos de seis meses após a aparição na Prainha a meteórica trajetória do grupo foi bruscamente interrompida por um acidente aéreo quando voltavam para Guarulhos, terra natal do grupo.
Arquivo Jornal de Santa Catarina/Adalberto Day
Jornal de Santa Catarina, sábado e domingo, 30 e 31 de agosto de 2003
Colaboração: José Geraldo Reis Pfau e Caio Santos
História da Prainha:

- Time do Bom Retiro

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Um dos uniformes que o FC Bom Retiro Utilizava - Alvinegro.
Poucos são os registros que temos sobre o Alvinegro Clube de Futebol Bom Retiro do bairro que emprestou o nome ao clube. Porém estes dados são importantíssimos para nossa história e quem sabe podemos ter a colaboração de outras pessoas e colocaremos no texto da postagem. Com a ajuda do Jornalista Giovani VitóriaMoacir Curbani, Theodor Darius, Wieland Lickfeld e Adalberto Jorge Kluser conseguimos alguns dados e fotos.

Quando garoto, lá pelos anos de 1960 ouvia falar que no final da década de 1920 o Amazonas Esporte Clube o primeiro clube de Blumenau do Bairro Garcia, havia contratado Leopoldo Cirilo um centroavante espetacular conforme ouvi em minhas pesquisas. A contratação foi a maior transação esportiva na época, reforçando o Amazonas que já possuía Nena Poli e outros, ajudando a formar na época um dos melhores clubes de Santa Catarina. Conheci tanto Nena Poli, de enorme estatura e forte fisicamente de cor branca. Leopoldo Cirilo de cor Negra, era alto e forte, ambos amavam o clube anilado do Garcia. Leopoldo Cirilo morava próximo a casa em que residíamos.
Leopoldo Cirilo e Nena Poli - craques do futebol de Blumenau
Foto 01
Futebol Clube Bom Retiro. Fotos provavelmente do início do Início dos anos 1950/51.
Na Foto 02: Pedro Curbani, o primeiro agachado da esquerda para direita. O terceiro agachado (com camisa escura) era o irmão do senhor Pedro: José Curbani, conhecido em todo o bairro Garcia, na época do Amazonas Futebol Clube, como Jépe. Jépe também atuou no Tupi (Gaspar) e Palmeiras de Blumenau.
Jépe irmão de Pedro Curbani além de jogar no Bom Retiro, também jogou no Tupi de Gaspar, Palmeiras de Blumenau e campeão por anos no Amazonas do Bairro Garcia. Um craque que chegou a ser convocado para a a Seleção de SC. Jogava de quarto Zagueiro e meio de campo. Batia pênalti com maestria. Na época os torneios inícios quando jogos terminavam empatados eram decididos por penalidade, três por equipe e um único jogador batia. Jépe conduziu o Amazonas a ganhar alguns torneios nas décadas de 1950/60.
Fonte: KORMANN, Edith. Blumenau: arte, cultura e as histórias de sua gente (1850-1985). vol. 1. 2ª ed. Florianópolis: Edith Kormann, 1996. Enviado por Wieland Lickfeld.

Pequena História:
Em 18 de outubro de 1926 foi fundado o "FC Bom Retiro”. Uniforme com cores preta e branca. Disputou o estadual de 1932, sendo eliminado pelo Brasil (Palmeiras) de Blumenau. O pequeno campo ficava no bairro mas não identificado.
O time ficou inativo no final da década de 1930. Outro Bom Retiro foi fundado posteriormente em 13 de janeiro de 1946 por remanescentes do FC Bom Retiro
TÚNEL DO TEMPO: F.C. BOM RETIRO - BLUMENAU
O Futebol Clube Bom Retiro, fundado em 18 de outubro de 1926,  foi o clube do bairro homônimo em Blumenau. As cores da bandeira e uniforme eram preta e branca.

O alvinegro foi o segundo time blumenauense no campeonato catarinense, em 1932. Naquele ano, quatro equipes participaram da competição no sistema eliminatório (mata-mata). No campo da Sociedade Ginástica (campo que hoje pertence a E.E.B.E. Pedro II) , em Blumenau, o Brasil venceu o Bom Retiro por 6 a 3.

No outro confronto, o Figueirense venceu o Brasil de Tijucas por 4 a 1. Na decisão, o time de Florianópolis sagrou-se campeão ao vencer o Brasil de Blumenau por 7 a 3. Nesse caso houve uma trapaça Leiam: A trapaça, campeão foi o Brasil, Palmeiras, BEC

Naquele ano, a diretoria do Bom Retiro era composta por: 
Presidente: José Baum
Vice-presidente: João Hahn
1º Secretário: Francisco Klitzke Jor
2º Secretário: Paul Fritzshe
1º Tesoureiro: Theodoro Darius
2º Tesoureiro: Walter Seelbach

O clube inscreveu 16 atletas para o campeonato catarinense de 1932, entre eles, Nilo Silva (Tigi), que mais tarde tornou-se um conhecido árbitro da Liga Blumenauense.
Nilo Silva; Arnaldo da Silva Porto; Herbert Otto; Helmuth Fischer; Paulo Fischer; Walter Seelbach; Ricardo Fischer; Afonso Balsini (Posto de Saúde da Velha Central tem o seu nome); Lauro Gracher; Theodoro Rodrigues; Bento Silva; Walter Deggau; Alfredo Creus; Walter Eisenhut; Theodoro Spitzer; Adolfo Pellath.
Fonte: acervo Osny Meira a ofício FC Bom Retiro/1932

Arquivo de Moacir Curbani/Adalberto Jorge Kluser/Adalberto Day/colaboração Giovani Vitória, Wieland Lickfeld, Theodor Darius e Adalberto Jorge Kluser/pesquisador do futebol catarinense.
Vídeo de Moacir Curbani:
Homenagem de Moacir Curbani ao Clube e seu pai Pedro
Para saber mais sobre o Bairro Bom Retiro clique em:
Bairro Bom Retiro

- Morro do aipim

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Frohsinn por volta de 1970
Foto divulgação "face Antigamente em Blumenau".
MORRO DO AIPIM : Elevação do terreno, com 140 metros de altura, existente a leste e sudeste da rua Itajaí , ou seja da antiga rua Minas Gerais. No seu topo, em certa época se pretendia fazer um aeroporto tão extensa é a sua continuidade. No longo platô que se esparge por cerca de 05 km, há terras com moderada ondulação, as quais dividem-se em numerosos espigões, parecendo uma soca de aipim arrancada da terra e o que vemos, da cidade, não são as raízes mas sim a cabeça da soca inaproveitável do pé da rama. As terras das faldas do morro, não se prestam para o plantio vantajoso do aipim, mas o morro era uma referência aos instrumentos necessários à sua produção  machado ,foice, facão - enxada , e lógico os sempre imprescindíveis afiadores pedra de afiar e rebolos que somente lá eram produzidos pelo Dr. Blumenau. O Dr. Blumenau, após recepcionar no seu bureau administrativo o novo imigrado recém ingresso, indicava-lhe o galpão do almoxarifado onde poderia adquirir sementes e instrumental para iniciar sua lavoura, e lá o colono tomava conhecimento, vez primeira em sua vida, do aipim ( aqui assim chamado e não por mandioca) suas ramas para o plantio, sem o qual não poderia satisfatoriamente criar seus porcos, que representavam, no início de qualquer assentamento colonial, a fonte de alimentos de mais rápida conversão. Sem embargo todo o equipamento que adquirisse o novo colono, ficaria logo dependente da respectiva afiação, que sem os ditos instrumentos abrasivos, não poderia adequar as lavouras aos fins a que se destinavam. Pedras- limas- rebolos- afiadores para viabilizar as plantações, que eram essencialmente de aipim. Ora limas Nicholson􀂴de aço-carbono naquela pregressa época ainda não havia. Trazer pedras na travessia oceânico seria desperdício no pagamento do frete à navegação, que cobrava os ditos sobre o peso do material embarcado. Chistes e pilhérias cedo foram lançadas, como a associação das pedras e rebolos abrasivos ao até então desconhecido aipim. Daí por diante é fácil imaginar como o colono referenciou, mediante uma metonímia transversa ( transnominação, sinédoque por associação) , os amoladores ao aipim. E segundo constou o próprio Dr. Blumenau, desejando não ver mencionado o seu morro particular como Feileberg, termo que o associava à sua pequena exploração dos amoladores, passou à citá-lo em português, aliás língua na qual sempre preferencialmente denominou pontos da geografia local, como Morro do Aipim. A denominação já estava definitivamente consolidada em 1892, e assim manteve-se.
Sintetizando: O Morro por semelhar-se à uma soca de aipim arrancada e por ter sido o Morro dos amoladores dos instrumentos para produzir aipim, tomou o nome de Morro do Aipim. Contudo antes foi chamado Feileberg (Morro do Amolador) para designar o talude frontal quando observado a partir do centro da cidade.
E afinal, sempre associada ao aipim, a lima ou a pedra abrasiva, que o colono enfiava na cinta, pelo desgaste tornando-se cônico, semelhava-se em muito a uma das raízes do tubérculo, o que fez com que dessem o nome de aipim para aquela rudimentar ferramenta. Portanto tudo terminou quando aquela ferramenta, passou a ser jocosamente denominada Aipim em vez de Feile, ainda mais pela razão da pedra ser de má qualidade e que logo se desgastava, e era mole como um aipim. Passar o aipim na enxada ou passar a enxada no aipim - algum dos dois seria necessário que fizessem, e isto diziam em alemão para assegurar que trabalhar era preciso. Aqui finalizo o resumo de uma parte dos contos que passou-me meu pai - Hercilio Deeke com relação ao Morro do Aipim 􀂱 e a origem de seu nome provindo da imensidade de gozações que faziam quanto às pedras de amolar do Dr. Blumenau.
Contou o Sr. Jorge Gropp  que durante a gestão do prefeito Hercílio Deeke - deveria ter sido na primeira em 1951 a 1955 - acompanhou-o, na condição de morador das proximidades ao cume do morro, que pertencia a municipalidade, para verificar quanto às condições de viabilidade para, na relativa distância em que o 􀂳plateau se derrama para o sudeste, aplainando-o, fazer uma pista de cerca de dois mil metros de pouso. Em 26/3/1998 durante uma churrascada do Clube de Aposentados no Bela Vista Country Clube, o Sr. Jorge Gropp, na ocasião pouco adoentado, confirmou-nos o episódio, afirmando que o fato ocorreu em 1953, quando acompanhou na qualificação de Engº da EFSC e de morador nas adjacências, o prefeito Hercílio Deeke mais o Engº Wladislau Rodacki ao cimo do morro para inspecioná-lo, visando, especificamente, tomar vistas e observações para eventual estabelecimento de aeroporto naquelas paragens. Vide jornal  A Nação de 24.01.1954 - título  Empenhado o Governo Municipal na Construção de um Aeroporto Local- Oferece o Empreendimento amplas perspectivas econômicas.

Realmente as terras além do cume não apresentam inclinação excessiva, sendo, moderadamente onduladas, além de muito extensas, e confrontavam-se, e quase toda sua borda leste e sudeste, com o município de Gaspar, até mesmo nos distantes sítios localizados nos fundos da propriedade da família Bowens, atual Centro de desportos Bernardo Wolfgang Werner, (Bernardo Hermann Wolfgang Werner) em cujos fundões, há poucos anos passados (1983), através precário caminho pela mata, chegava-se, com automóvel, a 􀂳Cabana das Bandeirantes (talvez edificada já em terras da municipalidade, mas por cuja superfície a PMB jamais se interessou. Aliás é uma vasta área só adentrada por intrusos, como pela antiga rua das Cabras, atual rua Pedro Krauss sênior e atualmente (2002) por uma rua denominada Avaré. O levantamento topográfico de toda a área do terreno valeria o trabalho estafante de algum barnabé engenheiro da PMB, elaborando definitivamente uma planta do próprio municipal.
Lá, no alto do Morro do Aipim, pretendiam, em 1930 instalar a antena da então recém constituída Rádio Cultural Sul Brasileira
Conforme correspondência mantida por volta de 1925,«na época dos festejos dos 75 anos de Fundação da Colônia», com as filhas do Dr. Blumenau, estas explicitaram, com muita ênfase, que desejavam ver cumprido o desejo do Fundador que era o de que estabelecessem nas suas terras particulares do Morro do Aipim, um 􀂳Museu Colonial da Imigração. O Morro do Aipim, não constou da venda das terras da colônia particular do Dr. Blumenau ao governo imperial em 13 de janeiro de 1860, e foi objeto de doação da família do Dr. Blumenau à municipalidade de Blumenau  A doação das terras foi procedida em 1909 e formalizada em 1911, pelo filho do fundador, que entretanto na formalização do ato da transferência, através instrumento próprio, foi acompanhado de correspondência na qual, os descendentes do fundador, condicionavam a doação à municipalidade, mediante observância de clausulas estabelecendo finalidades da destinação do terreno, que deveria ser a de, exclusivamente, servir à construção ao «Memorial da Colonização». O 􀂳Morro do Aipim constava dos 􀂳Relatórios Administrativos do Prefeito Hercílio Deeke􀂴
desde o ano de 1951, arrolado na Demonstração dos Bens Patrimoniais pertencentes à Prefeitura Municipal de Blumenau. O valor do bem patrimonial denominado por Morro do Aipim, cf. arrolamento no Relatório Administrativo Hercílio Deeke ano 1954 pág. 32, foi de Cr$ 350.000,00 e, objetivando  estabelecer uma relação de valores, aqui registramos o valor que foi atribuído ao terreno contendo o próprio municipal sito a rua 15 de Novembro, onde se situava a Prefeitura (antiga Prefeitura-fronteira à Praça Hercílio Luz) o Fórum, Seção de Águas, Oficina Mecânica e Almoxarifado, cuja importância foi estimada em Cr$ 2.500.000,00, portanto observe-se o vulto atribuído ao valor do Morro do Aipim, que foi superior a 14% do valor atribuído ao terreno e edificação do prédio sede da administração municipal, não constando, porém, naqueles documentos, sua área ou confrontações. O prefeito Curt Hering em seu Relatório da Gestão Dos Negócios do Município De Blumenau durante o ano de 1929, cita a página nº 09 : Em vista de ter sido marcado o dia 29 de dezembro para o lançamento da Pedra Fundamental do Museu da Imigração Alemã mandei construir em novembro uma estrada, provisoriamente de três metros de largura, que dá acesso ao alto do Morro do Aipim, como também mandei escavar o chão para o futuro Museu􀂴. Contudo, como soe acontecer neste país, nada foi cumprido, só ficou o futuro visionário, e acabaram arrendando o proeminente local de visual panorâmico mais distinto da cidade,
para exploração comercial de comes e bebes (Restaurante Frohsinn ) e, houve até um prefeito que intentou transferir para aquele local os flagelados, aqui arribados para esvaziar o excesso populacional de outros municípios, o que certamente transformaria o morro num 􀂳belo􀂴ortiço, tão ao gosto das
administrações da atualidade que nada mais fazem que promover a favelização das nossas cidades.
(O Restaurante Frohsinn não se localiza no Morro do Aipim propriamente dito, e sim no Morro do Amolador, ou melhor sobre o talude do Morro do Amolador. Morro do Amolador, ou Morro de Amolar FEILEBERG ou FEILENBERG era o primeiro promontório e seu talude observável a partir do centro da cidade de Blumenau, e cujo nome foi esquecido a partir dos anos 1883/84.
Consoante me contou meu pai, Hercílio Deeke, o Dr. Blumenau não gostava que referissem o morro por tal denominação, pois assim procedendo explicita vinha a menção à Mina de Amalodres e Limas de Pedra, além dos rebolos, de propriedade exclusiva do Dr. Blumenau e que se situava no seu sopé, justamente no local onde atualmente está edificado no prédio do Centro de Saúde. Era tamanha a contrariedade do Dr. Blumenau às especulações e aleivosias além de chistes com que a população referia aquela sua pequena mina com produção artesanal, que ainda, em 1911, o seu filho PedroBlumenau, fez questão de salientar, no termo de doação do Morro do Aipim, que a fazia condicionada à proibição da retirada de qualquer pedra daquele sítio, certamente desejando expungir da memória histórica qualquer recordação que remetesse à lembranças da antiga exploração e artesanato de amoladores limas e rebolos - mantidos por seu pai o Dr. Blumenau, que foi objetivo de muitas piadas e blagues na época da colonização.
O referido burgomestre não deixou de pecar, pois criou ( permitiu a invasão) uma super favela denominada Nova Blumenau, em terreno da municipalidade, terreno que, em administração anterior (31/01/1961- 31/01/1966), foi adquirido com finalidade específica de conter as instalações da grande usina, que estava projetada, para o Tratamento d􀂶Água, com o qual estaria garantido o abastecimento com tanta água quanto fluísse pelo rio Itajaí Açu, na região da Usina do Salto, portanto com enorme capacidade. « Historiar aquisição da vasta área de terras, pela municipalidade, à família Bromberg vizinhas à represa do Salto Usina de Força». Atualmente (1997) o Prefeito Décio Nery de Lima , em suas declarações aos jornais, afirma que pretende alienar o terreno do Morro do Aipim. Pois sim! Acerca da doação do Morro do Aipim à municipalidade, consta, a seguir, o texto da Ata da Sessão Ordinária do Conselho Municipal de Blumenau do dia 10 de abril de 1911, no qual foi mencionada a intenção da doação, sob condições. Ata da Sessão Ordinária do Conselho Municipal de Blumenau do dia 10 de abril de 1911. Aos 10 dias do mês de abril de 1911, às 10 ½ horas da manhã, presentes os conselheiros Abry,
No Morro do Aipim também construiu a sua moradia o alfaiate Penzlien. Morava próximo ao Sr. Richard Kaulich, pouco acima deste, e alcançava a sua casa por estreito caminho que somente servia para pedestres, em razão de ser muito estreito e íngreme, pois fora talhado na abrupta rampa do Morro do Amolador, então já denominado Morro Aipim. Era então (1946) o residente que em mais elevada altura se estabelecera para habitar no Morro do Aipim. Na década de 1960/70 encontraremos o seu filho, cremos que fosse genro do Sr. Spengler, exercendo atividades no Comércio Spengler, em Gaspar.
Clube dos Candangos. Em 1962 era presidente do 􀂳Clube dos Candangos  em Blumenau, o Dr. Engº Álvaro Lobo Bittencourt Filho, o qual exercia então a Superintendência da Estrada de Ferro Santa Catarina em Blumenau, desde sua posse em 04/5/1961 até 11/6/1963. O 􀂳Clube dos Candangos􀂴 foi autorizado pela Lei nº 1.101 de 19/10/1961 (Gestão Prefeito Hercílio Deeke) ao uso a título precário  permissão para ocupação e uso de área de terras situada no Morro do Aipim, mediante termo a ser lavrado quando o clube apresentasse a necessária personalidade jurídica- certidões e registros de seus estatutos. Termo a ser lavrado entre a Prefeitura Municipal de Blumenau e o respectivo Clube.
In Memorian – autorizada por Niels Deeke
Arquivo Adalberto Day
Para saber mais sobre o Frohsin e outros dados, acesse:

- Opel!

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Opel!
Que susto ...
Rua 12 de Outubro, uma transversal da Rua da Glória, em 1946. Existiam nessa rua mais de 25 casas, todas pertencentes à Empresa Industrial Garcia. Foram demolidas no início da década de (19)70. Hoje, nesse local estão a Praça Getúlio Vargas e o terminal urbano do Garcia.
Foi nesta rua que ocorreu o sinistro. A foto foi batida por Osmar Day que estava em cima do pontilhão que fazia a travessa deste ribeirão chamado Grevsmhul no bairro Glória.
O deslize ou acidente ocorreu em 1960. O carro era um Opel, de Bruno Hoenick . “Após a manobra infeliz, da qual saiu ileso, o nosso amigo Valmor  Adriano mudou-se de Blumenau . Foi morar no Rio de Janeiro hoje da gargalhadas quando é citado o  episódio.

Adendo de Carlos Hiebert (Russo) que morava quase em frente  ao ocorrido.
Este fato ocorreu em um sábado à tarde na Rua 12 de Outubro uma transversal da Rua da Glória, primeira à esquerda.
O carro pertencia a um operário e os recursos eram limitados, em vês de levar o carro em  uma oficina para reparar os freios, optou-se por usar os serviços de um vizinho chamado Valmor  Adriano que trabalhava em uma oficina mecânica no centro da cidade. Apos efetuar os reparos no sistema dos freios no interior da garagem do Sr. Bruno Hoenick no sistema de freios, o mecânico Adriano realiza testes para verificar se estava tudo em ordem.
Da garagem para rua tinha uma descida e ao lado da rua como mostra a foto o ribeirão. Quando é realizada a manobra em marcha ré, ainda no interior da garagem, quando o motorista (mecânico ) precisou acionar os freios, constatou que alguma coisa tinha sido feito “errado”,  o carro não freou e desceu em direção ao  ribeirão.
Para retirar o carro do ribeirão foi utilizada uma talha (ferramenta ou máquina simples baseada num sistema de roldanas) que foi buscada na Fabrica ou Empresa (era como nos chamávamos a Empresa Industrial Garcia) Inicialmente se amarou a talha em uma arvore a qual não suportou a carga e em seguida foi amarrada em um local mais firme. Uma coisa que marcou minha memoria de adolescente foi o comportamento da esposa do proprietário do veiculo dona Herta, ela chorava copiosamente lamentando o ocorrido. Um dos temores que despencasse uma trovoada, o que era comum no verão, transbordasse o ribeirão e arrastasse o carro. Mas tudo deu certo e o carro foi retirado do local. 
Fotos arquivo Dalva e Adalberto Day

- Como era o antigo “Bier Garden”

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Como era o antigo “Bier Garden” da Praça Hercílio Luz
Entrevista realizada com o Sr. Leopold Neitzel
Por Sueli Maria V. Petry/diretora do Arquivo Histórico de Blumenau.
Natural da região de Fidélis, Blumenau, Leopold Neitzel nasceu no dia 12 de outubro de 1898.  Seus estudos foram realizados na Escola Particular Alemã de Fidelis. Foi aluno do Prof. Hermann Lang. Casou aos 36 anos com Ella Weise. Deste consórcio tiveram uma filha.
          Alfaiate de profissão, foi aprendiz de Leopold Laux o qual mantinha uma alfaiataria muito conceituada na Rua XV de Novembro. Aos 20 anos transferiu-se para Joinville, onde conseguiu emprego na Alfaiataria Torrens. Lembra Leopold Neitzel que naquela época, viajar era uma verdadeira odisseia, impossibilitado de pagar um carro de aluguel (táxi) que o levasse até Jaraguá do Sul, para pegar o trem que o conduziria a Joinville, fez que o trajeto a pé. Após permanecer por um período de 7 anos naquela cidade, retornou a Blumenau onde passou a exercer sua profissão com segurança. Abriu uma alfaiataria na esquina da Rua das Palmeiras, frente á antiga Ferraria Kielwagen. Sua especialidade na confecção de roupas para pessoas obesas garantiu-lhe uma clientela seleta. Durante dois anos trabalhou com 4 funcionários. O surgimento das confecções industrializadas enfraqueceu o seu oficio a tal ponto que se viu forçado a vender o empreendimento. Retornou a Joinville em busca de novo emprego. Nesta época eclodia a Revolução de 30. Este fato impediu-o de trabalhar e viajar a São Bento do Sul, ode tinha emprego garantido. Sem dinheiro, voltou para Blumenau. Recomeçou sua vida trabalhando no ramo da alfaiataria.
          Nas horas vagas trabalhou nas mais diversas profissões. Nos anos 38 a 40, trabalhou de garçom atendendo um convite que lhe havia feito o jardineiro responsável da Praça Hercílio Luz, Sr Fabian. Este jardineiro explorava os serviços de bar do pavilhão na lateral daquela praça, aproximadamente uns dois metros atrás, onde hoje está edificado o Monumento dos Voluntários da Pátria. Lembra o Sr. Leopold Neitzel que o pavilhão era muito frequentado pelos colonos que vinham do interior do município para vender seus produtos como ovos, manteiga, aipim, batata, melado, enfim, produtos que hoje encontramos nas feiras, mas naquela época eram vendidos de porta em porta, ou ainda por pessoas que vinham à Prefeitura  pagar seus impostos e resolver seus problemas.
          O pavilhão, segundo o Sr. Neitzel, tinha o formato redondo, aberto no andar superior e no inferior era utilizado para os serviços de bar. Neste bar servia-se café, doces, gasosa e outros. Lembra com saudosismo as marcas mais procuradas que eram as bebidas de Louis Probst a cerveja nacional de Otto J. Jensen , Hosang , E.G.Herrmann. No bar jogava-se baralho, fazia-se cervejadas entre amigos que ficavam muitas vezes, até altas horas da madrugada se confraternizando.
          A parte superior do pavilhão era destinada a apresentação de retretas que alegravam o ambiente nos dias de festas cívicas e concertos públicos. Em outros momentos esta área era utilizada pelos frequentadores do bar que subiam ao pavimento superior para apreciar o movimento e tomar a sua cervejinha. Lembra o Sr. Leopold, que a praça era bem conservada. Os trabalhos de limpeza ficava a cargo de um funcionário da Prefeitura que fora especialmente contratado para cuidar da ordem e limpeza da praça, diariamente. A praça era linda, com muitas árvores e canteiros que embelezavam o ambiente. Havia muito movimento, pois tudo se concentrava naquele local. Nos fundos, havia o Porto Fluvial, onde atracavam muitas lanchas que traziam mercadorias do Porto de Itajaí para Blumenau. O  Vapor Blumenau e o rebocador Santa Catarina eram os maiores. Estes além do constante transporte de mercadorias levavam e traziam passageiros. Destes, muitos faziam a sua parada obrigatória no pavilhão para tomar o seu café ou aguardar o vapor.
          Construído nos idos de 1919, na gestão do governo de Paulo Zimmermann, conforme a resolução 121 de 16 de abril daquele ano. O pavilhão conforme nos disse a filha do Sr. Mathias Fabian de acordo com a fotografia que lhe mostramos já era uma segunda construção. A primeira era mais simples e não havia a parte superior. Após a ampliação feita no governo de Paulo Zimmermann este passou a ser explorado pelo Sr. Fabian que fez um contrato com a Prefeitura. Foi também o mesmo projetista da disposição do jardim. Era formado em jardinagem na Alemanha e em nossa cidade responsável pelos trabalhos de embelezamento de vários jardins de residências dos grandes empresários. Lembra a filha que seu pai introduziu muitas árvores na praça. Discorda muito da nova dinâmica que se tem dado a mesma. O desativamento do Pavilhão ocorreu por volta de 1940 na gestão do Prefeito José Ferreira da Silva que não renovou o contrato.
Revista Blumenau em Cadernos; Tomo XXVIII; Fevereiro de 1987, nº 2 – Fundação Cultural de Blumenau. Arquivo HJFS.
Para saber mais acesse:

- Enchente em Blumenau 2017

- Frederico Kilian

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Frederico Kilian nasceu em 8 de julho de 1898, em Palhoça (SC). Filho de Eduardo Kilian e Helena Burckardt, casou-se na década de 1920 com Gertrudes Müller. Desta união nasceram os filhos Orla, Horst, Ursel,Helma e Fritz. Kilian colaborou em diversos segmentos da sociedade. Foi professor, escrevente juramentado do Cartório Frederico Müller de Indaial e Escrivão de Paz em Massaramduba. Durante muitos anos manteve a coluna Efemérides na Revista Blumenau em Cadernos e foi tradutor de artigos extraídos dos jornais Blumenauer Zeitung e Der Urwaldsbote.Frederico Kilian faleceu em 4 de janeiro de 1995, aos 96 anos.
(Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / Fundação Cultural de Blumenau)
Mais uma bela crônica da escritora, historiadora Urda Alice Klueger. Fala de um dos cidadãos mais conhecidos pelos blumenauenses principalmente na parte de grande memorialista que foi o senhor Frederico Kilian. morou por muitos anos na rua amazonas próximo a antiga fábrica TECELAGEM união.
Por Urda Alice Klueger.

Meu tipo inesquecível
Ele nasceu no finalzinho do século passado, e seu sonho era o de viver em três séculos diferentes. Com o maior bom humor, planejava alcançar o ano 2.000, coisa difícil, que acabou não dando certo, mas que o fez sonhar muito.
Seu Frederico Kilian tinha 54 anos quando eu nasci, mas só fui conhecê-lo quando ele já passara dos oitenta. Era um homem pequenino e baixinho, que parecia ter encolhido com a idade. Como não o conheci quando mais jovem, fiquei sempre com a impressão de que encolhera mesmo.
Seu Frederico Kilian me deu a maior lição de vitalidade e de amor à vida que jamais tive. Lúcido, alegre e brincalhão quase até o fim, cheio de incontestável energia física, ele me impressionou desde o dia em que o conheci. Fiquei a observá-lo com muita atenção por algum  tempo, até que nos tornamos amigos. Que amigo que era seu Frederico! Beirando os noventa anos, tinha um pique difícil de acompanhar. Todas as tardes podia se encontrá-lo a caminhar pelas ruas, no seu passinho ágil e miúdo, sempre com destino certo.
– Para onde vai, seu Frederico?
Ia sempre visitar alguém, e parava para me contar que na véspera visitara o amigo tal, que tivera um derrame e estava paralítico, e abanava a cabeça com pena:
– Os meus amigos estão acabando! Quase todos estão doentes ou morreram!
Era uma constatação lúgubre, normal na avançada idade dele, mas ele não se deixava abater. Mudava logo de assunto:
– Hoje à noite...
Sempre tinha um plano para a noite, depois da visita da  tarde. Comparecia a todos os coquetéis, vernissages e outros eventos que acontecessem na cidade. Eu freqüentava os mesmo ambientes que ele, e nas festas, abismava-me com o seu pique: se havia uísque, ele bebia uísque: se havia vinho, ele bebia vinho; se havia cerveja, ele bebia cerveja, e assim por diante, numa demonstração de vitalidade que a gente julga presente só nos jovens.
Nas manhãs, ele trabalhava. Exercia sua antiga profissão de fazer inventários, fazia traduções para a revista Blumenau em Cadernos, escrevia textos. E era galante o nosso velhinho, ah! como era! Não perdia manifestação pública, e lembro bem da Copa do Mundo de 1986, quando, numa das primeiras vitórias do Brasil (só houve as primeiras, mesmo), eu fui com minha turma festejar no carnaval que, aqui em Blumenau, acontece na Rua XV de Novembro. Seu Frederico Kilian, com seus 88 anos, lá estava no carnaval do Brasil, dançando e fotografando. Dançou samba comigo no meio da rua, num arrasta-pé que abriu a roda e fez todo o mundo por perto aplaudir. Agradeceu, depois, a ‘marca’, como se estivesse em elegante salão de baile.
Ele gostava da minha companhia, e, galantemente, convidava-me para festas mais solenes, aos sábados, aonde íamos de braços dados. Tenho as fotografias dessas ocasiões para lembrar-me com saudade.
Mais que ninguém, seu Frederico gostava de viajar. Beirando os noventa anos, decidiu fazer viagem em navio de turismo até o extremo sul da América do Sul. Era um mês no mar, e a família julgou que voltaria morto. Preocupados, os familiares sequer o deixaram volta com o navio até Santos: forma de carro, buscá-lo no porto de Rio Grande/RS. Esperavam encontrar lá um velhinho derreado, mas seu Frederico saltou do navio lépido e faceiro, delirantemente aplaudido por todos os passageiros. Tinha sido eleito o passageiro mais simpático, tinha gravado entrevistas com todo o mundo do navio, e, ah! ele delirava ao contar! – num baile à fantasia, fantasiara-se de beija-flor para poder beijar todas as moças! Assim era seu Frederico!
Depois dos noventa anos, ainda fez muitas viagens. Creio que a mais ousada foi ter ido conhecer o Egito, e se aventurado a andar de camelo, lá pelos 92 anos. A família já não o deixava viajar sozinho, e a gente via que aquilo não lhe agradava muito.
Ele faleceu nos primeiros dias de 1995. Só ‘baixara a bola’ nos últimos meses, e quando o vi pela ultima vez antes da sua morte, ele ainda estava planejando escrever um romance. Contou-me todo o enredo do romance, sobre uma moça que se suicidara em Blumenau no final do século XIX. Talvez, algum dia, eu escreva o romance por ele.
Seu Frederico Kilian sonhava em viver em três séculos diferentes, e não conseguiu. Mas como viveu intensamente os 96 anos de vida que Deus lhe deu! Quero, um dia, ser uma velhinha como ele!

Blumenau, 17 de agosto de 1996.
Urda Alice Klueger
_________________________________________
Adendo do Ecólogo Lauro Eduardo Bacca
Obrigado Urda por nos fazer lembrar do amigo Kilian, que caracterização bonita e perfeita do homem e cidadão, parabéns!
Reforço o seu gosto por passear: Kilian foi numa excursão da Acaprena ao Pantanal Mato-grossense aos 88 anos. A certa altura da viagem ele "desapareceu". Cadê seu Kilian? está no banheiro do ônibus? Não! estava lá na frente, com o motorista, sentado sobre o capô do motor, caderninho à mão, tomando notas, não é fantástico? Depois, em Porto Jofre, o pessoal saiu prá caminhar. Bem consciente da sua condição física, ainda que invejável para a idade, participou, mas, ao invés de caminhar 1,5 hora de ida e outro tanto de volta, fez 45 mim respectivamente. Vou enviar uma foto dele bem longe, na transpantaneira!
Depois, aos 90 anos, foi conosco a Urubici e morro da Igreja. Dormiu sobre uma carroça, num galpão de fazenda com uma fresta de mais de meio metro de altura entre o chão e a grande porta de madeira de entrada, junto com todos, alguns em saco de dormir no chão batido, outros sobre montes de capim seco para o gado. Dia seguinte lá foi ele, com mais alguns que não foram a pé, sobre uma espécie de "galhota" (carroça de duas rodas) puxada a trator, atravessar por dentro do rio Cachoeira.
No morro da Igreja, no tempo em que ainda era possível adentrar na área da Aeronáutica, caminhando por quase um km pela via interna, uma rajada de vento de quase 100 km/h o derrubou sobre umas pedras, felizmente, sem consequências maiores que um muito pequeno corte em uma das mãos. Grande Kilian!

- Enchente em Blumenau e região 2017

- Frederico Kilian

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Frederico Kilian nasceu em 8 de julho de 1898, em Palhoça (SC). Filho de Eduardo Kilian e Helena Burckardt, casou-se na década de 1920 com Gertrudes Müller. Desta união nasceram os filhos Orla, Horst, Ursel,Helma e Fritz. Kilian colaborou em diversos segmentos da sociedade. Foi professor, escrevente juramentado do Cartório Frederico Müller de Indaial e Escrivão de Paz em Massaramduba. Durante muitos anos manteve a coluna Efemérides na Revista Blumenau em Cadernos e foi tradutor de artigos extraídos dos jornais Blumenauer Zeitung e Der Urwaldsbote.Frederico Kilian faleceu em 4 de janeiro de 1995, aos 96 anos.
(Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / Fundação Cultural de Blumenau)
Mais uma bela crônica da escritora, historiadora Urda Alice Klueger. Fala de um dos cidadãos mais conhecidos pelos blumenauenses principalmente na parte de grande memorialista que foi o senhor Frederico Kilian. morou por muitos anos na rua amazonas próximo a antiga fábrica TECELAGEM união.
Por Urda Alice Klueger.

Meu tipo inesquecível
Ele nasceu no finalzinho do século passado, e seu sonho era o de viver em três séculos diferentes. Com o maior bom humor, planejava alcançar o ano 2.000, coisa difícil, que acabou não dando certo, mas que o fez sonhar muito.
Seu Frederico Kilian tinha 54 anos quando eu nasci, mas só fui conhecê-lo quando ele já passara dos oitenta. Era um homem pequenino e baixinho, que parecia ter encolhido com a idade. Como não o conheci quando mais jovem, fiquei sempre com a impressão de que encolhera mesmo.
Seu Frederico Kilian me deu a maior lição de vitalidade e de amor à vida que jamais tive. Lúcido, alegre e brincalhão quase até o fim, cheio de incontestável energia física, ele me impressionou desde o dia em que o conheci. Fiquei a observá-lo com muita atenção por algum  tempo, até que nos tornamos amigos. Que amigo que era seu Frederico! Beirando os noventa anos, tinha um pique difícil de acompanhar. Todas as tardes podia se encontrá-lo a caminhar pelas ruas, no seu passinho ágil e miúdo, sempre com destino certo.
– Para onde vai, seu Frederico?
Ia sempre visitar alguém, e parava para me contar que na véspera visitara o amigo tal, que tivera um derrame e estava paralítico, e abanava a cabeça com pena:
– Os meus amigos estão acabando! Quase todos estão doentes ou morreram!
Era uma constatação lúgubre, normal na avançada idade dele, mas ele não se deixava abater. Mudava logo de assunto:
– Hoje à noite...
Sempre tinha um plano para a noite, depois da visita da  tarde. Comparecia a todos os coquetéis, vernissages e outros eventos que acontecessem na cidade. Eu freqüentava os mesmo ambientes que ele, e nas festas, abismava-me com o seu pique: se havia uísque, ele bebia uísque: se havia vinho, ele bebia vinho; se havia cerveja, ele bebia cerveja, e assim por diante, numa demonstração de vitalidade que a gente julga presente só nos jovens.
Nas manhãs, ele trabalhava. Exercia sua antiga profissão de fazer inventários, fazia traduções para a revista Blumenau em Cadernos, escrevia textos. E era galante o nosso velhinho, ah! como era! Não perdia manifestação pública, e lembro bem da Copa do Mundo de 1986, quando, numa das primeiras vitórias do Brasil (só houve as primeiras, mesmo), eu fui com minha turma festejar no carnaval que, aqui em Blumenau, acontece na Rua XV de Novembro. Seu Frederico Kilian, com seus 88 anos, lá estava no carnaval do Brasil, dançando e fotografando. Dançou samba comigo no meio da rua, num arrasta-pé que abriu a roda e fez todo o mundo por perto aplaudir. Agradeceu, depois, a ‘marca’, como se estivesse em elegante salão de baile.
Ele gostava da minha companhia, e, galantemente, convidava-me para festas mais solenes, aos sábados, aonde íamos de braços dados. Tenho as fotografias dessas ocasiões para lembrar-me com saudade.
Mais que ninguém, seu Frederico gostava de viajar. Beirando os noventa anos, decidiu fazer viagem em navio de turismo até o extremo sul da América do Sul. Era um mês no mar, e a família julgou que voltaria morto. Preocupados, os familiares sequer o deixaram volta com o navio até Santos: forma de carro, buscá-lo no porto de Rio Grande/RS. Esperavam encontrar lá um velhinho derreado, mas seu Frederico saltou do navio lépido e faceiro, delirantemente aplaudido por todos os passageiros. Tinha sido eleito o passageiro mais simpático, tinha gravado entrevistas com todo o mundo do navio, e, ah! ele delirava ao contar! – num baile à fantasia, fantasiara-se de beija-flor para poder beijar todas as moças! Assim era seu Frederico!
Depois dos noventa anos, ainda fez muitas viagens. Creio que a mais ousada foi ter ido conhecer o Egito, e se aventurado a andar de camelo, lá pelos 92 anos. A família já não o deixava viajar sozinho, e a gente via que aquilo não lhe agradava muito.
Ele faleceu nos primeiros dias de 1995. Só ‘baixara a bola’ nos últimos meses, e quando o vi pela ultima vez antes da sua morte, ele ainda estava planejando escrever um romance. Contou-me todo o enredo do romance, sobre uma moça que se suicidara em Blumenau no final do século XIX. Talvez, algum dia, eu escreva o romance por ele.
Seu Frederico Kilian sonhava em viver em três séculos diferentes, e não conseguiu. Mas como viveu intensamente os 96 anos de vida que Deus lhe deu! Quero, um dia, ser uma velhinha como ele!

Blumenau, 17 de agosto de 1996.
Urda Alice Klueger
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Adendo do Ecólogo Lauro Eduardo Bacca
Obrigado Urda por nos fazer lembrar do amigo Kilian, que caracterização bonita e perfeita do homem e cidadão, parabéns!
Reforço o seu gosto por passear: Kilian foi numa excursão da Acaprena ao Pantanal Mato-grossense aos 88 anos. A certa altura da viagem ele "desapareceu". Cadê seu Kilian? está no banheiro do ônibus? Não! estava lá na frente, com o motorista, sentado sobre o capô do motor, caderninho à mão, tomando notas, não é fantástico? Depois, em Porto Jofre, o pessoal saiu prá caminhar. Bem consciente da sua condição física, ainda que invejável para a idade, participou, mas, ao invés de caminhar 1,5 hora de ida e outro tanto de volta, fez 45 mim respectivamente. Vou enviar uma foto dele bem longe, na transpantaneira!
Depois, aos 90 anos, foi conosco a Urubici e morro da Igreja. Dormiu sobre uma carroça, num galpão de fazenda com uma fresta de mais de meio metro de altura entre o chão e a grande porta de madeira de entrada, junto com todos, alguns em saco de dormir no chão batido, outros sobre montes de capim seco para o gado. Dia seguinte lá foi ele, com mais alguns que não foram a pé, sobre uma espécie de "galhota" (carroça de duas rodas) puxada a trator, atravessar por dentro do rio Cachoeira.
No morro da Igreja, no tempo em que ainda era possível adentrar na área da Aeronáutica, caminhando por quase um km pela via interna, uma rajada de vento de quase 100 km/h o derrubou sobre umas pedras, felizmente, sem consequências maiores que um muito pequeno corte em uma das mãos. Grande Kilian!


- Jornal Sem Fronteiras

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Quando recebi o convite para conceder uma entrevista ao Jornal Sem Fronteiras da querida cidade de Gaspar, através da Escritora, Jornalista, colunista senhora Arlete Trentini dos Santos, fiquei muito honrado e agradecido.
Mais feliz ainda por ser a edição de comemoração dos quatro anos de fundação do Jornal.
Resolvemos então, transcrever o conteúdo : 
Adalberto Day, cientista social e pesquisador da história em Blumenau.
Um catarinense de quem nos orgulhamos: Senhor Adalberto Day! Isso motivou-nos a convidá-lo para fazer parte da Vitrine Literária do Sul.
Ele tem, em sua casa, um grande Museu. Foram mais de 150  colaboradores. E esse museu tem muitas histórias. Encontramos lá máquinas fotográficas, que fotografaram a 2ª Guerra Mundial, máquinas de escrever, máquinas de costuras e rádios que ainda estão funcionando perfeitamente, relógios, louças, ferros de passar a brasa. São muitas peças que os imigrantes trouxeram na bagagem.
          O Senhor Adalberto Day nasceu em Blumenau a 15 de abril de 1953. É casado desde 1976 com Dalva Day, com quem tem duas filhas: Louisiana Waleska e Vanessa Betina. É Cientista Social, graduado com licenciatura pela Universidade Regional de Blumenau, professor aposentado das disciplinas de História, geografia, Filosofia e Sociologia, pesquisador da História de Blumenau.
          Tem vários trabalhos comunitários em Blumenau. Recebeu diversas menções e Moções. Recebeu o título Cuidador da História de Blumenau, em 2012, pela jornalista Nane Pereira. Em setembro de 2016, recebeu o titulo de Guardião da História de Blumenau, pela jornalista Aline Camargo.
          Quando menino, já era questionador. Sempre fazia perguntas á sua avó, Ana, e a seus pais. E com o passar dos anos, foi guardando na memória todas as histórias e informações que ouvia, talvez, sem fazer a menor ideia do quão importante se tornaria para uma cidade e do quão importante se tornaria o sentido da palavra: compartilhar.
          Gostaria de ver seu trabalho divulgado dentro de todas as escolas municipais, estaduais e particulares. Já realizou várias palestras, mostras, porém, sabe que é preciso muito mais.
          Depois da grave enfermidade em 2012, ficaram muitas sequelas, contudo, o Sr. Day diz que elas são os troféus da sua vitória. Ele repete: “Tenho que ficar bem, tenho muita história, para contar ainda!”
          Com o passar do tempo, aprimorou este seu lado e passou a se dedicar ás causas, fatos e histórias do Grande Garcia, depois, de toda cidade, passando a ser uma referencia para muitos estudos e teses.
          Tem sob sua guarda um farto registro, tanto escrito como físico, de muitas passagens, principalmente do grande Garcia, do Amazonas Esporte Clube, clube que ele e milhares de pessoas admiraram e curtiram. Foi um dos articuladores que foi ouvido pelo Prefeito Napoleão e Ricardo Stodieck, Presidente da Vila Germânica, que não deveria ser vendido o Morro do Aipim – e Restaurante Frohsin. Justificativa que este local seria o verdadeiro e único local doado pela família de Dr. Blumenau, em 1909,e, portanto, o principal local histórico de nossa cidade.
          Seu trabalho poderá ser mais bem visualizado no seu blog: www.adalbertoday.blogspot.com
          Todos em Blumenau e região deveriam acessar este link sobre Verdades e Mitos de Blumenau:
          Hoje, aposentado, é palestrante sobre a História de Blumenau e, em especial do Grande Garcia, em Universidades, entidades de ensino em geral, 23BI, turismo, empresas. A própria empresa que o demitiu, o contratou para palestras, mostras e outros, mostrando o reconhecimento do trabalho que desenvolvia.
          Trabalha em pesquisas, dá entrevistas em rádios, TVs, participa de trabalhos desde graduação até doutorado/mestrado, escreve para diversos livros e revistas, e jornais. Já participou de vários vídeos, seriados e outros.
          Para contato: familiaday@terra.com,br  

- Blumenau, Chorei de tanto amor!

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Mais uma participação da escritora, historiadora Urda Alice Klueger. Hoje nos corta o coração falando lá de sua nova morada em Enseada de Brito, falando de sua cidade Natal Blumenau.
ALÉM DO NORTE, LÁ TAMBÉM É O ESCRÍNIO DA MAIS PRECIOSA JÓIA
                                
                           Por acaso, aqui na internet, passei por uma foto que me fez parar e olhar com mais atenção. Ampliei-a. Dei a primeira olhada.
                         Era da cidade que já foi minha, vista bonita, Beira Rio, provavelmente tirada do Morro da Antena, e a olhei com curiosidade, pois por tanto tempo aquela cidade foi minha que deveria me despertar alguma reação.
Rua XV de Novembro, 1398
                         E a reação veio, mas nada dizia do lugar aonde nasci à Rua XV de Novembro 1398,  em Blumenau, nem da minha infância na Garcia, nem das escolas que frequentei, nem dos empregos que tive, nem dos lugares onde morei, nem das pessoas que conheci – por um momento foi uma foto estática, que nada dizia além da localização geográfica e do ângulo em que foi tirada, até que, com a força de um vulcão em erupção, irrompeu das minhas entranhas, do meu coração, do meu âmago, das mais vivas e fortes fibras do meu ser, da minha essência mais profunda o que aquela cidade representava para mim, e que era a intensidade do amor, e o nome do amor afluiu à minha boca e ao meu coração com a intensidade de sempre, e eu me curvei de dor a repetir aquele nome, e me curvei de dor porque nada mudou, tantas décadas depois, e aquela cidade, e aquela Beira Rio que ainda não existia, e aquele rio simbolizam o mesmo amor que um dia simbolizaram e deram o sentido da minha vida, mesmo quando a espada do Destino veio e cortou abruptamente aquela maravilha que se vivia. Encurvada pela dor, olhava para aquela foto e ouvia, como que rimbombando poderosamente em todo o meu entorno aquele nome que eu pronunciava como a palavra cabalística que é e que faz toda a diferença em eu estar viva ou não estar, e esse estar viva ou não estar é o que acontece nesta vida e que deverá acontecer em outras.
                                   Então, agora sei o que aquela cidade representa, e lá de ela, através da foto ocasional, o amor estava e veio em ondas coloridas e chegou até mim, e só então eu entendi a cidade, o porquê da cidade, qual o meu laço com ela. Como que ancorada lá, está a mais linda história de amor que alguém já viveu e agora eu posso ir-me e ser feliz porque a história está comigo como meu bem mais precioso, e se algum dia tiver alguma dúvida, saberei onde está o escrínio que guarda aquela joia mais preciosa de todas, pois está comigo mas tem as raízes lá.
                                   Chorei de tanto amor por todo o tempo em que escrevi este texto.

                                   Enseada de Brito, 05 de maio de 2017, dia diáfano de tão azul clarinho.
                                   Urda Alice Klueger
                                   Escritora, historiadora e doutora em Geografia.

Arquivo de Adalberto Day 

- Humor no Reino do GARCIA

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Monarquia em Blumenau: Sargento Junkes e o glorioso Reino do Garcia
Publicado 3 DE JULHO DE 2017 / ANDRÉ BONOMINI Blog “A Boina”.

Abro espaço em meu blog como pesquisador e cientista social para um pouco de humor muito bem elaborado em nosso Grande Garcia. Com certeza vai fazer parte de nossa história. Adalberto Day
Existe um país encravado dentro de Blumenau. Um lugar que, cansado de ser um distrito da cidade, resolveu se tornar uma independente, uma monarquia que já tem Rei, parlamento, comitiiiva e projetos para se tornar ainda mais forte: É a saudável brincadeira do Reino do Garcia, criação de Tiago Junkes, ou melhor Sargento Junkes, morador do Reino do Garcia desde sempre e apaixonado por seu lugar, histórias e personagens.
Para conhecer a história  do Reino do Garcia acesse clicando em: 

A imagem mostra toda a Região Sul de Blumenau - Grande Garcia em 1978
História:
- O Bairro Vila Formosa foi criado em através da lei nº 717 de 28 de abril de 1956, na administração do Prefeito Guilherme Frederico Busch.Jr. O caminho paralelo à margem esquerda do ribeirão Garcia já constava no mapa da colônia Blumenau de 1864, existindo também a demarcação de alguns lotes coloniais. Este caminho atualmente é conhecido por Rua Hermann Huscher. Esta denominação foi dada em homenagem a um grande proprietário de terras no Bairro Vila Formosa, que inaugurou um curtume no dia 7 de janeiro de 1898.
- O Bairro Garcia que recebeu este nome em homenagem às famílias vindas do Rio Garcia, da cidade de Camboriú, recebeu esta denominação oficial através da lei nº 717, de 28 de abril de 1956, pelo Prefeito Frederico Guilherme Busch Jr. . O nome de Rua Amazonas foi colocado devido que na época era comum utilizar nomes de Estados, antes era conhecida com o nome de terras Die Kolonie. "A colônia”.
- O Bairro Progresso foi oficializado pelo Prefeito Frederico Guilherme Busch Jr. Através da lei nº 717, de 28 de abril de 1956.O nome Progresso originou-se após as implantações das empresas; Industrial Garcia e Artex – os moradores “diziam quando eram indagados onde residiam, que moravam onde o Progresso estava chegando” referindo-se as industrias. A Rua Progresso tem essa denominação desde 28 de agosto de 1952 – Decreto Lei nº 364. conforme artigo 2º. Antes era conhecido como Alto Garcia ou Garcia Alto e distrito do Jordão. E quem morava onde hoje é a Rua Rui Barbosa dizia que morava no “Krohberger ” ou Krohbergerbach “bach ribeirão”, ou ainda somente “Kroba”, devido a primeira família a morar na região Sr. Heinrich Krohberger, que chegou por aqui por volta de 1858 e falecido em 22 de abril de 1914 que possuía uma grande propriedade era engenheiro, agrimensor prestou serviço em vários governos inclusive com Dr. Blumenau, projetou as primeiras e maiores obras de vulto do município , entre os principais estão a construção das pontes do Garcia e do Salto, igrejas católicas e evangélicas.
- O Bairro Glória foi oficialmente criado através da lei nº 03, de 04 de fevereiro de 1938, Pelo prefeito José Ferreira da Silva, o bairro foi oficializado pelo Prefeito Frederico Guilherme Busch Jr. Através da lei nº 717, de 28 de abril de 1956. .O nome Glória foi colocado em homenagem a um antigo clube musical chamado Glória que existia desde 1920, antes era conhecido com o nome de Specktiefe (palavra de origem alemã que quer dizer caminho lamacento ou gorduroso, lama vermelha).
- O Bairro Valparaiso deve-se o nome ao Loteamento conjunto Valparaiso dado em homenagem a uma cidade chilena.Antônio Zendron havia comprado o lote de João Gebin, em 1920, onde no local havia uma plantação de abacaxi na vertente da direita e mandioca na vertente da esquerda do ribeirão. Com o desmembramento o caminho da roça se tornou a Rua Antônio Zendron, que recebeu a denominação oficial em 28 de agosto de 1952. O bairro ainda é mais conhecido como ZENDRON do que por Valparaiso .
- O Bairro Ribeirão Fresco foi oficializado pelo prefeito Frederico Guilherme Busch Jr. Através da lei nº 717, de 28 de abril de 1956. No mapa de 1864 já constava o nome de Ribeirão Fresco, antes conhecido como Kuhler Grund – solo Fresco, denominação usada pelos primeiros imigrantes. Observação : o bairro preferiu não participar do Distrito do Garcia, mas é parte integrante do Grande Garcia.

Fonte: SargentoTiago Junkes. Acervo particular da Família de Dalva e Adalberto Day

- As angústias de Dr. Blumenau

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AS ANGÚSTIAS DO DOUTOR BLUMENAU
Por Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista


Hermann Bruno Otto Blumenau foi um visionário e, ao mesmo tempo teve que ser um sonhador para concretizar a implantação da sua Colônia no sul do Brasil.
Quando lhe foi negada, pelas autoridades provinciais de Santa Catarina, a concessão gratuita das terras ele arriscou todo o dinheiro que tinha, e mais o que conseguiu com a família por empréstimo, constituindo uma empresa com Ferdinando Hackradt, passando a ser o detentor de uma Colônia particular. 

Conseguiu atrair poucos imigrantes para, com ele, fundar a futura cidade de Blumenau. Eram apenas 17, nove homens solteiros, duas mulheres solteiras, 2 casais, duas crianças. 

Mas chegando à densa floresta, onde índios selvagens estavam a espreita dia e noite, quase todos desistiram de ficar por aqui. Dos primeiros, só a família de Guilherme Friedenreich, o casal e duas filhas, e o charuteiro Frederico Riemer radicaram-se definitivamente na Colônia.
Os demais foram sucessivamente procurando outras plagas.
Aos poucos chegavam mais imigrantes, atraídos pela propaganda que na Alemanha se fazia sobre um futuro feliz no outro lado do mundo.
José Ferreira da Silva, no seu livro ”História de Blumenau”, narra as vicissitudes e infortúnios de Hermann Blumenau desde o início da colonização:
Casa de Dr. Blumenau que foi destruída na enchente de 1880

“Os infortúnios que ensombraram a vida do Dr. Blumenau multiplicaram-se com a chegada dos imigrantes. Atender-lhes as precisões mais urgentes, ouvir as queixas e reclamações de alguns, que se sentiam desiludidos, de outros torturados pelas saudades da terra natal, pensar na maneira de conseguir fundos para levar de vencida sua meta, eram assuntos que não o deixavam um só momento.” 
Alameda Duque de Caxias, Rua das Palmeiras em 1864

Em 1860 conseguiu transferir a responsabilidade da Colônia para o Governo Imperial e foi nomeado seu administrador, recebendo salário, o que o tirou do sufoco financeiro pelo qual passara desde a fundação, em 1850.
Até que, em 1881, a Colônia Blumenau foi elevada a município e Hermann Blumenau destituído da função.
Começava aí outra saga na sua vida, as dificuldades financeiras, sempre elas, com a possibilidade de não ter recursos para um futuro mais tranquilo.
A revista Blumenau em Cadernos, nas suas edições mais recentes vem publicando uma série de correspondências trocadas entre o Dr. Blumenau e seu amigo, Barão de Capanema.
O brasileiro Barão de Capanema, ou Guilherme Schüch, era filho de austríaco. Estudou em Viena e em Munique, na Alemanha, onde teve o apoio do botânico Von Martius, amigo de Hermann Blumenau.
Homem de confiança de D. Pedro II, Capanema em determinada época foi o encarregado de administrar a implantação de linhas telegráficas no Brasil, inclusive em Santa Catarina, onde contratou para o serviço o agrimensor Emil Odebrecht. Nesse tempo a amizade entre o Barão e Hermann Blumenau foi solidificada.
Por isso, prestes a deixar a administração da Colônia, elevada a município, ele contava suas mágoas, por carta, ao amigo. Reproduzimos alguns tópicos da correspondência:

Desde 1846 trabalhei duro neste país, procurei ajudar e ser útil onde era possível e servi ao Estado com entusiasmo, fidelidade e honestidade. Disso não colho méritos, pois apenas estava cumprindo a minha obrigação. No entanto, o fato de eu ter trabalhado muitas vezes além das minhas forças, e com isso arruinado completamente a minha saúde bem antes da hora e de ter ficado praticamente inválido para o trabalho, e ter me sacrificado bastante e ter sempre preterido os meus interesses e os da minha família, e apesar de termos vivido sempre modestamente, aos 62 anos não ter o suficiente para poder encarar o futuro sem preocupações, isso talvez mereça alguma consideração.”
Por isso, ao voltar para a Alemanha em agosto de 1884, sentia-se frustrado pela falta de reconhecimento por parte do Imperador.
Entretanto, várias vezes manifestou o desejo de permanecer e morrer na cidade que fundara e que tanto amou.
Nascido em 26 de dezembro de 1819, Hermann Bruno Otto Blumenau morreu em Brunsvique, Alemanha, no dia 30 de outubro de 1899. Estava com 79 anos, prestes a completar os 80.
Texto enviado por Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista.
Para saber mais sobre Blumenau acesse:
Vídeo curiosidades sobre Blumenau:

http://www.youtube.com/watch?v=RIiU70pcf9U
Com Susan Germer e Adalberto Day

- Como era o pavilhão da Praça Hercílio Luz

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Como era o Pavilhão da Praça “Dr. Hercilio Luz”
           Fazia um ano que havia terminado a Primeira Guerra Mundial.  Blumenau em 1919, pelos padrões de hoje, não passava de uma minúscula cidade do interior. A “Hauptstrasse”, Rua Principal, era revestida de pedra britada.
          Perto da Prefeitura ficavam o Correio, a Caixa Econômica, a “Deutsche Schule” (Escola Alemã), o “Theaterverein Frohsinn) (Sociedade Teatral Frohsinn), umas casas comerciais, um hotel e uma fabrica de Lacticínios. Já havia casas de dois andares, como o “Hotel Holetz” e as casas comerciais dos Srs. Katz Scheeffer e Jansen. Também havia admiráveis casas construídas no estilo da época, fora as de estilo enxaimel. Conservavam suas características até os nossos dias, a casa do Sr. Rudolf Kleine, hoje “Casa das Louças”, a casa do Sr. Alvin Schrader onde funciona hoje a “ Varig” e a “Casa Husadel”.
          O Vapor Blumenau era o mais importante meio de transporte entre Blumenau e Itajaí. Além dos passageiros comuns das mercadorias e do correio, trazia levas de imigrantes que procuravam aqui um novo lar, uma nova pátria.
          A Praça “Dr. Hercilio Luz”, defronte à antiga Prefeitura, era o principal ponto de reuniões da cidade, que não parava de crescer. Esta praça e a Alameda de Palmeiras na rua Duque de Caxias, estava sob os cuidados de Mathias G. Fabian que possuía uma “Abricultura e Floricultura” na rua São Paulo. Ele tinha aprendido as artes de agricultura e Floricultura na “Schlossgaertnerei” de Heidelberg, que pertencia ao seu tio. Veio ainda moço, ´orfão, na companhia deste tio para o Brasil. Quando não lhe restava mais nada de sua herança parou em Blumenau. Aqui casou-se em 1914 com Frida Schoenfelder, também órfã, neta de Cristian Schoenfelder, que veio em 1853 e de sua mulher Henriette, Nata Fischer, que migrou em 1855 para o Brasil.
          Mathias notou que havia poucas diversões na cidade e que as pessoas que durante a semana toda trabalhavam de sol a sol, não tinham um lugar próprio, para nos fins de semana , bater um papo e tomar umas bebidas. Lembrou-se então de um coreto de praça na cidade de Heidelberg, na Alemanha, onde se criara.
          Este coreto atraia os cidadãos nos fins de semana. Era o lugar onde se ria, conversavam , conhecia pessoas, começava namoros, bebia vinho e cerveja, levava as crianças para passear e enfim se passava o templo livre.
          Por que não poderiam fazer a mesma coisa aqui? A ideia teve o apoio do então superintendente municipal, Paulo Zimmermann e tornou-se realidade. Foi lavrado em 1919, um solene contrato no livro próprio da Comarca de Blumenau, pelo qual o Sr. Mathias G. Fabian se obrigava a construir um “Pavilhão de Coreto de Música e Botequim”, na Praça Dr. Hercílio Luz.
          Constava ainda do documento, que o contratante estava obrigado a colocar no jardim da praça as mesmas mesas necessárias para o serviço de restaurante, atendimento ao público todos os domingos e feriados.
          O Pavilhão, como passou a ser conhecido, desde logo foi bem recebido pela população, e como na velha Heidelberg, do outro lado do Atlântico, tornou-se um ponto de encontro e lazer. A banda de música tocava, as pessoas passeavam, se divertiam, tomavam vinho e cerveja, além de gasosa, do capilé e da cachaça, tudo fabricado em Blumenau ou nas redondezas.
          O coreto passou a ser um centro de convergência das pessoas, já que no inicio da rua das palmeiras era o ponto de “carros de mola” e também de ônibus puxado por dois pacientes cavalos, do Sr. Gustav Grassmann, o qual fazia a linha do centro de Blumenau até o bairro de Itoupava Seca.
          O tempo ia passando, o Pavilhão abria também nos dias úteis.
Agora os moradores do interior, que tinham que fazer suas compras na cidade, pagar seus impostos ou vender seus produtos agrícolas de casa em casa, faziam sua parada no Pavilhão. Lá tomavam cerveja fabricada por Franz Hosang, Otto Berner Otto Jenrich, todas produzidas em Blumenau e comiam um pãozinho. As mulheres e  crianças gostavam de uma gasosa feita por Luiz Probst e Otto Jensen ( ou de capilé). Fabrivcavam naquela época capilé,  vinho de laranja e carambola, e os fornecedores eram Ernst Siebert da rua São Paulo e Rudolfo Thomsen, da Velha Central.
          O segundo fabricante ainda o célebre “Bitter Estomacal” muito requisitado. Até hoje, Sr. Thomsen, que mais tarde tornou-se proprietário da fábrica de vinagre do Sr. Siebert, guarda a primeira nota fiscal que sua firma extraiu no longínquo ano de 1929 e que tem como destinatário o Pavilhão de Mathias Fabian.
          Além dos pãezinhos tipo “bundinha” com queijo, salame, linguiça e ovos preparados em casa, à clientela era atendida com docinhos, chocolates e balas. Nos fins de semana havia cuca caseira especialidade de Dª Frida. Perto do Natal não faltavam maçãs e peras estrangeiras, maçã-pão e a gelatina “Waldmeister” importadas.
          Nos fins de semana, em dia de festa ou eleições, havia um suculento churrasco.
          Na época os cigarros eram de palha, mas havia grande sortimento de charutos como os dos “Irmãos Rothbarth”, de Blumenau, e Arthur Buerguer, de Pomerode.
          Em 1929, no governo de Curt Hering, o contrato foi renovado por mais dez anos. O pavimento foi aumentado. Neste tempo Mathias Fabian foi encarregado de projetar e executar a reforma e o embelezamento do jardim público da “Praça Dr. Hercilio Luz”, Foram acrescidas novas árvores ás já existentes, arbustos raros, árvores estrangeiras e semeadas flores. Bancos de madeiras pintados de verde, com os pés de ferro fundido, foram colocados. Todos os caminhos foram revestidos de uma camada de “Schamotte” coberta de areia.
          O “Schamotte” não prejudica as raízes das velhas e preciosas árvores que até hoje são o orgulho dos Blumenauenses.
          Bonito e aconchegante como se tornou o jardim, não faltavam visitantes que ocupavam os seus bancos. Ao por do sol, quando o céu se tingia multicolor, entre outras, o Sr. Arthur Koehler, proprietário do Jornal Periódico “Der Urwaldsbote”, procurava seu lugar predileto num banco à beira do rio Itajaí-Açu, com vista para o lindo panorama da cidade.
          A cidade cresceu muito, o ônibus puxado a cavalo foi substituído por um motorizado. Inaugurou-se linha para o bairro da Velha.
          Automóveis começaram a circular. A grande inovação da Tecnologia moderna no Pavilhão foi um caça-níqueis, que fazia a alegria não só dos jovens, como também de respeitáveis senhores de compridas barbas.
          Surgiram também os clubes de futebol, O Amazonas E.C. o “Blumenauense” hoje “Olímpico” o “Brasil”, depois “Palmeiras” e agora “Blumenau”, festejavam suas vitórias no Pavilhão da Praça “Dr. Hercilio Luz”.
Foto: Jaime Batista da Silva
          Em 1939 o contrato não mais foi renovado e acabou-se uma tradição.
          O pavilhão foi demolido, surgiu um posto de gasolina e mais tarde, no mesmo local foi erguido o “Monumento dos Voluntários da Pátria” .
Erica Pantzier – Filha de Mathias Fabian
CONTRATO
          A seguir vamos reproduzir os termos do contrato firmado entre o  superintendente  Zimmermann e o sr. Faban e que estabelecia o seguinte:
          Contrato para a construção de um pavilhão, na praça Hercilio Luz, que faz a Municipalidade de Blumenau com Mathias Fabian.
          Por este contrato, lavrado no livro de contratos da Câmara Municipal de Blumenau, o Superintendente Municipal Sr. Paulo Zimmermann e Mathias Fabian.
          Por este contrato, lavrado no livro de contratos da Camara Municipal de Blumenau Sr. Paulo Zimmermann e Mathias Fabian, jardineiro, morador nesta Cidade, perante as duas testemunhas (...) acordaram o  seguinte: Clausula Primeira: Matias Fabian obriga-se a construir até o dia 15 de novembro próximo, na Praça Hercilio Luz, desta Cidade, em lugar designado pela Municipalidade e de acordo com a planta por esta apresentada, um pavilhão para coreto de música e botequim, e a colocar no mesmo jardim as mesas necessárias para o serviço de restaurante que o contratante também se obriga a manter, correndo todas as despesas por conta do mesmo contratante Mathias Fabian.
Clausula Segunda: O Município de Blumenau concede ao contratante, em compensação, isenção de todos os impostos municipais. Durante o prazo de doze anos.
Clausula Terceira: Findo este prazo de doze anos, o pavilhão passará a ser propriedade da municipalidade, sem qualquer indemnização ao contratante, o que sucederá também se, durante o tempo do contrato, o Mathias Fabian deixar de explorar o estabelecimento, atendendo o público todos os domingos e dias feriados.
Clausula Quarta: A Câmara Municipal de Blumenau obriga-se a não fazer concessão igual no jardim da Praça Governador Hercilio Luz, durante os dozes anos de duração deste contrato. E por se acharem deste modo contratos, fez-se este que vai assignado pelo Superintendente Municipal e pelo outro contratante Mathias Fabian e pelas testemunhas F.E.F, que a tudo estiveram presentes. E para os fins legais dá-se ao presente o valor de (Rs. 600S000) seiscentos mil réis.
Revista Blumenau em Cadernos; Tomo XXVIII/4; abril de 1987, Fundação Cultural de Blumenau e Arquivo HJFS. 
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