Quantcast
Channel: Adalberto Day
Viewing all 395 articles
Browse latest View live

- A BUGRA Ana do Convento das Freiras

$
0
0
A imagem de 1960 mostra a Bugra Ana. Aparecem na foto Maria da Graça Silva, Ana Bugra, Ângela Solange Chaves e Teresinha Fernandes.
Órfã de pais, assassinados pelos implacáveis "bugreiros",uma indefesa indiazinha foi entregue às freiras do Convento das Irmãs da Divina Providência em Blumenau. Era o início do Século XX. Recebeu um nome cristão, Ana, e durante toda a sua vida dedicou-se aos serviços do Convento e do Colégio Sagrada Família, retribuindo assim sua adoção.
Tornou-se uma cristã civilizada e era muito benquista na comunidade blumenauense.
Imagem arquivo Lorena Karasinski/Enviada por Adalberto Day
Publicado no Jornal de Santa Catarina dia 13/05/2013, dia da abolição da abolição da escravatura no Brasil (1888).
Coluna Almanaque do Vale/Jackson Fachini

Em História de nosso cotidiano apresentamos hoje à conhecida “Índia Bugra”, foto enviada por Lorena Karasinski. 
Segundo A senhora Lorena a “Índia Bugra” como era conhecida era uma pessoa calada, taciturna, e que adorava brincos e outras bijuterias.
Tinha um sorriso fácil e as poucas palavras que balbuciava nem sempre eram entendidas por nós. Ajudava as Irmãs na cozinha, varria as dependências do colégio, mas acho que o que mais gostava de fazer era trabalhar na horta.
Poder-se-ia dizer que vivia seu próprio mundo. Na época as Irmãs contavam que ela foi encontrada no mato quando os outros índios fugiam  ela então com mais ou menos - 2 anos de idade , tropeçou em uma raiz e devido ao acidente ficou para trás.
Realmente lhe faltava à parte da frente (dedos) do pé e por isso mancava. Como se vê na foto, usava um pedaço de galho como bengala. Desde então foi criada pelas freiras. Em 1960, ano desta foto, devia estar perto ou com mais de 100 anos. Por não ter possibilidade de precisar sua data de nascimento, a data de aniversário era comemorada junto o aniversário do colégio. Os estudantes a respeitavam muito e nesta data a presenteavam com bijuterias, sabonetes e outros.
Já dona Isolde W. Nascimento (esposa de Roberto P. do Nascimento o Robertão ex atleta do G.E. Olímpico), conheceu a Ana Bugra por volta de 1947, e relata que era uma pessoa de pouca fala e sua particularidade era plantar milho. Quando em fase de recolhimento do plantio, digeria o milho cru. 

A BUGRA DO CONVENTO DAS FREIRAS 
Depoimento do jornalista Carlos Braga Mueller
Quando eu era criança, lá pelos anos cinquenta, e frequentava a missa das 9 horas da  antiga igreja matriz de S. Paulo Apóstolo de Blumenau, muitas vezes encontrava uma senhora indígena, de idade já avançada, que orava de maneira fervorosa em frente ao altar.
Era a "Bugra do Colégio das Freiras", que havia sido criada no Convento das Irmãs da Divina Providência.
Ela caminhava com dificuldade e os pés se voltavam para dentro, como se ela fosse tropeçar nela mesma. Sempre andava acompanhada de uma freira ou funcionária do Convento.
Mas por que será que ela caminhava dessa forma? Era a questão que martelava na cabeça da então criança que eu era.
A resposta me foi dada pelas minhas tias, que conheciam bem a  história dessa bugra.
No final do Século XIX e início do Século XX,  no Vale do Itajaí, os índios eram dizimados pelos "bugreiros", caboclos impiedosos que atacavam as aldeias durante a noite. Degolavam os homens, aprisionavam as mulheres e as crianças, que traziam para a "civilização" como prova, para assim receber sua recompensa pela matança.
Era um trabalho sujo, patrocinado por colonos e até por prefeituras do Vale do Itajaí, pois a integridade física dos agricultores era constantemente colocada em risco pelo ataque dos bugres.
Numa destas investidas, a pequena bugra foi aprisionada e deixada no Convento das freiras de Blumenau.
Ali recebeu um nome cristão e tornou-se fiel seguidora dos mandamentos cristãos.
E por que mancava e cruzava os pés, andando com tanta dificuldade?
A revelação, contada pelas minhas tias, até hoje me incomoda: para que as crianças indígenas não fugissem enquanto seus pais eram mortos ou aprisionados, os bugreiros retalhavam a facão a sola dos seus pés.
Não existem registros oficiais desse tipo de barbaridade cometida pelos bugreiros, mas o fato era voz corrente na comunidade blumenauense daqueles tempos.
A matança só terminou quando por volta de 1914 foi criado o SPI, Serviço de Proteção aos Índios (hoje FUNAI), sob o comando de Cândido Rondon. Foi instalado um Posto Avançado do SPI na região de Ibirama (José Boiteux) para atrair os bugres e tentar civilizá-los.
Em Blumenau, a bugra Ana dedicou-se integralmente ao Convento e ao Colégio Sagrada Família.
Era uma figura muito popular e quando morreu já idosa, deixou saudades. 

História: Colégio Sagrada Familia.
Data oficial de fundação do Colégio Sagrada Família 27 de abril de 1895.
A história do COLÉGIO SAGRADA FAMÍLIA foi iniciada em 1895, pelas Irmãs Anna, Rufina e Paula. A elas juntaram-se, já em 1896, as Irmãs Júlia e Roberta, e, em 1897, a Irmã Godeharda. Foram lutas e sacrifícios os primeiros anos, mas de entusiasmo missionário –uma das pioneiras, Irmã Anna, cuja saúde não logrou resistir aos de Chegadas a Blumenau no dia 27 de abril de 1895, após a breve passagem por Brusque, as Irmãs iniciaram imediatamente a sua atividade educacional, atraindo logo um bom número de alunas. Muito depressa se fez sentir a exiguidade de espaço na primeira casa, entravando a expansão da atividade. Após diligente busca, e vencidas grandes dificuldades, foi possível adquirir uma propriedade muito bem localizada, próxima à Igreja e ao convento dos padres franciscanos, os quais, desde que o guardião, Fr. Zeno Wallbröhl, fora buscá-las em Brusque, sempre apoiaram fraternalmente o trabalho das Irmãs.
As próprias Irmãs colaboraram na medida de suas forças, ou melhor, “acima de suas forças, de modo que uma ou outra sofreu a vida inteira as conseqüências desse esforço sobre-humano”. Em junho de 1898, com a valiosa ajuda dos frades franciscanos, foi possível iniciar a construção, e em 20 de março do ano seguinte, pronta uma parte da casa, celebrou-se aí a primeira s. Missa, inaugurando com a bênção de Deus a nova sede, então colocada sob o patrocínio da “Sagrada Família”.
“No mesmo dia celebrou-se na nova capela a vestição da primeira noviça, Irmã Clemência, diz a crônica, frisando que, durante anos, muitas candidatas, provindas não só de famílias alemãs, mas também de origem italiana, polonesa e rutena, entre elas diversas ex-alunas do colégio, aí se preparavam para ingressar na vida religiosa.

Para saber mais sobre o Colégio Sociedade Divina Providência Sagrada Família acesse:
Arquivo Lorena Karasinsky/Ursel Kilian/Colaboração Carlos Braga Mueller/Adalberto Day 

- História de Pescador

$
0
0
De boné HAROLDO GONÇALVES DA LUZ (pai do José Carlos) ex. gerente das lojas Prosdócimo.
ZONI CASSIANO valorizando a foto, fazendo uma entrevista do evento.
Zoni foi um dos pioneiros na comunicação (propaganda) com serviço de auto falante - inclusive  utilizando veículos do serviço de auto falante.
"Muitos pescadores gostam de aumentar a sua história. A pesca é considerada uma das atividades mais antigas do mundo, não apenas como fonte de alimento, mas também como modo de vida, dando identidade a inúmeras comunidades".

No dia 1° de Abril de 1962, foi realizado o quinto Campeonato de Pesca de Robalo, promovido pela Empresa Prosdócimo S.A.
Parece até mentira, mas nenhum dos participantes conseguiu pescar um robalo de 2kg conforme exigido pelo regulamento.
Não havendo primeiro lugar, a premiação aconteceu apenas para o 2° e o 3° lugar.
Rua XV 1954 - Desfile passando em frente a antiga Lojas Prosdócimo 
História das Lojas Prosdócimo
Na primeira metade do século XX , o empreendedor João Prosdócimo constituiu uma empresa de varejo, denominada Lojas Prosdócimo, em Curitiba. No final dos anos 40, a Lojas Prosdócimo firmou um contrato com a fabricante sueca de bicicletas Nymanbolagen AG, para produção de bicicletas com a marca brasileira. Antes disso, a Lojas Prosdócimo montava bicicletas com componentes da marca alemã Dürkopp.
As Bicicletas Prosdócimo suecas foram produzidas até 1955, quando a produção passou a ser feita no Brasil. As Lojas Prosdócimo formavam uma rede no setor de eletromóveis. Foram vendidas para o grupo Arapuã , num período difícil para o setor, quando outras grandes empresas, como Mappin, Mesbla, Disapel e Hermes Macedo fecharam as portas.
(Fonte: Fundação Cultural de Blumenau – Arquivo Histórico José Ferreira da Silva). Colaboração  JOSE CARLOS GONCALVES DA LUZ/José Geraldo Reis Pfau/Pfau Comunição.

- Nossa Casa em Blumenau

$
0
0
Nossa Casa em Blumenau por:
Cristina Blumenau
 Casa de Dr. Blumenau, destruída na enchente de 1880
Pequena e bem modesta era a casa para onde nosso pai trouxe mamãe, em novembro de 1869. Muitos aborrecimentos custaram-lhe o não poder oferecer-lhe uma casa mais bonita. Mamãe estava acostumada a muitas comodidades na grande residência de seu pai, em Hamburgo.
Mais de quatro anos papai esteve ausente de Blumenau, pelo que muita coisa ficou ao abandono em sua casa e foram necessários muitos esforços a principio, para torna-la novamente habitável.
Papai sempre alimentou a ideia de fazer uma nova e bonita casa no alto do Morro do Aipim, que lhe pertencia. Ainda há plantas a respeito e teria sido, realmente, lindo e agradável se tudo tivesse dado certo. Mas o tempo foi passando e a construção ficou em projeto, pois, os meios para concretizá-la tomaram destino mais urgente e necessário.
          Mamãe compreendeu isso. Sentia-se bem, apesar da simplicidade de tudo.
          Que vida feliz levávamos em nossa casa! Ela era um paraíso para nós, crianças. E não só a casa, mas também tudo ao redor dela.
          Construída ao rês do chão, sem porão, tinha apenas assoalho de  madeira nos quartos. Como é costume nos trópicos e também em Blumenau, por causa do grande calor, os dormitórios são separados da cozinha por um corredor largo e aberto aos lados. Na casa da frente havia duas peças, um que servia de sala de estar e a outra de quarto de dormir. Mais tarde, com o aumento da família, foi construído mais um cômodo. Este ficava um pouco mais alto, alguns degraus acima da sala de estar. Assim pode-se  construir, por baixo dele, um pequeno porão.
          A casa era coberta de taboinhas, o que lhe dava uma bonita aparência. Largas grades de madeira, pintadas de verde, protegiam as janelas, e os quartos do lado do sol, e do calor. Atrás da casa ficava a grande cozinha e, ao lado, a enorme e bonita sala de jantar, onde também, nós, as crianças, tínhamos os nossos brinquedos e onde permanecíamos a maior parte do tempo. Atrás disso tudo, ainda havia dois quartos. O cômodo de trás ficava um degrau acima do anterior para que o ar pudesse circular livremente por baixo, o que por causa do calor, parecia bem mais prático.
          Interessados e, ao mesmo tempo, sentindo arrepios, nós observávamos os grandes lagartos, de metro de comprimento, que entravam e saiam de baixo desse cômodo. Tão modesto, como os compartimentos de casa, era o mobiliário que, entretanto, tinha em si algo de alegre. Lembro-me, ainda, da bonita “chaise lóngue”, estufada em couro que havia no quarto de dormir e na qual papai costumava descansar á noitinha, lendo jornais e livros, enquanto mamãe, sentada a uma mesa ao lado, em uma poltrona de couro, sempre ocupada, à luz do lampião, completava um quadro de verdadeira ternura e felicidade. Comumente, ela nos encantava com lindos hinos tocados ao harmônio.
          Das paredes pendiam fotografias dos parentes mais chegados.  Pouco mais, além da mesinha de costura, pequenos armários e cadeiras, havia na sala.
           A casa ficava afastada da rua, no fundo do jardim, onde nosso pai encontrava alivio dos trabalhos e incômodos de seus dias inteiros de constantes preocupações.
          Muitas vezes, e isso era muito comum mesmo, tínhamos, nós, as crianças que ir busca-lo da cada da Direção, para o almoço, porque ele não via jeito de abandonar o trabalho que tinha pela frente, antes de termina-lo completamente, esquecendo-se do tempo e de tudo.
          O maior prazer de papai era o seu jardim e, neste, ele punha o seu grande interesse. Ainda me lembro bem com que alegria ao domingos, pela manhã, ele saia para o jardim para cortar flores que mamãe arranjava em vasos ou em artísticas corbelhas. A ninguém ele dava essa grande alegria. As rosas eram as suas flores prediletas, especialmente as vermelhas-escuras e as rosas-violeta de delicado perfume. O nosso jardim era mesmo uma joia, no qual a gente tinha mesmo que sentir intima alegria.
          O conhecido viajante, embaixador suíço, Barão von Tschudi, chamou-o de jardim botânico e não sem razão. Hoje o jardim não existe mais, pois a grande enchente de 1880 destruiu-o completamente. Ali eram cultivadas plantas mandadas buscar de outras partes do mundo. E não era apenas no seu jardim que papai plantava as suas preciosidades botânicas. Encontrava lugar para muitas no parque do seu sobrinho e vizinho Victor Gaertner.         
 Cristina Blumenau e Gertrud retornam a terra natal (Blumenau) e são recebidas com carinho e homenageadas durante a visita que realizaram no mês de outubro à cidade fundada pelo pai, o Dr. Blumenau.  
Eu e meus irmãos herdamos de papai o grande amor pela natureza. Se eu tivesse conhecimentos de pintura, poderia ainda desenhar perfeitamente o nosso jardim, tal a impressão que ele me deixou, apesar de seu ser, então, ainda muito criança.
          Uma cerca rodeava o jardim, quase todo plantado de lindas espécies. Rosas cor-de-rosa bordavam o caminho fronteiro, entrelaçadas em jasmineiros, cujas flores, estreladas, ao serem colhidas, soltavam uma seiva leitosa. Dracenas e outros arbustos floresciam por toda parte e ia-se através do jardim sob um verdadeiro “arco do triunfo”, formado por umas plantas de grandes flores amarelas. No inverno, floresciam, junto ao cercado, lindas fúcsias, heliotrópios, camélias simples, vermelhas, azaleias e outras. Todos os canteiros eram rodeados de uma variedade de Érica, que ali era nativa, de pequenas flores brancas.
           Majestosas palmeiras-de-leque formavam um magnifico caramanchão, servindo de fundo a uma pequena elevação formada de pedras e onde cresciam gloxínias e gesnérias, caládios e outros e, como o mais bonito, um imponente cactos, de grandes flores brancas onde os colibris vinham sugar, através dos compridos bicos, o mel delicioso.
          Quantas e quantas vezes fora-nos dado observar essas lindas criaturinhas, batendo as asas diante daquelas flores, de onde, depois se originavam frutos maravilhosos, assim como das flores encarnadas dos metrosideros, que pareciam limpadores de vidros de lampião e que, por isso mesmo nós chamávamos de “árvore de escovas”.
Também havia, no jardim, uma maravilhosa “Yuka”. Um retrato de meu pai, de 1861, mostra-o junto a essa planta em flor. Violetas, as maravilhosas violetas dobradas, de esplendido azul-claro e brancas, de que mamãe tanto gostava, saturavam o ar de doce perfume. Camélias, das melhores espécies e do mais belo colorido, eram resguardadas cuidadosamente das intempéries.
É singular que as flores mais cheirosas são as que de cor branca; é maravilhosa, igualmente, a combinação do vermelho e do amarelo em muitas flores. Tínhamos magnólias, cujas flores se assemelhavam a pequenas cabeças de repolho, gardênias dobradas, lírios com flores funiliformes que quase não faltavam em jardim algum.
Das insignificantes florinhas brancas, que, em pequenos buques, desabrocham ao longo dos ramos recobertos de folhas verdes, brilhantes, da “olea fragans”, desprende-se suave e doce olor que impregna todo o ambiente em redor. No Brasil chamam-na “flor do Imperador” porque era a preferida  por D. Pedro II ultimo monarca brasileiro.
Aqui há um canteiro com tufos de oleandros, de variadas cores, desde o rosa pálido ao vermelho escuro, simples e dobrados. Levanta-se, mais adiante, uma romanzeira, com as suas flores de encarnado brilhante e frutos também avermelhados de sabor agridoce. Mais para lá, há um canteiro de rosas muito valiosas de que ainda encontrei uma relação de sementes, colhidas com grandes dificuldades. Lembro-me de uma delas, cujas flores, enormes, despertavam a minha admiração e de uma rosa musgo que me causou verdadeiro assombro pelas suas flores de um cor-de-rosa estranho e as admiráveis folhinhas que cobriam as longas hastes. Nunca mais vi outra igual.
Vejo-me ainda em pensamento de mãos dadas com minha irmã, diante dessa roseira, admirando-a em verdadeira devoção. As mirtáceas são copadas, de folhas estreitas, com pequenas flores brancas de penetrante perfume, com frutos pequenos e saborosos. As tritonas ostentavam os belos cachos de flores vermelho-amarelados. Os Amarilis e outras encantadoras plantas bulbosas, encantadoras plantas bulbosas, enchiam-nos os olhos, assim como os hibiscos com suas cores lustrosas. Tufos de folhagens, de plantas silvestres, limitam os cantos do jardim, derramando agradável perfume de suas flores brancas, em forma de estrelas. Acácias, com flores vermelhas, haxacentros com extraordinários tufos de flores amarelo-avermelhado e buganvileas de cores flamantes, havia-as por toda parte.
Havia, também, no jardim, raridades de que agora não me lembro bem e de que também ignoro os nomes. Por toda a parte, inclusive ao redor de casa, havia plantas e flores.       
         
Diante da casa, subia, até o telhado, a “rainha da noite”, (cereus grandiflorens), carregado de botões, que meu pai colhia, pondo-as num copo, sobre a mesa, para que pudéssemos observar o seu desabrochar, pois elas só abrem á noite, enchendo o compartimento de forte odor de baunilha.
          Era com grande prazer que nós nos sentávamos á varanda, de onde se descortinava uma magnifica vista do jardim e diante da qual floresciam  as roseiras, constantemente visitas pelos colibris, esvoaçando de flor em flor. Á vezes. Éramos visitados, pelos sapos, que passavam daqui para ali pela varanda...
          O jardim era separado, por uma cerca, do pomar que descia até o ribeirão Garcia, um afluente do Itajaí. As margens do ribeirão havia majestosas touças de bambus, esbeltos, que balouçavam ao sabor dos ventos. No pomar cresciam várias espécies de laranjas que enchiam o ambiente do forte e agradável perfume de suas flores e cujos frutos colhíamos com grande facilidade e prazer. Também havia variedades de pessegueiros, pelos quais trepavam os ramos de maracujá; pitangas vermelhas, carambolas, muito sumarentas, grumixamas, ameixa do Pará, ameixas, mamões com belos frutos amarelos, bananas de várias espécies, assim como magníficos ananases que sempre tínhamos a disposição, belos e suculentos muito diferentes dos que a gente consegue aqui na Alemanha.
          Se me alonguei muito nesta descrição foi porque ainda sinto em mim, bem profunda, a recordação de nossa casa, que foi o paraíso da nossa infância, do qual passamos os mais lindos anos de nossa vida.
          Quis fazer um retrato fiel da nossa casa, em Blumenau e do seu jardim onde meu pai encontrava sempre a sua maior satisfação.

--------------------------------
Nota da redação:
O Artigo acima foi escrito na Alemanha pela filha mais velha do fundador de Blumenau, Cristina, que tendo se conservada solteira, foi guarda da volumosa documentação de seu pai, e que infelizmente se perdeu na segunda guerra mundial.
Revista Blumenau em Cadernos– Tomo XII – junho de 1971 – nº 6
Arquivo de Sávio Abi-Zaid/Adalberto Day

- Estrada de Ferro Santa Catarina

$
0
0
Dados relacionados com a construção da Estrada de Ferro Santa Catarina.
1898– A lei nº 392, de 20 de setembro deste ano autoriza a concessão da construção de uma estrada de ferro ao engenheiro Frederico van Ockel. Vem a Blumenau o engenheiro alemão Solioz para estudar o assunto.
1899– A lei nº 430 de 11 de outubro, prorroga até 31 de dezembro de 1900 o prazo para a assinatura do contrato de construção da estrada de ferro acima. Asseguradas as devidas garantias pelo Estado e pelo Município, o engenheiro van Ockel lança em solenidade de que participaram o representante do Governador do Estado, as autoridades municipais e grande número de populares, a primeira estaca da construção a 18 de dezembro. No discurso inaugural, o citado engenheiro esclareceu que: “Depois de ter sido assegurado todo o apoio possível, por parte do Estado e da Câmara Municipal, do Cônsul Geral da Alemanha von Zimmer e da Companhia Colonizadora Hanseática e depois de muitos esforços, conseguiu-se a fundação, em Berlim, de um Sindicato, a cuja frente estavam os bancos de Bleichroeder e Warschauer que puseram à disposição um capital de 9 milhões de francos para a construção do “tram-way” a vapor Blumenau-Aquidabam e da Estrada de Ferro Saguaçu-Joinville-Jaraguá. A confecção dos trabalhos técnicos foi confiada à firma Arthur Koppel, de Berlin. Como representante do Sindicato deverá chegar, nos próximos dias, o senhor Conselheiro von Hagen, que já embarcou em Hamburgo, a 30 de novembro, no vapor “Paranaguá”. A construção, entretanto, não passou dessa estaca inicial.
1904– A ideia da construção entretanto não morrera. Novo consorcio alemão, organizado em Berlim, manda a Blumenau o engenheiro Harry H.von Skinner para estudar as possibilidades e a rentabilidade do empreendimento. Esse engenheiro, achando boas as perspectivas para a construção, consegue, do governo do Estado, então ocupado pelo Coronel Vidal Ramos, o decreto nº 226, de 26 de setembro, que: “concede ao engenheiro, ou à empresa que organizar, privilégio para a construção de uma estrada de ferro que, partindo da cidade de Blumenau, se dirija à povoação de Hammonia, daí à margem esquerda do rio Negro, em frente à Vila do mesmo nome e de um ramal que, partindo do ponto mais conveniente da estrada concedida, vá encontrar o caminho que de Curitibanos se dirige ao Rio Negro” tudo de conformidade com o contrato que fora lavrado no contencioso do tesouro do Estado”. A câmara municipal autoriza a emissão de um empréstimo de 100 contos de reis para comprar os terrenos que se destinariam às estações  de Blumenau, Indaial e Aquidaban e para outras desapropriações .O ENGENHEIRO VON Skinner, em nome do consórcio, se encarregaria de colocar as respectivas ações. A estrada seria movida a eletricidade. Pela resolução nº 29, de 24 de novembro, a Câmara obrigou-se a pagar a metade das despesas das desapropriações necessárias.
1905 - A concessão de uma estrada de ferro, que havia sido feita em nome do engenheiro von Skinner, foi transferida à Sociedade Colonizadora Hanseática, principal interessada na construção, pois, sem essa ferrovia, dificilmente a colonização do Rio do Norte prosperaria.
     1906 – A Sociedade Colonizadora Hasseática consegue a fundação, em Berlin, da “Eisenbahn Santa Catharina A.G.” (S.A. Estrada de Ferro Santa Catarina), com o concurso do Banco Alemão, de outras casas bancarias, de companhias de navegação e de particulares. Neste mesmo ano começaram os estudos preliminares para a implantação da ferrovia. Num retrospecto, incluído no Relatório do Superintendente Municipal, relativo a este ano, diz o sr. Alvin Schrader: “As esperanças de restabelecimento da situação financeira continuavam assentadas na construção da  estrada de ferro projetada. Mas ainda não iniciada, e que ligasse Blumenau, atravessando todo o Município, com a região serrana. Esse projeto tinha uma longa historia: Em 1904, chegará aqui um perito representando um grupo de interessados, o engenheiro von Skinner, para sondar o ambiente e proceder aos estudos. Foi bem sucedido e conseguiu do governo do Estado uma concessão em seu nome, que ele ofereceu á venda aos seus comitentes. Viu-se a Sociedade Colonizadora Hanseática obrigada a comprar a concessão, de posse da qual   mandou concluir os estudos. Novamente foram mandados dois técnicos, o assessor  dr. Ortwein e o arquiteto do governo , Paul, para examinarem os trabalhos de Skinner. De acordo  om o parecer dos mesmos, organizou-se a Companhia Estrada de Ferro Santa Catarina da qual, mais tarde, se veio a saber ser a mesma uma sociedade de estudos de pequeno capital. A Companhia pagou, em 26 de fevereiro de 1906, 15:000$000 de selos para o contrato no tesouro do Estado em Florianópolis. Então pensou-se que o empreendimento estava seguro e que se poderia contar, certamente, com o inicio dos trabalhos, tanto mais que a concessão Schueller fora declarada caduca pelo governo. Entretanto, surgiram novas dificuldades. A Companhia exigiu do governo federal garantia de juros, que lhe foi negada. Entretanto, completados os estudos, extingue-se o escritório respectivo. Depois, veio como procurador do Loide Bremen, o sr. Föhr para aqui inteirar-se da situação e verificar as possibilidades econômicas da região, especialmente da Colônia Hansa. Daqui ele seguiu para o Rio e lá pediu ao governo federal garantias de que a colonização seria subvencionada. Com isso, estariam também protegidos os interesses da Estrada de Ferro, pois a respectiva Companhia havia recebido concessão para a colonização das terras do Braço Oeste. O governo do Estado prontificou-se a prorrogar a concessão até 27 de janeiro de 1907 e o governo federal concretizou a sua promessa, depois que o Congresso votou uma verba de 6.000 contos para colonização, incluída no orçamento para 1907. A 19 de janeiro deste ano de 1906, aqui chegou a noticia de que a construção da estrada de ferro estava definitivamente resolvida. A noticia veio por intermédio da Consulado Alemão em Desterro . (N.da R. ainda se usava o antigo nome da capital catarinense).  A câmara, a 11 de outubro de 1904 autorizou um empréstimo para a compra de terrenos para duas estações e para desapropriações. Isso não foi concretizado, visto como a 14 de novembro de 1905, a Câmara se obrigou a pagar a metade das despesas com as desapropriações dentro do território do Município. Ambas as resoluções foram feitas para, também, provar aos capitalistas acionistas da Companhia que aqui também havia interesse pela construção da ferrovia, assim como que a Câmara estava disposta a auxiliar o empreendimento dentro das suas possibilidades”.
      1907 – De grande significado para o engrandecimento do município  foi o inicio em dezembro, dos trabalhos da construção da Estrada de Ferro. Em maio, aqui chegou o Dr. Goes, diretor da Sociedade, com sede em Berlin, o qual solicitou novo auxilio da Superintendência Municipal para a construção. “As condições outorgadas aos concessionários anteriores foram julgadas insuficientes. Ele exigia: 1º) um auxilio fixo de 100:000$000 para desaprovações; 2º) isenção de impostos municipais; 3º) construção e conservação, pela Câmara, das vias de acesso aos pontos de paradas dos trens; 4º) uma garantia de juros para um capital de dois mil contos. Sobre as três primeiras exigências não houve dúvidas na aprovação. Quanto á quarta, houve discussões e negociações que chegaram á conclusão de que a Câmara daria a garantia de 1% de juros anuais sobre um capital de 1400 contos durante 25 anos e enquanto os dividendos distribuídos não fossem maiores de 5%. Essa conclusão foi tomada pelo dr. Goes como insuficiente para atrair os capitais dos bancos participantes do acordo para a construção.  A Câmara  se viu na alternativa, ou de concordar com as exigências da Sociedade, ou protelar, mais uma vez, a construção da Estrada. Assim, pensando maduramente, resolveu a Câmara atender a concessionária nas suas exigências. Depois que o governo federal isentou a Sociedade dos direitos alfandegários sobre o material a importar, deu-se o começo, finalmente, aos trabalhos de construção. Estes estão nas mãos da firma Hermann Bachstein & Arthur Koppel. Os trabalhos prosseguem ativos e é de se esperar que no próximo ano, pelo menos um trecho da estrada esteja em funcionamento”.
      1908– A vida econômica do Município criou novo  alento com os trabalhos de construção. As previsões feitas de que, pelo menos um trecho da Estrada de Ferro, estivesse em funcionamento, não se concretizaram. Entretanto, os trabalhos prosseguiam em ritmo acelerado, fazendo prever que, no próximo ano, todo o trecho, entre Blumenau e Hansa, poderia ser inaugurado, se motivos de força maior não interferissem. O Superintendente mandou construir os caminhos de acesso às estações de Blumenau e de Itoupava Seca. Foram pagos 4 contos de juros à Sociedade Construtora, relativos ao empréstimo de 100 contos. Os serviços de amortização dos juros do capital só entrariam  em vigor em 1910. Previa-se a possibilidade da Companhia desistir desses favores caso se concretizasse o auxilio do governo federal, de 15 contos de reis por quilometro construído, que haviam sido prometidos.
Foto enviada por Nilton Sérgio Zuqui/Arquivo Willy Sievert
Arquivo de comunidade Indaialense
Fernando Pasold
      1909– Afinal, depois de tantos esforços e dificuldades, terminou-se a construção do trecho previsto. A 3 de maio foi inaugurado o trafego entre Blumenau e Warnow (31 quilômetros). Em 1º de julho foi inaugurado o trecho até Aquidaban (51 km) e em 1º de outubro foi entregue ao trafego o restante do trecho, até a estação de Hansa, (70 km). Nesse ano, o movimento de passageiros foi satisfatório, não assim o de cargas que deixou algo a desejar. 
Idealizadores e construtores da Estrada de Ferro de Santa Catarina, no início do século 20. Sentados da esquerda para direita: Dr. Castilho, o engenheiro Musika, o alemão Werner, inspetor e auxiliar técnico Roepcke.
De pé, os técnicos Ludwig Muzika, Pfau, Gelbert, os engenheiro Hanz Meyer e Schwingt, Mike, Goldner, Schroeder, Otto Rohkohl, Wehlert e Otto Baumeier. 
(Imagem: livro A Ferrovia no Vale do Itajaí, de Angelina Wittman

 “As locomotivas da Estada de Ferro Santa Catarina”
J.O. Berner 
“Tivessem os antigos romanos bebido chá, muito antes a locomotiva teria sido inventada.”
Dentre as invenções da humanidade poucas máquinas impressionaram tanto quanto as resfolegantes locomotivas a vapor. Constituíram ídolos para muitas gerações de meninos, em todo o globo terrestre. Sobre elas muitos tem sido escrito: assuntos técnicos, até artigos saudosistas, recentemente. Um correspondente meu, residente nos Estados Unidos, escreveu há anos: “...felizes os que podem ver um trem a vapor diariamente”. Em muitas partes da terra são coisas do passado. Aqui, por força das circunstancias elas continuam andando, soltando sua fumaça, fagulhas, apitos, mensagem de sua despedida, de seu adeus e da promessa de breve voltar.
A Estrada de Ferro Santa Catarina, desde os tempos de sua construção até hoje, teve 25 locomotivas a vapor e, durante algum tempo, usou duas locomotiva diesel elétricas emprestadas pela Administração do Porto de Itajaí. Houve ainda uma pequena locomotiva diesel mecânica, Whitcomb, usada em serviços de construção e conservação.
A atual locomotiva numero 1,0-6-OT -  construída por Orenstein & Koppel – Alemanha, exposta na praça Victor Konder, auxiliou na construção do trecho de Blumenau a Hansa. Foi, por muitos anos, usada como manobreira entre Itoupava Seca e Blumenau.
Até por volta de 1935 era a número 3, pois assim consta em todos os relatórios do Dr. Breves. Por esta época, foi renumerada, como todas as outras locomotivas. Houve, porem, outra numero 1 e uma 2, ambas construídas por Borsig, Berlim, do tipo C-6-4T. Uma destas máquinas puxou o trem inaugural até Warnow em 3 de Maio de 1909. Estas duas maquinas foram desmanteladas e vendidas , a caldeira e o restante, como sucata entre 1932 e 1934.
A estrada teve cinco locomotivas Mogul, 2-6-0. As duas primeiras construídas pela Firma Baldwin, USA, em 1919, receberam os números 4 e 5, mais tarde 11 e 12 e na última renumeração 101 e 102. A 101 sofreu uma explosão de caldeira em 1947, enquanto trabalhava na construção da linha entre Itajaí e ilhota. Nunca mais foi consertada. A 102 foi baixada dos registros da estrada, em Abril de 1963. As três Moguls restantes vieram da Rede Ferroviária do Nordeste em 1955, produtos da North Bristish Locomotive Co. de Glsgow, construídas em 1904 e 1908. Foram a 218 que aqui veio a ser a 151, a 250,152 e a 220 recebeu o numero de 153. As duas primeiras foram desmanteladas em fevereiro de 1963.
Existem duas Americanas, 4-4-0, as números 6 e 7, mais tarde 21 e 22 e agora 201 e 202. Também produtos da Balwin Locomotive Works de Filadélfia, de 1919. Serviram nos últimos anos no extinto ramal de Ibirama.
Em 1925 a Baldwin construiu três Consolidação, 2-8-0, para a EFSC, as números 8,9 e 10, depois 31,32 e 33 e agora 301,302,303. Estas máquinas podem ser visitas trabalhando com o trem de lastro, atualmente.
Em 1936 a ferrovia recebeu duas Pacíficas, 4-6-2, construídas pela Baldwin. São, a meu ver, as locomotivas mais vistosas da estrada. Foram fornecidas com os números 101 e 102 e mais tarde renumeradas vieram a serem 401 e 402. Outras quatro Pacificas, Baldwin de 1925, vieram da Rede Mineira de Viação por volta de 1960. Não foram renumeradas e permaneceram com os números originais 331,333,334 e 336.
A ultima locomotiva construída para a Estrada de Ferro Santa Catarina pela Baldwin Lima Hamilton, resultante da fusão das três fabricas de locomotivas americanas, foi a 501, uma Mikade, 2-8-2, em 1952. Consta ter sido a ultima locomotiva a vapor construída nos Estados Unidos.
Além desta, a estrada recebeu emprestada, em 1958, da Estrada de Ferro Sorocabana, outra Mikado, a 235, que não foi renumerada, produto da Haine Sante Pierre-Bélgica.
Em 1964 vieram duas locomotivas tipo Tem Wheel da Estrada de Ferro de Goiás que aqui permaneceram com os números originais , a 108 e 109. As 4-6-0 são Baldwin de 1940 e 1948.
Durante muitos anos estiveram encostadas nas oficinas de ferrovia, em Itoupava Seca, duas Garrats, 4-6-2 e 2-6-4, construídas pela Krauss-Maffei, Alemanha, sob licença da Beyer Peacock, para a Viação Férrea do rio Grande do Sul. Nunca chegaram a trafegar na estrada e mais tarde foram trocadas pelas três Moguls da RFN. Eram os números 901 e 903. Por alguns anos a EFSC usou na construção de sua linha para Itajaí uma pequena locomotiva de bitola de 600 mm, sem número, para puxar os vagões entre o pátio da estação de Itoupava Seca e o guindaste no porto. Nunca consegui ver em arquivos qualquer referencia a essa locomotiva. Provavelmente confundiram-na com a atual numero 1, conservada na praça Victor Konder.
Para saber mais acesse:

Revista Blumenau em Cadernos - Tomo X – Maio de 1969 nº5; páginas87/92
Arquivo/Sávio Abi-Zaid/Adalberto Day

- Tragédia enlutou Blumenau

$
0
0
Mais uma participação exclusiva do renomado escritor e jornalista Carlos Braga Mueller.


HISTÓRIAS QUE A HISTÓRIA CONTA
Por Carlos Braga Mueller


TRAGÉDIA NA BAÍA DA GUANABARA  ENLUTOU BLUMENAU  
Três de dezembro de 1928. O Rio de Janeiro estava em festa para recepcionar Alberto Santos Dumont, que retornava ao Brasil, aclamado mundialmente como o "Pai da Aviação".
Dumont viajava no navio SS Cap Arcona, inaugurado no ano anterior e um dos mais modernos transatlânticos de luxo da Alemanha, pertencente à  companhia de navegação Hamburg Süd. 
Entre as diversas homenagens programadas estava o sobrevoo de dois hidroaviões sobre o navio, os quais decolaram da Baía da Guanabara para lançar flores e mensagens de boas vindas ao ilustre brasileiro.
Eram as aeronaves Guanabara e Santos Dumont, esta última batizada em homenagem ao "pai da aviação".
Jornais da época registram que "por conta de erro de um dos pilotos, as duas aeronaves entraram em rota de colisão, obrigando os pilotos a efetuarem manobras evasivas. O Guanabara escapou ileso da quase colisão, mas o Santos Dumont fez uma manobra que lhe custou a perda de sustentação, ocasionando a queda do aparelho na Baía da Guanabara diante dos olhos atônitos dos tripulantes e passageiros do SS Cap Arcona, incluindo Alberto Santos Dumont."  
A comissão selecionada para a recepção  estava composta de Tobias Moscoso, Amoroso Costa e Fernando Laboriau, professores da Escola Politécnica do Rio de janeiro, Deputado Amauri de Medeiros, Jornalista Paulo de Castro Maia, cartógrafo Eduardo Vallo, jornalista Abel de Araújo e sua esposa Cândida, Frederico de Oliveira Coutinho, também jornalista e Guilherme Auth, representando a empresa aérea Kondor Syndikat, proprietária do hidroavião.
A tripulação era composta pelo comandante A.W.Paschen, alemão, 26 anos; Rodolfo Enet, 2º piloto, brasileiro, gaúcho; Walter Haslof, mecânico de bordo, alemão, 25 anos, e Gustavo Butzke, mecânico de bordo, brasileiro, catarinense, 23 anos.
Ao receber a notícia, as autoridades de Blumenau e seus habitantes lamentaram profundamente o acidente, muito particularmente porque o mecânico BUTZKE era blumenauense !
Os serviços de salvamento foram ativados rapidamente.
O primeiro a ser resgatado foi Gustavo Butzke, ainda com vida mas em estado de coma. Uma lancha a motor o conduziu ao Hospital da Marinha onde foi internado, mas não resistiu aos ferimentos. Os médicos constataram fraturas na base do crânio e nas duas pernas, além da ingestão de muita água.
Quatro escafandristas foram destacados para resgatar as vítimas. Um deles morreu quando teve o tubo de oxigênio cortado pelas ferragens do avião.
O  número de mortos chegou a 15: no avião todos pereceram: 10 passageiros e 4 tripulantes, além do escafandrista.
Doze vítimas foram sepultadas no Rio; o segundo piloto Rodolfo Enet, e o mecânico Gustavo Butzke foram embalsamados e embarcados respectivamente para Porto Alegre e Blumenau, suas terras natais.
Seu corpo chegou a bordo do rebocador Santa Catarina, da Estrada de Ferro Santa Catarina, que o trouxe de Itajaí a Blumenau.
As fábricas tocavam seus apitos e sirenes em homenagem ao herói blumenauense, morto no cumprimento do dever.
Foto: Wily Sievert
GUSTAVO BUTZKE, O BUBI. 
Bubi Butzke era filho de pais humildes. 
Ao terminar os estudos escolares aprendeu mecânica de automóvel. Passou a exercer esta profissão até a época em que serviu o exército.
S.C.Wahle escreveu, em artigo publicado na revista "Blumenau em Cadernos",  que Bubi  "sentou praça na 9a. Companhia de Metralhadoras Pesadas, aquartelada na esquina da Rua Bom Retiro (hoje Floriano Peixoto) com a Rua 15 de Novembro. Este quartel, com a transferência da unidade militar , passou a servir de hotel e denominava-se Hotel Pauli.
Como soldado, Bubi Butzke teve oportunidade de desenvolver os seus conhecimentos de mecânico, passando a desmontar, consertar e montar metralhadoras e outros armamentos.
Dadas suas habilidades, simpatia e gênio aberto, o capitão Thomé passou a confiar-lhe o carro do comandante, bem como a sua motocicleta. Nesta, Bubi Butzke mostrava suas verdadeiras habilidades.
Ao dar baixa do serviço militar, procurou horizontes mais largos para suas habilidades, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar no Kondor Syndikat (depois Cruzeiro do Sul). Ali, após treinamento na oficina, foi transferido como mecânico de bordo. Realizara-se seu grande sonho !
Este, entretanto não durou muito."
O acidente com o hidroavião Santos Dumont ceifaria sua vida de maneira trágica quando tinha apenas 23 anos. 

A DEPRESSÃO DE SANTOS DUMONT 
Santos Dumont fez questão de acompanhar por vários dias as buscas pelos corpos. Depois, recolheu-se, primeiro ao seu quarto no Hotel Copacabana Palace, depois a sua casa em Petrópolis, onde entrou em profunda depressão.
Após algum tempo voltou a Paris, internando-se em um sanatório nos Pirineus, indo a seguir para Biarritz.
Santos Dumont continuou na Europa as suas pesquisas e invenções, únicas distrações que ainda conseguiam desviar-lhe  a preocupação com os desastres aéreos.
Em 1931, Antônio Prado Júnior, exilado em Paris,  foi visitar o amigo Santos Dumont em Biarritz e constatou seu total abatimento. Imediatamente telegrafou à família do inventor para que esta tomasse alguma providência.
Jorge Henrique Dumont Villares foi buscar o tio na Europa, trazendo-o definitivamente para o Brasil. Passou a ser seu inseparável companheiro, acompanhando-o nos últimos anos de vida.  
Referências bibliográficas:
Curiosidades de Uma Época VIII - Bubi Butzke - S.C. Wahle - Blumenau em Cadernos Tomo XXII, 1981.
Curiosidades de Uma Época LI - Tragédia Santos Dumont - S.C. Wahle - Blumenau em Cadernos Tomo XXXVIII, 1997.
Arquivo Carlos Braga Mueller/Adalberto Day  

- O dia em que o Estado de SC chorou

$
0
0
O dia em que o estado inteiro de Santa Catarina chorou
Texto: CAO ZONE
Naquele começo de noite do dia 16 de junho de 1958, pelas ondas da Rádio Nacional AM Rio de Janeiro, 1.130 kHz, as tradicionais trombetas ecoaram e entrou a voz de barítono do inconfundível Heron Domingues, até então, sem dúvidas alguma, o mais carismático locutor do jornalismo brasileiro.
- Alô alô Repórter Esso alô... 
- Aqui fala o seu Repórter Esso... Um serviço público da Esso brasileira de petróleo e seus Revendedores... Para todo o Brasil... Repórter Esso... A testemunha ocular da história.

- No final da tarde de hoje, a torre de comando do aeroporto AFONSO PENA , localizado na cidade paranaense de São José dos Pinhais , nas cercanias da capital Curitiba perdeu contato com o voo 412 da Cruzeiro do Sul, procedente de Florianópolis, com destino à São Paulo e escala nesse aeroporto.

- Numa listagem preliminar embarcara em Florianópolis, o senador e ex-presidente da República, Nereu Ramos; o governador do Estado de Santa Catarina, Jorge Lacerda; o deputado Federal, Leoberto Leal, mais 23 passageiros e cinco tripulantes.
- Alô alô Repórter Esso alô... 
- Aqui falou o seu Repórter Esso... Um serviço público da Esso brasileira de petróleo e seus Revendedores... Para todo o Brasil... Repórter Esso... A testemunha ocular da história.
No correr da semana ficou-se sabendo que aquele voo feito num Convair 400, prefixo PP-CEP ALCION, com apenas 4 meses de uso sofrera um fenômeno meteorológico, naquela época ainda desconhecido, mas que hoje se sabe, tratar-se da chamada “Tesoura de Vento” (Vind Shear), no final da curva de aproximação fez com que a aeronave fosse arremessada ao solo.
Nereu de Oliveira Ramos, 1888-1958, advogado e político catarinense do PSD, deputado Estadual, Federal, vice-presidente do Brasil, governador do Estado de Santa Catarina, interventor, senador, vice-presidente do Senado e presidente da República.
- Nereu Ramos em Blumenau
O presidente Getúlio Vargas, acompanhado do interventor Nereu Ramos (Catarinense nascido em Lages, que depois foi presidente do Brasil) e grande comitiva, visita Blumenau a 10 de março de 1940, sendo alvo de calorosa recepção organizada pelo prefeito José Ferreira da Silva. No Teatro Carlos Gomes.
Com o suicídio de Getúlio Vargas em 24/08/1954; Em 11 de novembro de 1955, quando o então presidente Carlos Luz  foi deposto por um movimento militar denominado Movimento de 11 de Novembro, liderado pelo general  Henrique Lott. Com o apoio do PSD, foi declarado o impeachment  de Carlos Luz no Congresso Nacional , sob acusação de conspiração para não entregar o poder ao presidente eleito, Juscelino Kubitschek de Oliveira


Sendo o único catarinense a chegar nesse posto até então. Depois o conterrâneo, Márcio de Sousa Melo fez parte da junta militar que governou o país de 31 de agosto a 30 de outubro de 1969.
Nesse acidente aéreo morreram todos os cinco tripulantes e 18 dos passageiros, sobrevivendo apenas sete, mas, nenhum dos políticos.
E assim, feito o samba “Madureira Chorou”, 1958, Cavalinho & amp; Júlio Monteiro: Catarina chorou... Catarina chorou de dor... Quando a voz do destino... Obedecendo ao divino... A sua estrela chamou... Catarina chorou.
Arquivo: Adalberto Day
Texto CAO ZONE
Contribuição  Marcelo Nogara
Para saber mais sobre Nereu Ramos acesse:

- Antigamente em Blumenau

$
0
0
Uma das melhores histórias do Face book ANTIGAMENTE EM BLUMENAU
“A História de Blumenau sendo contada através de fotos, documentos, relatos e tudo mais que faça parte da história e cultura da nossa querida Blumenau” assim se define o Grupo criado em 20 de maio de 2012 por Patrícia Schwanke. O grupo Antigamente em Blumenau com quase 7 mil participantes nos mostra com alegria o quanto é importante este resgate histórico de nossa cidade.
Muitas fotos foram perdidas durante esses anos todos pós-fundação da nossa querida Blumenau, por vários motivos: ou pela não valorização dos filhos com fotos de seus pais, avós, parentes e amigos ou principalmente destruídas pelas enchentes que sempre nos assolaram.
Adalberto Day em uma das exposições
Como cientista social e pesquisador da história, percebo em meu trabalho que o jovem de hoje ou de uns anos para cá, vem valorizando muito nossa história. Mérito aos pais, aos professores e o aprendizado de nossa gente em saber que ninguém constitui uma Nação, Estado, Cidade ou Comunidade, sem saber de seu passado, para entender o presente e projetar um futuro ainda melhor.
As mais belas fotos e que lá do fundo do Baú começa a aparecer, mostra o valor deste trabalho espetacular pela preservação de nossa memória.
Apresento a seguir apenas um exemplo e com comentários contundentes, autênticos, de quem vivenciou ou não, parte dessa história que precisa ser valorizada.
Parabéns a todos os participantes. Avante queridos blumenauenses.
Rua XV de novembro em dois momentos - mesmo local
aos fundos a antiga Igreja São Paulo Apóstolo.
Veja as publicações no face book e nos comentários de José Geraldo Reis Pfau sobre as postagens: O participante MRoeck Röck publicou, chamando a atenção, para duas fotos editadas lado a lado da "RUA XV DE NOVEMBRO " onde rotula a postagem como “Coincidências”. Dezenas de participantes curtiram, pois fica evidente nas fotos a diferença de anos e nos comentários vemos algumas evoluções desta diferença. Praticamente as duas fotos são no mesmo lugar próximo a esquina da Rua XV com Rua Floriano Peixoto no sentido para o alto da XV. O primeiro participante no grupo Ubirajá Píndaro Tasso Jatahy chama a atenção no face book que se trata de “Anos diferentes!” O autor da publicação MRoeck Röck justifica que “A foto a esquerda foi postada hoje por Abelardo Luiz Dos Santos. E embora as fotos sejam de anos diferentes, existem coincidências: 1ª - Na Janela a esquerda nas duas fotos, no imóvel onde por muitos anos funcionou a Casa das Louças, tem um homem observando o desfile.  Este é o local de onde foi feita a foto (sacada). 2ª - Pela estatura do 2º músico na primeira fila, seria a mesma pessoa”. Comentamos (Pfau) que “...a diferença de tamanho da árvore a direita nas fotos denuncia uma certa diferença de anos.” Confirma Giovani Mrozkowski “Sim, as árvores.” Justifica MRoeck Röck “O que ocorreu ali José Geraldo Reis Pfau e Giovani Mrozkowski é o melhor de toda a história, que vamos relatar a seguir”.  Entra na conversa Lorena Karasinski e solicita “Manda a história MRoeck Röck. Curiosa. Em ambas as fotos já está a casa de 3 andares na qual morei mas ainda não se vê a Companhia de Seguros Livonius. Bota coincidência nisso. Mais que olhos de lince. Autentica foto dos 7 erros”. Responde MRoeck Röck “Na edificação encoberta pelas árvores na primeira foto, foi instalada em 1° de novembro de 1881 um negócio de livros e outros artigos de importação, por Eugen Currlin. Vemos que na segunda foto, já com as árvores cortadas, a edificação havia sofrido alteração de sua fachada, ou seja, foi ampliada em alguns metros em direção à Rua XV. Então o Casarão de Eugen Currlin ainda existe na Rua XV de Novembro ao lado o Edifício Schadrack”. Responde Lorena Karasinski – “MRoeck Röck Parece aula de mágicas. Então esta casa logo depois da árvore é aquela casa que tinha um hall mais avançado. Este foi tirado e depois toda a parede da parte da frente veio até a calçada. A partir de agora descobristes a mais antiga edificação de Blumenau ?” Bruno Kadletz postou no face book -  “MRoeck Röck. Parabéns e aplausos”. Mariane Hofmann “Hoje nesse prédio existe um bar e a Livraria Catarinense (?)... hoje!” MRoeck Röck confirma “O Café Pinguim e a Papelaria Catarinense Mariane Hofmann”. MRoeck Röck “Da rua XV talvez seja um dos mais antigos ainda existente Lorena Karasinski”. Wieland Lickfeld afirma “Já falei, MRoeck Röck é o cara, hehehe...” Lorena Karasinski “E a data ??? Posso ajudar um pouco vendo estas fotos. O Salão da minha mãe era na 3ª edificação da direita. Em 1937, 38, o 2º prédio que se vê ainda não havia sido construído. Não tenho, porém a data. Mas deve ser após 1937, 38. Até mais, pois um prédio de três andares não era construído tão rápido”. Conclui Freya Willerding “Então analisando os comentários, a foto da esquerda é um pouco mais antiga q a da direita...” Ivalci Laun “Aliás, se vocês entrarem nessa livraria, tem a loja (pequena) na altura da calçada e, indo para os fundos, nota-se uma diferença de altura do piso. Certamente é a diferença entre a fachada antiga e a feita posteriormente”. Ivalci Laun “Existe um outro prédio hiper antigo que ainda existe na XV, tenho a imagem dele. Vou Localizar isso com calma”. Mariane Hofmann – “Wieland Lickfeld, quando o MRoeck Röck está quietinho, ele é que nem um "Pesquisador analisando a foto, história, detalhes!" MRoeck Röck “Sim” Freya Willerding, “pode ser de até 3 anos a diferença de data. Quanto aos níveis existentes citados pela Ivalci Laun, são realmente bem diferentes”. Jane Sell “Demais essa constatação!!!” Wieland Lickfeld “Sim, Mariane Hofmann, o MRoeck Röck é, indubitavelmente, "Drurys, o bebe quieto", hehehe...” Lorena Karasinski “Endosso os comentários de vocês, Mariane Hofmann e Wieland Lickfeld”. Juliana Schadrack “Maravilha!!!!” Val K Marques “muito curioso isso...” e a publicação no Grupo ANTIGAMENTE EM BLUMENAU vai estar lá no face book postada como uma coincidência incrível que motivou a interferência de conhecedores e observadores da nossa história. Não é fantástico ?. José Geraldo Reis Pfau.
 Arquivo Antigamente em Blumenau/Adalberto Day
Colaboração José Geraldo Reis Pfau 

- Augusto Sievert

$
0
0
Casal Ema e Augusto
Um veterano Depõe: Augusto Sievert

Um depoimento emocionante de alguém que em abril de 1960, ainda pode contribuir com nossa história, pois conheceu personagens importantes de nossas origens, como o fundador da colônia Blumenau, Dr. Blumenau, Dr. Fritz Müller e Hermann Wendeburg. Augusto Sievert, então na época com 94 anos nos deixou um fantástico relato, que repassamos em parte aos nossos leitores.

[...] E, graças ao auxilio que nos prestou Sr. Willy Sievert, sempre pronto a atender a tudo quanto se relacione com a historia do nosso município, ao seu progresso material e cultural, conseguimos obter de seu pai, informações preciosíssimas. Um depoimento valioso que, pela autenticidade, facilmente comprovável, das afirmações, pode, sem receio, ser aproveitado pelos estudiosos do nosso passado.
Respondendo às perguntas que lhe formulando, prestando-se, paciente e prazerosamente, ao sacrifício, que a nossa sempre crescente curiosidade o submeteu, por várias horas, o sr. Augusto Sievert assim contou-nos a sua vida:
“Nasci a 23 de março de 1866 em Kolberg, na Pomerânia , Alemanha, filho de um capataz de pastores de ovelhas numa fazenda da região.
Com meus pais, e quando já contava 9 anos de idade, cheguei em junho de  de 1875 a Blumenau. Embarcáramos num navio inglês, via Autuerpia, demorando, a travessia do Atlântico, cinco longas semanas em virtude, de fortes temporais e avarias nas máquinas. Éramos, ao todo, uns seiscentos passageiros, todos emigrantes.
[...] Era um belo dia de sol, quando nos aproximamos da sede da colônia Blumenau. Ao chegarmos ao começo da atual rua 15 de novembro, na esquina com a Alvim Schrader, e vendo algumas casas, perguntamos na de um casal idoso, sr. Hartmann, se a povoação ainda ficava muito longe. Ao nos responder, o sr. Hatmann, que já nos achávamos dentro dela, ficamos todos surpreendidos e decepcionados, pois esperávamos encontrar uma cidade, mais ou menos grande e importante, e vínhamos encontrar uma meia dúzia de casas, agrupadas á margem do Garcia. Quando, na Alemanha, se referiam a Blumenau, davam á entender que este já era um grande centro de população.
[...] A lembrança dessas palavras e do  alvoroço que me enchia o espirito em chegar , quando antes, á “grande cidade”, quase que me desanimaram à vista do pequeno povoado.
Mas a natureza deslumbrante, a beleza do rio e do lugar em que o dr. Blumenau assentara a sede da sua colônia, as matas e morros sempre verdes, como o Alpinberg e o da igreja protestante, me deslumbraram e, em breve, se desfez, na minha mente, a ideia  que eu vinha fazendo, para dar lugar a um grande entusiasmo pela realidade que me empolgou.
Somente à noite, chegou a lancha com as mulheres e crianças. Jantamos todos em casa do sr. Hartmann. Como eu, minha mãe partilhava desse entusiasmos e não podia conter palavras de alegria ante a perspectiva da enorme extensão de terra, que se poderia aproveitar para cultura, em comparação com o pequenino eito que lavravam na Alemanha, assim mesmo propriedade de senhores feudais. Meu pai é que não se mostrava muito eufórico ante a perspectiva de dar duro, preferindo, talvez servir de feitor, como o era na sua terra natal. Depois de uma permanência de quatro dias no barracão dos imigrantes, localizado, mais ou menos. Onde está hoje a sede do Clube “América”, partimos com destino aos lotes que nos foram destinados. Até o local do atual campo de aviação fomos de carroça. Mas, a estrada era tão ruim que, por vezes, foi preciso usar juntas de bois para arrancar o carro da lama.
[...] Acabei por ficar só em casa, com meus pais. Meus irmãos mais velhos, ou se casaram e foram residir noutras partes da colônia, ou foram trabalhar noutro ramo, com outros patrões. A minha principal distração, naquelas profundezas, era ir até à mata virgem, que se estendia ao fundo do nosso lote, para observar os bandos de centenas de monos, de pelo russo e de cavanhaque comprido, que faziam grande ruído, pulando de galho em galho. Certo dia, brincando com rapaz de um colono vizinho, os vizinhos eram, então muito distantes uns dos outros, vimos uns cinquenta metros além do local em que nos encontrávamos, um bugre baixote e corpulento, que andava pela roça que se estendia pela encosta do morro. Corremos a avistar nossos pais que, incrédulos a principio, resolveram, afinal, diante da nossa insistência, reunir-se com outros colonos, em número de umas 10 pessoas, armados de espingarda e dar uma busca pelo mato. Não encontraram mais do que muitas pegadas dos índios, tendo, entretanto, chegado ao local, em que os mesmos estiveram acampados, pois viram ainda restos do fogo, que haviam feito. Desde então, não me aproximei mais do mato virgem, embora nunca mais se tivesse falado em outros aparecimentos de Bugres por ali.
Augusto Sievert e sua esposa, Ema, nata Benhardt, em uma fotografia (bem no início da postagem ) de poucos anos atrás. Augusto Sievert, neste artigo, conta a sua vida cheia de lances interessantes, entremeando a narração com a citação de fatos de grande valor histórico. Dona Ema faleceu no ano passado (1959), depois de 87 anos de vida, grande parte da qual dedicada ao esposo e filhos, dando, sempre, exemplos de dona de casa modelar, pelo seu amor ao lar e sua dedicação a família.
[...] Minha mãe, infelizmente faleceu no ano seguinte (1876) ao da nossa chegada. Contava aproximadamente, 50 anos. Tinha ido, comigo à cidade fazer compras; voltou carregada de gêneros, inclusive de batatas para sementes. Eu levava parte da carga, mas, ao atravessar um mato mais espesso, enchi-me de medo, de sorte que minha mãe ainda tomou sobre si os volumes que eu trazia. É possível que o esforço tivesse sido demasiado, pois, ao chegar em casa, sentia grandes dores e não conseguia dormir. Depois de duas semanas de sofrimentos, transportaram-na para Blumenau, em cujo hospital faleceu um mês depois. A direção da colônia encarregou-se das despesas do enterro. Atravessei, então, uma época tristíssima. Fiquei só, com meu pai e, diante deste, disfarçava o meu grande pesar. Mas, mal ele se afastava, eu punha-me a chorar amargamente. Contava, então, 10 anos de idade. A vida sem mamãe, tornara-se insuportável, vazia e só senti algum alivio quando um dos meus irmãos mais velhos, casando-se, foi morar conosco.
[...] Por esse tempo, festejou-se o 25º aniversário (1877) da fundação de Blumenau e lembro-me que, já então, se discutia sobre a verdadeira data dessa fundação que uns queriam fosse a da chegada dos primeiros imigrantes, em 2 de setembro de 1850, e outros a de 28 de agosto de 1852, da distribuição dos primeiros onze lotes de terras. Não vi o Dr. Blumenau entre as pessoas que compareceram às festas.
[...] A minha vida, pois, voltou a ser trabalhar na roça, ordenhar e tratar as vacas e, ainda por cima, cuidar dos sobrinhos pequenos.
Quando chegou a época de ser confirmado, voltei para casa de meu tio Gaulke, em Blumenau, para frequentar a doutrina. Isso foi pela época da grande enchente de 1880. {...} Como se dizia, em alguma casa da vila. Meu irmão me informou que o sábio Fritz Müller precisava de um. Não perdi tempo em lá ir, embora muita gente me tivesse avisado de que, na casa de Fritz Müller, não aguentava empregado nem empregada, porque ali eram econômicos demais, no tocante a alimentação. Aliás, foi exatamente por esse motivo que os meus primeiros tempos , como empregado da família do sábio, não foram lá muito agradáveis, embora eu já estivesse acostumado ao trabalho árduo, penoso, grosseiro mesmo.
[...] Com o passar dos dias e apesar dos pesares, fui gostando do emprego. Especialmente porque o Dr. Fritz Müller tinha, em casa , os seus dois netos, Hans e Fritz, filhos de uma das suas filhas, que era separada do marido porque este dera-se a bebida. Fritz tinha dois anos e meio e Hans Lorenz quatro anos de idade. Afeiçoaram-se a mim de tal forma, que não faziam questão de que a mãe e os avós fossem passear, aos domingos, e os deixassem comigo em casa.
[...] Fritz Müller era homem muito comedido e eu nunca lhe ouvi levantar demais a voz para ninguém; não me lembro de o ter visto metido em discussões. Não ligava para os afazeres domésticos, vivendo, apenas, para os seus estudos, para as suas plantas. Destas, ele rodeara a casa, havendo-as de centenas de variedades. Andava, quase sempre, descalço e em mangas de camisa. Em virtude da minha condição de empregado do sábio, entrei várias vezes em contato com o dr. Blumenau, aquém ou levava livros e plantas da parte de Fritz, trazendo, a este, outros objetos em troca. Pelo menos naquele tempo, o Dr. Blumenau era bem mais magro do que se pode imaginar, observando-lhe a estátua, que foi levantada na praça do seu nome. Por aquele tempo, a senhora do Dr. Blumenau já havia regressado à Alemanha.
 O fundador da colônia era de temperamento áspero, severo e quase sempre estava de mau humor, gritando com todos. Os colonos, apesar de respeita-lo e de estima-lo mesmo, não queria muito contato com ele, procurando, sempre que possível, entender-se a respeito dos negócios com Hermann Wendeburg, que era o guarda livros e pessoa muito boa e delicada. Certo dia, vieram três colonos contando que tinham visto nas suas colônias alguns bugres e que ele mandassem o sr. Deeke, chefe da guarda de batedores de mato, para persegui-los . Eu estava presente nesta ocasião e lembro-me bem quando o Dr. Blumenau, com aspereza na voz, disse aos colonos: “Besser aufpassen, besser aufpassen, aber nicht schiessen” e sem mais conversa, virou-lhe as costas e foi para dentro. Interveio, então o sr. Wendeburg, e, animando os colonos, disse-lhes que poderiam ir para casa; ele conversaria com o sr. Deeke para dar uma batida nos arredores  do lugar do aparecimento dos bugres.Tive mais de um encontro com o dr. Blumenau e nunca vi sorridente; sempre de feições carregadas me perguntava: “Então, rapaz, que é que queres de novo?” Dado o recado, respondia-me no mesmo tom seco: “es ist schon gut”, sem mais conversa. No tempo em que eu frequentava a escola, como já contei, deu-se a inauguração da igreja  protestante, solenidade a que assisti. Eu estava bem perto do Dr. Blumenau, dos senhores Wendeburg e Krohberger e me lembro de ainda de partes do discurso pronunciado pelo Dr. Blumenau, antes de entregar as chaves do templo ao pastor Hess. Elogiou os esforços do sr. Wendeburg na administração das obras, a dedicação de Krohberger na fiscalização dos trabalhos de construção, fazendo especial referencia ás belas janelas de cimento. Fiquei apenas um ano e quatro meses a serviço de Fritz Müller. Quando pus os meus patrões ao corrente da resolução, que eu havia tomado, de deixar o emprego, fizeram tudo para reter-me, chegando até mesmo a ameaçar-me com a intervenção da polícia. Conheci bem os homens daquele tempo. Friedenreich era o médico, mas o povo dizia que ele só tinha estudado veterinária. Morava na casa em que, mais tarde, residiu Elesbão Pinto da Luz e depois o Sr. August Zittlow. Emílio Odebrecht e Teodoro Kleine eram os engenheiros da colônia. Odebrecht andava, quase sempre, longe de casa, a serviço no interior da colônia, e o povo já comentavam que ele só vinha em casa, de ano em ano, preparar um novo filho e só voltava quando o filho já estivesse nascido.
Também dei-me bem com o pastor Hess. Com 10 anos, já frequentava eu a pequena Igreja, instalada numa casa de madeira. Conheci as suas duas filhas. O filho já tinha ido para o Rio de Janeiro onde, segundo soube mais tarde, lá faleceu.  
Revista Blumenau em cadernos - Tomo III – N.] 4 Abril de 1960
Arquivo: Arquivo/Sávio Abi-Zaid/Adalberto Day
Para saber mais acesse:

- 30 anos da enchente de 1983

$
0
0
Gilmar de Souza
Por Adalberto Day/Cientista social e pesquisador da história
- A enchente de 1983 teve uma duração de 32 dias, do dia 05 de julho até 05 de agosto, atingiu a marca maior no dia 09 de julho, 15,34 metros. Criou-se daí em diante, um estigma de cidade das enchentes. Mas o tempo passou, e nem sempre a primeira impressão é a verdadeira. Hoje somos uma cidade alegre, com festas populares, turismos, e a nossa Oktoberfest criada em 1984 para levantar o animo dos blumenauenses. Povo ordeiro e trabalhador nunca se deixaram abater pelas intempéries da natureza, que impiedosamente castigou os Blumenauenses.
Nessa época trabalhava no setor de Recursos Humanos da Empresa Artex do Bairro Progresso, a empresa através de sua direção, colaborou dentro das possibilidades. Os funcionários atingidos, ou que moravam em locais de risco e de difícil acesso, podiam se ausentar ou sair mais cedo para se prevenir de uma eventual consequência. A residência do presidente da empresa Carlos Curt Zadrozny, foi violentamente tomada pelas águas, teve que ser resgatado pelo telhado. Certo dia, estávamos sintonizados direto com TV e rádios, quando em certa ocasião correu um boato que as barragens teriam se rompido, e que as águas atingiriam Blumenau em questão de poucas horas, a uma velocidade, que varreria tudo que estivesse a frente. Imediatamente os Empregados que moravam em área de risco, foram liberados. Nós aqui mais para o final do Bairro Garcia, Glória e Progresso não tínhamos maiores problemas, a não ser com o acesso e a falta de informações com parentes e amigos. - Como a prefeitura, onde também se localizava a defesa civil (A Defesa Civil de Santa Catarina foi organizada em 1973 e no mesmo ano, em 20 de dezembro, foi implantada em Blumenau a COMDEC - Comissão Municipal de Defesa Civil. Foi no governo Vilson P. Kleinubig em 1989 que foi criada A Defesa civil de Blumenau), estava tomado pelas águas, o então o Comandante do 23º BI Ten. Coronel Barreto, transferiu as instalações da defesa civil, para o 23º BI, no Bairro Garcia. A descida e decolagem de helicópteros eram constantes e os comentários os mais diversos tais como: que a cada vez que pousava uma aeronave, continham nelas vários corpos que eram estendidos nas dependências do Quartel. Os números comentados já passavam de 500 apavorando a população. - A ponte Adolfo Konder, que da acesso ao bairro Ponta Aguda, era alvo de especulações que estaria prestes a romper. - Também se ouvia das pessoas mais humildes, que parecia igual ao dilúvio bíblico, “o mundo inteiro estava tomado pelas águas”. Fato que realmente muitos acreditam, pois como na época do dilúvio, as pessoas viram ao seu redor tudo tomado pelas águas e imaginavam o pior, mas eram pessoas que não conheciam outros lugares, outros países, outros continentes. - A enchente de 1983 teve uma duração de 32 dias, do dia 05 de julho até 05 de agosto,atingiu a marca maior no dia 09 de julho, 15,34 metros .

               
Depoimento de Carlos Braga Mueller: 
Algumas gerações sofreram com as enchentes de 1880 e de 1911. A nossa geração amargou as cheias de 1983 e 1984, tragédia em dobro, uma atrás da outra.
A chuva e a névoa escura que se abateram sobre Blumenau durante quase todo o mês de julho de 1983 jamais sairão da minha memória. Na minha casa, na Vila Nova, eu podia ver e ouvir o barulho dos helicópteros da FAB que fizeram uma base na quadra de esportes da Cremer.
Todas as comunicações estavam cortadas e só rádio a pilha captava notícias. As emergências eram transmitidas pelos valorosos radioamadores. Foi uma alegria quando descobrimos que um telefone público estava funcionando! Ficava na Rua Engº Paul Werner, esquina com a Rua Daniel Pfaffendorf, em frente a um mercado que existia naquele local. Foi assim que pude tranquilizar minha mãe e minhas irmãs, que moravam em Curitiba e que não tinham notícias de nós. Graças ao solitário telefone, talvez o único que ainda funcionava em Blumenau, pude pedir que mandassem água mineral. Alcina, uma das minhas irmãs, disse que ia mandar laranjas.
Minha casa não pegou água, mas estávamos ilhados.
Éramos uma população flagelada!
____________________
Adendo:

O que dizer de 1983? – O comentário da enchente pela vista de um acadêmico de jornalismo

Por: André Luiz Bonomini 
Jamais poderíamos nós, geração dos anos 1990, reclamar que nunca vimos tamanha destruição em Blumenau depois da catástrofe acontecida em 2008. Até ali foram várias pequenas cheias durante os anos que culminaram a tragédia de cinco anos atrás. Vimos sofrimento, famílias sem lar, sem entes queridos, estávamos assustados e por um momento os mais ligados na história se perguntavam: “Será que foi assim mesmo em 1983, ou teria sido pior?”
E ai que fica a pergunta que faço depois de 30 anos passados da maior enchente que Blumenau teve notícia neste século: O que nós, a tal “geração Y” pode dizer do que foi sofrido por nossa cidade em 1983?
Muitos vão me tirar de louco, dirão “há, você não nasceu pra sentir o que foi”, e tantas sandices mais. Mas não é preciso ir muito longe para tirar conclusões e se espantar pelo que aconteceu naqueles meses de julho e agosto daquele ano. Provas do que foi aquilo tudo se encontram em todos os cantos da nossa vida. Pais, tios, avós, TV e radio, uma visitinha ao Arquivo Histórico, internet, redes sociais...Não tem desculpa para não saber o que se viveu, o que se sofreu e o que se trabalhou naquele ano difícil para reerguer uma cidade praticamente debaixo de lama.
E outra pergunta, como o Vale não consegue esquecer tamanha tragédia, mesmo ainda se curando das cicatrizes de 2008?
Vamos por partes. 1983 já começara chovendo. Foram se seguindo algumas pequenas enchentes em meio a água que desabava. Julho não seria diferente, com tanta chuva no ar não tinha jeito de algo grande acontecer. E aconteceu. Por um mês praticamente os blumenauenses dividiam sua vida na cidade amada com água, lama e estragos, para não falar dos 70 que pereceram na tragédia.
Arrepia imaginar na mente as imagens que as fotos e os poucos arquivos de TV disponíveis pelos meios de comunicação tinham para registrar o que acontecia em Blumenau naquele mês. A água tomava o prédio da recém-inaugurada prefeitura, as ruas como a XV, ponto comercial totalmente perdido embaixo de lama. Muito se perdeu nas empresas como a Teka, casas em bairros tradicionais ou sumiam na água, ou boiavam no rumo do rio. Era como uma guerra, em que a população não podia lutar contra o Itajaí-Açu.
Mas, o que não dá mesmo pra esquecer, e felizmente, são as histórias de luta e coragem de muitos que deram o sangue embaixo das turvas águas para salvar vida, trazer conforto e estender o braço a quem precisa. Os hospitais fazendo o possível mesmo sem energia elétrica para salvar vidas e manter as que estavam internadas. Soldados do 23º Batalhão mostrando o significado do slogan do exército brasileiro – “Braço Forte, Mão Amiga” – indo a todos os lugares e se mobilizando numa verdadeira força-tarefa atrás do alivio. Abrigos, que se estendiam em escolas, igrejas, clubes de caça-e-tiro, onde tantas famílias procuravam conforto e fuga das águas...
E a comunicação? Como acadêmico de jornalismo fica impossível não deixar de imaginar os esforços, tanto de jornalistas como o dos radioamadores, para tentar levar informações e coordenadas a todo o canto do Brasil. Os valentes profissionais de rádios e da TV Coligadas (RBS Blumenau em 1984) que faziam malabarismos na água para buscar as imagens do que acontecia em nossa região, colocando o pé na lama, voando e recorrendo as confiáveis bateras, tudo pela informação precisa e de caráter de socorro em uma cidade as escuras.
Mas os radioamadores, ah! Pessoas incrivelmente dispostas ao trabalho. Que transformaram de simples “shacks” separados pela cidade numa incrível rede de solidariedade, transmitindo coordenadas e informações de canto a canto, seja da prefeitura ao 23ºBI, ou ao Ceasa, ou a Vila Itoupava. Onde estivessem, estavam em trabalho constante, escrevendo seus nomes como verdadeiras vozes de Blumenau.
Nomes como Tontini, Alda, Dalto, Boos, Nóbrega, Motta...e tantos outros cuja memória não ajuda nesta hora, estão grifados como grandes colaboradores em meio ao caos. As águas subiam, desciam, subiam, desciam...só não saia a persistência do blumenauense em querer dizer em sua teimosia aceitável que “Não! Eu vivo aqui e daqui não saio” e foi assim. Viria outra em 1984, mas uma enchente para um blumenauense, muitas vezes seria como “um dia após o outro”, pela tamanha vontade de vencer.
Concluindo todas estas coisas que vi e falei acerca de 1983, sem contar as que ainda não sei e que ainda muito quero saber, a resposta do que posso falar desta tragédia é de que: A enchente de 1983 não foi um momento apenas de choro, tristeza, morte e desolação ao observar as águas caudalosas do Itajaí-Açu a cruzar a cidade. Muito, além disso, foi um verdadeiro teste de fogo a todo o blumenauense que, mesmo sem contar com os meios mais eficientes, brigou contra a corrente para dizer que não iria sair de sua querida cidade, arregaçou mangas e se pôs ao trabalho no socorro do próximo, na informação e na mensagem precisa. E ergueu com todo o custo a cidade que hoje vemos, e que ainda luta em quaisquer calamidade que lhe venha a ocorrer.
As lições aprendidas em 1983 (podem muitas ter se esquecido) serviram de regra para outras cheias, para 2008, e ainda podem servir para qualquer luta que Blumenau ainda tenha que lidar com seu rio a sua volta. Creio que este comentário sobre a enchente não seja o mais correto e o mais próximo do que foi a calamidade de 30 anos atrás. Mas é o melhor que pude me aproximar, com meus 23 jovens anos, do que o blumenauense sente ao lembrar desses dias. Algo que o Vale jamais esquece, é verdade, mas que aprontou a região para qualquer contenda futura contra as forças da natureza, as únicas que o querem tirar a vontade de brigar pela sua terra.
Para finalizar, as frases de José Nóbrega que vale sempre lembrar: “A enchente é assim: O rio destrói, o rio constrói. O rio sepulta, mas também edifica. O rio, água lodosa como o fogo, retempera a alma deste povo imbatível: O blumenauense”.
Bom dia a todos!
Arquivo de Adalberto Day
Para saber mais acesse:

- "Uma vida dedicada à empresa".

$
0
0
Em Histórias de nosso cotidiano apresentamos o Sr.
Estanislau Sliwiensky  nascido em Erechim – RS em 14 de abril de 1921/ falecido 08 de agosto de 1988 – foi funcionário (montador mecânico) da Souza Cruz no Garcia em Blumenau e região. Foi a única empresa que trabalhou. Torcedor do Internacional de Porto Alegre - fanático, (em Blumenau do Palmeiras).
Lia todos os dias o Jornal Correio do Povo de POAe quando encerrou as atividades "aceitou" ler o Zero Hora (RS). Ouvia a Rádio Gaúcha e curtia a cerimonia de tomar seu chimarrão pela manhã e no final do dia. Assim que chegou a Blumenau, anos depois construiu sua casa na Rua Goiás (perto da Souza Cruz). Foi um técnico em manutenção tendo participado na construção de unidades da Cia Souza Cruz em Santa Catarina. Fumava bastante e ganhava da Cia pacotes de cigarros que os funcionários de carreira recebiam. 
Teve relacionamento pessoal com diretores nacionais e internacionais da Cia também por ser um tradicional colaborador. Texto enviado por José Geraldo Reis Pfau/Publicitário em Blumenau.
Transcrição do texto acima
Memória
Oficina da História
Ele começou a trabalhar com mecânica ainda criança e aprimorou  este gosto ao servir no exército, quando fez um curso.
Nesta época em 1946, a Segunda Guerra Mundial já havia terminado e Estanislau Sliwiensky estava à procura de emprego em Santa Cruz do Sul. Foi quando encontrou um conhecido que trabalhava na Antiga Companhia Brasileira de Fumo e Folha. O amigo faz o seguinte convite: “Venha trabalhar com a gente. Escreva uma carta para a CBFF”. Dito e feito. E assim Sliwiensky foi chamado, entrevistado e assim assumiu o seu oficio mecânico. Sliwiensky entrou no dia 04 de fevereiro de 1947 e foi transferido depois de quatro anos para Blumenau.
É que neste período a Unidade de Blumenau estava sendo deslocada do Bairro Itoupava Seca para o Bairro Garcia onde está até hoje.
Sliwiensky, que chegou a Chefe Geral das Oficinas da Unidade de Blumenau, onde se aposentou em 1975, montou com sua equipe toda estrutura da fábrica no Bairro Garcia.
Ele fala desse tempo: “Na avenida (rua Amazonas)   que hoje vai até a Souza Cruz, dois carros não se cruzavam de tão estreita. E na área onde é o  recebimento da Unidade, existia um morro, que foi removido por um trator”.
Sliwiensky trabalhou na montagem de linhas secadoras, caldeiras, tanques, prensas e instalações elétricas. O trabalho tinha que ser feito rapidamente, pois a nova Unidade estava para ser inaugurada.
Souza Cruz 1952 na construção - Imagem  Wilmar M.Filho
Souza Cruz 1955 - Imagem:Abelardo Luiz dos Santos
Cia. Souza Cruz - Garcia- Blumenau 1962
Ele recorda que as atividades duraram um ano, sendo que as duas caldeiras a óleo vieram transportadas de São Paulo por caminhão. “Durante mais de um mês tivemos que trabalhar com os pés na lama, durante todo o tempo a atividade era intensa, com trabalho no Natal e Ano Novo”, lembra Sliwiensky.
Apesar de algumas dificuldades de peças que tiveram que ser fabricadas localmente, tudo acabou no prazo certo e a safra de 1954 já foi recebida na nova Unidade. Graças ao esforço de Sliwiensky e a dedicação de sua equipe, como ele gosta de destacar: “Sempre tive uma equipe de Elite”. A determinação de todos compensou. A Unidade que processava 18,000 fardos
De fumo de 75 Kilos, na Itoupava Seca, passou no Bairro Garcia para 45.000 fardos no ano seguinte. Sliwiensky ajudou na implantação das Unidades de Tubarão, Brusque e Rio Negro.
Gaúcho de Erechim, hoje com 67 anos (1988) mesmo ano em que veio a falecer em 08/08/1988, Sliwiensky gosta de passear pela cidade onde mora, Blumenau, onde reencontrar velhos amigos, ler jornal e tomar chimarrão. Casado com Cecilia, ele tem três filhos, Elaine, Miriam e Gilberto, e sete netos. Com seu trabalho e empenho, Sliwiensky impulsionou a História da Empresa.
Informativo Souza Cruz nº 08 – agosto de 1988: Departamento de Fumo.
Arquivo José Geraldo Reis Pfau/Adalberto Day

- PRC4 Rádio Cultura?

$
0
0
PRC-4 RÁDIO CLUBE, A PRIMEIRA DE SANTA CATARINA. MAS SERIA A QUARTA DO BRASIL?
Por Carlos Braga Mueller
Jornalista e escritor
(Braga Mueller atuou quase 10 anos na PRC-4 como locutor (comunicador), de 1954 a 1963, com o pseudônimo de Charles Neto)
Blumenau sempre se destacou na área das comunicações.
No dia 1º de janeiro  de 1881 circulou a primeira edição do jornal "Blumenauer Zeitung", fundado por Hermann Baumgarten. Durou até 02 de dezembro de 1938, ou seja, teve vida longa.
Na década de 30 do século 20 foi ao ar a primeira estação de rádio de Santa Catarina: a PRC-4 Rádio Clube de Blumenau.
Em 1964 foi instalada em Blumenau a primeira instituição de ensino superior do interior do Estado. No dia 2 de maio daquele ano foi ministrada a aula inaugural da Faculdade de Ciências Econômicas de Blumenau, dando origem à FUB - Fundação Universitária de Blumenau, hoje FURB - Universidade Regional de Blumenau.
No dia 1º de setembro de 1969 teve início a programação oficial da TV Coligadas de Santa Catarina, com sede em Blumenau (hoje RBS-TV Blumenau), gerando o sinal da Rede Globo para todo o Estado.
1971, 22 de setembro: o primeiro jornal catarinense impresso pelo moderno processo de offset começou a circular em todo o território catarinense, o Jornal de Santa Catarina.
Enfim, sempre na frente, Blumenau tem sido, através dos tempos, pioneira na área das comunicações. 
PRC-4 RADIO CLUBE DE BLUMENAU  
Desde que o rádio foi "inventado" e o Brasil entrou na era das comunicações sonoras via ondas eletromagnéticas, muitas datas foram sendo registradas a cada nova rádio que ia sendo fundada no país.
Um exemplo disso é a nossa atual Rádio Clube de Blumenau, que tem o registro de um glorioso trajeto:
Foto 1 - Estúdios da PRC-4  Rádio Clube de Blumenau, anos 40
19/03/1932: fundação da Rádio Cultura (meses depois mudou para Rádio Clube de Blumenau)
1933: aquisição de um transmissor Collins de 150 watts
1934: início das transmissões em caráter experimental. O estúdio ficava situado na Travessa Aymoré, hoje Rua Capitão Euclides de Castro,  no centro de Blumenau.
1935: em 18 de março entra no ar com um transmissor Philips de 500 watts de potência
1936:João Medeiros recebe a concessão para sua rádio e um prefixo oficial: PRC-4.
O primeiro "speaker" (locutor) foi José Ferreira da Silva.
A rádio era um "clube" de ouvintes e nem sonhava em ter finalidade comercial.
Está registrado na história do rádio blumenauense, que a PRC-4 teria sido a quarta emissora do país, talvez até pelo número 4 do prefixo.
Foto 3 - Instalações da técnica de som (sonoplastia) da PRC-4 em 1950, já no prédio da Rua 15 de Novembro,  esquina com Nereu Ramos.
Analisando a situação, chega-se a conclusão de que foi, sim, a primeira de Santa Catarina; quanto a ter sido a quarta emissora do país, permanecem dúvidas.
Transmissor de 1 kilowatt (1.000 watts) da PRC-4 em 1950, ano do centenário de Blumenau.
As fotos foram digitalizadas diretamente de uma revista (Vale do Itajaí, de 1950) e por isso não são muito boas. Mas são históricas.
Jornal de Santa Catarina 10/07/2013 | N° 12929
ALMANAQUE DO VALE | Jackson Fachini
Amigo locutor
Jener Reinert fazendo locução no estúdio da PRC4 - Rádio Clube de Blumenau, nos anos de 1950. A emissora entrou no ar em testes no dia 13 de março de 1932, tornando-se a primeira rádio de Santa Catarina, fundada por João Medeiros Júnior. Em 2007, mudou de endereço para o Edifício Senador Evelásio Vieira. (Imagem: acervo de Joel Reinert)
O INÍCIO DO RÁDIO NO BRASIL 
A primeira emissão de rádio no Brasil aconteceu no dia 7 de setembro de 1922, centenário da nossa independência.
A empresa Westinghouse Eletric International Co. instalou no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, uma estação de 500 watts, inaugurada com o discurso do presidente Epitácio Pessoa em solenidade ocorrida na Praia Vermelha. Foram importados 80 receptores de rádio especialmente para o evento. As transmissões em seguida saíram do ar.
Só 8 meses depois, em maio de 1923, as transmissões reaparecem com uma emissora batizada de Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, prefixo PRA-A, fundada por Edgar Roquete Pinto.
Foto 2  PRA-A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira emissora de rádio brasileira. 
Existem, porém registros de que em 6 de abril de 1919 foi feita uma transmissão experimental de radiodifusão em Recife por um grupo  que se dedicava ao estudo da eletricidade e da telegrafia sem fio, tendo a frente o radiotelegrafista Antônio Joaquim Pereira. Este movimento viria a se constituir mais tarde na Rádio Clube de Pernambuco, prefixo PRA-8.
Embora  o italiano Guglielmo Marconi tenha obtido a patente da invenção do rádio em 1898, a história registra que já em 1893 o padre, cientista e engenheiro gaúcho Roberto Landell de Moura  já havia testado uma primeira transmissão de voz por ondas eletromagnéticas, sem fio, cuja patente Landell de Moura só conseguiu obter em 1900.

OUTRAS RÁDIOS PIONEIRAS 
As datas de fundação e do início de transmissões das rádios pioneiras no Brasil se confundem.
Analisando algumas, constata-se, pela antiguidade: 
PRB -2 - Rádio Clube Paranaense
27/06/1924: início das transmissões
É considerada pelos paranaenses a terceira mais antiga do país, tendo sido a primeira do Paraná.
PRB-3  - Rádio Sociedade de Juiz de Fora
30/09/1929: data da fundação
Antes do PRB-3 havia usado o prefixo PRA-J
É considerada pelos mineiros a segunda do país. Foi a primeira em Minas.
PRB-6  - Rádio América de São Paulo
04/11/1931: data da fundação pela Organização Byington
17/08/1934: primeira transmissão
Antes do PRB-6 havia usado o prefixo PRA-O
PRB-9 - Rádio Record de São Paulo
23/10/1928: data da fundação como Rádio Sociedade Record.
O que se constata com estes registros é que a data de fundação não tinha nada a ver com a sequência numérica dos prefixos. Estes eram concedidos, certamente, pelas datas dos pedidos que as rádios faziam ao governo federal, ou então pela data em que as concessões eram expedidas.
Sabe-se que o fundador da Rádio Clube de Blumenau, João Medeiros, havia pedido seu registro de concessão bastante tempo antes de, finalmente, recebê-lo em 1936.
Qual o critério utilizado para se avaliar a antiguidade de uma emissora?
A data da fundação?
A data do início das transmissões? (neste caso, existiram as transmissões experimentais e as oficiais).
A data do recebimento da concessão ?
A numeração do prefixo?
Com o prefixo PRC, além da nossa PRC-4 Rádio Clube de Blumenau, conseguimos localizar, pesquisando, a PRC-7 Rádio Mineira de Belo Horizonte, e a PRC-9, Rádio Educadora de Campinas, esta  fundada em 1933.

Outra dúvida: será que os prefixos seguiam uma numeração sequencial, ou alguns números ficavam de fora ?
Teria havido uma PRC-5?
Falta muito, ainda, a se pesquisar nesta área. Vamos em frente!
Texto Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor. Arquivo Carlos Braga Mueller/Adalberto Day 

- José Geraldo Reis Pfau

$
0
0
FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau
PPGAD – Programa de Pós Graduação em Mestrado de Administração
Disciplina: Métodos de  Pesquisa Qualitativa em Administração
Professora: Margarita Nilda Barreto Angeli, Dra
Acadêmica: Neli Terezinha Ferreira


Trabalho: Entrevista para narrativa “Uma história de vida” 
Objetivo:
Entrevistar o profissional José Geraldo Reis Pfau um dos pioneiros na área de publicidade e propaganda em Blumenau. Buscar um pouco da sua vida particular desde a infância até os dias de hoje e se aprofundar na sua vida profissional com maior ênfase na trajetória do início da comunicação profissional na região. 
Uma história de vida – José Geraldo Reis Pfau 
            Foi com muita tranquilidade que o “Pfau” aceitou ser entrevistado assim que o contatei explicando-lhe ser um exercício do Mestrado, dentro da disciplina Métodos de Pesquisa Qualitativa em Administração. Marcamos para uma conversa que inicialmente seria rápida, mas que acabou indo muito além do que havia previsto.
            O Pfau me recebeu no seu atual escritório na Rua XV de Novembro, 1335 – 7º andar – Sala 77 – em Blumenau, Santa Catarina na tarde do dia 03 de setembro de 2009, uma quinta feira.
            Pfau Comunicação, expliquei a intenção de seguirmos um roteiro cronológico para não deixarmos de citar nada que fosse relevante em sua vida.
Após os cumprimentos normais extensivos aos seus filhos Juliana e Vicente, que nos dias atuais juntamente com ele compõem a direção da empresa
            Nasci em Blumenau, num domingo de páscoa em 09 de abril de 1950, sou casado com Miriam T. Pfau em 1973 tenho três filhos Juliana (1977) Guilherme (1979) e Vicente (1981). Sou filho de Osmênio e Maria de Lourdes Pfau. Além de mim, meus pais tiveram mais um filho e três filhas: Luiz Henrique, Maria Bernadete, Maria Helena, Regina Lúcia. Diferentemente de meus irmãos, eu fui uma criança que gostava muito de brincar na rua. As brincadeiras de infância com a turma da rua como  jogar futebol que me atraiam muito mais que brincar em casa. Minha mãe, então, sempre foi a única pessoa que me costumava chamar pelo nome completo de “José Geraldo... vem pra casa estudar e fazer a lição”. Com isso, desde cedo eu exercia uma certa liderança com iniciativas nas brincadeiras de crianças perante meus irmãos e amigos da rua. Vivi parte da infância e adolescência em torno das lojas HM – Hermes Macedo - onde meu pai foi gerente por 35 anos. Os primeiros quatro anos do Ensino Fundamental (na época chamava-se Primário) fiz no Colégio Sagrada Família, uma escola de educação e ensino rigorosa e  administrada por freiras (na época colégio misto). Os demais quatro anos do Fundamental, bem como os três anos do científico, hoje Ensino Médio (na época Ginásio e Científico) estudei no Colégio Santo Antonio, administrado por padres franciscanos. Lá fiz uma boa base e repeti duas vezes de ano.

Fiz cursinho e vestibular com “vida de estudante” de meio ano em Florianópolis. Entrei na FURB para cursar a graduação em Administração e fiquei por lá alguma meia dúzia de anos mas não consegui concluir o curso.
            Outra atividade muito interessante na juventude foi uma banda que formei com um grupo de amigos Renato, Amilton e Gilson e que denominamos Moondogs. A banda teve uma passagem muito rápida, uma única musica “(I Can’t Get No) Satisfaction” da tradicional banda inglesa “Rolling Stone”, pois foi preparada para se apresentar na primeira vez num festival de bandas, na Associação Artex e por não ter sido escolhida, eu não permaneci, e os demais membros não deram continuidade. Portanto nossa banda teve uma única apresentação. Assim sou artista de um show só.
Aos 15 anos ganhei de presente de um tio, Ageo Guerreiro, um carro Chevrolet “Pavão” 1927 ( um calhambeque) que foi restaurado com recursos de meu pai. Portanto com apenas 15 anos já dirigia meu próprio carro. Quando tinha 17 anos vendemos, vendi, o carro e em outro momento comprei um gravador de fita K7. Um fato pitoresco foi quando estava passeando com meu gravador encontrei um cidadão curioso que parou sua moto, uma Leonette de 50 cc, e disse-me: quero vender esta minha moto e comprar um gravador como este seu. Não tive dúvidas, troquei o gravador pela moto deste cidadão, reformei-a, e com sua venda consegui trocar por outra moto ano 1950, marca BSA – 600 cc de fabricação inglesa. Isso ocorreu no ano 1966, e consegui transformar esta moto numa versão semelhante a HD – Capitão América usada pelo artista Peter Fonda do filme Easy Rider. Foi assim que nasceu minha grande paixão por motos. Minhas duas grandes paixões nesta fase de adolescência foram o carro e a moto, que perdura até hoje. Na época de vestibular em Florianópolis já tinha trocado a moto por um Fairland 1955 que deixou a minha vida cada vez mais rápida.
            Com 18 anos iniciei minha vida profissional. Foi com meu tio Ageo na Socatel- um empresa de terraplenagem que fez parte da obra da Beira Rio, entre outras. Meu primeiro emprego foi na Divisão de Obras da Prefeitura Municipal de Blumenau, como auxiliar administrativo trabalhando diretamente com o Tenente Cunha. Era o ano 1968 e Blumenau tinha como prefeito o Sr. Evelásio Vieira, político de bastante destaque na região e já falecido atualmente. Dalírio Beber era chefe de pessoal, Álvaro Bruch  atuava na área de compras. Cito estes nomes por serem pessoas bastante conhecidas nos dias atuais, tanto na política como em organizações empresariais.
            Ao sair da Prefeitura fui trabalhar na Rádio Blumenau onde o advogado Airton Rebello, diretor da rádio, possuia uma agência de notícias denominada RICA. A função da RICA era vender notícias para outros veículos de comunicação em especial para as rádios da região. Havia nas emissoras a figura do “rádio escuta” e o “gilete press” que era o funcionário que recortava os jornais e ouvia os principais noticiários radiofônicos do Rio e São Paulo e reunia as mais importantes notícias coletadas para o locutor da emissora ler no noticiário de cada horário. A partir da criação da RICA, surgiu a idéia de desenvolver também uma agência de propaganda. E com isso surgia em Blumenau a Magna Propaganda, que viria a ser a segunda agência de publicidade nesta cidade, já que a primeira foi a SC Publicidade, uma house da TV Coligadas.      
              A Magna teve como sócios-diretores Romeu Lourenção,  ex-executivo da Editora Abril de São Paulo, da Empresa Industrial Garcia e da SC Publicidade; e o Coronel Brandão, militar carioca que havia atuado em propaganda na Petrobrás; além do  Dr. Airton. Foi com o conhecimento destes profissionais que se iniciou a linguagem da comunicação em Blumenau: jingle, spot, layout, outdoor, arte final. A cultura de briefing, story board, letraset, ilustração, o vegetal para proteger a arte, a composição de texto para arte final e até o aerógrafo. De forma pitoresca atuou também na Magna o profissional de arte,  Getúlio Curtipassi, que na sequencia fundou outra agência com os comunicadores Horácio Braun e Osmar Laschewitz: a Scriba Propaganda, que viria a ser mais tarde uma das maiores agências do Estado e a maior da região. Getúlio trabalhou na Magna de certa forma clandestina, enquanto a Scriba não estivesse atuando. Mais tarde Getúlio mudou-se para Florianópolis onde trabalhou na AS Propague com o publicitário Antunes Severo um dos pioneiros na área e Publicidade e Propaganda no Estado de Santa Catarina.
            Em janeiro de 1973 iniciei minhas atividades na TV Coligadas Canal 3 e no Jornal de Santa Catarina, de forma simultânea. Nestes veículos minha atuação foi sempre na área comercial como assessor da direção comercial. Registra-se que estes veículos pertenciam a uma mesma organização, Emissoras Coligadas de Santa Catarina, com a mesma direção geral. Em minha atividade exercia o atendimento, especificamente a clientes anunciantes e as agências de propaganda, com as quais mantinha estreito relacionamento.
             É desta época também o surgimento de movimentos importantes para o setor, como a criação do GPCM – Grupo de Profissionais de Comunicação Mercadológica. Depois Comunicação e Marketing. Entidade que ajudamos a criar, fui presidente por largo período e que reunia não só representantes do tripé da comunicação, clientes, veículos e agencias, como também fornecedores e profissionais do ramo. O GPCM teve expressão nacional. Promovia exibição anual de filmes do Festival Publicitário de Cannes, dava prêmios para os melhores em cada ano na propaganda local, trazia palestrantes frequentemente para conscientizar o mercado e realizava Seminários e Encontros da área.
            Em 1975 fui convidado para gerenciar a Sucursal de Joinville da TV Coligadas e do Jornal de Santa Catarina, onde representava estes veículos que eram muito fortes em todo o Estado. A região de Joinville era atuante tanto comercialmente, como política e socialmente.  Foi um período de auge na minha atividade profissional tanto social, quanto financeiramente. Neste período já estava casado com a Miriam e tivemos nossa primeira filha, a Juliana. Bons tempos. Criei grandes e especiais amigos, fui sócio de restaurante e até diretor de Clube social. Tínhamos os maiores e melhores anunciantes na emissora, patrocinávamos, entre outros, com o prestígio da Cônsul Refrigeradores o Jornal Nacional em Santa Catarina.
             Minhas atividades em Joinville foram muito bem até o ano 1977 quando fui convidado a voltar para Blumenau para atuar diretamente junto ao comercial na direção da emissora. Foi um período complicado e difícil. Período em que a TV Coligadas perdeu a programação da Rede Globo passando a transmitir a programação da TV Tupy que já apresentava uma grande decadência. Uma experiência profissional de inacreditáveis situações cujo final ainda me proporcionou um bom retorno ao mercado. 
            A programação da Rede Globo começou a ser transmitida pelo Grupo RBS, diretamente da TV Catarinense de Florianópolis. A RBS me contratou para abrir a sucursal da TV Catarinense e do grupo RBS aqui em Blumenau, onde atuei poucos meses, considerando que na sequencia a TV Coligadas foi adquirida pela RBS e esta me levou para a gerência comercial da emissora. Neste período trabalhei com Antunes Severo, ex-AS Propague, que teve o cargo de gerente executivo. Atuei no Grupo RBS até 1981, quando fui convidado para atuar como assessor do presidente do Grupo Linhas Círculo, Sr. Leopoldo Schmalz. Lá, depois me formei corretor de seguros com atuante desempenho de mercado na Gaspar Corretora de Seguros pertencente ao Grupo. Com uma mudança na empresa permaneci no Grupo Lince, porém atuando como representante dos produtos da Linha Círculo e Plasvale, durante um período.
Em 1979, juntamente com amigos de infância e juventude, criamos  o CLUBINHO que completa em novembro próximo 30 anos (2009) de reuniões todas a terças feiras.
            Voltei para a comunicação quando me uni a um profissional da área, e grande amigo, de nome Ivan Castro. Juntos, iniciamos uma nova agência de publicidade que denominamos de Marke Publicidade onde atuamos até novembro de 1985 quando viemos juntos adquirir do Osmar Laschevitz a Scriba Propaganda, a maior agência de publicidade de Blumenau.
            A Scriba estava completamente sucateada, vindo de restos das enchentes, ainda com bons profissionais e enormes vícios de outros tempos. A Scriba havia criado a JAF produções, uma empresa do ramo do cinema publicitário e Studio fotográfico. Ao atender contas através de produções de catálogos de produtos nacionais como Hering e outros, criou um enorme relacionamento com fornecedores de toda espécie. Na época era uma das maiores agências em veiculação nos mais importantes veículos. Assumi o desafio junto com o Ivan Castro num propósito dele dar continuidade em Joinville, em contas importantes como o Grupo Stein e eu em Blumenau erguer a Scriba. Na seqüência entendemos que teríamos que nos separar até porque não havia investimento inicial e a continuidade teria que dar conta dos compromissos. Com um conceito no mercado, fomos criando oportunidades, montando equipes e absorvendo contas. Estratégias criativas junto com bons parceiros desenvolveram uma Scriba que tem sido chamada de escola da propaganda na região. Certa feita, fui convidado para apresentar minha atividade para alunos do Colégio Santo Antonio em Blumenau, em atividades próximas das suas decisões de vida profissional. Na platéia minha filha Juliana. Disse como digo sempre que se tivesse que repetir minha vida profissional não modificaria nada, seria publicitário, pois é o que amo. No final chega as minhas mãos um bilhete dela se dizendo orgulhosa do que acabara de assistir. Gratificante. Ela é formada nesta área na Furb e pós graduada em Marketing. Fui também presidente do Sindicato das Agências de Santa Catarina. Super atuante na política estadual e nacional do meio da comunicação. A departamentalização na Scriba teve como conseqüência uma eficiência sem precedentes. Eram no mínimo três duplas de criação, tínhamos setor de planejamento, já ensaiávamos um setor de digitação com micros PC, laboratório de ampliações para arte final, setor de atendimento com três vendedores, departamento de mídia, um estruturado tráfego, produção eletrônica com índices de até trinta vídeos tapes mensais. Uma enormidade de números de job’s sendo manipulados diariamente.
Páginas e páginas de jornais nos finais de semanas com lançamentos no “boom” imobiliário. A festa anual da Scriba reunia os melhores empresários e personalidades sociais em memoráveis eventos. Éramos referência. Digo que meu cliente está aqui na XV, aqui em Blumenau. Digo ainda que comunicação é algo que temos que fazer de modo constante e horizontal. Afirmo que a sua marca deve ser vista e falada todos os dias em todas as oportunidades. A Scriba foi a maior agência de propaganda de Santa Catarina sem contas do governo. Trinta e cinco funcionários em constante capacitação e as campanhas de motivação interna eram constantes, com pesquisas de salários que balizavam boas oportunidades profissionais. Tínhamos um conselho de empresários e clientes. Importamos e exportamos grandes talentos. O primeiro andar do Renato Veículos fervia em criatividade. As campanhas e a propaganda de Blumenau era a Scriba que fazia. Assim foi em tudo, principalmente no varejo que é minha paixão. Assim foi na Oktoberfest até os anos 90. Com isso tudo e tudo isso, a Scriba foi se acabando. Como qualquer organização fomos vitimas de nós mesmos, na fiscalização, nos padrões de qualidade e até dos tropeços financeiros.
             No auge da Scriba, recebemos a Professora Iolanda que dirigia o setor de ciências sociais na FURB, e que nos consultou sobre um provável curso de comunicação na área de propaganda e publicidade. Assumimos o desafio prontamente. Sabia da dificuldade não só de ter funcionários qualificados, mas principalmente de ter no cliente um relacionamento completamente desqualificado. Por assim entender fiz o investimento numa pesquisa de mercado para identificar a realidade de mercado no que se refere à propaganda, e como previsto, nas empresas os clientes estavam totalmente desprovidos de pessoas qualificadas. Assim participamos da primeira e da segunda comissão criada pelos reitores para viabilizar o Curso de Comunicação Social Publicidade e Propaganda da FURB. Na primeira comissão argumentamos as necessidades e mostramos a realidade e principalmente o pioneirismo na área de comunicação na região. Na segunda escrevemos as ementas do curso para aprovação junto ao MEC. Pesquisamos todos os cursos de propaganda e publicidade no Brasil. Daqueles que avaliamos destacamos um curso em Minas Gerais que nos chamava a atenção para a comunicação regionalizada. Incluímos no currículum do curso previsto para a FURB. E como novidade nacional – oportunidade de época – fizemos a inclusão de computação gráfica – algo ainda iniciando no mercado. Inexistente nas salas de aula. No inicio, as primeiras turmas chamavam os experientes empresários da propaganda local para conversar com os alunos.
             E então, no início dos anos 90 estávamos passando para outra área que tem sido até os dias atuais, a de assessoria de comunicação. Meus três filhos vieram trabalhar comigo. Somos uma agência mais especializada em comunicação total, com um trabalho completo de acompanhamento de entidades conceituadas de mercado. Nossa experiência faz com que se tenha a identificação de oportunidades. As mais gratificantes temos na reurbanização da Rua XV, onde tivemos total envolvimento, bem como na restauração e criação da Casa do Comércio, ambas ligadas diretamente às entidades do comércio varejista.   
Neste período estivemos sempre atuantes em áreas como turismo através do Blumenau Convention & Visitors Bureau, fizemos o destaque nacional do arroz parboilizado de Santa Catarina e durante dez anos a Feira de Jóias, Óculos, Relógios e afins de Santa Catarina – um dos três maiores eventos nacionais do ramo.
            Em 1999 nasceu uma nova e grande paixão a primeira neta, filha de Guilherme e Patrícia em Itapema. Em 2005 vitima de enfarte tive cinco interferências com pontes safenas e mamárias que tem me garantido em atividade. Minhas atividades agora são mais moderadas;  porém sempre voltada a identificar oportunidades na área de comunicação para Blumenau, e em Blumenau”.
Categorização:
Análise de personalidade
Moral:
Moralidade- Observa-se no texto que o entrevistado tem bom conceito moral, considerando suas relações com amigos, clientes, personalidades em todo o decorrer da história.
Honestidade– É um fato subjetivo no texto, porém sempre presente considerando que somente uma pessoa honesta vem a ser convidado para novos desafios dentro da mesma organização como relata numa parte da entrevista.
Justiça– Percebe-se a justiça quando menciona sua separação com então amigo e sócio Ivan Castro: como não houve investimentos financeiros, cada qual foi tocar a sua agência, o Ivan em Joinville com a Marke e o Pfau em Blumenau com a Scriba.
Social:
 Zézinho Pfau
Personalidade agradável - Está implícito no texto que o entrevistado é uma personalidade agradável e um dos fatos que mostra isso é o Clubinho fundado há 30 anos (2009) e perdura até os dias de hoje. Somente uma pessoa de personalidade agradável mantém amigos por tantos anos.
Bons costumes– Ao falar de sua infância; seus pais; e seus irmãos, percebe-se que vem de uma cultura de bons costumes. O mesmo quando relata suas atividades profissionais.
Conformismo– Ao relatar seu problema de saúde, deixa evidente estar conformado com os limites que seu estado físico hoje apresenta.
Tolerância– Mesmo com os altos e baixos de algumas organizações em que atuou teve tolerância em permanecer e tentar reverter o quadro.
Unidade Grupal– É evidente no texto quando menciona muitas pessoas que fizeram parte de sua vida profissional. Quando menciona o Clubinho e também quando fala dos seus filhos que vieram trabalhar junto com ele.
Individualidade:
Força– Sua força é mostrada em diversas partes do texto. Exemplo disso são os muitos desafios que enfrentou levando consigo toda a família para cidades diferentes, sempre que isso fosse necessário.
Determinação– Em todo o texto percebe-se uma grande determinação do entrevistado, desde criança até os dias atuais.
Inteligência– Não há dúvidas tratar-se de uma pessoa inteligente, porém quando menciona sua atuação direta com as comissões de criação do Curso de Comunicação Social– Publicidade e Propaganda, percebe-se a inteligência em pesquisar o mercado e os demais cursos no país para auxiliar com coerência e embasamento. 
Análise de Valores:
Fisiológicos:
Lazer– Quando menciona na entrevista o Clubinho, com reuniões todas as terças-feiras.
Saúde– A saúde é lembrada no final da entrevista a falar do seu problema cardíaco e seus limites atuais.
Conforto– Percebe-se que acontece o conforto quando o entrevistado conta de sua estada em Joinville como gerente da Sucursal da TV Coligadas e do Jornal de Satã Catarina, um período de maior conforto para ele e sua família.
Sociais:
Amor familiar– Em diversos trechos da entrevista o amor familiar fica evidente: ao falar de seus pais e irmãos, ao falar do seu casamento, do nascimento de seus filhos, da vinda de seus filhos trabalhar com ele, do nascimento da neta, etc.
Amizade– Mencionada no texto quando se relaciona aos amigos de rua, aos amigos do clubinho e muitos amigos profissionais.
Individualistas:
Independência– Mostrou-se independente ao relatar as tantas vezes em que partia de uma cidade ou de uma organização para outra, para novos desafios. Personalidade independente também é mostrada quando relata sua preferência em brincar nas ruas e não dentro de casa.
Auto-estima– Sua auto-estima é implícita em todo o texto.
Lúdicos e de Felicidade:
Emoção– Ao falar da filha Juliana quando mandou para ele um bilhete que dizia ter orgulho dele. Ao falar do nascimento dos filhos e da neta.
Expressão da autocriatividade– Quando fala das estratégias criativas que teve com bons parceiros e que elevaram a Scriba a ser a maior agência da região.
Humor– Uma parte cômica do texto é quando ele fala da troca do gravador por uma moto, e da banda que só apresentou uma música e deixou de existir.
Práticos:
Trabalho– Sempre presente na entrevista, o trabalho foi e faz parte do entrevistado.
Cognitivos:
Conhecimento– Mesmo não tendo encerrado sua graduação, percebe-se que o conhecimento esteve sempre presente em sua vida.
Blumenau 03 de setembro de 2009 

- O Antes e depois

$
0
0
Local na Rua Amazonas no Garcia, que anteriormente foi pousada, comércio da família Hinkeldey. Imagem 1924
O antes e o depois...hoje
Igreja Santo Antônio - a direita comercial Arco Iris - notem a marquise. Foto abril 2013
Mesmo local da imagem acima, com o Cine Garcia e notem a marquise da então comercial Arco Iris meados dos anos 1960.

História
Memórias que o tempo não apaga
No início do século 20, por volta de 1905, nas proximidades onde hoje é a igreja Santo Antônio, no Distrito do Garcia, existia o comércio de secos e molhados de Hermann Hinkeldey que, quando não recebia em dinheiro, fazia escambo de mercadorias. Também nesse local funcionava um salão dançante do conjunto Musik-Club Garcia, que teve seu funcionamento até por volta de 1944, quando então foi transformado em local para exibição de filmes com o nome de Cine Garcia. Seu último proprietário foi Reynaldo Olegário, que manteve as atividades no local até 1974.
No ano seguinte foi instalada ali a paróquia. O antigo prédio do Cine Garcia abrigou a igreja até 1978 e no ano seguinte foi demolido. Mas deixou histórias e recordações. O Cine Garcia ofereceu momentos de lazer a toda comunidade do Garcia. A juventude trocava de gibis, tinha bate-papos e os namoros eram constantes. As pessoas se olhavam numa paquera quase envergonhada, em um momento sutil e mágico. Existia até mesmo uma suposta premiação para quem encontrasse uma pulga carimbada e a entregasse ao proprietário. Nunca soube de alguém que a tivesse encontrado, mas é o comentário que se ouve até os dias de hoje. Ainda no aspecto pitoresco, havia as ocasiões em que a platéia batia os pés, assobiava e gritava para incentivar o mocinho. Naquele instante, o lanterninha interrompia bruscamente a exibição para chamar a atenção dos mais exaltados "baderneiros" e ameaçava não continuar o espetáculo. Sem falar das vaias quando as enormes fitas se rompiam, ou acabavam, e precisavam ser emendadas ou trocadas. Os frequentadores iam a pé ou de bicicleta. As laterais do prédio ficavam lotadas de bicicletas, empilhadas umas sobre as outras. No Cine Garcia, depois do gongo, entrava a música do Django(¹) Era o maior entretenimento dos moradores do Garcia, que assistiam, principalmente nas tardes de domingo, aos maiores clássicos e seriados do cinema.
Depois de assistir ao filme, o ponto de parada era o Bar ao Lado, do senhor Schoenfelder, onde era servido um delicioso sorvete caseiro... Pura nostalgia de uma época que fez parte da vida de muita gente - como eu, seus pais, avós, tios, sobrinhos e quem sabe até você.
Música Django ouça (¹) clique no link e depois setinha:
Arquivo de Adalberto Day/Fernando Passold/Ângela Maria de Oliveira/Jonas Vargas Husadel. 

- Troca de Gibis

$
0
0
Uma breve História:
Quando o Cine Busch construiu seu prédio novo, por volta de 1939/1940, as sessões de cinema aconteceram excepcionalmente no Salão de Baile do Clube Náutico América, ao lado da Praça Hercílio Luz.
Quando as enchentes de 1983/1984 invadiram os Cines Busch e Blumenau (inclusive determinando o fechamento deste último), o Carlos Gomes promoveu sessões de cinema durante algum tempo. 
O primeiro cinema fixo de Santa Catarina foi o Busch , em 1904. Frederico Guilherme Busch Sênior  descendente de alemães de Santo Amaro da Imperatriz, veio para Blumenau e foi aqui que marcou sua presença como pioneiro em várias atividades, entre elas o cinema, que então engatinhava, utilizando o Salão Holetz para as exibições dos filmes mudos, ou as "cenas animadas", como se dizia então.
 
Cine Garcia
 Era um tempo em que a sociedade se encontrava no salão para assistir filmes que eram exibidos exclusivamente nas grandes capitais ... e em Blumenau !
Desde pequeno eu ouvia as narrativas de minha tia, pianista Antonietta Braga, que ficava ao lado da tela executando as músicas enquanto o filme mudo era projetado. Nas cenas românticas, o piano acompanhava com suavidade; se a ação era de suspense, os graves tomavam conta do ambiente.
Quer dizer, Blumenau tem muita tradição em cinema.
Praticamente a história do cinema é, também, a história dos cinemas de Blumenau !
Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista
***********************************************************
Na nossa infância e adolescência pelos idos anos de 1960/1970, nossa alegria era ir ao Cinema aos domingos à tarde, na matiné das 13h30min, onde havia a troca de gibis no Cine Garcia, Busch , Blumenau, Mogk.
Sempre levava diversos gibis adultos e infantis. Guardei alguns  exemplares da época e apresento aos amigos.
Adalberto Day
Texto Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista/Adalberto Day
Arquivo de Adalberto Day 

- Saudade

$
0
0
Saudade palavra triste quando se perde um grande Amor...meu primeiro Amor foi como uma flor que desabrochou e logo morreu”...
Tenho saudades do tempo que o tempo era outro de romantismo, de confiança no ser, e não no ter. Saudades quando humano era humano, saudades da vila, das casinhas, da troca de gibis, jogar bilboquê, Kilica (Bolinha de gude). pião no meio da rua, banhar-se em um ribeirão sem poluição, do Tapume, da Churrascaria do Zé Silvino.
Saudades do Majestoso Hotel Holetz em Blumenau.
Centro Histórico
Do centro histórico, da igrejinha São Paulo Apóstolo, tudo descaracterizado pelos insensatos donos do poder. Saudades quando o professor era valorizado, respeitado, até as autoridades...
Saudades dos natais e do São Nicolau, do bombeiro, meu amigo e querido pai.
Lançadeira
Saudades da cuca da Oma, do tear ao ruído das lançadeiras...Tec...tec...tec...tec, da sirene para alertar a entrada dos colaboradores da E.I. Garcia, das pescarias, das piavas e carás.
Saudades do clube 12 e do bairro, o Anilado Amazonas, 
do seu magnifico e belo estádio que foi aterrado impiedosamente pelo “progresso” ou da covardia de alguns dirigentes da Artex. 
Imagem: Willi Sievert
Saudades do Apito do Trem conduzido pela Macuca, que os “futuristas” destruíram em 1971. Saudades dos amigos, das primas que hoje...deixa pra lá. Saudades de apanhar no galho as goiabas, tangerina, araçás, pitangas, das festas Juninas de São João e São Pedro e desfiles pelas ruas, da fogueira, da pipoca, pinhão, quentão e premiação. Saudades do "desfile do papai Noel do agaême".
Saudades do antigo colégio Luiz Delfino e São José, do cavalo Petiço, do Cavalinho Branco, da antiga Ponte Preta, do Sr. Russo e da Rua 12.
Saudades do Cine Garcia, Busch, Blumenau. e Cine Mogk
Saudades das janelas abertas e portas destravadas, saudades quando o pinico não era o prédio do congresso, e da esplanada. Saudades de quando se fazia por amor, jogar futebol, trabalhos comunitários, vereadores, hoje tudo interesses econômicos, Saudades quando vermelho era cor do sangue do brio e não da ideologia... Saudades quando o homem não tinha vergonha de ser honesto e virtude era dever não obrigação.
Saudades da palavra, da honra da simplicidade, da humildade, das estrelas cadentes, do luar e do sertão. Saudades da gruta Nossa Senhora da Glória, saudades da Marcha do Esporte comandada por Tesoura Jr. Na Prc4 Rádio Clube de Blumenau. Saudades do “Pick-up da frigideira ( Rádio Clube (Nereu) “A vida com alegria é outra coisa” apresentado por Nelson Rosembrock) do Programa Preto no Branco comandada pelo Lazinho, A Hora do Rei, Bandas e bandinhas, do repórter Catarinense e Esso. Saudades do Olímpico campeão, Guarani, Vasto Verde e Palmeiras, Saudades do galo Rodolfo Sestrem “Tempo e Placar no Dêba”, Só porque hoje é sábado, Blu é uma parada. Saudades da confeitaria Tonjes, da TV Coligadas Canal 3  das Lojas HM – Hermes Macedo e Prosdócimo.
Saudades das pandorgas/pipas que eram confeccionadas e soltas pelo Tio Alberto no morro do doze.
Saudades da saudade, mas que o amor ainda existe.
Na realidade saudades e orgulho de ter vivenciado tudo isso...
Adendo José Geraldo Reis Pfau:
Saudade é uma palavra única e só nos temos. 
A palavra Saudade e certamente com ela, o sentimento. 
Saudade....
de Jogar bola de todas as maneiras e em qualquer lugar;
de onde toda grama era um campinho de futebol;
da facilidade na escalação do time - os com camisa x sem camisa;
de obedecer a mãe e ir todo responsável buscar alguma compra na venda da esquina;
do procurar os mais velhos, falar com quem conhece para consertar;
do período de férias nas aulas;
do receio de ir buscar a bola que caiu no terreno do vizinho;
do orgulho de ir com o pai no jogo de futebol ao domingo;
de descer o morro de bicicleta;
de andar de carro sentado na janela com vento no rosto;
de fabricar o próprio carrinho de lata e arame;
de imitar o ronco dos motores de carros;
de exibir o primeiro relógio de pulso;
de ganhar a camisa do time preferido;
de ir na igreja e do almoço especial no domingo;
do primeiro baile, a primeira festinha;
de mãe dizer quem brinca com fósforo faz xixi na cama;
de rezar na igreja olhando a leitura labial da mãe para não errar;
de ir a praia, tomar banho de mar e furar ondas;
da conversa com amigos da escola, no caminho de volta pra casa;
daquela paquera - bem de longe - de colegas no colégio;
da satisfação ou medo no dia da entrega do boletim escolar;
da alegria da visita daqueles tios mais queridos.
Arquivo: Adalberto Day/Texto:José Geraldo Reis Pfau- Publcitário /Adalberto Day cientista social e pesquisador da história

- As Freiras do Grupo Escolar São José

$
0
0
Apresentamos hoje parte da história de muita gente do Grande Garcia em especial das Ruas Amazonas e transversais, Progresso e transversais, Rua da Glória e transversais.
Eram Irmãs da Divina Providência de Gap (Gap é um lugar da França onde a congregação foi fundada). Fundada pelo Beato João Martinho.Que fazia letras e músicas belíssimas, que a escritora e historiadora Urda Alice Klueger nos relembra:
Eu sei cantá-las, mas não sei o nome.
Uma era assim:
"Beato pai João Martinho
Filho dileto do eterno pai
ilustre defensor de Jesus Cristo
Chama ardente que o Espírito Santo acendeu
Rogai por nós! Rogai por nós!"
Outra a do Pentiévre (Pentievre era o nome do navio em que ele viajou para a China): 
"Vai Pentiévre
Mas anda bem de mansinho
És bem feliz!
Pois levas o João Martinho!
Vai navegando devagarinho
Nas grandes ondas do alto mar
Pois João Martinho está com pressa
Pra religião ensinar. 
Os chinesinhos estão sem batismo
As jovenzinhas não tem religião
A maioria do povo é pagão
Mas tem um bom coração!"
Da esquerda pra direita, começando do primeiro degrau, ou seja, de baixo para cima.
Nomes das Irmãs que trabalhavam no Garcia e Apiúna na visita da Superiora Madre Maria Elizabeth no ano 1960.
1ª fila: Irmã Maria Dora (com as mãos dentro da manga) Irmã Maria Artêmia (sem óculos) Irmã Maria Hilária (com óculos) Irmã Maria do Pilar (com óculos) Irmã Maria Ludovina (que é natural de Apiúna) e Irmã Maria Joelma (que deixou o Convento)
2a fila: Irmã Maria Ignácia (com óculos) Irmã Maria de Fátima (sem óculos) Irmã Maria Rosina Irmã Maria Trindade, Irmã Maria da Paixão Irmã Maria Josélia (com óculos e que deixou o Convento) e Irmã Maria Simone.
3a fila: Irmã Maria Benigna, Irmã Maria do Rosário (com óculos) Irmã Isabel Maria (com óculos e no alto) Madre Maria Elizabeth (bem no meio) Irmã Maria Conceição (sem óculos e alta) Irmã Conceição que depois adotou o nome de Marina Resende, falecida dia 28/07/2013 com 86 anos, em Itajubá - Minas Gerais.  Irmã Maria São Mauro e Irmã Maria Caridade (com óculos) As que estavam em Apiúna no Grupo Escolar São João Bosco: Benigna, Isabel Maria, São Mauro, Caridade, Trindade, Maria de Fátima, Artêmia, Hilária. 
Já falecidas: Irmãs Conceição, São Mauro, Benigna, Trindade, Hilária, Madre Elizabeth. 
As Irmãs dizem que foi o melhor tempo da vida delas, o tempo de Garcia e do que passaram no Sul e que o povo as queria um bem enorme. Irmã Mercedes Darós (natural do Apiúna).
Colaboração Guiomar Daros Peixe e Mercedes Daros Peixe
Imagem Orlando de Oliveira e Edite de Oliveira Buerger 

Grupo Escolar São José da Rua da Glória - pátio. Final dos anos de 1950.
Hora da Merenda Nessa foto eu (Adalberto Day) apareço bem a frente com a caneca semi levantada, parcialmente encoberto pelo braço da merendeira. Olhar atento ao aluno que fura a fila, característica que me acompanha até os dias atuais quando vejo corrupção, desordem, “Levar vantagem”, injustiças sociais. 
Imagem Orlando de Oliveira e Edite de Oliveira Buerger


Pelotão de saúde
Atriz Letícia Sabatella com a Irmã Adalgisa.Imagem  Antonio Carvalho.
D. Silvéria (Irmã Adalgisa) na nossa praça principal de Itajubá M.G. Imagem Antonio Carvalho.
D. Silvéria (Irmã Adalgisa) A outra, em pé, é irmã dela, Luíza. Está havendo uma pequena feira de produtos artesanais, voltada pra filantropia. O que se vê na pequena bancada é acessórios feitos pelas duas. O que me levou ali e a conhecer a D. Silvéria, foi exatamente o tipo de xale artesanal, do modelo à direita, em tom verde. Ele é feito de minúsculas “continha” de tecido, sei lá se é isso mesmo, e linha. A D. Silvéria (Irmã Adalgisa) faz esses xales na ponte de agulha de tricô.
Voltando à D. Silvéria (Irmã Adalgisa), é duma doçura sem igual. É a imagem de uma avó perfeita, não é mesmo? Como não construiu família própria. Carrega no pescoço, como escapulário, fotos de dois netos da irmã.  Imagem Antonio Carvalho.
História:
Imagem Adalberto Day

Escola de Educação Básica Governador Celso Ramos foi fundada em 14 de fevereiro de 1929, com o nome de Escola Paroquial São José (servia de Capela pela comunidade – com sede inicialmente na Rua Belo Horizonte, em propriedades da família de Carlos Loos).
Professora Júlia
A primeira comissão formada para a construção da escola e a igreja era formada por Henrique Heiden, Carlos Loos, Roepcke, Gustavo Weinrich. Compraram o terreno da família Schatz (antes o terreno era da família Sasse). Todos com exceção de José Schatz doaram o terreno, que chegou a estar em mãos da professora Júlia Straskowsky. Antes dessa negociação do terreno, cogitou-se a construção de um cinema e de um hotel” (depoimento do sr.Nicolau Schtaz em 2002). O primeiro Presidente da escola foi Paulo Schatz, vice-presidente Carlos Loos e o primeiro secretário Nicolau Schatz. Quem sugeriu o nome da igreja e ajudou a fundá-la foi o frei Beda Koch, já na segunda comissão presidida pelo Sr. Rafael Rosini. - Em meados de 1951, a Escola já contava com mais de 500 alunos. - Em 1953, uma nova comissão em prol da ampliação da Escola foi formada, comandada pelo Frei Raul Bunn. - Em 1957, a Escola que era particular foi transformada em Grupo Escolar São José, por decreto do então governador Jorge Lacerda. - Em 1966 foi introduzido o antigo Ginásio, com o nome de Colégio Governador Celso Ramos.
- Em 31 de março de 1971, com a implantação do novo plano estadual de educação, a Escola foi transformada em Escola Básica Governador Celso Ramos. Em 1976 houve a implantação do 2º grau e a Escola passou a ser denominado Conjunto Educacional Governador Celso Ramos. Essas terras onde estão o colégio foram adquiridas da família Schatz , pela comunidade de todos os credos, mas por indução do Frei Raul Bunn, a comissão comandada pelo Sr. Rudolfo Papst passou a emprestar o nome da Igreja como proprietária que iria assegurar em nome da comunidade. Lamentavelmente em agosto de 2002, o Bispo diocesano da catedral São Paulo Apostolo de Blumenau através da MITRA, vendeu ao governo do Estado o Colégio que foi construído pela comunidade sem distinção religiosa. Um ato que revoltou toda uma comunidade, de uma atitude prepotente, e sem fundamentação histórica. A comunidade no geral não foi consultada, apenas alguns lideres que não aceitaram a venda, gerando discussões em Rádios e Jornais.
- Esse colégio foi o esforço de toda uma comunidade, ainda quando a Rua da Glória era conhecido com o nome de Spectife (palavra de origem alemã que quer dizer terra gordurosa ou lamacenta – barro vermelho) e foi nessas terras lamacentas que a comunidade do grande Garcia independente de credo, política, e pessoas representativas do bairro, como o Sr. Rudolfo Papst, Orlando de Oliveira, Francisco de Oliveira, João Heiden, José Klein Jr., Júlio Corsini, Antonio Tillmann, Nelson Salles de Oliveira, José de Oliveira, posteriormente Frei João Maria e o Padre Virtulino que introduziu o segundo grau e tantos outros que poderíamos nominar, levantaram tijolos por tijolos deste grande Educandário. Quero aqui relatar que dentro do direito judicial a venda do educandário foi efetuada dentro da legalidade, porém nem tudo que é moral é ético, e foi isso que foi ignorado.
Quando falamos que foi a comunidade que construiu, foram de todos os credos, inclusive os céticos, maçônicos espíritas e ateus, o que eles queriam era uma escola. 
Colaboração Urda Alice Klueger/Guiomar Daros Peixe e Mercedes Daros Peixe
Arquivo: Orlando de Oliveira/ Edite de Oliveira Buerger/Antonio Carvalho/Adalberto Day 
Para saber a história da Escola São José acesse:


- Histórias do Rádio blumenauense

$
0
0
Texto enviado pelo escritor e jornalista Carlos Braga Mueller

HISTÓRIAS DO RÁDIO BLUMENAUENSE 
Desde os tempos em que começou a operar oficialmente, em março de 1936, a PRC-4 Rádio Clube de Blumenau primava em oferecer uma programação cultural, incluindo, também,  o primeiro programa falado em alemão.
Na mesma época estavam sendo criadas no Brasil células do NSDAP - Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, fundado por Adolf Hitler, que ficou mais conhecido como "partido nazista".  

A INFLUÊNCIA DA ALEMANHA NO RÁDIO EM BLUMENAU 
Em 1933, quando Hitler assumiu o poder na Alemanha, os núcleos hitleristas foram radicalmente transformados, passando a constituir círculos, grupos, pontos de apoio, blocos e células da "Organização do Exterior" do NSDAP. 
Em Blumenau a célula foi instalada e funcionava com grande número de adeptos, que desfilavam pelas ruas da cidade portando bandeiras do partido estampadas com a cruz gamada, a suástica.
O NSDAP promovia a vinda a Blumenau de artistas alemães de alto nível, inclusive da Ópera de Berlim, que se apresentavam no Cine Busch.
Hitler estava conquistando a simpatia de grande parte das nações, inclusive do Brasil. E as colônias alemãs de Brasil e Argentina estavam entre as prediletas do líder nazista.

Os líderes políticos da Alemanha reconheciam a grande importância do rádio como meio de comunicação, e por isso pediam que nos países amigos as células formassem "grupos de escuta", chamando a atenção para as irradiações da emissora alemã em ondas curtas de Berlim, cujos noticiários deveriam ser sistematicamente divulgados.
A histeria do partido nazista era tão grande que recomendações especiais foram expedidas  para que os alemães e seus descendentes só adquirissem aparelhos de rádio de fabricação alemã, porque, diziam eles, "a palavra do "fuehrer" só deveria ser escutada num rádio alemão" ! 


De olho nos programas de rádio, as células nazistas do sul do Brasil logo se aproximaram das rádios que estavam ao seu alcance, conquistando valiosos espaços nas programações para difundir as ideias nazistas. 
Isto aconteceu em Porto Alegre, com a Rádio Farroupilha, e em Blumenau com a PRC-4 Rádio Clube. 
Em uma "circular reservada" datada de 26 de janeiro de 1936, o encarregado de Rádio da célula nazista de Blumenau comunica aos dirigentes do partido no município que a Rádio Farroupilha de Porto Alegre está irradiando todas as semanas um programa de 15 minutos elaborado pelo partido (Circulo V), e pede que todos escrevam para aquela rádio elogiando o programa.

Em outro tópico da circular lá está à preocupação pelo programa de rádio em Blumenau: 

“Aproveito a oportunidade para comunicar haver chegado o reforço da emissora de Blumenau, “Rádio Clube de Blumenau”, “P.R.C.4 - Rádio Cultura”, com seu estúdio à Travessa Aymoré, e sua construção estará terminada no máximo dentro de um mês”. Como nessa estação, por parte do NSDAP também é irradiada uma "hora alemã", solicito aos grupos, depois de executados os reforços, escrever no mesmo sentido que no indicado para a Rádio Farroupilha.
Nossas irradiações terão lugar duas vezes semanalmente, nas 2as e 5as-feiras, das 21:00 às 22:15 horas, somente em língua alemã.
Tão logo esteja terminado o reforço farei uma breve comunicação, pois que então nossa estação será escutada bem em toda parte.
“Peço também a remessa de relatórios mensais regularmente, com opiniões e críticas dos programas.”


Por esta correspondência, deduz-se que em 19 de março de 1936, quando houve a inauguração oficial da PRC-4, o programa do partido nazista já fazia parte da programação.
A Travessa Aymoré hoje é a Rua Capitão Euclides de Castro, no centro de Blumenau.
Não era proibida a transmissão do programa do partido, mesmo porque Brasil e Alemanha tinham excelentes relações diplomáticas naqueles tempos.
Mas em 18 de abril de 1938, com a decretação do "Estado Novo", o presidente Getúlio Vargas proibiu aos estrangeiros atividades políticas no país.
Por isso, o governo brasileiro tomou providências em relação ao programa em língua alemã da PRC-4.
Ele foi obrigado a ser transmitido em português (sob censura), focando exclusivamente a área cultural, e quando o Brasil entrou na guerra, foi extinto. 
Fontes:
O Nazismo em Santa Catarina - Capitão Antônio de Lara Ribas (no Livro "O Punhal Nazista no Coração do Brasil");
Blumenau, arte, cultura e as histórias de sua gente - Edith Kormann  

- 163º Aniversário de Blumenau

$
0
0
Imagem: Rubens Heusi
- Blumenau - Cidade Jardim - comemora em 02 de setembro de 2013, 163 anos de sua colonização. Povo ordeiro, trabalhador, pujante – nos remete a uma cidade cheia de orgulho, de esplendor de bela natureza e de um povo que se orgulha de sua cidade.
Imagem: José Geraldo Reis Pfau
Foto: Jaime Batista da Silva
Parabéns Blumenau
- Mas essa data nem sempre foi considerada como data de sua fundação. Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador da cidade, considerava a data de 28 de agosto de 1852 como data de fundação de nossa cidade. Tanto é que em 28 de agosto de 1877 foi comemorado o 25º aniversário da cidade.
Vídeo curiosidades sobre Blumenau:
http://www.youtube.com/watch?v=RIiU70pcf9U
Com Susan Germer e Adalberto Day
História
Dr. Blumenau partiu do porto de Hamburgo em 30 de março de 1846 com destino ao Brasil, viajando a bordo do veleiro “Johannes”. O primeiro contato com o Brasil foi no Rio Grande do Sul, quando chegou em 19 de junho do mesmo ano. Conheceu várias colônias alemãs daquela Província para posteriormente visitar Santa Catarina. A viagem de reconhecimento e exploração do grande rio Itajaí foi realizada no ano de 1848, acompanhado do comerciante Ferdinand Hackradt, guiados pelo conhecedor da região o canoeiro Ângelo Dias. Após o reconhecimento e encantados com o local, compraram terras para a formação de uma colônia na região.
- Feita a solicitação do pedido de concessão de terras junto à Província, Dr. Blumenau entrou em entendimento com as autoridades alemãs para dar continuidade ao plano colonizador. No Rio de Janeiro apresentou projetos de colonização ao Governo Imperial. Retornou à Alemanha (1849) para trazer os primeiros colonos. Retornou para o Brasil – Blumenau em março de 1850. Apesar das dificuldades, em 2 de setembro de 1850, chegaram os primeiros 17 pioneiros. Era o início de um empreendimento particular. Em 1860, devido a dificuldades financeiras, a administração da Colônia Blumenau passou a ser responsabilidade do Governo Imperial. Blumenau cresceu e se emancipou, em 1880. Dr. Blumenau casou aos 48 anos com Bertha Repsold na Alemanha. Deste casamento resultaram quatro filhos: Pedro Hermann, Cristina, Gertrudes e Otto, que faleceu meses após o nascimento.
Casa em que Dr. Blumenau nasceu na Alemanha
- Dr. Blumenau nasceu a 26 de dezembro de 1819, no ducado de Braunschweig (Alemanha). Após viver trinta e quatro anos em Blumenau, seu fundador partiu em definitivo para a Alemanha, veio a falecer em 30 de outubro de 1899, aos 79 anos de idade. Em 1974, seus restos mortais foram transferidos da Alemanha para Blumenau, estando depositados no Mausoléu, erguido em sua homenagem.
Casa em que Dr. Blumenau morou em Blumenau na
 Alameda Duque de Caxias - deustruida pela enchente de 1880

- Blumenau foi fundada em 02 de setembro de 1850 pelo Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau - O poder público adotou esta data a partir de 02 de setembro de 1900, por ser a data em que chegaram os primeiros 17 imigrantes. Até então a data considerada de fundação era 28 de agosto de 1852, data em que Dr. Blumenau entregou os primeiros lotes na Região Sul (Garcia) em Blumenau.
- A região de Blumenau era habitada por índios Kaigangs, Xoklengs e Botocudos, e mesmo antes da fundação da Colônia Blumenau, já havia famílias estabelecidas na região de Belchior, à margem do ribeirão Garcia e margem esquerda do Rio Itajaí-açu.
- Inicialmente o centro da cidade era onde hoje se localiza a Avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras), arquivo histórico José Ferreira da Silva, a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Mueller e o museu da Família Colonial.
- A primeira Rua em Blumenau surgiu em 1852, com o nome de Palmenalle , onde foi construído o primeiro hotel, de alvenaria. Num dos quartos o Dr. Blumenau instalou a direção da Colônia. - A Rua Palmenalle mudou seu nome para Boulevard Wendeburg em 3 de fevereiro de 1883, depois para alameda Dr. Blumenau e em 8 de abril de 1939, para alameda Duque de Caxias através do Decreto-Lei nº. 68 de 18 de agosto 1942, na administração de Afonso Rabe. O Decreto-Lei nº. 1.202, que se referia sobre a nacionalização dos nomes de ruas, determinava que as ruas com nomes estrangeiros fossem alterados e colocados nomes nacionais. A povoação compreendia o início do Garcia, e parte da rua XV de Novembro.
- Muitos outros imigrantes atravessavam o Oceano Atlântico em veleiros de companhias particulares. E assim foi crescendo o número de agricultores, povoadores e cultivadores dos lotes, medidos e demarcados ao longo dos rios e ribeirões que banhavam o território da concessão. No princípio, a Colônia era de propriedade do fundador, Dr. Blumenau.
-Em 1860 o Governo Imperial encampou o empreendimento e Dr. Blumenau foi mantido na direção até a elevação da colônia. E a Lei nº 860, de 04 de fevereiro de 1880, à categoria de Município.Em poucos anos, Dr. Blumenau, dotado de grande energia e tenacidade, fez da colônia um dos maiores empreendimentos colonizadores da América do Sul, criando um importante centro agrícola e industrial influente na economia do país. Entretanto, em outubro de 1880, uma grande enchente causou sérios prejuízos à população e à administração pública, com a destruição de pontes e estradas. Com isso, a instalação do 
Município só foi possível em 10 de janeiro de 1883, quando assumiu o exercício a Câmara Municipal eleita no ano anterior. Depois disso o município recebeu o título de Comarca (1886) e finalmente, em 1928, passou à categoria de Cidade.
Quando Dr. Blumenau, esteve aqui pela primeira vez em janeiro de 1848, associou-se a um comerciante de nome Ferdinand Hackradt , e rumou ao Itajaí , onde Agostinho Alves Ramos emprestou embarcações , alimentos e um guia para explorações .Quando chegaram, encontraram famílias, com residências fixas, como os Haendchen, os Klocher os Deschamps, Klock, Schneider , Theiss, Kerbach, Peter Wagner, Peter Lukas, que vieram a partir de 1837 provenientes de São Pedro de Alcântara e outros que foram os percussores da colonização de Gaspar (Belchior e Pocinho) . Os dois últimos tinham grandes culturas e engenhos de açúcar no local “Capim Volta”, um conhecido bairro de Blumenau, hoje City Figueiras. Essas famílias deram suporte e sustentação a Dr. Blumenau, em seu tão sonhado empreendimento. Todas as famílias citadas deixaram descendentes por toda região do Vale do Itajaí, alguns deles casaram com imigrantes alemães que vieram após 1850. Quem os trouxe foi um caboclo forte e prudente, que foi recomendado como de inteira confiança, chamado Ângelo Dias, que prestou grandes trabalhos aos dois empreendedores. Todos esses nomes mencionados não vieram com Dr. Blumenau, que veio no intuito de organizar uma colônia, até então eram apenas famílias isoladas. Mas não devemos esquecê-las, pois tiveram sua importância dentro de um contexto histórico para o desenvolvimento de nossa cidade. O próprio Ferdinand Hackradt ficou na região próximo ao centro da cidade, enquanto Dr. Blumenau retorna à Alemanha e após conseguir convencer 17 imigrantes através de seu sobrinho Reinhold Gaertner a vir ao novo continente, chegam à foz do Ribeirão da Velha em 02 de setembro de 1850. Dr. Blumenau já se encontrava em Blumenau quando os 17 primeiros imigrantes chegaram.
Observação: Na realidade os 17 primeiros imigrantes chegaram em Desterro (Florianópolis) nessa data. Em Blumenau a primeira família a chegar foram os FRIEDENREICH no dia 09 de setembro, os outros vieram aos poucos e até a pé. Mas definiu-se em 1900 que a data seria 02 de Setembro de 1850. 
OS PRIMEIROS 17 IMIGRANTES
- REINOLDO GARTNER: com 26 anos de idade, solteiro, natural de Brunsvique, sobrinho, pelo lado materno, do Dr. Blumenau;
- FRANCISCO SALLENTHIEN, com 24 anos, solteiro, lavrador, também natural de Brunsvique;
- PAULO KELLNER; 23 anos, solteiro, lavrador,igualmente de Brunsvique;
- JÚLIO RITSCHER, 22 anos, solteiro, agrimensor, natural de Hannover;
- GUILHERME FRIEDENREICH, com 27 anos de idade, alveitar, natural da Prússia, casado com;
- MINNA FRIEDENREICH, 24 anos de idade, possuindo o casal os seguintes filhos;
- CLARA, com 2 anos de idade;
- ALMA, com 9 meses;
- DANIEL PFAFFENDORFF, 26 anos de idade, solteiro, carpinteiro, natural da Saxônia;
- FREDERICO GEIER, 27 anos de idade, solteiro, marceneiro, natural de Holstein;
- FREDERICO RIEMER, 46 anos de idade, solteiro, charuteiro, natural da Prússia;
- ERICH HOFFMANN, 22 anos de idade, ferreiro, funileiro, também da Prússia;
-ANDRÉ KOLMANN, 52 anos de idade, ferreiro, igualmente da Prússia, acompanhado da esposa;
- JOANNA KOLMANN, 44 anos de idade, e das filhas;
- MARIA, 20 anos de idade, solteira;
- CRISTINA, 17 anos, também solteira, e
-ANDRÉ BOETTSCHER, com 22 anos de idade, solteiro, ferreiro, natural da Prússia.
PARABÉNS, BLUMENAU!
Abaixo, link com o vídeo clipe da música:
Edição e produção: PACTO PRODUTORA
Letra e música : Luiz Vicentini
Estúdio : ESGB
Violões : Mazin Silva
Back vocal : Nana Toledo
Contra-baixo : Márcio Dias
http://www.youtube.com/watch?v=eLPLAH6zYn4
Este vídeo é parte integrante do documentário "Dr. Blumenau - A História de um empreendedor", produzido, na íntegra, pela 'PACTO PRODUTORA', de Blumenau - SC.
http://www.luizvicentini.com.br/ 
Acesse: Década de 1920 "Panorama de Blumenau" José Julianelli".
http://www.youtube.com/watch?v=0UuHfi1clxc
http://www.youtube.com/watch?v=0UuHfi1clxc
Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / Museu da Família Colonial SEPLAN / - Wieland Lickfeld. Arquivo: Mario Barbeta, Sônia Baier Gauche. 
Dalva e Adalberto Day 

- Blumenau, 16 décadas de existência

$
0
0
BLUMENAU, 16 DÉCADAS DE EXISTÊNCIA!

Por Carlos Braga Mueller

Na história do Universo os anos se contam aos milhares, porque existimos há milhões de anos.

A propósito, festejamos em setembro mais um aniversário da fundação de Blumenau, 163 anos de vida.
Nada mais, nada menos que 16 décadas de existência. E mais três aninhos de lambuja.
Enquanto a humanidade vivencia duzentas e dez décadas da era cristã, aqui nos conformamos com dezesseis e partimos para a 17ª.
Então, é preciso ter bastante paciência com o assentamento dos nossos costumes e tradições. Enquanto nossos avós falavam bem a língua da mãe-pátria européia, hoje temos que procurar de lupa alguém que fale apenas o alemão e não consiga entender nada de português.

Quando se queria ver a área rural do município, íamos a Itoupava Central; isto há apenas 3 décadas. Hoje, o que resta de rural por ali é muito pouco e para ver os colonos e suas plantações temos que subir a serra e ir até a Vila Itoupava, onde o tempo parece ter parado por algumas décadas....
Foi o prefeito Lazinho que restaurou, para não dizer reinventou, os clubes de caça e tiro, há apenas 4 décadas, para relembrar tradições da Alemanha, que nem existem mais na Heimatland !

Beto Carrero lamentava que não tivessem dado a ele a oportunidade de localizar no terreno da antiga Companhia Jensen o seu parque tão sonhado, que acabou sendo o Beto Carrero World, hoje mola propulsora do turismo no litoral norte do Estado. A primeira atração do seu parque: uma Vila Germânica na Penha !
Temos um parque germânico bem no centro, que encanta a quem nos visita. Mas tem raízes alemãs ? Claro que não, porque de alemão Blumenau tem muito pouco. O Parque Vila Germânica se originou da FAMOSC – Feira de Amostras de Santa Catarina, que construiu o pavilhão A para mostrar a pujança industrial e comercial de Blumenau. E foi por ali que começou a nossa festa da cerveja, com o ponta-pé inicial dado pelo prefeito Dalto dos Reis em 1984.

Assim como a arquitetura blumenauense dos nossos antepassados perdeu-se com as cruéis demolições, incentivando a construção de arremedos do enxaimel,  também a Oktoberfest é pura fantasia.
Lembro que por volta de 2001 surgiu um movimento interno na PROEB questionando a validade ou não dos brinquedos da Planetapéia nos desfiles da “festa alemã”. Felizmente alguns empedernidos questionadores acabaram se convencendo que os brinquedos do Nerino não eram tradições alemãs; mas sim tradição da  própria festa, à qual estavam incorporados há anos !
E assim, ano após ano, nossas gerações vão vivendo suas vidas, acompanhando as mutações culturais, aplaudindo ou criticando, mas sempre amando a nossa querida cidade.
Parabéns Blumenau, pelo teu aniversário. De coração!
Carlos Braga Mueller Jornalista e escritor
Arquivo Adalberto Day

- 21ª Gincana Cidade de Blumenau

$
0
0
André e Gilson anunciando os vencedores
Equipe Capitão Caverna é a grande campeão da 21ª Gincana Cidade de Blumenau 2013. 

Foto: Jaime Batista da Silva
Comissão de apuração 
Foto: Jaime Batista da Silva
Foto: Jaime Batista da Silva
Mais uma vez parabéns a todos os amigos Gincaneiros e seus autores, administradores e organizadores.
Apesar de ser a 21ª edição, este ano completou 20 anos de #GCB.
A vigésima primeira edição – GCB - sempre com muito sucesso, Realizada dias 07 e 08 DE SETEMBRO/2013) em sua parte derradeira das competições. A cada ano que passa, tanto gincaneiros como a comunidade se interessam mais e com mais qualidade. A aceitação e credibilidade pela comunidade, a cada ano aumenta, sendo este uma conquista para a manutenção de nossa cultura, tradição e história. 
Em 2012 foi emocionante ser chamado ao palco, pelo André e Gilson, e dizer algumas palavras de coração a todos meus amigos #Gincaneiros cidade de Blumenau.
Fui as lagrimas quando mais de 2mil pessoas gritavam meu nome num coro só : “Adalberto!!! Adalberto!!! Adalberto!!! “Beto!!! Beto!!! Beto!!!...Depois um garotinho de uns 8 anos, com sua mãe veio pedir permissão para bater uma foto comigo, dizendo ser meu fã. Obrigado a todos. Mesmo com toda minha debilitação em tratamento de câncer na rinofaringe, e com a voz fraca, fui e foi emocionante. Este ano 2013 minha vontade era grande de estar lá, mas não pude devido ainda não estar bem. Porém procurei ajudar da forma como deu.
    Foto Josie Cenci
 Resultado da 21ª Gincana Cidade de Blumenau
1º - Capitão Caverna
2º - Safari
3º - Arromba
4º - Coringa
5º - Amigos do Barney
6º - The Neanderthais
7º - Elite 007
8º - Mik Dundee
9º - Tribo dos Anjos
10º - Scherlock 77
11º - Amigos da Onça
12º - Spy
13º - Senha
14º - Ecossistema
15º - Lambda Lambda
16º - Dr. X
17º - Degraçados
18º - Kamikaze
Todos os campeões da GCB - Gincana Cidade De Blumenau
1993 - 1ª GCB    = Ecossistemas
1994 - 2ª GCB    = Ecossistema
1995 - 3ª GCB    = Ecossistema
1996 - 4ª GCB    = Duna
1997 - 5ª GCB    = Ecossistema
1998 - 6ª GCB    = Capitão Caverna
1999 - 7ª GCB    = Capitão Caverna
2000 - 8ª GCB    = Capitão Caverna
2001 - 9ª GCB    = Capitão Caverna
2002  - 10ª GCB = Aranha
2003 - 11º GCB  = Ecossistema
2004 – 12ª GCB  = Snipers                                     
2005 – 13ª GCB  = Capitão Caverna    
2006 - 14ª GCB  = Arromba                              
2007 - 15ª GCB  = Garra                     
2008 - 16ª GCB  = Amigos do Barney                      
2009 – 17ª GCB = Amigos do Barney        
2010 - 18ª GCB  = Amigos do Barney       
2011 - 19ª GCB  = Capitão Caverna
2012 – 20ª GCB = Safari
2013 – 21ª GCB = Capitão Caverna
2014 - 22ª GCB =
História:
No ano de 1993, A Gincana foi organizada pela Assessoria para  assuntos da  Juventude da Prefeitura de Blumenau  (em comemoração ao aniversário do município), pois naquela época ainda não existia a Liga de Gincaneiros. Na ocasião os irmãos Nico e  Fabrício Wolff  que era o Assessor, que coordenou o evento com a ajuda do Cláudio  (Caco) Peixer  e o Vinícios
Todos eles participaram da primeira edição.
No primeiro ano, foram 366, em seis equipes participantes. Hoje, chega a sua 20ª edição ininterrupta, com a participação de mais de 950 inscritos em 15 equipes, além de colabores, que totalizam cerca de 2000 pessoas participando no evento. É importante salientar que boa parte das equipes se mantêm estruturadas o ano inteiro, participando de diversas outras atividades beneficentes.
Apesar de o evento ainda ser apoiado pela Assessoria da Juventude, hoje em dia é organizado pela Liga Blumenauense dos Gincaneiros, composta por 1 integrante de cada equipe, presidida pelo Gincaneiro Gilson da Motta Soares. A criação da LIGA foi um importante passo na consolidação da gincana, que passou a contar com administração independente para garantir estabilidade e continuidade da gincana.
Precedem a gincana às provas com objetivos filantrópicos. Toneladas de alimentos já foram arrecadadas ao decorrer da gincana, além de brinquedos, livros, produtos de higiene, agasalhos e cobertores. Todo ano os gincaneiros participam maciçamente do Pedágio da APAE, cobrindo diversos pontos de arrecadação e contribuem com o hemocentro através da prova de doação de sangue.
Já no final de semana do evento, acontecem as mais esperadas provas, compostas por charadas inteligentes que envolvem variedades, conhecimentos gerais, cultura e principalmente a história da cidade.
Do outro lado das equipes está a Comissão de Provas, coordenada desde 1997 (salvo em 2 edições) por André Mrozkowski, responsável pela elaboração e execução das tarefas. A CP vem cumprindo com êxito sua tarefa de fazer desta uma gincana diferenciada, com aspecto distinto das convencionais. As provas que acontecem neste evento se diferem da concepção tradicional de gincana. São provas muito mais complexas, em que as equipes têm que desvendar enredos, geralmente policiais ou de terror, através de interpretação de pistas distribuídas por toda a cidade.
Dentre estas provas, se destaca a prova da madrugada (a mais esperada), que tem duração até as 05 da manhã. Criptografia e sustos rolam a noite toda, inclusive em cenários que são preparados especificamente para esta prova, como sítios ou casas abandonadas, aumentando o suspense. E, por incrível que pareça, muita gente gosta destes sustos.
 Por suas peculiaridades, a gincana de Blumenau acabou virando referencial e modelo para diversas gincanas do Brasil, que buscam suporte em nosso evento.
Primeira Diretoria - Presidente - Humberto José de Paiva / Vice - Rodrigo Cirino / Primeira Secretária - Dominique Pires Ibbotson / Primeiro Tesoureiro - Rafael Coutinho dos Santos 
Diretoria atual - Presidente - Gilson Soares / Vice - Fernando Reinert / Primeira Secretária - Janete Valéria Jensen / Primeira Tesoureira - Danielly Gomes
Meus agradecimentos a todos os gincaneiros, pelo carinho. A minha esposa Dalva pelo seu empenho. Também agradeço em nome do André e Gilson, pela confiança em nosso trabalho e a toda equipe #GCBlu2013
Arquivo: Liga Gincaneiros de Blumenau/Jaime Batista da Silva/Adalberto Day
Viewing all 395 articles
Browse latest View live