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- Encontro com a infância

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Recebi o livro autografado pelahistoriadora e escritora Urda Alice Klueger dia 10 de setembro 2013, antes mesmo do lançamento da 2ª edição. Privilegio de poucos, mas eu recebi e estou aqui relendo, e me transportando a infância na garupa - bagageiro da bicicleta do meu sempre amigo e herói (foi bombeiro voluntário), o meu pai. Meus cabelos não esvoaçavam, era comum o corte tipo “soldado”.
As Ruas dos bairros eram em suas transversais e até a Rua da Glória, Progresso todas no barro lamacento, ou esburacadas. Somente os 5 Km da então pavimentada (asfaltada) Rua Amazonas nos proporcionava mais leveza. Mesmo assim alguns trechos eram em paralelepípedos, em frente a Souza Cruz e Tecelagem União
Alguns dos títulos do livro fizemos a postagem em meu blog. Apresento o texto escrito na contracapa do livro. Vale a pena a adquirir o livro e se deliciar com os títulos que relaciono.
Índice: Encontro com a infância; Tio Osvaldo e as noites encantadas; Melado com farinha; História do Bicho–Papão; A morte do Ribeirão; A vida com alegria é outra coisa; Os Klueger e a África; Peter Land; Carmem; O portão do pasto do tio Júlio; Altos da Rua XV; Seu Licurgo; Costa; Copa do Mundo de 1970; A Guardiã dos nossos sonhos; Fevereiro na Praia Grande do Itapocoroy; Mães que se reciclam; Os Sambaquianos; O chá dos imortais; A última Horta do Centro de Blumenau. 
Urda,
“Andar em pé no bagageiro da bicicleta do meu pai era o meu orgulho, a minha marca, já que nenhuma outra criança andava assim”! Ficava cheia de pose, arriscando passos de trapézio, sem o menor medo de cair.  
Aquele bagageiro de bicicleta era como se fosse um palco onde eu podia viver todas as fantasias, e respirando profundamente eu as vivia na imaginação. Penso que naquela Blumenau da década de 1960, com seus 60.000 habitantes e suas ruas sem calçamento, não havia quem não prestasse atenção naquela menina corajosa que não temia andarem pé no bagageiro da bicicleta de seu pai!” 
Blumenau Editora Hemisfério Sul Ltda. Rua Hermann Huscher,377/1201
Arquivo Urda Alice Klueger/Adalberto Day  

- Blumenau na História da aviação Comercial brasileira

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BLUMENAU NA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO COMERCIAL BRASILEIRA 
Mais uma participação do Escritor e Jornalista Carlos Braga Mueller
Que hoje nos relata sobre o quanto Blumenau contribuiu com a aviação comercial brasileira.

É bem verdade que foi por acaso, mas Blumenau participou ativamente da história da aviação comercial brasileira.
Primeiro, através de um ilustre conterrâneo catarinense, Victor Konder, advogado que morava em Blumenau na década de 20 do século passado e que havia assumido o Ministério da Viação e Obras Públicas no governo do presidente Washington Luiz.

Foto do Ministro Victor Konder.
Legenda: Victor Konder morava em Blumenau e era Ministro da Viação e Obras Públicas. Foi ele que formalizou a primeira concessão de um vôo comercial no Brasil, em 1927.

Segundo: pelos céus de Blumenau voou o primeiro avião a ser utilizado em rotas comerciais no Brasil, o hidroavião “Atlântico”, em viagem que foi inclusive filmada por um cinegrafista carioca, de dentro do avião, mostrando a bucólica Blumenau de 1927, com as curvas sinuosas do Itajaí-Açú vistas lá de cima, uma verdadeira preciosidade histórica.

Como foi que tudo aconteceu?
Foto do Hidroavião Atlântico.
Legenda: Hidroavião Atlântico, primeira aeronave para passageiros a voar nos céus do Brasil (1927). 

A LUFT HANSA E O PIONEIRISMO NOS ARES DO BRASIL
Em janeiro de 1926 foi constituída na Alemanha a Deutsche Luft Hansa A.G., que fez uma parceria com o Condor-Syndikat, empresa  que queria explorar uma linha aérea ligando a Colômbia aos Estados Unidos, empreendimento que não deu certo.
Na sociedade, a Condor entrou com 2 hidroaviões, um deles o “Atlantic” (depois Atlântico), que passou a fazer parte da história da aviação brasileira.
Estas duas aeronaves foram as primeiras a serem equipadas com poltronas para passageiros e por questões de peso as poltronas foram fabricadas de vime.
Para mostrar a eficiência dos vôos, a Luf Hansa transportou dois “aerobotes” Dornier-Wal, como eram conhecidos estes aviões, até Montevidéo, no Uruguai, e foi dali que o Atlântico iniciou uma viagem até o Rio de Janeiro, então capital da República.
A missão durou 10 dias, porque no trajeto foram examinados os locais para os futuros pousos e decolagens. A bordo vinha o ex-chanceler alemão Dr. Hans Luther.
Em seguida, Luther entrou em contato com as autoridades brasileiras e foi solicitada uma autorização para se iniciar o serviço aéreo no Brasil.
Quem recebeu o pedido na capital federal foi o então Ministro da Viação e Obras Públicas, Dr. Victor Konder, catarinense que residia em Blumenau, onde exercia a advocacia e estava envolvido nas lides políticas.
A Luft Hansa ofereceu ao Ministro uma viagem a sua escolha e ele escolheu sua terra natal, Santa Catarina .

DO RIO A FLORIANÓPOLIS, DE HIDROAVIÃO
O hidroavião “Atlântico” permanecia fundeado na enseada da Guanabara, Rio de Janeiro,  defronte ao Iate Clube, naquela época “Yatch Club”, a espera da viagem/teste do Ministro.
Assim, no dia 1º de janeiro de 1927 o experiente piloto Rudolf Kramer Von  Clausbruch, vindo diretamente da Alemanha para esta missão, assumiu o comando da aeronave, tendo como co-piloto Franz Nulle e como mecânico Max Sauer.
O hidroavião Atlântico alçou vôo em direção a Santos, sua primeira escala.
A bordo, além do Ministro, viajavam um jornalista, redator do jornal “O Paiz”, um representante da Agência Americana de Viagens e o cinegrafista Alberto Botelho, que registrou em filme os momentos históricos da viagem.
O hidroavião desenvolvia uma velocidade de 120 km por hora.
Em Santos  tripulação e passageiros fizeram um lanche e seguiram para o sul, passando pelo litoral de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Sobrevoaram Itajaí, terra natal do Ministro, e seguiram em direção a Florianópolis, onde o Atlântico amerissou.
Foram recebidos no Palácio Estadual pelo então Governador Adolfo Konder, irmão do Ministro.    
A partir dali o Governador passou a integrar a comitiva e a viagem prosseguiu.
O Atlântico tomou o rumo norte e voltou a sobrevoar Itajaí, seguindo então, orientando-se pelo leito do Rio Itajaí Açu, em direção a Blumenau, domicílio do Ministro.
O sobrevôo foi registrado pelo cinegrafista Botelho.
Finalmente, de volta a Itajaí, o Atlântico fez mais uma parada e a população e familiares do Ministro receberam os visitantes com manifestações de grande alegria.
De Itajaí o Ministro seguiu por terra até Blumenau, onde a população o recepcionou em frente ao Hotel Holetz.
Foi saudado pelo advogado Dr. Luiz de Freitas Melro e discursou, agradecendo a acolhida. Depois levou os visitantes até sua residência, situada na Itoupava Seca, cuja região hoje é conhecida como bairro Victor Konder.
Por que o Atlântico não amerissou no rio em Blumenau? Certamente por falta de maiores informações sobre a profundidade do leito, especialmente o perigo das pedras que até hoje estão atrapalhando a navegação.

MISSÃO CUMPRIDA 
No dia 4 de janeiro de 1927 o Dornier-Wal realizou a viagem de regresso ao Rio, sem qualquer contratempo.
Esta viagem aérea acabou sendo considerada como o início da aviação comercial brasileira e em sua homenagem o Correio lançou 3 anos depois selo postal comemorativo.
As autoridades brasileiras, convencidas da viabilidade do projeto, outorgaram a licença pleiteada pela Condor-Syndikat, subsidiária da Luft Hansa.
A primeira linha foi implantada no Rio Grande do Sul, entre as cidades de Rio Grande e Porto Alegre, a “Linha da Lagoa”.
Logo em seguida, no dia 3 de fevereiro de 1927, teve lugar a inauguração da primeira linha regular de transporte aéreo cobrindo o território nacional. Mas isto já é outra história ...

Para acessar o filme realizado pelo cinegrafista Botelho, pesquise no Youtube: “Victor Konder Do Rio a Florianópolis de Hidroavião”. São 4 filmetes, totalizando 35 minutos de duração. 
FontesPrimórdios da Aviação Comercial no Brasil (Oswald Heinrich Müller), in Informativo da Sociedade Germânia/Rio, Ano 5, nº 30 – Nov/Dez 2005. 
Botelho Filmes/Rio de Janeiro – Cobertura cinematográfica da viagem do Ministro Victor Konder a Santa Catarina em 1927. 

- Enchente em Blumenau 2013

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Foto: James Evandro
Foto: Jaime Batista da Silva
Acompanhe por aqui as previsões sobre enchente em Blumenau e região setembro de 2013.
Medição do nível do Rio Itajaí Açu em Blumenau:
Dia 20 já existia o alarme das previsões que não seriam boas para o final de semana.
Dia 22 de setembro/2013
Domingo
Hora:
10:00 =   7,34 m Estado de Alerta
11:00 =   7,70 m
12:00 =   8,07 m Estado de Prontidão
13:00 =   8,45 m
14:00 =   8,79 m
15:00 =   9,05 m
16:00 =   9,38 m
17:00 =   9,59 m
18:00 =   9,85 m
19:00 =  10,00m
20:00 =  10,13m
21:00 =  10,27m
22:00 =  10,36m
23:00 =  10,42m
24:00 =  10,47m
Segunda Feira
Começou com boa noticia
23/setembro/2013
01:00 =  10,50m
02:00 =  10,51m PICO
03:00 =  10.42m começou a baixar
04:00 =  10,44m
05:00 =  10,46m
06:00 =  10,33m
07:00 =  10,28m
08:00 =  10,17m
09:00 =  10,04m
10:00 =    9,92m
11:00 =    9,79m
12:00 =    9,66m
13:00 =    9,53m
14:00 =    9,40m
15:00 =    9,26m
16:00 =    9,13m
17:00 =    9,00m
18:00 =    8,86m
19:00 =    8,70m
20:00 =    8,62m
21:00 =    8,49m
22:00 =    8,37m
23:00 =    8,25m
24:00 =    8,13m
Terça~Feira
24/setembro/2013
01:00 =   7,99m
02:00 =   7,89m
03:00 =   7,77m
04:00 =   7,63m
05:00 =   7,53m
06:00 =   7:45m
07:00 =   7,34m
Foto: Lucas Amorelli
Foto: Jaime Batista da Silva
Foto: Gilmar de Souza
Foto: Odair José
Foto: Patrick Rodrigues
Site da Prefeitura com medição de hora em hora:
Em meu blog procurar no pesquisa tudo sobre enchentes.
Para saber mais acesse:

- A casa de Grevsmuhl

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A imagem por volta de 1920 mostra uma das casas em que morou a família de Johann Heinrich Grevsmuhl A família imigrou da Alemanha para o Vale do Garcia em Blumenau em 1860 e deu grande impulso ao desenvolvimento socioeconômico da região, inicialmente na Agricultura e depois com a fundação em 1868, da primeira Indústria Têxtil de Blumenau, a Johann Heinrich Grevsmuhl & Cia., que mais tarde viria a ser a Empresa Industrial Garcia (incorporada a Artex em 15 de fevereiro de 1974).
Morou nesta casa o filho do fundador da EIG Johann Heinrich Grevsmuhl , que tinha o mesmo nome do pai.
Também morou nessa residência Otto Huber um dos fundadores da Artex em 1936, e que trabalhou por 30 anos na Empresa Industrial Garcia, Albert Hiemisch e filhos. 
Esta residência se localizava na Rua Progresso em frente à antiga Comercial Mistura, onde foram edificadas construções da Artex S/A
Em setembro de 1994 a família Zadrozny perde o controle acionário da empresa, que é vendida para o grupo GP Investimentos (Garantia Partners--->sócios do Banco Garantia), lavrado em ata em 28 de abril de 1995, desaparecendo o nome Fabrica de Artefatos Têxteis S/A .ARTEX– para então somente ARTEX S/A .
Em 01 de junho de 2000, a empresa é novamente vendida desta vez ao Grupo Coteminas - e doravante a empresa passou a possuir uma nova razão social passando a denominar-se Toália S/A - Indústria Têxtil . - Filial da Empresa Toália de João Pessoa – Paraíba, mas ainda com participação do grupo Garantia. A ex empresa Artex S/A muda de razão social para atender interesses próprios e de seus acionistas, com o nome de Kualá S/A em junho de 2000.
E finalmente em 09 novembro de 2001, o grupo Garantia, sai do controle acionário, e a empresa adota o nome de COTEMINAS – Companhia de Tecidos Norte de Minas. E finalmente em 06 de janeiro de 2006, COTEMINAS S/A. 
Artex em 1966 já sem a elevação e a casa
Localiza-se mais próximo ao Ribeirão Garcia em uma pequena elevação (colina) em cujo topo foi construída a casa, com um belo pasto, jardim e arvores a sua frente e belas Palmeiras.
A casa foi demolida e transportada e remontada em 1960, em frente do atual 23 BI na Rua Quilombo, 95.
"Segundo Valter Hiebert todo o barro e muitas pedras foram usados no aterro da baixada onde ficava o antigo salão do Clube  Amazonas que foi destruído na enxurrada de 31.10.1961. Essa casa ficava um pouco afastada da rua Progresso e a imagem que tínhamos era a de um castelinho, muito bonito naquele local maravilhoso. Tudo isso ocorreu no inicio do processo de ampliação do parque fabril da Artex". 

Depoimento de Edson Mauricio da Silva:
“Estive na Rua Quilombo e conversei com o Sr. Ronaldo Olegário e sua esposa Sra. Tereza Olegário, atuais proprietários desta residência”.
“Conforme o Sr. Ronaldo, esta casa foi comprada pelo seu pai, o Sr. Carlos Olegário (filho de Luiz Olegário, conhecido por Luca e Helena Olegário, sendo o Sr. Carlos o responsável pela transferência da casa para seu atual endereço em 1960)”.
Ele confirma também que a família de Albert Hiemisch foram os moradores anteriores, mas não sabe precisar dados mais antigos.
“Quanto a posição da casa, ele afirma que foi remontada em sentido inverso ao que era antes, ficando os fundos da casa como sendo a frente da mesma”. 
Fiz uma montagem com uma foto postada pelo Djalma Fontanella da Silva  no  Facebook – Antigamente em Blumenau e outras que consegui hoje 13/setembro/2013.
Foto 1– Antigo endereço na Rua Progresso;
Foto 2 – Atual endereço na Rua Quilombo, 95 imagem da década de 1980 acervo do Sr. Ronaldo Olegário;
Foto 3 e 4– Atual endereço registradas em 13/09/2013.
Quero agradecer ao Sr. Ronaldo Olegário e a Sra. Tereza Olegário pelas informações prestadas, bem como foto cedida para postagem e também pela autorização para registrarmos em fotos a casa nos dias atuais. 
Montagem da comparação da foto Edson Mauricio da Silva/ Acervo de Adalberto Day/Ronaldo Olegário/Ilse Tallmann Grevsmuhl.
Colaboração da pesquisa: Valter e Carlos Hiebert, Djalma Fontanella da Silva, Alexandra Olegário, Edson Mauricio da Silva, Ester Bevian, Antigamente em Blumenau, Adalberto Day.
Para saber mais acesse:

- 30ª Oktoberfest de Blumenau

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  O cartaz oficial da 30ª Oktoberfest

Rainha da 30ª Oktoberfest de Blumenau de 2013 Shirlene Reichert (centro) 1ª Princesa eleita foi Cintia Galz (lado esquerdo) e a 2ª Princesa Bruna Eyroff  (lado direito).  * Foto Jaime Batista da Silva
- Este ano o evento será realizado de 03 a 20 de outubro/2013. 

Uma excelente festa aos nossos visitantes de todo o Brasil e do exterior, em especial ao povo catarinense. Viva a Vida!!!.

Hallo Blumenau.... Bom dia Brasil....17 dias de folia... música cerveja e alegria.... Hallo Blumenau... 
- Quer ouvir a música? Clique no link abaixo:
Ein Prosit!!!
- No Brasil, a Oktoberfest foi realizada pela primeira vez em 1978 no município de Itapiranga, extremo-oeste catarinense. Na ocasião, um grupo de jovens, maioria descendentes de alemães, reuniu-se na localidade de Linha Becker para cantar, tomar chope e tocar música. Esses encontros foram tornando-se freqüentes até que em 1989 a festa passou a ser realizada no centro da cidade.
Inspirada na Oktoberfest de Munique, a sua versão blumenauense nasceu da vontade do povo em expressar seu amor pela vida e pelas tradições germânicas. 
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Memórias de Niels Deeke - Festivais do Chope em Blumenau 

FIDELIDADE À VERDADE– Muito ao contrário do que consta no texto quando assevera “No Brasil, a Oktoberfest foi realizada pela primeira vez em 1978 no município de Itapiranga”... a primeira Oktoberfest no Brasil realizou-se em Santa Cruz do Sul/RS, remontando a comemoração ao ano de 1966, quando de 15 de outubro a 6 de novembro foi realizada a primeira edição. 
Registros do ano 1998 - OKTOBERFEST e FESTIVAL DO CHOPE. Certa questão tem sido repetida várias vezes em comentários através da imprensa local, é a relativa à “Paternidade da Ideia da Implantação da Primeira Oktoberfest em Blumenau”. Há quem atribua a idealização ao Secretário de Turismo de então - Antônio Pedro Nunes, já outros apontam Hans Schadrack, então empresário da “Loja Moellmann” como o “pai da criança”. Necessário se faz repor a verdade histórica, pois a “paternidade” do ideário do “Festival do Chope em Blumenau”, é exclusiva dos empresários da “Ouro Promoções ”, ou seja, os Srs. Laércio Cunha e Silva e seu associado Geovah Amarante. Neste breve apontamento não pretendemos estabelecer diferencial entre “ Oktoberfest” e “ Festival do Chope” , porquanto são idênticos, somente tendo titulações e datações de comemoração diversas, condições que invalidam deixar-se de atribuir a primazia aos seus verdadeiros idealizadores – scilicet : “ Ouro Promoções ” . A empresa “Ouro Promoções” realizou no “Pavilhão A” da Proeb - seis ( 06) “Festivais do Chope” – entenda-se em seis exercícios - com desfiles, trajes típicos- chapeuzinhos à “Tirol”, iguarias e especialidades em pratos típicos alemães, (Que então eram uma delícia - e já agora - estamos em 1998 - deixam muito a desejar) múltiplos conjuntos de música germânica, inclusive bandeirolas, danças com um tablado central elevado e os “canecos decorativos” (Fabricados pela “Ceramarte”) , Chope de baixa e alta fermentação saído de mangueirões à guisa de mangueiras para abastecimento de gasolina, e tudo mais, nos anos de 1966, 1967, 1968, 1969, 1970 e 1971. A única diferença coube ao mês da realização, quando geralmente acontecia durante o verão, dando oportunidade aos maridos que permaneciam em Blumenau, a trabalho, de divertirem-se um pouco, enquanto as esposas veraneavam no litoral. Os eventos perduravam durante uma semana, e eram realmente animados com enorme afluxo de visitantes. Portanto a propalada “paternidade da ideia , cabe unicamente ao empresário “Laércio Cunha e Silva” de Itajaí, que promoveu os festivais associado a Geovah Amarante. Tudo quanto puseram em prática treze anos após, nada mais foi que uma repetição (mera cópia) - com duas diferenças, o nome “Oktoberfest” e o “mês” da realização. Reinventaram o que já fora descoberto, aliás, se para si avocam a concepção do evento, nada mais cometem que um cristalino plágio. Quiçá assim erradamente só pensem as “aves de arribação” que aqui na nossa Blumenau aportaram anos após, vindos para “rapinar” ou “abonarem” de nossas tradições! 
Este escriba, Niels Deeke, ainda em 24/7/1998, através de longo telefonema à Itajaí, mantido com Laércio Cunha e Silva rememorou os eventos, e ao comentarem a questão da paternidade da ideia, o Sr. Laércio externou sua opinião de que seria de todo impossível apagar-se da história aqueles monumentais primeiros festivais no “Pavilhão A”, que evidentemente servirem como “fundamento e ideário” para tudo quanto posteriormente foi produzido. 
Laércio Cunha e Silva, 77 anos de idade em 1998, licenciado em Direito, autor da obra Itajaí - Cem Anos de Município - Laércio Cunha e Silva - Roberto Mello de Faria. Laércio Cunha e Silva foi em 1945/46 presidente do Centro Cultural de Itajaí- em Itajaí SC, e após foi Secretário da Prefeitura de Teresópolis, Estado do Rio, talvez durante a gestão municipal do Prefeito Flávio Bortoluzzi de Souza, que era catarinense. Em 1964 o Sr. Flávio Bortoluzzi de Souza, prefeito de Teresópolis, visitou Blumenau. Laércio Cunha e Silva foi ainda, em 1964, Presidente do Centro Catarinense no Rio de Janeiro.  Em 27/02/2013, Niels Deeke telefonou à Itajaí e falou com Laércio Cunha e Silva, então com 93 anos de idade, porém muito lúcido.


- Em Blumenau, a Oktoberfest surgiu no ano de 1984 com a proposta de levantar o ânimo da população, abalada por duas grandes enchentes do rio Itajaí-Açu (1983/1984). A partir de 1987 a festa consolidou-se nacionalmente, e ganhando status de segunda maior festa da cerveja do mundo, depois de Munique, na Alemanha. Atualmente a festa é realizada no PARQUE VILA GERMÂNICA. 
Observação: criação da Oktoberfest em Blumenau. 

Apesar da "Oktoberfest" já estar sendo planejado antes pelo governo do prefeito Renato de Melo Vianna em 1981, somente no governo do então Prefeito Dalto dos Reis (1983/1988) se consolidou. Na oportunidade foi passada para a população que era uma proposta de levantar o ânimo dos munícipes “festa caseira”, abalada por duas grandes enchentes do rio Itajaí-Açu (1983/ 1984). Para a história, cultura, folclore, tradição, sempre será este o motivo principal e motivador da festa.

O secretário de turismo era o empresário Antonio Pedro Nunes.
Mais observações do Projeto.

Projeto da OKTOBERFEST em 1976
Pelos registros da Comissão Municipal de Turismo apresenta a explanação de Peter Mojan gerente da Lufhansa em Blumenau em ata é o primeiro registro que fala em Oktoberfest em 13 de outubro de 1976
Adolfo Ern Filho
Hermes José Graipel JR
Foi discutido sobre a construção de um “Hall” de convenções. A Comissão achou que o ideal seria construir na PROEB, pois oferece lugar para estacionamento. Em seguida, o Sr. Francisco Canola Teixeira explicou à Comissão a finalidade da JEOTES e pacotes turísticos. A Jeotes já trouxe para Blumenau diversos ônibus com sócios e, ao parece, está obtendo sucesso com esta promoção.  (p.22).
No dia 13 de outubro 1976, realizou-se uma reunião da Comissão Municipal de Turismo no restaurante Frohsin, tendo como convidados, representantes do comércio, hotéis, restaurantes, agentes de viagens e, como convidado especial, o Presidente do SKAL Club São Paulo, Senhor Paulo Henrique Meimberg. O Sr. Francisco Canola falou sobre a implantação de um Posto de Informações Turísticas que está sendo estudado para ser implantado na entrada da cidade. Sr. Augustinho Scharamm disse ser necessário, achando mesmo que, com um posto na entrada da cidade, o turista chegará ao centro bem informado [...] O Sr. Guenther Steinbach disse que haveria de ser instalar um telefone no Posto de Informações, como também manter cicerones permanentes para guiar os turistas. [...] Em seguida, Sr. Francisco fez uma explanação sobre o 21º Congresso Brasileiro de Cerâmica. Disse que haveria a participação de aproximadamente 600 pessoas e que será o maior congresso realizado em Blumenau. [...] Sr. Milton Domingues sugeriu que fosse realizado mais vezes o passeio ciclístico. Sr. Harold Letzow comunicou que o clube 25 de julho irá promover todos os sábados Bailes Típicos. [...] Continuando, Sr. Francisco falou sobre as dificuldades que o Serviço de Turismo encontra em promover a OKTOBERFEST. Disse que é muito difícil fazer uma estrutura para poder realizar o referido evento. Pediu ao Sr. Peter Mojen, gerente da Lufthansa, para fazer uma explanação sobre OKTOBERFEST. Sr. Peter disse o seguinte: OKTOBERFEST começou em Munique. Esta festa deverá ter um Parque de diversões, barracas de cerveja, estandes de tiro a alvo e muita música típica que é a coisa mais importante. Esta festa tem duração de 14 dias. [...] Sr. Antônio E. Pacheco, a pedido do Sr. Dieter Hering, falou sobre as necessidades de se fazer em Blumenau um “Hall” de convenções, [...] estamos pensando em transformar a S.D.M. Carlos Gomes em “Hall” de Convenções, pois o mesmo oferece condições, tem estacionamento próprio, pequeno e grande auditório e salas. Em seguida, falou o Sr. Paulo Henrique Meimberg, convidado especial pelo Serviço de Turismo, para fundar o SKAL Clube. Durante o almoço, o Sr. Paulo fez uma explanação sobre o SKAL Clube;  disse ser um clube de companheirismo, e que só podem participar executivos em turismo. Em seguida, foi indicado o nome da Comissão do SKAL Clube. Para presidente, Américo A. Bueno de Camargo – agente da Panzas -, para tesoureiro, Milton Domingues – gerente do Garden Terrace Hotel -, para secretário, Peter Mojen – agente da Lufthansa. (p.26 a 29).
(Nota do Ed.: hall = centro)
Decreto nº
RENATO DE MELLO VIANNA, Prefeito Municipal de Blumenau,
NOMEAR
Sem ônus para Prefeitura Municipal, os cidadãos abaixo relacionados para comporem a Comissão Municipal de Turismo: Caetano Deeke de Figueredo, Henrique Herwig, Itacir Filander, Milton Macedo Domingues, Emilio Rosmarck Schramm, Arno Buerger Filho, Evelásio Paulo Vieira, Décio Rigotti
Na gestão da Comissão Municipal de Turismo, criou-se o Regimento Interno da .... os esclarecimentos e debates, foi aprovado com a seguinte redação final.
COMISSÃO MUNICIPAL DE TURISMO
REGIMENTO INTERNO
Consagrada como a segunda maior festa alemã do mundo, a Oktoberfest é confraternização de gente de todas as partes. E ela nasceu inspirada na maior festa da cerveja do mundo, a Oktoberfest de Munique, Alemanha, que deu seus primeiros passos em 1810, no casamento do Rei Luis I da Baviera com a Princesa Tereza da Saxônia.
São 17 dias de festa, em que os blumenauenses se integram com visitantes de todo o Brasil e do exterior. E não há quem não se encante com os desfiles, com a participação dos clubes de caça e tiro ou com a apresentação dos grupos folclóricos. A Oktoberfest de Blumenau ostenta um número admirável: em suas edições anteriores, reuniu quase 16,7 milhões de pessoas no Parque Vila Germânica, antiga Proeb. Isto significa que um público superior a 700 mil pessoas, em média, por ano, participou da festa desde a sua criação.
O segredo para este sucessoé simples: a Oktoberfest de Blumenau é um produto que se mantém autêntico, preservando as tradições alemãs trazidas pelos colonizadores desde 1850. E são as belezas desses traços que conquistaram o país inteiro. À noite, é na Proeb/Parque Vila Germânica que todos se encontram e fazem da Oktoberfest um acontecimento incomparável. 


Todas as tradições alemãs afloram na sua máxima expressão, através da música, da dança, dos belos trajes, da refinada culinária típica e do saboroso chope.
A cordialidade do povo, a paz e a beleza da cidade também tornam a festa inesquecível. A maior festa alemã das Américas A Oktoberfest teve sua primeira edição em 1984 e logo demonstrou que seria um evento para entrar na história. 
Em apenas 10 dias de festa, 102 mil pessoas foram ao, então, Pavilhão A da Proeb, número que na ocasião representava mais da metade da população da cidade. O consumo de chope foi de quase um litro por pessoa. No ano seguinte, a festa despertou o interesse de comunidades vizinhas e de outras cidades do país. O evento passou, então, a ser realizado em dois pavilhões. O sucesso da Oktoberfest consolidou-se na terceira edição e tornou-se necessário a construção de mais um pavilhão e a utilização do ginásio de esportes Sebastião da Cruz - o Galegão - para abrigar os turistas vindos de várias partes do Brasil, principalmente da região Sudeste, e também de países vizinhos. O evento acabou fazendo de Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro. Mas, para quem não sabe, a Oktoberfest não é só cerveja. É folclore, é memória, é tradição. Durante 17 dias de festa os blumenauenses mostram para todo o Brasil a sua riqueza cultural, revelada pelo amor à música, à dança e à gastronomia típicas, que preservam os costumes dos antepassados vindos da Alemanha para formar colônias na região Sul. A cultura germânica o turista confere pela qualidade da festa, dos serviços oferecidos, através de sociedades esportivas, recreativas e culturais, dos clubes de caça e tiro e dos grupos de danças folclóricas. Todos eles dão um colorido especial ao evento, nas apresentações, nos desfiles pelo centro da cidade e nos pavilhões da festa, por onde circulam, animando os turistas e ostentando, orgulhosos, os seus trajes típicos.

É por essa característica que a festa blumenauense, versão consagrada da Oktoberfest de Munique, transformou-se, a partir de 1988, numa promoção que reúne mais de 500 mil pessoas. E foi, também, a partir dela que outras festas surgiram em Santa Catarina, tendo a promoção de Blumenau como carro-chefe, fato que acabou por tornar o território catarinense no caminho preferido dos turistas no mês de outubro.  
História:

A história começou há quase 200 anos na Baviera. 
A Oktoberfest de Blumenau, que em apenas uma década se tornou uma das festas mais populares do Brasil, foi inspirada na festa homônima alemã, que teve origem há 199 anos em Munique. Tudo começou em 12 de outubro de 1810, quando o Rei Luis I, mais tarde Rei da Baviera, casou-se com a Princesa Tereza da Saxônia e para festejar o enlace organizou uma corrida de cavalos. O sucesso foi tanto, que a festa passou a ser realizada todos os anos com a participação do povo da região. Em homenagem à princesa, o local foi batizado com o nome de Gramado de Tereza.
A festa ganhou uma nova dimensão em 1840, quando chegou a Munique o primeiro trem transportando visitantes para o evento. Passaram a serem montadas barracas e promovidas várias atrações. Neste local apareceram também os primeiros fotógrafos alemães, que ali encontraram um excelente ambiente para fazerem suas exposições. A cerveja, proibida desde os primeiros anos, só começaria a ser servida em 1918. Logo depois, os caricaturistas já retratavam a luta pelos copos cheios de cerveja e pela primeira vez pode-se apreciar nas telas dos cinemas a festa das mil atrações.
Por consequência das guerras e pela epidemia de cólera, a Oktoberfest deixou de realizar-se 25 vezes. De 1945 até hoje, aconteceu ininterruptamente. 
Atualmente, a Oktoberfest de Munique recebe anualmente um público de quase 10 milhões de pessoas. O consumo de cerveja chega a sete milhões de litros.
Link da Oktoberfest de 1984 e 1985: 
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/oktoberfest/2013/fotos/2013/10/fotos-veja-arquivo-da-1-e-2-oktoberfest-em-1984-e-1985.html#F958201
Arquivo/texto /Adalberto Day/José Geraldo Reis Pfau/Niels Deeke

- David Hiebert, o "RUSSO"

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Em histórias de nosso cotidiano apresentamos a vida de DAVID HIEBERT, O “RUSSO” DO BAIRRO DO GARCIA.
Texto Walter Hiebert
DAVID HIEBERT, O “RUSSO” Foto por volta de 1940 DO BAIRRO DO GARCIA.
Ele nasceu em 08.10.1918 em Pascha-Tschokmak, Crimeia, no então Império Russo, hoje uma região que faz parte da Ucrânia. A Crimeia é aquele pingente que fica na parte superior do Mar Negro. A sua família era membro de uma religião evangélica denominada Menonitas, iniciada por um padre católico chamado Menno Simon, nascido em Witmarsun, Holanda, antes de 1500. Ele foi contemporâneo de Martim Lutero.
Em novembro de 1929 eram aproximadamente 13.000 menonitas que estavam nos subúrbios de Moscou tentando a emigração da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o “paraíso comunista”, pois tinha sido proibido que tivessem uma religião, além dos confiscos, roubos, prisões e assassinatos que foram vitimas as suas famílias. Queriam sair, não importava o destino.  Um deles era um menino de 11 anos, ele seria depois conhecido como o Russo do Garcia.
Daqueles 13.000 menonitas somente 3.885 conseguiram visto de saída e abrigo temporário na Alemanha, nos campos para refugiados de Möln, Prenzlau e Hamerstein. Entre eles estava a viúva Agatha Hiebert, nascida Böse, com seus quatro filhos menores. Um deles era o David Hiebert, o que viria a ser o “Russo” do Garcia. Ele tinha então 11 anos.
A família da Agatha primeiro ficou alguns dias em Hamerstein e depois em Möln até meados de 1930.
Dos 3.885 menonitas que saíram da URSS, apenas 1.200 vieram para o Brasil em 1930.
As primeiras 33 famílias desses menonitas saíram de Hamburgo em 16.01.1930 no Navio Monte Oliva tendo como destino o Rio e Janeiro. Da então capital federal pegaram outro navio até São Francisco – SC. Daquele porto até Jaraguá do Sul faziam o percurso de trem. Daquela cidade até Blumenau viajaram de ônibus. No trecho até Hamônia (hoje Ibirama) viajaram de trem.
De Hamônia até "Neu Breslau" (hoje Presidente Getúlio) o transporte foi a carroça para a bagagem, crianças e idosos, os adultos fizeram o percurso a pé.
A viúva Agatha Hiebert, mãe do menino então com 11 anos e que viria a ser conhecido por “Russo”, fez um percurso um pouco diferente com seus quatro filhos menores.
Eles embarcaram em Bremen no navio “Sierra Ventana” numa viagem que durou 18 dias até o Rio de Janeiro, tendo feito escalas em Lisboa e Ilha da Madeira.
No Rio de Janeiro ficaram retidos por dois meses na Ilha das Flores, pois naquele dias ocorria a revolução de 1930 de Getúlio Vargas.
Terminada a revolução embarcaram no navio Aspirante Nascimento que os levou até Itajaí – SC.
De Itajaí até Itoupava Seca viajamos pelo rio acima em diversas chalupas engatadas atrás dum vapor. De Itoupava Seca até Hamonia de trem. De Hamonia ao nosso destino que era a serra Stolz Plateau nos levaram de carroças. Lá na serra ficamos a primeiro tempo numas barracas improvisadas e construídas para abrigar de 10 a 20 famílias.” (Texto redigido por Jakob Hiebert, irmão do Russo em 25.08.1974, cujo original está preservado.)
Os menonitas fundaram as colônias de Witmarsum, Waldheim e Gnadental na região denominada Krauel (o nome do Consul Geral da Alemanha no Brasil à época). Por último criaram uma vila na serra denominada "Stolz Plateau".
Os últimos menonitas chegaram na região em junho de 1934, eram 34 famílias que fugiram da Rússia para a China e de lá para o Brasil. A China foi somente uma rota de fuga para menonitas que se espalharam pelo mundo. Nas tentativas de fugas muitos menonitas foram capturados e assassinados pelos comunistas da URSS.
Desde o início da colonização na região do rio Krauel vários Menonitas se mudaram para cidades do Vale do Itajaí e outras da região sul do Brasil, tais como Curitiba, Palmeira e Bagé.
Em 1950, depois de 20 anos de muita luta e sacrifícios, os últimos Menonitas também abandonaram o "Krauel", deixando investimentos que até hoje existem, como, por exemplo, a sede da Prefeitura de Witmarsun, que era o antigo hospital dos menonitas, e várias escolas, sendo que um delas foi transformado em museu da imigração.
Existem cemitérios dos menonitas na região, com a identificação dos menonitas que faleceram no período 1930/50.
Depois de trabalhar na floresta virgem por alguns anos e ainda adolescente, o Russo do Garcia foi trabalhar na Haco da Vila Itoupava, depois foi tentar a sorte em Curitiba, onde trabalhou de jardineiro e padeiro, a seguir conseguiu emprego em Brusque, onde trabalhou na Carlos Renaux, para finalmente se fixar no Garcia, onde trabalhou na Empresa Industrial Garcia (EIG) até se aposentar em 1969.
EIG - Empresa Industrial Garcia
Paralelamente ao ofício de tecelão na EIG ele fez o Curso de Rádio Técnico por correspondência na National School, de Los Angeles, Califórnia, USA.
Começou o curso em 19.08.1949 e terminou em 15.05.1951, tendo pago US$ 150,00 pelo mesmo.
Rua 12 de Outubro
Sr. "Russo" e filho Adolfo em sua bancada na oficina na Rua 12 de Outubro,111 bairro da Glória.
Em 1970, Sr. Russo na oficina da casa na rua Ipiranga, 81. Neste mesmo ano faleceu no dia 20 de agosto.
Tais conhecimentos permitiram que abrisse uma oficina de consertos de rádios em sua própria residência, na então existente Rua 12 de outubro, nº 111, era a primeira rua a esquerda na rua da Glória. Essa atividade o tornou muito conhecido na região. Poucos sabiam o seu nome, todos o chamavam de Russo.
Seu expediente diário era das 5 até 13,30 horas na EIG e das 14,30 até 22 horas em sua oficina. Seus ajudantes na oficina eram as filhas e filhos.
Os consertos oferecidos não eram somente de rádios, mas também de gramofones (aqueles com manivela), radiolas, gravadores de fita (rolos enormes), relógios de pulso, despertadores, enceradeiras, e, na fase final de suas atividades, também televisores.
Oferecia também em sua casa a recarga de baterias, muito usadas por aqueles que residiam na Rua Progresso depois do cemitério, pois a partir daquele ponto não existia o fornecimento de energia elétrica.
Mas em 1962 uma nova atividade comercial mudou o foco de seu trabalho, era o surgimento de uma novidade tecnológica, era o tempo do rádio portátil.
Ele comprava lotes desses rádios em São Paulo e os revendia em Blumenau. As marcas mais comuns eram Sharp, Mitsubishi, Spica, Crown, Standard, National, Wilco e Holiday. O mais vendido era a marca Sharp. Ele era o único vendedor da grande novidade no Garcia.
Em julho de 1964 um rádio Sharp custava Cr$ 45.000,00, um Mitsubishi Cr$ 40.000,00 e um Crown Cr$ 34.000,00..
Um de seus clientes foi o Sr. Dieter Altemburg, que em 05.09.1963 comprou um rádio Sharp por Cr$ 31.000,00, tendo dado Cr$ 10.000,00 de entrada e o saldo em 3 (três) prestações de  R$ 7.000,00.
Alguns de seus clientes foram:
- Nazário Moritz, comprou um Sharp em 11.12.1962;
- Walter Schulz, comprou um Sharp em 26.01.1963;
- Nilton Aguiar, comprou um Sharp em 09.03.1963;
- Oswaldo Scheifer, comprou um Sharp em 27.03.1963;
- Orlando Oliveira, comprou um Sharp em 21.04.1963;
- Francisco Oliveira, comprou um Mitsubishi em 12.02.1963;
- Anselmo Oeschler, comprou um Mitsubishi em 12.02.1963;
- Onildo Oliveira, comprou um Mitsubishi em 22.04.1964;
- Silvio Oliveira, comprou um Sharp em 24.04.1964;
- Alfredo Iten, comprou um Mitsubichi em 22.04.1964;
- Irineu Moritz, comprou um Sharp em 05.05.1964;
- Hipólito da Silva, comprou um Wilco em 09.05.1964;
- Osmar Felski, comprou um Wilco em 14.12.1964;
- Rolf Elke, comprou um National em 03.02.1965;
- Nelson Salles de Oliveira Oliveira, comprou um National em 11.03.1965;
- Flávio Moritz, comprou um Sharp em 10.03.1965;
- Albrecht Papst, comprou um Crown em 06.12.1965;
- Nicolao Day, comprou um Sharp em 10.06.1966.
Além dos serviços em sua oficina, o Russo também fazia propaganda móvel com seu furgão Chevrolet 1950, tanto divulgando as festa da região, os bailes, as domingueiras, bem como propaganda comercial de lojas e campanhas políticas.
A partir de 1969 esses serviços passaram ser realizados com  seu Opala “0” Km amarelo, um dos primeiros de Blumenau. O revendedor da GM o procurou e pediu para que não fizesse tal tipo de trabalho com seu automóvel, pois isso prejudicaria a imagem do lançamento da GM na cidade.  Dada a insensatez do pedido o mesmo não foi atendido.   
Salão onde eram exibidos os filmes pelo Sr. Russo e filhos
A imagem é de 31 de outubro de 1961 - Enxurrada que destruiu todo salão e estádio do Amazonas
Era o Russo que por muitos anos passou os filmes no salão do Amazonas, evento que ocorria semanalmente e atraia centenas de pessoas, especialmente as crianças.
Em decorrência de seus conhecimentos em eletrônica passou a prestar tais serviços também na EIG, onde também trabalhou no laboratório da fiação e finalmente na portaria.
Da esquerda pra a direita: Valter, Carlos, Anna Klassen Hiebert (nossa mãe falecida em 1973), Adolfo, David Hiebert (falecido em 1970), Irene Hiebert Kertischka (falecida em 2007), e Rosita Hiebert, falecida em 1961.
Casamento e proles:
Ele foi casado com Anna Klassen, também nascida na Ucraína, mas em outra região. Tiveram sete filhos, os primeiros 5 (cinco) nasceram na sua casa em parto realizado pela Schwester Martha, os dois últimos nasceram em maternidades de Blumenau.
Sua primeira filha era Rosita Hiebert, nasceu em 1942, trabalhava na EIG quando faleceu com 19 anos.
A segunda filha era Irene Hiebert, nascida em 1943, que casou com Harry Kertischka, também trabalhou na EIG, teve os filhos Andréia, Simone e Ricardo. Ela faleceu em 2007 em Blumenau.
O terceiro filho foi Valter Hiebert, nasceu em 1946, trabalhou na EIG de 1962 até 1965, depois foi Sargento do Exército até 1977, a seguir trabalhou no Banco Central do Brasíl em Brasília de 1977 até 1994, aonde chegou a Consultor Chefe, na seqüência, em 1994, foi assessor do Ministro da SEPLAN, em 1995 foi nomeado Vice Presidente da Caixa Econômica Federal, em 1997 foi nomeado Vice Presidente da Companhia Brasileira de Securitização – Cibrasec, onde se aposentou em 2005. Paralelamente foi professor na PUC de Brasília por 15 anos e em cursos de pós-graduação da FGV em Brasília por 9 anos. Hoje está aposentado em Balneário Camboriú – SC.
O quarto filho foi Carlos Jorge Hiebert, nascido em 1948, trabalhou na EIG e hoje atua com construtor em Blumenau.
O quinto filho foi Adolfo Hiebert, nascido em 1954, começou a trabalhar na EIG em 1970 onde permanece até a presente data na agora denominada Coteminas. 
O sexto filho foi Ivo Hiebert, nascido em 1959, trabalha como Fiscal da Secretaria de Finanças de SC em Itajaí, onde reside.
O sétimo filho foi Alex Hiebert, nasceu em 1964, é engenheiro civil formado pela UFSC, atua e reside em Blumenau.
O Russo se aposentou na EIG em 1969, tinha então 50 anos,  planejara dedicar, a partir de então, todo o seu tempo nas atividades comercias e publicidade.
Contudo, poucos meses depois de aposentadoria foi vitima de um tumor no cérebro, mesmo com  cirurgia e radioterapia mostrou-se incurável.
 O Russo de muitos amigos, muito conhecido no bairro, admirado por  sua inteligência, integridade e honestidade terminou seus dias em 20.08.1970, no Hospital Santa Isabel de Blumenau. Ele tinha somente 51 anos de idade.
O saudoso “Russo” foi e será sempre motivo de muito orgulho e respeito de todos os seus descendentes.
DAVID HIEBERT, O RUSSO DO GARCIA, VEIO DE TÃO LONGE, ANDOU POR VÁRIAS CIDADES, MAS ESCOLHEU BLUMENAU PARA PARADEIRO DEFINITIVO. ELE ESTÁ SEPULTADO NO CEMITÉRIO DA RUA PROGRESSO, AO LADO DE SUA ESPOSA ANNA HIEBERT, NASCIDA KLASSEN.
TERMINO ESSE RELATO COM LÁGRIMAS EM MINHA FACE, POIS ESCREVI UM POUCO DO MUITO QUE SEI DE MEU MAIOR HERÓI, DE MEU ETERNO ÍDOLO.
HOMENAGEM DE VALTER HIEBERT, CUJOS FILHOS CHAMAM-SE TAMBÉM DAVID E ANNA
Texto Walter Hieber filho do “RUSSO”; arquivo família Hiebert e Adalberto Day 

- Gervásio Tessaleno Luz

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Histórias de nosso cotidiano
Gervásio Luz fala dos anos 60
Resumo da entrevista.
Gervásio Tessaleno Luz – Escritor, jornalista, professor.
Natural de Rio do Sul (1942), veio para Blumenau aos 11 anos de idade.

Prometi, cumpro. Achei os papéis datilografados com a entrevista que concedi a um aluno do curso de História da Furb. Primeiro nome lembro bem: Fábio. O sobrenome é que são elas: iniciais – F.A.S.– Estagiou no Arquivo por breve tempo. Elétrico que nem só. Formou-se e hoje é atendente de farmácia na Mauro Ramos na Capital. O trabalho de fim de curso que lhe rendeu um sonoro 10 deve constar do Arquivo. 
Entrevistado a respeito de suas principais atividades – o magistério e o jornalismo – Gervásio Luz preferiu ater-se mais à década de 60, quando as iniciou. Batiza aqueles tempos de anos dourados, usando uma expressão já consagrada em livros e novelas. Justifica a utilização, traçando um mosaico de informações sobre cinema, imprensa, literatura, música, meio ambiente, política, sociabilidade e teatro e também o modus vivendi.
No momento, não leciona mais. Apenas escreve. 
F. A. S.: Gervásio, como foi viver a década de 60 em Blumenau?
G.L.: Os anos dourados, como se dizia, foram significativos, foram diferentes em todos os sentidos, aqui em Blumenau e no Brasil todo. Era a época do Juscelino, com seu desenvolvimento nacionalista, desenvolvimento da indústria automobilística, a Bossa Nova, os ares novos. E, nós aqui vivíamos tranquilos, não havia problemas de assalto e, no decorrer desta entrevista, fixarei pontos, ou melhor, farei referências aos movimentos culturais e sociais e o modo de viver naquele bom tempo. 
F.A.S.: Por que a década de 60 é chamada de anos dourados?
G.L.: Porque foram dourados mesmo, vê que a língua portuguesa tem cada coisa, não é? Dourados é a mesma coisa que doirados, como loira e loura. O que marcou muito a década de 60 foi, por exemplo, o surgimento de grupos musicais. Lembro-me bem, conhecia toda a equipe. Os Beavers. Eles queriam ser Os Beatles. E animaram muitas festinhas aqui na região, com a música já mais americanizada, mas não faz mal. É 60, viu? Através do poeta Lindolf Bell, a divulgação da Catequese Poética que ele iniciou em São Paulo, chegou ao Vale do Itajaí.  Veio residir aqui. E fundou a primeira galeria de artes do estado de Santa Catarina, a Galeria Açu-Açu que, infelizmente, com sua morte, sumiu. Nós tivemos uma série de eventos, os famosos salões de artes plásticas no Carlos Gomes e em outros locais. Lançavam-se artistas que até hoje estão atuando ou incentivando novos valores. 
O Teatro Carlos Gomes era um tabu, havia quem o chamasse de Elefante Branco. Era uma sociedade fechada, só para sócios. O povo achava o teatro da Rua XV uma coisa muito privada, muito elitista. Se viesse um cantor famoso – Nelson Gonçalves,Elizete Cardoso ou Vicente Celestino–, e se apresentasse no Carlos Gomes tinha meia dúzia de gatos pingados, ou melhor, os ricos que não eram fãs desse tipo de música, desse tipo de intérprete.
Eram ouvidos em rádio, eram cantores de rádio e quando vistos em público era um fenômeno! Se o mesmo cantor se apresentasse no Cine Teatro Busch que possuía palco para apresentações musicais, lotava. O cantor podia ficar ali a semana inteira com casa cheia.
Nos anos 60, ocorreu um episódio interessante. O Carlos Gomes recebia até então só famosas companhias teatrais. De Procópio Ferreira a Cacilda Becker. Começaram a aparecer shows com Chico Anysio, Ary Toledo, Elis Regina, coisas mais populares, e o povo começou a frequentar, bem como a juventude. Tanto que hoje com o Festival Universitário de Teatro e outras promoções, o Carlos Gomesé um teatro do povo. Acabou aquele elitismo, é um monumento. Não mais um Elefante Branco.
Também é digno de marcar na década de 60 a realização do 1º. Salão Pró-Arte Nova. Vieram críticos famosos de São Paulo e o melhor pintor foi meu primo Alberto Luz, que, aliás, é autor da capa do meu primeiro livro, Rio que passa em nossas vidas. A Elke Hering ganhou o prêmio de melhor escultora. O júri deu um prêmio especial a um objeto criado por dois primos, Bráulio Maria Schoegel e Vilson Nascimento. Hoje, eles atuam na área de cultura. O Bráulio é o presidente da Fundação Cultural de Blumenau. Na época, jovens, eles tentaram as artes plásticas e participaram desse concurso com um “objeto”. Meses depois, fui à biblioteca Fritz Müller. Nunca esqueço, chovia. Encontrei o professor José Ferreira da Silva, que era o diretor, que disse: “Gervásio, vem cá. Vem ver uma coisa. Se eles não levarem isso daqui, eu jogo fora.” Ele tinha pavor daquela obra. Era um tronco de madeira, parte de uma árvore. Em cima, uma roda de bicicleta, uma cabeça de boneca pintada no meio dos aros da roda e um guarda-chuva. A obra se chamava “Objetos desamparados”. Comentei que a obra tinha um nome sugestivo e adequado e eu teria que colocar no jornal, pois estava na chuva, abandonada, com o amparo apenas do guarda-chuva. A dupla naturalmente ficou fula comigo, mas hoje encaram o episódio com graça e humor (risos).
Outro papel fundamental para a divulgação da cultura residiu na Livraria Dom Quixote, situada no porão da Galeria Schadrack. O dono, Daniel Curtipassi, viria a ser também diretor da Fundação Cultural. Ele vendia livros proibidos pelos militares, a maioria editada pela Civilização Brasileira do Ênio Silveira. Todos os escritores estavam no índex daquele governo. A juventude batia ponto, os intelectuais também. Discutia-se poesia e prosa. Foi fundamental para o crescimento das mentes pensantes daqui, os jovens do Vale do Itajaí, a Dom Quixote! Acho digno este registro porque na área da literatura teve um papel fundamental. 
F.A.S.: Gervásio, como as pessoas se divertiam? Quais eram as práticas de sociabilidade?
G.L.: Eu peguei a época das festinhas! (Balada era um tipo de música e tão somente). Final de semana, a juventude se reunia nos clubes Ipiranga, Carlos Gomes. Eram festas, bailes de debutantes, coisas da nata da sociedade.
 Mas havia o Clube Náutico América, hoje aquele monstrengo inacabado. Era um amplo salão com vista para o rio Itajaí Açu. Sempre o rio, não é? E ali, nós tínhamos as domingueiras. Os jovens, em época posterior, também se encontravam no Grande Hotel Blumenau, onde vi pela primeira vez a então estudante do Pedro II Verinha Fischer. Tinha uma boate famosa no Aquarius, um anexo. E ao som da música Estúpido Cupido, com a Cely Campelo o que se fazia era... namorar. Aos domingos, cena nítida: subindo a XV em direção à Igreja Matriz, famílias inteiras, pai, mãe, filho, avô... Depois da missa das 9h, as horas que antecediam o almoço eram passadas nas sorveterias. A mais famosa, a Confeitaria Tönjes, infelizmente morreu na década de 80. Sobre ela, existe um depoimento muito bonito. A escritora Elsie Lessa escrevia uma coluna no jornal O Globo. Casada com o escritor Orígenes Lessa, aquele de O feijão e o sonho, é mãe de Ivan Lessa, famoso jornalista que mora em Londres e expoente do Pasquim. Filho de peixes, peixinho é! Ela escreveu uma crônica no jornal carioca sobre as doçuras do Tönjes. Vejam o sentido duplo da palavra. Praça Dr. Blumenau. Na parte da frente, ficavam os adultos. Nos fundos, num jardim, hoje Beira-Rio, cheio de cadeiras e guarda-sóis, a juventude se reunia. Época de muita paz, respeito, enfim.
Era a mais famosa confeitaria da cidade. Havia também o Socher, ao lado da
F.A.S.: O que os jovens bebiam?
G.L.: Quando eu disse que os anos dourados se caracterizavam por paz e respeito, é porque se havia consumo de drogas, pouco ou nada se percebia. O grande vício da juventude na minha época era o álcool... mas não tão exagerado assim. Há quem diga que beber socialmente não faz mal a ninguém. Claro, quase todo jovem toma seu primeiro porre na primeira festa. Mas isso não levava a brigas no ambiente e não causava crises familiares. O álcool foi a fuga, a válvula de escape de nosso tempo. A afirmação não significa uma apologia a ele. Não vamos tecer loas a Baco. Fernando Pessoa, grande poeta português, afirma: “Toda bebedice é luzente.” Num artigo – Direito de beber – registrei que beber ou não beber não preocupou Shakespeare e sim o nosso Humberto de Campos. O escritor maranhense, numa crônica inserta em sua obra póstuma Contrastes, emite opinião sobre a Lei Seca, então em vigor nos Estados Unidos. Humberto reproduz uma declaração do general Pershing, herói de guerra. Retornando ao seu país, pronunciou-se contra a rigorosa medida, dizendo: “O regime proibicionista é o regime da hipocrisia, e a civilização norte-americana só retomará o seu ritmo bebendo cada um o que deseja, a quantidade que pode, no lugar que bem entende.”
Mais adiante, o autor cita palavras de Benjamin Franklin: “A verdade está no vinho. Antes de Noé, não tendo para beber senão água, os homens não podiam reconstruir a verdade! Transviaram-se, tornando-se abominavelmente maus e foram exterminados pela água que gostavam de beber.” E, num arremate brilhante, Humberto de Campos encerra o seu escrito pró-levantamento de copos, afirmando: “Descoberto o vinho por Noé, nunca mais houve Dilúvio.” (risos).
F.A.S: Sobre a relação das pessoas, como eram as paqueras, os namoros nesse tempo? Existiam locais adequados para os encontros?
G.L.: Bem, nós estamos numa época moderna! Mas o romantismo imperava. Não vou chegar ao exagero de dizer que era como no tempo de nossas mães, quando o namorado ia visitar a namorada, tinha acesso a casa, podia conversar com a amada, mas sem botar as mãos nela. Na sala, com a presença do pai, da mãe, da tia solteirona, do tataravô, todo mundo de olho no procedimento dos jovens. A coisa em 60 era mais solta. Inda assim com um cadinho de respeito.
Cine Busch
O ponto de encontro dos namoricos eram os cinemas. Cine Blumenau,Cine Busch. Pegava-se a mão da menina e brotavam os beijinhos doces, naturalmente. Como havia fiscalização, exageros não ocorriam. Nas confeitarias, o garoto quando tinha um pouquinho de grana, mesada confortável, levava as meninas às confeitarias. E também aos bailes e festinhas. Havia sim lugares adequados e bem frequentados. Eram namoros sob controle familiar. Todos indo à missa... Coisa que hoje não se vê. É cada um pro seu lado. Poucos vão à igreja. 
F.A.S.: Outro hábito era a leitura. O que se lia?
G.L.: Havia literatura especializada para moças (Senhora Leandro Duprê) e livros que só os rapazes podiam ler (Nelson Rodrigues). Os delas correspondiam a romances sentimentais ao extremo, fora da realidade da vida. Os deles, rodrigueanos, retratavam a vida como ela é. Mas a regra valia apenas para mocinhas cercadas de muito recato. A maioria já punha as mangas de fora e mergulhava fundo na obra de Jorge Amado.
F.A.S.: Os passeios eram outra prática de lazer. Como eram esses passeios e quais os meios de locomoção e lugares?
G.L.: Quando cheguei a Blumenau, em 1953, ainda vi por alguns anos os carros de mola, com ponto em frente ao prédio dos Correios, ou seja, defronte ao falecido cinema Busch. Os táxis depois tomaram esse lugar. Carros de mola eram utilizados para passeios na cidade, em dias de semana com naturalidade, e com mais entusiasmo nos finais de semana. Levavam-nos a salões onde se realizavam bailes de caça e tiro.
Não sinto uma grande firmeza em discorrer sobre este assunto. Porém, me lembro dos piqueniques. Normalmente, eram escolhidos gramados à beira do rio Itajaí. Belos finais de semana curti em Belchior e região dos Baús. Dias passados em contato com a natureza. Levava-se a comida pronta, galinha feita na véspera, colocada em farofa e acondicionada em latas. Daí a expressão farofeiro para quem vai à praia com comida levada de casa. As mulheres se reuniam em saraus literários. Uma tocava piano, outra ensaiava um cantozinho, uma terceira contava um trecho de romance, mas isso anos bem anos dos dourados.
F.A.S.: O que mudou? O que achas que deveria permanecer?
G.L.: O que deveria haver, já frisei, não quero ser repetitivo, mas já o sendo, é mais paz, mais respeito. Blumenau está penando o status de ser uma cidade moderna, crescidinha. Recebe moradores de todo o Brasil. Não é uma afirmação sociológica, mas a própria festa, nossa Oktoberfest, dá ilusão pela sua grandiosidade, divulgação exagerada no país e no exterior. É uma cidade rica, então vêm estas pessoas, se mudam pra cá, deixam seus rincões e até metrópoles, formando bolsões de pobreza.
Um aluno meu fez especialmente para a minha coluna diária no Jornal de Sta. Catarina uma charge especial. Mostrava um turista maravilhado, cheio de máquinas fotográficas, óculos escuros, olhando os prédios de Blumenau.
Reconhece-se a igreja, o prédio do Grande Hotel. Todo feliz, ele diz: Wonderful city! Ao lado dele, um homem estendendo a mão: Dá uma esmola, por favor!  Próxima ao pedinchão, uma plaquinha: Beco Araranguá. O turista permanece no miolo da cidade e retorna encantado. Na periferia, é só droga, roubo e assassinatos.
Acho que se devia fazer menos política e mais polícia.
Arquivo de Adalberto Day/Colaboração de Braz dos Santos que me enviou o texto.
Leia mais sobre Gervásio da Luz:

- Vivências e narrativas

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Vivências e narrativas de um blumenauense 
Dia 30 de setembro de 2013 recebi a visita doPresidente da Fundação Cultural de Blumenau,  Sr. Sylvio Zimmermann Neto. Veio me presentear com um importante livro (autografado) que relata o início da Colônia Blumenau.
Este livro estará junto ao meu acervo composto por mais de 1000 exemplares. Neste espaço reproduzirei um pequeno histórico do autor Karl Kleine e o texto páginas 83,84,85,86,87.
Após ler o livro, aprendi um pouco mais sobre nossa rica história de nossa querida Blumenau. As dificuldades que cada um que aqui aportaram tiveram que enfrentar, para construir esta rica e pujante cidade, os esforços, amargos dissabores foram muitos.
Agradeço ao Sylvio este privilegio. Conclamo aos blumenauenses adquirir um exemplar para desfrutar dessa genial obra, já que são 342 páginas  seria impossível transcrevê-la toda. 
“Ao amigo Adalberto Day  Na certeza de uma ótima leitura sobre a história de Blumenau”.
Sylvio Zimmermann Neto

Karl Kleine (1849-1922)
Theodor Karl Nikolaus Kleine, conhecido como Karl Kleine, nasceu na Província de Posen, atualmente Poznan – Polônia, em 2 de fevereiro de 1849 e faleceu em 11 de março de 1922. 
Emigrou para o Brasil acompanhado pelos pais e irmãos em 1856 e, após longa viagem, a família chegou à foz do Rio Itajaí, com destino a Blumenau. 
Ainda muito jovem, exerceu a função de emissário do correio, entre Blumenau e Itajaí; aprendiz de jardinagem, em Florianópolis e ajudante na demarcação de terras, no Vale do Itajaí.
Também atuou como trabalhador nas estradas do Paraná, na demarcação de terras no planalto catarinense e exerceu a função de agricultor e professor em Blumenau.
Vivências e Narrativas de um blumenauense

A chegada em Blumenau
Foto: Carl Heinz Rothbarth
{...} Finalmente!Finalmente, aportamos pela última vez! Nossos barcos aportaram próximo à foz do Ribeirão Garcia e o patrão disse:
- Não iremos adiante! Aqui é Blumenau.
A nossa chegada foi muito triste; ninguém nos recepcionou; ninguém apareceu; ninguém se preocupou conosco e, apesar de saberem sobre a nossa chegada, que deveria ser importante para eles, ninguém veio nos cumprimentar. Certamente, um procedimento estranho e incompreensível que abateu nossos ânimos. 
Não havia nada à nossa frente, além de um pedaço de terra desmatado e coberto de capoeira. Subimos pela margem do rio a procura da cidade de Blumenau. Bom Deus! Onde estaria exatamente a cidade? Não esperávamos encontrar uma cidade grande, mas, pelo menos, uma cidadezinha ou uma aldeia. Porém, nada disso! Ali se encontrava uma casa grande e larga, de um andar e meio, com uma sacada na parte frontal e paredes enxaimel preenchidas com barro. A casa, aliás, estava inacabada. Em toda a construção, via-se apenas uma janela de vidro, e, por trás da mesma, encontrava-se o gabinete do diretor. As demais janelas eram de madeira. Essa única casa seria Blumenau? – Oh não! Ali havia mais uma casa, lá outra e, mais adiante, via-se uma fileira de casebres, contudo, nenhuma dessas construções fazia jus à denominação de “casa”, pois eram apenas casebres, ou melhor, barracas construídas de acordo com o costume brasileiro e, em parte, inacabadas.
Esse era o Stadtplatz (centro) de Blumenau, como ainda hoje é denominado pelos colonos, embora tenha sido elevado à categoria de Vila.
Assim, os recém-chegados avistaram Blumenau pela primeira vez. Um olhava para o outro e ninguém ousava perguntar: por acaso isso é Blumenau?

Finalmente, vieram ao nosso encontro, o cônsul Gärtner e seu tio, o diretor, Dr. Blumenau, que trajava apenas camisa e calça, tendo na cabeça um chapéu de palha bem simples, denominado “chapéu de negro”. Calçava tamancos e, trazia pendurado no cinto, um facão.
Nesse “traje regional”, que no inverno era complementado por um jaquetão e um par de sapatos ou botas, vimos Dr. Blumenau andando por lá, durante muitos anos. Ele era alto e magro, e por trás de seus óculos, cintilavam olhos inteligentes Cumprimentou os imigrantes de forma rápida, porém cordial, deixando-os aos cuidados do Consul e de um companheiro de viagem, que havia chegado a Blumenau em companhia do Consul, visto que sua irmã casada vivia aqui há mais tempo.
- Se precisarem de alguma coisa, dirijam-se ao meu sobrinho ou ao Schröder.
Eles já estão a par de tudo. Hoje estou sem tempo, voltarei amanhã – disse o diretor, com seu modo pausado de falar, afastando-se, a seguir com um amável acesso.
- Venham, eu quero lhes mostrar os quartos – comunicou Schröder.
Bem, então havia quartos, algo bastante promissor. Ele nos levou em direção ao Garcia, onde realmente se encontrava o “hotel” com os nossos “quartos”! Que aspecto maravilhoso e promissor: uma edificação longa e estreita com muitas repartições, cujas paredes externas estavam tão lavadas pelas chuvas e danificadas pelas enchentes, que apenas o enxaimel permanecia em pé, e todo o barro de reboco se encontrava no solo, formando uma papa em tempo chuvoso. As paredes internas dessas repartições eram apenas ripas rachadas  de um tipo especial de palmeira, aqui denominada “palmito”, amarradas com cipó (raiz de parasita) em travessões. As ripas estavam jogadas desordenadamente e, em algumas partes, faltavam completamente.
Provavelmente, foram utilizadas como lenha e, ao que tudo indica, as camas do alojamento tiveram o mesmo fim, pois eram feitas do mesmo material. O chão não era assoalhado, nem aplainado. Podia-se contemplar o céu através do telhado, o que todos achavam muito prático, especialmente na época de chuva. Juntando-se a tudo isso ao estrume de alguns bois, que circulavam livremente por ali, podia-se obter uma imagem do rancho de imigrantes, ou como dizia Schröder: “a casa de recepção”. Finalmente, Schröder nos comunicou:
- Pois bem, aqui vocês terão que se acomodar da melhor maneira possível.
Após ter apresentado essa maravilha toda aos recém – chegados, despediu-se e seguiu seu caminho. Os pobres imigrantes realmente não sabiam se deviam rir ou chorar.
Porém, logo se concluiu que não restava alternativa, se não pôr mãos à obra e, vejam, foi mais fácil do que se imaginava! Alguns moradores dos arredores propuseram-se a nos ajudar e, antes de anoitecer, tudo estava acomodado. Naturalmente, faltava muito para que pudéssemos nos instalar confortavelmente, contudo, precisávamos nos conformar com aquilo durante os dias seguintes.
A noite, depois do jantar, todos estavam sentados ao ar livre e um sentimento estranho invadiu cada um – era a primeira noite na nova pátria, era noite de Natal! – Todos recordavam os natais na antiga pátria e, de repente, fez-se um silêncio estranho. De vez em quando se ouvia um som que parecia um soluço.
- Oh pátria! Oh, terra natal! Quão distante estás, e , ao mesmo tempo, tão próxima!
A principio, baixinho e timidamente, a seguir, cada vez mais alto e forte, ouvia-se a canção “Noite Feliz”, que se misturava com canto estridente das cigarras. Ninguém sabia quem havia iniciado, mas todos acompanhavam a pequena canção de rico conteúdo, cujos acordes ecoavam pelo céu estrelado. Era como se um anjo estivesse descido para acalentar todos os corações.
Nessa noite, mais do que durante a viagem inteira, todos se sentiram muito próximos uns dos outros. Ninguém percebeu que já era meia-noite! Passaram-se mais algumas horas entre conversas ora sérias, ora descontraídas, quando meu pai falou:
- Logo devem ser dez horas.
Aproximando o relógio à claridade da fogueira, Goldener respondeu sorrindo:
- Passaram-se quatro horas das dez, e agora são duas horas da madrugada!
Todos se levantaram admirados, apressando-se para chegar aos seus leitos. Será que adormeceram imediatamente? É difícil de responder! O pequeno coração humano é algo estranho, em determinadas ocasiões é difícil consolá-lo.
O primeiro dia na nova pátria.
          Na manhã seguinte, o Sol apareceu no horizonte com uma grande bola de fogo. Iluminando o novo dia, um feriado.
Com o Sol também veio o diretor, sozinho, passando por todos os alojamentos, dirigindo palavras cordiais aos presentes. Ele estava novamente com pressa, dando apenas respostas breves. Como não havia cozinha os imigrantes pediram lenha.
          - Cozinha? Bem, vocês devem construí-la sozinhos, porque as velhas caíram aos pedaços – respondeu sorrindo e, fazendo um movimento circular com a mão, explicou – Aí, ao redor, há mato suficiente, retirem o material que quiserem.  Apanhem a lenha onde possa ser encontrada.
          - Sim, sim, tudo isso pode ser muito bom, mas se os índios, ou as onças nos comerem? – murmurou, em dialeto, um segeiro.
          O diretor riu mais ainda.    - Nesses arredores não há, onças nem índios – explicou ele aos novatos assustados – Vocês devem se cuidar apenas para não se perder nas mata.
          Ainda havia muito para ser esclarecido, porém, o diretor cortou a conversa com as palavras:
          - Hoje, não! Hoje, não! Fica tudo para depois de amanhã.
Hoje, não tenho tempo! Desejo a todos um Feliz Natal – retirou-se às pressas.
          - Sujeito esquisito – comentou Goldenercom meu pai – Ele deve ter certas manias.
          - Deixa estar – retrucou meu pai – Nós precisamos conhecê-lo melhor.
          Enquanto meu pai e Goldener conversavam, alguns colonos da redondeza começaram  a chegar e , aos poucos, vieram mais e mais pessoas que ficaram sabendo de nossa chegada.
{...}

Karl Kleine

O livro é uma transcrição  do manuscrito original de Theo Kleine. Tradução Annemarie Fouquet Shünke. Organização Cristina Ferreira; Editora Cultura em Movimento, Blumenau 2011. Titulo original “Blumenau Einst.Erlebnisse und Erinnerungen”.
Livro com 342 páginas.
Arquivo família Kleine/Sérgio da Silva/Adalberto Day/Arquivo HJFS

- Faxinal do Bepe

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- A imagem do início da década de 60 mostra um grupo de amigos desbravando o Faxinal do Bepe, no Encano. A família Molinari, chegou à localidade por volta de 1951? (data ainda a ser confirmada). O encontro foi marcante na época, pois o veículo utilizado foi um Jipe, até então pouco comum nessa localidade. (Foto: Arquivo de Adalberto Day) Publicado no Jornal de Santa Catarina em 02 de julho 2008, coluna Almanaque do Vale do Jornalista Sérgio Antonello.
História
- Foi no ano de 1951, que a família Molinari deixou a cidade catarinense de Botuverá para ocupar as terras que adquiriu do governo. O caminho a nova propriedade era – uma trilha de cerca de 30 km rasgando a densa Mata Atlântica. Como se não bastasse o difícil acesso, a baixa fertilidade daquelas terras foi outra dificuldade encontrada pelos Molinari, imigrantes italianos vindos da região do Tirol.
Fotos: arquivo de Tânia Regina Moraes
Como a agricultura era pouco promissora, Bepe, o patriarca da família, optou pela pecuária, cuja renda sustentava a família e o pagamento das dívidas com o governo. Produziram muita lingüiça para poder pagar os compromissos assumidos. “Em dois anos, pagaram os títulos e se apossaram definitivamente das terras”.. A partir de então, aquele local ficou para sempre batizado de “Faxinal do Bepe”.
Adendo de Lauro Eduardo Bacca/Ecólogo 30/outubro/2013
Faxinal do Bepe o começo
Um século depois da saga dos primeiros dezessete imigrantes da Colônia Blumenau, outra saga acontecia, em escala bem menor em termos numéricos e espaciais, mas igualmente marcante em termos de aventura do espírito humano, por volta de 1950. Foi quando Giuseppe Molinari, o Bepe, morador de Lageado Baixo, município de Botuverá, passou a trabalhar para João Bianchini, que tinha posse de terras nas cabeceiras do ribeirão Warnow, município de Indaial, acessível por extensas picadas na floresta. “Viemos trabalhar na coivara e não saímos mais”, recorda seu filho mais velho, Ari Molinari, que então acompanhava o pai, aos 12 anos de idade.
Antes disso Giuseppe (José) já faziam incursões pela área, para conhecê-la e para caçar. Foi quando Ari esteve no lugar pela primeira vez, com o pai e o tio Vicentin. À noite, no acampamento montado com folhas e galhos obtidos ali mesmo na mata, o pai mandou que ele fosse buscar água no córrego logo abaixo, mas, “eu não ia, tinha medo”. Pudera. Ninguém morando por perto, selva pura, ruídos estranhos na escuridão, presença não apenas de tudo o que era real, mas, também e principalmente, no imaginário do menino que nessa ocasião tinha apenas oito anos!
Comprada a posse e feito o primeiro rancho com ripas de xaxim, telhado de palha e panela pendurada para o fogo no chão batido, veio a mudança com a família: Bepe e esposa Cléria, ainda na faixa dos 37 – 35 anos e os sete filhos vivos, dos onze que tiveram: Ari, com 14 anos, Davi aos 12, Isair com uns 8 anos, Dolores (6), Martim (5), Marta (2) e Jorge, de apenas 6 meses de idade. Picadão na floresta, por mais de 8 horas, todos a pé e descalços, como descalços viveram até hoje. Só de travessia de córregos, pés nas águas e nas pedras, foram 21 vezes. Cinco cargueiros (mulas) levavam a mudança simples, acomodada nos lombos e em bruacas nas laterais dos animais. Mais um cavalo. Justo a mula que carregava o berço do pequeno Jorge, teve a bruaca trancada numa ponta de taquara que estalou, assustando o animal que corcoveou, quebrando tudo. O bebê, por sorte, ia no colo da mãe. 
Com essa mudança começou, no dia 11 de fevereiro de 1953 ou 1957? a data ainda a confirmar, o quase lendário Faxinal do Bepe, uma espécie de vila familiar de tantas histórias, aventuras, sorrisos e dramas. Passados 60 anos os Bepe se despedem, mas o nome fica. Os visitantes continuarão. Não mais para caçar e destruir como muitos faziam, mas, para apreciar a fauna a ser recuperada e preservada, espera-se, no Parque Nacional da Serra do Itajaí.
Lauro Eduardo Bacca
Jornal de Santa Catarina 28/10/2013 | N° 13023
PRESERVAÇÃO
Foto: Patrick Rodrigues
Adeus ao Faxinal do Bepe
Missa marca despedida (27/10/2013) de Família Molinari de área INDAIAL - A estrada de terra castigada pela chuva de sábado à noite foi obstáculo pequeno diante da persistência para estar na última festa da Família Molinari, no Faxinal do Bepe, ontem de manhã. Pouco antes das 9h, o trecho que liga o Distrito do Garcia à comunidade reservava muito barro e pouca facilidade para os carros pequenos. Até mesmo o padre João Leonardo Hoffmann precisou ser resgatado por jipeiros para chegar à missa marcada para as 10h.
Cinco minutos antes da cerimônia ele estava lá, recepcionado por Isair Molinari, a esposa Teresa e os filhos Angelo e Ana Paula. A missa e a festa marcadas foram símbolos do fechamento da pousada mantida pela família há pelo menos 50 anos. A partir desta semana, os precursores do Faxinal do Bepe começam a sair da comunidade, cuja área será desapropriada para uso do Parque Nacional Serra do Itajaí.
A partir de hoje (28/10/2013), conforme combinado pelos Molinari com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a unidade ambiental, a pousada não poderá ser mais aberta. Os tradicionais encontros de jipeiros, ciclistas e adoradores da natureza agora só serão permitidos diante de autorização prévia. Apesar de o encontro de ontem ter sido uma despedida, a alegria predominou. Todos que estavam presentes tinham uma história para contar sobre aventuras no Faxinal do Bepe. A maioria começava o assunto pela mesma forma: “venho aqui desde pequeno”.
Dos sete filhos de José Molinari, o criador do faxinal, quatro estavam lá. Com eles, filhos, netos, amigos, conhecidos. Na missa rezada pelo padre João Leonardo, a pequena capela de Bom Jesus de Iguape, construída pela própria família, ficou ainda menor. Do lado de fora, era possível ver pessoas chorando pela despedida.
– Vim de moto no começo do ano pela primeira vez. É uma alegria pra mim ser o escolhido para celebrar este momento – afirmou o padre.
Depois da missa, um churrasco foi servido com alimentos da propriedade dos Molinari. A música da gaita embalou o começo da tarde e ditou os últimos momentos do local que será guardado na memória dos frequentadores:
Ontem à noite (27/10/2013), a Pousada dos Molinari foi fechada pela última vez. A partir da saída da família da propriedade, a Furb deve ocupar o local como base para recuperação do meio ambiente do Faxinal do Bepe. O que os antigos frequentadores, amigos, familiares e os próprios Molinari esperam é que a comunidade continue exibindo a natureza que os atraiu para lá.
ÂNDERSON SILVA

Entenda o caso
- Com a criação do Parque Nacional Serra do Itajaí, em 2004, o plano de manejo da unidade de conservação prevê que as áreas sejam desapropriadas para uso da União.
- As indenizações das aproximadamente 300 propriedades começaram em 2010. Até o momento, apenas nove foram regularizadas.
- Entre elas, estão três irmãos da família Molinari, que criou o Faxinal do Bepe. Ari foi o primeiro a deixar a área. Agora, sairão Isair e Martin. Os dois receberam as indenizações e precisam sair ainda este mês (Outubro/2013).
- Ontem 27/10/2013 eles fizeram a missa de despedida do local. A família vai se mudar.
- O local passou a ser chamado de Faxinal do Bepe em alusão a José Molinari, patriarca da família. Em Italiano, José significa Bepe.

Adendo de Renato Noveletto:
Ola, na verdade a família Molinari  não tem a sua origem no Trento: Leia isto:
Sia Molinari che Molinaro sono panitaliani, anche se Molinaro è più concentrato al sud, Molineri è piemontese del cuneese, di Cuneo, Caraglio, Mondovì e Valgrana, Molinero, sempre piemontese, è però specifico del torinese, di Pinerolo, Avigliana, Scalenghe, Frossasco e Torino, dovrebbero tutti derivare, anche attraverso alterazioni dialettali, da soprannomi basati sul vocabolo tardo latino molinarius (addetto al mulino), probabilmente indicando così quale potesse essere il mestiere dei capostipiti, dei mugnai o dei lavoranti presso un mugnaio.
http://www.cognomiitaliani.org/cognomi/cognomi0011o.htm
Agora, o Carlo Molinari nasceu em 1874 no comune de Bieno,TN e veio para o Brasil ainda criança e a família primeiro foi para Nova Trento e a partir dali alguns foram em direção a Botuverá e outros para o que na época se chamava de linha dos pomeranos  e posteriormente com a chegada dos trentinos que ocuparam as terras mais à frente caminho dos tiroleses.  Esta estrada existe ate hoje pois é uma estrada vicinal ligando Pomerode a Timbó.
De timbó, quando os imigrantes (maioria de venetos) veio para região se fixaram em Ascurra e quando foi a vez de colonizarem o alto vale do Itajaí todos subiram a serra e é por isto que hoje em rio do sul, onde moro ha uma verdadeira confusão de sotaques sendo que o trentino foi preservado devido a atuação forte da região do trento e também porque foi para cá que a grande maioria imigrou. Alguns ficaram em Vitoria, já na primeira viagem que fizeram entre o final de 1874 e inicio de 1875. Posteriormente, ate 1880, outros imigrantes trentinos e venetos vieram se juntar à estes imigrantes e um grupo que veio mais tarde, entre 1882 e 1885 vieram com os imigrantes venetos  e foram parar no Rio Grande do Sul.
Mas o que conta mesmo é o nosso avô ou bisavô. É através dele que a cidadania será obtida.  E se ninguém da sua família deu entrada no pedido de dupla cidadania agora só indo na Itália e entrando com processo judicial junto a corte de assissi, que seria uma espécie de corte de apelação, que trata de assuntos menores, não criminais. A vantagem é que com uma procuração (de cada interessado) todos saem beneficiados em um mesmo processo e se alguém da família já obteve só indo diretamente no comune para apresentar o pedido.

Um abraço
Renato Noveletto
de Rio do Sul, SC
__________ 
Arquivo de Adalberto Day

- Histórias que o Rádio conta

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HISTÓRIAS QUE O RÁDIO CONTA
Mais uma participação do renomado escritor e jornalista Carlos Braga Mueller que hoje nos relata sobre os “Shows” dos cantores de Rádio. 
Por Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista.

OS “SHOWS” DOS CANTORES DO RÁDIO 
Nos anos 50 e 60 do século passado era comum  que os cantores que faziam sucesso nas grandes emissoras nacionais fizessem excursões, apresentando-se aos fãs espalhados pelo imenso Brasil.

Era o tempo em que existiam no Rio, SP e em outras cidades os fã-clubes de Emilinha Borba e de Marlene, arqui-inimigos, que se enfrentavam, e se engalfinhavam, na frente dos prédios das emissoras de rádio, cada qual querendo que seu ídolo fosse o melhor! Outros artistas também possuíam seus fã-clubes: Roberto Carlos (que até hoje tem o recorde de possuir ativo o fã-clube “Um Milhão de Amigos); Cauby Peixoto, Ângela Maria, nomes que não estão mais nas manchetes. 
As manifestações eram um desespero de corações emocionados, de adolescentes desmaiando, entre tapas e beijos do público aglomerado nas calçadas, quando um artista famoso desembarcava do carro e se dirigia ao auditório da rádio, geralmente a Nacional do Rio, campeã absoluta dos programas de auditório, como os comandados por César de Alencar e Paulo Gracindo.

Era um tempo em que os cantores do rádio também eram vistos nos filmes carnavalescos feitos a cada ano, as famosas chanchadas, principalmente da Atlântida do Rio de Janeiro, que criaram verdadeiros mitos, como Eliana, Anselmo Duarte, Cyll Farney, Adelaide Chiozzo, Oscarito, Grande Otelo, Ankito...
Eliana - Foto divulgação
Adelaide - Foto divulgação
Quando Eliana e Adelaide Chiozzo vieram a Blumenau nos anos 50, uma multidão de fãs aglomerou-se em frente ao Hotel Rex, para  ver de perto seus ídolos da tela e pedir-lhes um autógrafo.  
Foto divulgação
PERI RIBEIRO EM BLUMENAU
Naqueles anos de ouro do rádio eu era locutor da PRC-4 Rádio Clube de Blumenau, pioneira em Santa Catarina.
Quando um artista chegava a Blumenau, geralmente se apresentava no palco do Cine Busch, com transmissão pela PRC-4.
A proximidade do estúdio da rádio (Rua 15 de Novembro esquina com Nereu Ramos) com o Cine Busch (na Alameda Rio Branco), não era mais do que 100 metros em linha reta e existia uma “extensão” permanente (fio) entre os dois pontos para garantir as transmissões dos artistas “ao vivo”.
Rádio Clube PRC4 no antigo Lojas A Capital
Foi assim que no início dos anos 60, Peri Ribeiro, começando sua carreira, veio a Blumenau para apresentar-se em um espetáculo à noite.
Durante o dia, Peri visitou o estúdio da rádio, onde deu entrevista. Depois descemos (a rádio ficava no segundo andar) e fomos tomar cafezinho no Pingüim, que ficava na Rua 15, esquina com a Travessa 4 de Fevereiro, hoje Rua Ângelo Dias.

Estas lembranças me vieram a propósito de um filme de apenas 3 minutos, acessado no Youtube, onde se confirma que Peri Ribeiro foi o primeiro cantor a gravar “Garota de Ipanema”, considerada hoje uma das músicas mais gravadas ao redor do planeta. 
Peri chamava-se Peri Oliveira Martins, mas nos anos 50 adotou o nome artístico de Peri Ribeiro, por sugestão do radialista César de Alencar.
Nascido em 27 de outubro de 1937, era filho de famosos: seu pai, o cantor e compositor Herivelto Martins, e sua mãe, Dalva de Oliveira fazem parte da história da música popular brasileira. Os dois, juntamente com o “colored” Nilo Chagas, constituíram o conjunto vocal “Trio de Ouro”, que depois teve vários outros componentes.
Peri morreu no dia 24 de fevereiro de 2012, aos 74 anos, de infarto do miocárdio. 
Escreveu um livro contando a vida atribulada dos pais: “Minhas Duas Estrelas”. 
CURIOSIDADE: A GAROTA DE IPANEMA NA VIDA DE PERI RIBEIRO 
Por que Peri foi o primeiro a gravar a famosa canção “Garota de Ipanema”?
Pode ser lenda, mas lá pelo início dos anos sessenta, Peri  freqüentava a mesa de bar em Ipanema onde se reuniam os “papas” da bossa nova, entre eles Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

Vinicius e Tom não se decidiam sobre a letra definitiva da canção.
A primeira versão fora batizada de “Menina que Passa”, era batucada no tampo da mesa, na caixa de fósforos, cantarolada pelos autores, e tinha a seguinte letra: 
“Vinha cansado de tudo
De tantos caminhos
Tão sem poesia
Tão sem passarinhos
Com medo da vida
Com medo de amar
Quando na tarde vazia
Tão linda no espaço
Eu vi a menina
Que vinha num passo
Cheia de balanço
Caminho do mar.”
A letra, porém, não agradava a Tom Jobim e nem mesmo a Vinicius, que a refez, mudando o nome para “Garota de Ipanema”. A inspiração foi uma jovem, Helô Pinheiro, que de vez em quando passava pela frente do bar, em direção a praia.
Os versos da nova versão, mais inspirada, começavam com a estrofe que imortalizou a canção no Brasil e pelo mundo afora:

“Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
Que vem e que passa
No doce balanço, a caminho do mar.”

De tanta discussão em torno da música, e prevendo que em alguma nova rodada de uísque, naquela mesa de bar, a letra pudesse mudar de novo, Peri Ribeiro, calado e sem avisar os autores, a gravou mais que depressa na sua privilegiada voz, não deixando de dar os créditos, no disco, a Tom e Vinicius.
Começava assim, pelo ímpeto do então jovem cantor, a gloriosa carreira da “Garota de Ipanema”.
Texto Carlos Braga Mueller/Arquivo de Adalberto Day  

- Jorge Dória

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Apresentamos mais um texto de Flavio Monteiro de Mattos
Carioca de nascimento e BLUMENAUENSE POR OPÇÃO". Nos relatando sobre Jorge Dória.

O Último Ato de Um Grande Ator
Com a morte de Jorge Dória (12/12/1920 - 06/11/2013), o plantel de comediantes e humoristas brasileiros torna-se cada vez mais árido e suscetível que se descubram “talentos” tão risíveis que, comparados ao quilate da turma a qual o Jorge fez parte, não encontrariam oportunidades sequer para uma réles figuração.
Foto 1959: Anthero Frota de Mattos e Nagel Mello
Meu pai foi amigo do Jorge desde a época em que usava Pires Ferreira, seu sobrenome de batismo. Conheceram-se no Colégio Militar do Rio e por conta respectivos dotes artísticos, precoces e incomuns, se tornaram amigos de várias estrepolias e a mais “espetacular” protagonizada pela dupla foi a fuga do serviço, em pleno carnaval, dentro do caminhão que fornecia carnes e outros víveres. Segundo meu pai, esgueiraram-se para dentro do veículo, que rodou por algumas horas e quando finamente parou, e as portas da “liberdade” se abriram... Estavam no pátio do quartel do Exército, em Deodoro, que culminou com o convite para que se retirassem da instituição.
Quis a vida que os dois novamente e já adultos se reencontrassem e novamente sob os auspícios de um órgão federal chamado, na época, de Caixa de Amortização, que veio a ser o precursor do Banco Central. Além do Jorge (ainda Pires Ferreira), a Caixa era o porto seguro onde ancoravam projetos de futuros astros como meu próprio pai (primeiro seresteiro do Oswaldo Sargentelli do programa “Viva Meu Samba”, na rádio Mundial AM), Miltinho, (cantor, que ainda está vivo), Pato Preto (comediante, trabalhou na antiga TV Tupi, no programa Clube do Guri - http://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_do_Guri).
Foto divulgação.
Nessa época, o Jorge Dória já caminhava rumos aos palcos, tendo feito alguns papéis em peças teatrais. Relatava meu pai que quando o Jorge colocava o paletó no encosto da cadeira e dizia que ia comprar cigarro, era a senha que estava ensaiando e não tinha hora para voltar.
Lá por volta de 1961 ou 62, não tenho certeza, o Jorge já Dória apareceu lá em casa, por volta da hora do jantar, animadíssimo porque fora confirmado no filme O Assalto ao Trem Pagador
Foto divulgação.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Assalto_ao_Trem_Pagador), no qual faria o delegado encarregado de prender o bandido Tião Medonho. Além de querer partilhar a boa notícia, queria a ajuda do meu pai para compor a caracterização do personagem que fugisse ao estereótipo do delegado de polícia da época que, segundo ele, era obrigatoriamente magro, de cabelos pretos e bigodinhos finos. Meu pai, frequentador e fã de Blumenau, sugeriu-lhe que incorporasse um delegado da cidade, que conheceu através do cronista Nagel Mello e o Jorge Dória gostou tanto da sugestão que levou para as telas um delegado alto, louro e sem os bigodes que tanto execrava.
Ainda sobre o filme, durante a gravação foram inúmeras as vezes que o Jorge Dória surgiu lá em casa e nestas ocasiões trazia debaixo do braço os diálogos, distribuindo-os para meu pai, minha mãe e às vezes para mim, para que os ajudasse a decorar suas falas.
O sucesso do filme foi estrondoso e o Jorge Dória chegou a programar uma ida à Blumenau conosco, mas nunca aconteceu, já que se tornou merecidamente famoso.
Foto divulgação: Jorge Dória
Em 1974, estrelou a primeira versão tupiniquim da Gaiola das Loucas, talvez o seu maior sucesso no teatro. Perto do fim da temporada fui assisti-lo e meu pai sugeriu que o procurasse. Cheguei ao teatro mais cedo e pedi que o chamassem, mas temia que não se lembrasse de mim, como de fato aconteceu. Somente quando foi informado que o filho do Anthero o procurava é que apareceu e do hall do teatro, vestindo camiseta regata, cuecas samba canção, meias e sapatos sociais, perguntou, com seu jeito gaiato: - Por que não disse que é o Antherinho?
Engrenando na TV tornou-se o primeiro Lineu da Grande Família. Passamos a vê-lo nos programas de televisão, mas volta e meia meu pai comentava que tinham se encontrado.
Ainda nos encontramos por algumas vezes. Uma delas foi na fila do caixa de um supermercado, em Ipanema, e ao lhe apresentar minha filha Patrícia, achou-a muito parecida com minha mãe. A última foi no aeroporto Santos Dumont. Eu embarcava para São Paulo o dono da empresa para qual trabalhava e o Jorge Dória aguardava alguém vindo da mesma cidade. Quando me aproximei dele, foi logo dizendo que eu estava a cara do Antherinho (!) e meu deu dois beijos.
Tenho certeza que a partir de hoje, as noites celestiais serão muito mais animadas e divertidas.
Obrigado, Jorge Dória. Vamos sentir sua falta!
 Arquivo divulgação.

- 53º JASC Blumenau 2013

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53º JASC – Jogos abertos de Santa Catarina em Blumenau de 20 a 30 de novembro/2013. 
História de Blumenau: Clicar em
Jogos abertos de 1962 em Blumenau – Estádio do Amazonas (foto) preparado exclusivamente para esses jogos, após ser destruído totalmente na enxurrada violenta de 31/outubro de 1961.

Em 1962 foi realizado pela primeira vez os JASC em Blumenau, e um dos locais das competições era o magnífico Estádio do Amazonas do Bairro Garcia. Ainda garotinho pude acompanhar principalmente as modalidades de Atletismo e Ciclismo. Recordo-me muito bem do Waldemar Thiago, da família Boos e Dias do Amazonas, Belz e do próprio Thiago pelo Olímpico e tantos outros extraordinários atletas. 

Blumenau sempre teve grandes atletas em todas as modalidades. Quero aqui destacar o nome de Waldemar Thiago de Souza (foto), como atleta símbolo. A história de Waldemar Thiago de Souza confunde-se com a do atletismo catarinense. Nascido em 1926, na localidade de Espinheiro (Ilhota), veio para Blumenau ainda jovem. Durante décadas foi o quase que imbatível atleta fundista de 5 mil e 10 mil metros. Representou Santa Catarina pelo Brasil, levando o nome de Blumenau além-fronteiras na década de 40. Um derrame tirou Waldemar Thiago das pistas, mas não freou o crescimento da semente por ele plantada. Faleceu no dia 17 de março de 2007, aos 81 anos.

História:
Os Jogos Abertos de Santa Catarina foram criados em Brusque pelo desportista e empresário brusquense Arthur Schlösser (foto) e tiveram sua primeira realização em Brusque no período de 7 a 12 de agosto de 1960. Em 1956 Arthur Schlösser esteve em São Paulo colhendo informações e inteirando-se dos Jogos Abertos do Interior, que são realizados anualmente no estado de São Paulo, com a finalidade de criar em Santa Catarina uma competição semelhante. Em 1957, 1958 e 1959 Arthur Schlösser custeou parte da ida das equipes da Sociedade Esportiva Bandeirante de Brusque aos Jogos Abertos do Interior, nas cidades paulistas de São Carlos, Piracicaba e Santo André, a fim de obter mais subsídios para que tivesse reais condições de criar os Jogos Abertos de Santa Catarina. 
Na cidade de São Carlos em 1957 os dirigentes brusquenses mantiveram na Comissão Central Organizadora contato com Baby Barioni que fundou no ano de 1936 na cidade paulista de Monte Alto os Jogos Abertos do Interior.
 Neste encontro os dirigentes brusquenses expressaram a Baby Barioni que na cidade de Brusque Arthur Schlösser pretendia realizar uma competição nos moldes dos Jogos Abertos do Interior. Além de fornecer regulamento, formulários e material, Baby Barioni nos solicitou que incentivássemos e auxiliássemos Arthur Schlösser a criar os Jogos Abertos em Santa Catarina. Desde 1957 Arthur Schösser Vinha mantendo entendimentos e reuniões com desportistas e autoridades brusquenses para a fundação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, incluindo sua primeira disputa no ano de 1960 como parte integrante oficial das comemorações do Centenário de Brusque. Em 1958, 1959 e até o início dos primeiros JASC, as reuniões comandadas por Arthur Schlösser - eleito Presidente da CCO - Comissão Central Organizadora - foram sendo realizadas regularmente, inicialmente no escritório de Arthur Schlösser, depois na S.E. Bandeirante, e por fim na sede da CCO no 1º andar do Edifício Centenário no centro de Brusque. O grande mérito de Arthur Schlösser não ficou tão somente na criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, mas sim na sua dedicação e consideráveis gastos para que a competição não sofresse solução de continuidade.
QUEM FOI ARTHUR SCHLÖSSER:
Arthur Schlösser, "Pai dos Jogos Abertos de Santa Catarina" nasceu em Brusque em 26-5-1916 e faleceu em 28/10/1969. Casou com Regina Scheidemantel, e teve os filhos Roberto (já falecido) e Elisa. Foi Presidente da Sociedade Esportiva Bandeirante - onde foram realizados em 1960 os primeiros Jogos Abertos de Santa Catarina, e sempre participou de sua Diretoria e Conselho Deliberativo. Arthur Schlösser jogou futebol no Sport Club Brusquense, depois Clube Atlético Carlos Renaux. Foi atleta da S.E. Bandeirante de Brusque nas modalidades de ginástica, punhobol, tênis, voleibol e basquetebol. Participou da criação e incentivou o intercâmbio com Clubes de São Paulo, Joinville e Blumenau através da S.E. Bandeirante. O Ginásio de Esportes da S.E. Bandeirante, inaugurado por ocasião dos VI Jogos Abertos de Santa Catarina realizados em 1965 em Brusque, foi iniciativa de Arthur Schlosser que destinou substancial auxílio para sua construção, não tendo Arthur aceitado que fosse colocado o seu nome ao Ginásio de Esportes, conforme era desejo da Diretoria e do Conselho Deliberativo da S.E. Bandeirante. Arthur Schlosser Foi Presidente do Rotary Clube de Brusque na gestão 1955/1956, sendo formado em fiação tecelagem, iniciando em 1-10-1941 suas atividades na Cia. Industrial Schlosser, onde chegou a ocupar o cargo de Superintendente. 
Acervo: Valdir Appel
Mais história dos JASC - clicar em:

Observação.:
Em 1983 não foram realizados os JASC, devido a grande enchente que assolou toda região do Vale do Itajaí.Os jogos Abertos de 2008, teve seu início, mas foi cancelado devido a tragédia ocorrida em novembro de 2008 em toda região.
Lista dos campeões gerais:
- Blumenau = 39 vezes - 1962,  1964,1965, 1967 a 1982, 1984 a 1991, 1994 a 2000 e de 2003 a 2007
- Florianópolis8 vezes - 1960, 1961, 2001 ,2002, 2009,2010,2011,2012 
- Joinville = 4 vezes 1963, 1966, 1992 e 1993
Alguns Cartazes dos JASC. 
Colaboração radialista Amauri Pereira
Acesse
http://www.fesporte.sc.gov.br/
 Arquivo de Amauri Pereira/Adalberto Day 

- O pé de limão da vizinha

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Em histórias de nosso cotidiano apresentamos hoje a história de Nilton Sérgio Zuqui. (nascido em Blumenau  14/08/1964 na Maternidade Elsbeth Koehler),
de sua infância humilde, simples como todos os moradores das casas populares da Empresa Industrial Garcia, porém com muita dignidade.
Foto comemorativa aos 25 anos de matrimonio maio  de 2011. Nilton e Roseli Zuqui
Um cidadão do bem
Um menino que vendia picolés e também cestinhas de páscoa pelas ruas dos Bairros Progresso, Glória e Garcia para ajudar no orçamento familiar.
Seu maior desejo desde seus 9, 10 anos, ser um dia um grande vendedor.
Também jogou futebol no Amazonas, no 12, Associação Artex. Era “Goleiro”, banhava-se no “Tapume” uma rua transversal da Emilio Tallmann, e foi coroinha.
Torcedor apaixonada pelo Corinthians e Vasco da Gama
Tudo começou em certo dia quando acompanhava seu pai Argeu Zuqui que trabalhava na Empresa Industrial Garcia e jogador do Amazonas. Por volta de 1970, em um final de semana foram ao Açougue conhecido como “Capitãode Walter Haupt - na Rua da Glória, bem em frente à entrada da Rua Belo Horizonte na época conhecida como Rua do Pfiffer (Fifa).
Seu Pai solicitou carne temperada para final de semana (o que era raro), mas era isso que desejavam comprar, Churrasco temperado com limão e o Sr. Walter o “Capitão” do açougue não possuía. 
Então logo o menino Nilton percebeu uma oportunidade de vendas, pois era sabedor que a vizinha possuía três pés de limão em seu enorme “galinheiro” em sua propriedade.
Já com a mente imbuída de bons pensamentos, o menino via deslumbrar a sua frente a grande oportunidade que lhe faltava.
Na quarta-feira próxima, colheu duas sacolas (aquelas de náilon) com limão e foi com todo entusiasmo oferecer ao dono do Açougue “Capitão” que de imediato já o desmotivou, dizendo que "não precisava de limão".
O menino Nilton persistente insistiu “Precisa sim” pois ouvi quando meu pai  (foto de seus pais) solicitou churrasco temperado e o Sr. não possuía e que não tinha tempo para procurar limão.
Ilse Maria Zuqui e Argeu Zuqui seus pais e meus amigos.
Foi neste instante que o menino compreendeu como funcionavam vendas, atender as necessidades dos clientes, “sim clientes”.
Dali em diante o Sr. “Capitão” também deslumbrou uma nova etapa em sua venda com carne temperada.
Então todas as quartas-feiras levava duas sacolas com limão para vender, ao dono do Açougue.
Também no início dos anos 1980 vendia livros de porta em porta, (em toda a região do vale e litoral) em especial BÍBLIAS E DICIONÁRIOS, era uma época em que se preenchia um carnê com as parcelas normalmente 10 ou 12, e o cliente ia ao banco efetuar o pagamento.
Roseli,Nilton
Irene Martins, Mariane e Felipe.
Amizade muito sólida há mais de 25 anos 
Clésio Comandolli, Zuleica Hort Comandolli, Norton , Lara Dominiqui Comandoli.
Depois o jovem ingressou na Cooperativa da Artex, e em seguida na  própria Artex, só para não contrariar os costumes da família e do bairro. 
Porém vendas sempre foi sua grande paixão.
Hoje o então já experiente menino de outrora, realizou um sonho de estar fazendo gestão de vendas (gerenciando uma equipe de 22 representantes no país), e tendo a oportunidade de conhecer um pouco de nosso imenso Brasil varonil.
Sua experiência que começou com a venda de picolés, até chegar ao limão, passou também como vendedor de docinhos caseiros e principalmente dos gostosos doces de Natal. 
Trabalhos comunitários
Nilton também foi atuante na comunidade através da Associação de Moradores da “Metajuha”,  http://metajuha.blogspot.com.br/ onde pôde junto com diversos colegas, inclusive eu “Adalberto Day”, Nivaldo M. Vieira, Hilário Boos (In memorian), Armando Boos, Ademir M. Gonçalves, Vanderlei Mateus, Nicodemos Martins, Pedro Albino, Mário Colombi, Luiz Boos, Erica Boos, Dona Generosa da Costa Teixeira (In memorian) Terezinha  e outros.
Entre tantas conquistas, a abertura, pavimentação das Ruas Emilio Tallmann e Júlio Heiden, como também corredor de ônibus, nos idos anos de 1996.
Também atua como conselheiro matrimonial dando palestras aos jovens casais nas igrejas. 
Arquivo de Nilton Sérgio Zuqui/Adalberto Day 

- As Salas de Cinema

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RELEMBRANDO A ERA DAS GRANDES SALAS DE CINEMA  - MOMENTOS INESQUECÍVEIS 

Por Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista em Blumenau

Nunca é demais recordar o importante papel das duas principais salas de cinema, Cines Busch e Blumenau, para a diversão dos  blumenauenses durante oito décadas..
Depois de usar o Salão Holetz durante mais de 35 anos  para suas exibições cinematográficas, o Cine Busch resolveu construir um prédio próprio, o que aconteceu em 1940, quando foi inaugurado o então novo Cine Busch (bem ao lado do Salão Holetz). Suas linhas "art dèco" chamam a atenção até hoje, embora o cinema já tenha sido desativado e o prédio reformado, guardando a característica quase original da  fachada.
Onze anos depois - 1951 - era registrada a inauguração do Cine Blumenau, que veio para concorrer com o Busch, e assim durou até que alguns anos depois os dois foram incorporados por uma empresa da capital, os Estabelecimentos José Daux, que mantinham o monopólio de quase todos os cinemas de Florianópolis
Durante 4 décadas o Cine Busch reinou absoluto em Blumenau, como o único cinema do centro da cidade.
Existiram, a partir da década de 40, os cinemas de bairro: o Cine Garcia, na Rua Amazonas, e o Cine Mock na Itoupava Norte.Mais tarde viriam o Atlas na Vila Nova.
Mas na área central o Busch era o único.
Até que em 1951, por iniciativa de Antônio Cândido de Figueiredo, foi inaugurado o Cine Blumenau.
Quase 1.300 lugares, distribuídos na platéia e balcão, davam ao novo cinema a dimensão que tinham que ter os cinemas da época: grandes e com telas gigantes !

A INAUGURAÇÃO 
Depois de pronto o prédio, especialmente construído para abrigar o cinema, foi marcada a data da inauguração:  28 de julho de 1951, uma sexta-feira.
Filme de estréia: uma super produção romântica de capa e espada:"As Aventuras de Don Juan" (The Adventures of Don Juan), com Errol Flynn no papel do herói, e mais Viveca Lindfors, Robert Douglas, Alan Hale, Ann Rutherford e outros, com direção de Vincent Shermann.

A comunidade blumenauense atendeu em massa o convite para prestigiar a primeira sessão do Cine Blumenau, conforme ficou registrado em foto histórica, cujo original faz parte do Arquivo de Blumenau.
Os ternos, gravatas,  vestidos da moda, deixaram os armários e todos se vestiram a rigor para assistir As Aventuras de Don Juan.
Antônio Cândido de Figueiredo, o proprietário, e seu filho Caetano, recepcionavam as autoridades, convidados especiais e amigos na ampla sala de espera.

Quando todos estavam em seus lugares, cinema lotado, o gongo soou e as luzes apagaram. Apenas permaneceram acesas as luzes-guia, amarelas e vermelhas.
Na grande tela, logo após a exibição de um jornal cinematográfico e trailers, foi projetada a logomarca da Warner Bros, anunciando o filme em cartaz.
Até então, o Cine Busch tinha a exclusividade de exibir os filmes de todas as companhias cinematográficas; com a chegada de um novo cinema cada empresa ficou com determinadas companhias. Coube ao Cine Blumenau exibir os filmes da Warner Brothers em nossa cidade.

AS EMOÇÕES VIVIDAS COM O PRIMEIRO FILME 
Após uma decepção amorosa na Inglaterra, Don Juan (Errol Flynn) é chamado de volta à Espanha para ser o instrutor de esgrima da academia real.
Ao chegar, Juan encontra a bela Rainha Margareth (Viveca Lindfors) e o rei Phillip III, este manipulado pelo perverso Duque Le Lorca.
Le Lorca planeja utilizar quase todas as reservas do país para aumentar as tropas militares, mas a rainha abre os olhos de Phillip e o convence de que o povo precisa mais dos recursos do que o exército.
Para continuar com seu plano, Le Lorca precisa dar um fim em Margareth e então planeja um atentado contra ela.
Fazendo o que sabe de melhor, conquistar as mulheres, Don Juan toma conhecimento dos planos de Le Lorca e junto com seus leais aprendizes de esgrima ergue sua espada e trava uma batalha contra os traidores a fim de salvar a amada rainha das garras da morte. 
O filme tinha 110 minutos de duração, quase duas horas, que passaram sem que os espectadores ficassem entediados, porque  todos divertiram-se muito com as peripécias de Errol Flynn, então um dos maiores astros de Hollywwod. 
Na saída, os cumprimentos que a família Figueiredo recebeu comprovaram a satisfação dos blumenauenses, que agora tinham mais um cinema na cidade, e este era maior e mais moderno que o Busch.

FATOS CURIOSOS 
A TELA DO CINEMASCOPE EXIGIU REFORMAS 
Quando em 1955 foi anunciada em Blumenau a novidade do Cinemascope, com "som estereofônico", todo mundo ficou curioso.
O Cinemascope deixava de lado as telas quadradas e abria o panorama para ambos os lados, constituindo-se em uma tela retangular ... e enorme.
A tela comum do Cine Blumenau, onde a novidade seria instalada, já era grande. E iria ficar maior ainda.
O palco do cinema era ornado com duas belas colunas gregas, uma em cada lado.
Para proporcionar a tela cinemascope as colunas foram retiradas.
E assim, Blumenau teve acesso às projeções de filmes através das "lentes anamórficas", que abriam a imagem para os lados e deixavam todos encantados com uma bela visão de atores e cenários mais amplos.
A estréia do Cinemascope  em nossa cidade deu-se com bastante propaganda pelo rádio e jornais.
No dia 5 de agosto de 1955 foi exibido o primeiro filme pela nova técnica: Caminhos Sem Volta, um emocionante drama sobre corridas de carros, o que seria hoje a Fórmula 1. 

OS BICICLETÁRIOS  
Naqueles tempos era grande o número de pessoas que andavam de bicicleta em Blumenau.
Além de usarem este veículo para ir ao trabalho, era na bicicleta, também, que iam ao cinema.
Por isso, o Cine Blumenau não se descuidou e montou, na lateral do prédio, um grande "bicicletário". Eram dezenas de encaixes para a roda dianteira da bicicleta. Ali o veículo ficava guardado em segurança até o final da sessão, sob os olhos vigilantes de um jovem, o Bubi, que se tornou figura muito conhecida na época.
Já o Cine Busch tinha no porão um local para se guardar as bicicletas.

CORRIDA PARA NÃO PERDER O ÔNIBUS 
Um problema sério enfrentado por aqueles que iam ao cinema antigamente era quando o filme ultrapassava o tempo normal, geralmente de uma hora e meia.
Se a sessão passasse das 10 da noite, e você não tivesse carro, moto ou bicicleta, perdia o último ônibus para os bairros.
Era muito comum ao final da sessão, mesmo antes da palavra FIM aparecer na tela, o público levantar-se e ir saindo do cinema,  para não perder o ônibus.
Alguns até sacrificavam o final do filme e saíam correndo ... pescoços voltados para trás ..os que moravam nas Itoupava e na Velha  atravessavam a Rua 15 de Novembro para acessar o ponto de ônibus que ficava um pouco antes da Casa Willy Sievert . Para quem ia ao Garcia, era mais fácil: o ponto ficava em frente ao cinema. A Rua 15 tinha duas mãos de direção, subia e descia...

A ENCHENTE ACABOU COM O CINE BLUMENAU 
Na enchente de 1983, contrariando todas as expectativas de nível do Rio Itajaí-Açu (mais de 15 metros acima do normal), o cinema foi invadido pelas águas. Poltronas encharcadas, piso solto, situação de desespero da comunidade foram motivos suficientes para os donos do prédio acharem outro destino para ele: seria ocupado durante alguns anos  pelas Lojas Americanas e atualmente abriga uma loja do Magazine Luiza (2013).
Arquivo de Adalberto Day/ e fotos reprodução.  

- Meu natal inesquecível

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Em histórias de nossos natais inesquecíveis, apresento o texto de Dalva Day, relatando o Natal de 1963, e seu presente inesquecível.

Lembro-me com saudades, dos natais de minha infância. 
Não tínhamos preocupações maiores. Os preparativos para o natal eram organizados pela nossa mãe, já nos meses anteriores a dezembro. Ela fazia deliciosos docinhos de natal, decorados com mistura de claras e bolinhas coloridas. Misteriosamente sumiam nossas bonecas algumas bonecas de louças” a minha já era de plástico, as conhecidas bonecas da Estrela, ganha pelo meu pai em uma festa de igreja , era linda de vestido azul de “tuli.”
Se perguntássemos sobre as nossas bonecas, nossa mãe respondia que elas tinham ido fazer uma viagem, ou estavam hospitalizadas. 
Em nossa ingenuidade acreditávamos, mesmo que todo ano era a mesma coisa. Era lindo ver o mês de dezembro chegar. 
Férias, podíamos brincar em frente da casa das 18:00 horas às 20:00 horas, meninas podiam ficar pulando corda (fúria) jogavam mata soldado, jogo da amarelinha, enquanto que os meninos jogavam bola (peladas), andavam de bicicletas, jogo de trave.
Bastava às mães chamarem os filhos no horário determinado, que todos obedeciam e voltavam felizes para casa, tomávamos banho, dar benção aos pais e ir dormir.

Em geral as famílias possuíam proles numerosas e na época de natal os pais davam a seus filhos um presente simbólico. 
Lembro-me quando meu irmão ganhou um relógio de pulso na era dos movidos a corda . Em outro natal, minha irmã mais velha recebeu uma pulseira de ouro.
Lembro-me como se fosse hoje, quando recebi o meu presente de natal que ficou na minha memória. Estávamos de mudança para a nova casa. Meus pais construíram a casa em três anos, onde seria o lar da família. Mesmo que todos nos estudávamos no colégio da Sagrada Família, conseguiram realizar o sonho deles de construir a casa própria.
Nada estava planejado para a mudança oficial para a nova casa, mas no dia 23 de dezembro, todos os filhos combinaram em fazer nós mesmos a mudança. Cada um começou igual a “formiguinhas”, levamos as coisas menores e as que nosso tamanho permitia.
Quando nosso pai chegou do expediente do 23 BI, já estávamos decorando a casa e a árvore de natal natural de uns 2,50 metros de altura. Não houve alternativa, decidiu-se que iríamos passar o natal na casa nova.
Só o fato da mudança já nós deixava eufórico. 
Original de 1963
Mas chegou a minha vez de receber o meu “presentão”.
Meus pais conversaram com o meu padrinho Osmar Simas que construía móveis e encomendaram uma replica do estofado (sofá) para minha casa de boneca. Acredito ser o meu melhor natal de infância, pois além da casa nova, do meu estofado também papai Noel veio em novembro com a cegonha e trouxe mais uma irmãzinha.
Enquanto aguardávamos o Papai Noel chegar, tínhamos que nos comportar, ajudar nas tarefas caseiras, “para que ele pudesse fazer sua avaliação sobre merecer ou não receber o presente de natal”. Recebíamos todos os anos nossas bonecas que voltavam das “viagens” ou do “hospital”, sempre renovadas com roupas bonitas e cabelos penteados, pois as costureiras as deixavam um “brinco” de belas.
Outra lembrança que guardo com carinho, foi aos 13 anos, quando ganhei uma coleção de dicionário de línguas estrangeiras, pois também estava cursando o ginásio e queira saber falar outros idiomas.
Hoje ainda conservo meu 1º presente surpresa que recordo com carinho, que no dia 24 de dezembro/2013  estará completando 50 anos.
Nossas filhas brincaram muito com ele e espero que um dia eu possa ver nossos futuros netos (as) brincarem com meu lindo “joguinho de estofados”.
Faça seu pedido ao Papai Noel http://www.natalbauducco.com.br/
Texto Dalva Day/ Arquivo de Dalva e Adalberto Day 

- Papai Noel existe?

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Em histórias dos Natais apresentamos uma crônica da escritora e historiadora Urda Alice Klueger sobre Papai Noel na sua infância. 

PAPAI NOEL EXISTE ?

 Em 1960, eu havia entrada para a escola, a maravilhosa escola que abrir-me-ia as portas para o grande mundo que havia nos livros e, onde, coleguinhas mais sabidos do que eu, ensinaram-me que Papai Noel não existia. Eu encarei com força aquele desvendar de uma nova verdade e, conforme o Natal se aproximava, ficava em casa repetindo impertinentemente:
- Papai Noel não existe! Papai Noel não existe!
Minha irmã Margaret, então, tinha quatro anos, e é claro que minha mãe queria que ela continuasse a acreditar em Papai Noel. Quando eu começava com aquela cantilena boba, minha mãe pedia para que eu parasse, e depois implorava, e depois me ameaçava, mas eu não dava um passo atrás na reafirmação da nova verdade que descobria: Papai Noel não existia, e eu queria que todos soubessem que eu sabia disso.
Meu pai e minha mãe, com certeza, estavam bem de saco cheio comigo e aprontaram a sua cena de Natal.

Na noite de Natal, noite em que nós costumávamos achar muitos chocolates e presentes sob a árvore, jantamos com toda aquela ansiedade que as crianças têm na Noite de Natal, ansiosas por chegar a hora das surpresas. Depois do jantar, minha mãe lavou a louça com toda a calma, como em qualquer dia comum.
Depois, abriu as latas de doces-de-Natal e encheu alguns pratos com eles. Com mais calma ainda, levou os doces para baixo da árvore-de-Natal e os colocou lá, enquanto meu pai acendia as velas do pinheirinho. Ai sentaram-se a conversar, como em qualquer dia comum, e nesse ponto eu já estava explodindo. Minha ansiedade era tão grande que não resisti:
- E o Natal?
- Ora, nós estamos festejando o Natal! A árvore já está acesa, já temos os doces que fizemos...
- E os chocolates? E os presentes?
- Ah! Isto são coisa que o Papai Noel traz! Como Papai Noel não existe, como é que ele vai trazer tais coisas?
Se alguma vez senti frustração na vida, foi naquele momento. Onde estava o meu Natal? Onde estava o encanto dos pralinés recheados de rum, e as bonecas e os lápis-de-cor novos, e as garrafas de frisantes que se tomavam naquela noite? Onde estava a magia dos Natais anteriores? Onde estava aquela ânsia na alma, que nos outros anos havia me preenchido de alegria? Intensamente frustrada, eu creio que já estava a ponto de chorar, quando aconteceu o milagre: nossa casa passou a ressoar com grandes pancadas nas sua paredes de madeira, enquanto todos pulavam de susto e diziam:
- É o Papai Noel! É o Papai Noel!
Meu pai apressou-se a abrir a porta e, curvado sob um grande saco, Papai Noel de verdade entrou lá em casa. Naqueles idos, Papai Noel não se vestia de vermelho, como hoje; usava uma bizarra roupa feita de sacos de estopa e, à guisa de barba, tinha a pele de algum animal pequeno, com certeza caçado pela vizinhança, preso sob o queixo. Nenhuma criança de hoje levaria à sério aquele Papai Noel, mas eu levei, meu Deus, como levei! Voltara a acreditar nele imediatamente, nem me passava mais pela cabeça a outra certeza, e quando ele nos fez as tradicionais perguntas, tipo se obedecêramos à mãe durante o ano, fui eu quem respondeu com mais convicção. Ele era um Papai Noel exigente, mandou que nos ajoelhássemos e rezássemos uma Ave Maria e um Pai Nosso, e rezei com o maior fervor da minha vida até então. Foi embora, então, deixando-nos um saco pejado de guloseimas e presentes, e lá estavam os pralinés, as bonecas, os cadernos com cheiro de novo, as caixas de lápis-de-cor com 24 lápis, os joguinhos, as loucinhas para brincar de boneca. Tudo tinha ficado lindo, toda a magia voltara e, com certeza, eu era a criança mais feliz do mundo quando meu pai me deixou beber um pouquinho de frisante. (Hoje, não existe mais frisante. Fico pensando o que era aquela bebida de gosto tão bom. Talvez, seja o que hoje chamamos de cidra.)
Até hoje eu não sei quem foi o vizinho que se vestiu de estopa naquela Natal de 1960, e trouxe para mim a alegria de volta. Só sei que, a partir daí, por muitos anos ainda eu acreditei em Papai Noel. 
Blumenau, 01 de Dezembro de 1996. 
Urda Alice Klueger
Texto Urda Alice Klueger/Arquivo de Adalberto Day

- Natal em Blumenau

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Parabéns a todos organizadores em nome do Presidente da Vila Germânica Ricardo Stodiek
VILA DE NATAL PROMETE RESGATAR AS TRADIÇÕES DO NATAL DE BLUMENAU.
Um dos objetivos do projeto é o resgate da essência do natal, que desperte sentimentos genuínos. “A Vila de Natalé uma oportunidade única de vivenciar os valores implícitos desta época do ano, como a solidariedade e o amor ao próximo. Por meio das ações que propomos aqui, as pessoas experimentarão o verdadeiro sentido do tempo de natal”, conta Alessandra.
Ivone Lemke, diretora de Eventos e Operações do Parque Vila Germânica, explica que a Vila de Natal é um espaço destinado às famílias, onde além de observarem a decoração e os cenários que buscam a emoção, as pessoas participarão de momentos de confraternização e resgate de atividades alusivas ao natal. Ivone se refere às oficinas onde os visitantes poderão confeitar os biscoitos natalinos, confeccionar enfeites para as árvores de natal, mensagens e cartões natalinos, entre outras atividades. 
As atrações da Weinachtsdorf : a Oficina da Família Noel, Calendário Natalino, Feira de artesanato, Feira de Livros, Caminho das Neves, Bosque dos Presépios com Exposição do Projeto Presépios desenvolvido em parceria com escolas públicas, municipais, Projeto Árvore Solidária, Projeto Árvore das Águas, Estação Vila Germânica, Oficina Natal em sua Casa, Exposição de mesas natalinas, Palco Cultural, Casa do Papai Noel e Jantar de Natal. Toda a programação da Magia de Natal está disponível no site www.magiadenatal.com.br. 
Assessora de Comunicação: Ana Matesco

O Natal na minha Infância
Meus avós, pais todos cultivam essa tradição que representa o nascimento de Jesus. A cidade se enfeitava, os presépios eram sempre as atrações principais, acompanhada do “bom velhinho”. 
- Mas as festas natalinas começavam mais cedo, no dia 6 de dezembro, onde a figura de Bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, na Turquia, no século quatro. São Nicolau era rico, mas costumava ajudar pessoas pobres, que estivesse em dificuldades financeiras, colocando sacos de moedas, nas chaminés das casas. Uma vez ao atirar pela chaminé, essas moedas teriam entrando em uma meia, daí o termo “pé de Meia”.  E foi assim que aprendi com minha avó Ana e meus pais, que a figura do Papai Noel teria se inspirado no Bispo Nicolau.
- No dia 24 de dezembro véspera de Natal, já cedo íamos ao mato cortar uma arvore (ou na casa do Senhor Djalma e Ingeborg (Inha) Fontanella da Silva, ou ainda na Frau Bachmann, mãe do meu amigo Walfrido – da antiga Rua 12 de outubro) para depois durante a tarde enfeitá-la com bolas coloridas e como não havia luzes “piscas-piscas” eram colocados velinhas também coloridas para iluminar o pinheiro. Muita alegria e confraternização entre os moradores das Ruas próximas onde morávamos: Almirante Saldanha da Gama, da Glória, 12 de outubro, Belo Horizonte, Progresso, e Vila. Mas um natal desses não foi tão bonito, pois uma  velinha de cera ao cair nas vestes de nossa vizinha e colega Sandra, pegou fogo em suas vestes e lhe causou graves queimaduras em seu pequeno corpo, já que era uma garotinha de uns 10 anos.  Era um dia especial, se colocava a árvore somente no dia 24,  devido ao calor sempre predominante, a ramas murchavam facilmente. 
Antiga Lojas HM - Hermes Macedo
A Weihnachtsdorf ou Vila de Natal
Livro que recebi dos meus queridos amigos Ricardo e Fabiana Lange Brandes - Histórias de Natal, escritores renomados relando o cotidiano vivenciado por eles nos Natais. Contos & Crônicas. Na dedicatória diz  o seguinte:
Para Adalberto,
Um presente dos amigos Ricardo Brandes e Fabiana Lange Brandes, com votos de muita saúde, felicidade e luz em sua vida!
Blumenau, dezembro de 2013
P.S. Prosit!
- Em nossas ruas do bairro Garcia e Glória, eram colocados enfeites coloridos em toda extensão das vias públicas, da Rua Amazonas e Rua da Glória. Também havia sempre um presépio em forma de personagens de tamanho natural, colocado na antiga Praça Getúlio Vargas, no início do Progresso, Glória e final do Garcia. E as músicas natalinas que ouvíamos bem cedo provenientes dos auto-falantes da casa Nº. 111 da Rua 12 de Outubro, residência do Senhor David Hiebert, mais conhecido como  Russo, (hoje praça Getúlio Vargas). 
- Essa era a década principalmente dos anos de 1960, esperávamos ansiosos os presentes, que naquela época era raro, era costume os pais dar o mesmo presente, durante alguns dias, e depois os guardava para o ano seguinte. Da mesma forma as bonecas eram recolhidos alguns dias antes do Natal, e as mães as vestiam com roupinhas novas, para dar novamente as filhas na noite véspera do Natal. Os carrinhos eram todos de madeira, mas a bola para jogar o ano inteiro no clube doze (no Morro) há essa não podia faltar, e não era recolhida, ganhava todos os anos.
- E o presépio lindo que data de 1950, era da minha avó Ana, guardo em nossa residência desde 1976 quando nos casamos e “tomei posse desta tão linda ornamentação”. A confraternização era linda entre os moradores, em nossa aldeia social, morávamos nas casas pertencentes a E.I.Garcia. Não Faltavam os lindos cantos natalinos, pura nostalgia e que cultivamos nos dias de hoje mantendo a tradição. 
História 
Há 16 séculos na Turquia, havia um menino rico que não suportava ver a miséria existente. Então decidiu distribuir brinquedos, alimentos, roupas.
O Papai Noel foi inspirado no Bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, na Turquia, no século 4. São Nicolau era rico, mas costumava a ajudar pessoas pobres, que estivesse em dificuldades financeiras, colocando sacos de moedas, nas chaminés das casas. Uma vez ao atirar pela chaminé, essas moedas teriam entrando em uma meia, daí o termo “pé de Meia”.
Quando cresceu se tornou bispo “São Nicolau” (dia de São Nicolau comemorado em 06 de dezembro) e continuou com sua generosidade.
Foi através dele que surgiu a lenda do Papai Noel na Finlândia, já com trenó, renas, descendo as montanhas geladas.
Mas foi na França que surge o termo “Papai Noel”  depois imitado pelos Italianos que antes chamavam o bom velhinho de “Babbo Natale”.
O Cartão de Natal surgiu na Inglaterra em 1843. Mas foi em 1849 que começam a serem comercializados, tornando-se populares.
A figura do Papai Noel, foi elaborado pelo cartunista Thomas Nast, da revista Harper”s Weekly em 1881.
A tradição de arvores  de Natal foi a partir do século XVI em 1525 na Alemanha, pelo pastor protestante Martinho Lutero.. Já o presépio acredita-se é desde o século 8 em Roma, e mais tarde em 1223 São Francisco de Assis fez o primeiro presépio vivo que se tem noticia.
O dia 25 de dezembro começou a se comemorar o nascimento de Jesus a partir do ano 353, até então eram em diversas datas. 
Noite feliz
A canção mais popular da noite de Natal nasceu na Áustria, em 1818. Na cidade de Arnsdorf, ratos entravam no órgão da igreja e roeram os foles. Preocupado com a possibilidade de uma noite de Natal sem música, o padre Joseph Mohr saiu atrás de um instrumento que pudesse substituir o antigo. Em suas peregrinações, começou a imaginar como teria sido a noite em Belém. Fez anotações e procurou o músico Franz Gruber para que as transformasse em melodia.
A versão brasileira da canção também foi feita por um religioso: o Frei Pedro Sinzig. Também nascido na Áustria, em 1876, estudou música em sua terra natal e veio morar na cidade de Salvador, na Bahia, em 1893. O frei naturalizou-se brasileiro em 1898 e se destacou como um grande incentivador da música religiosa no país. Em 1941, criou a revista Música Sacra e fundou a Escola de Música Sacra, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro. Frei Pedro é autor de várias músicas do mesmo estilo e livros sobre o assunto e também atuou como consultor e conselheiro de muitos compositores, inclusive de Villa-Lobos, que dedicou a ele a canção "Missa S. Sebastião". Frei Pedro morreu na Alemanha em 1952.
Mensagem
Dentro de alguns dias, um ano novo vai chegar a esta estação.
Se não puder ser seu maquinista, seja o seu mais divertido passageiro.
Procure um lugar próximo a janela e desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer com o prazer de quem realiza a primeira viagem.
Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.
Procure curtir a viagem da vida observando cada arbusto, cada riacho, beiras de estrada e tons mutantes da paisagem.
Descobre o mapa e planeje roteiros. Preste atenção em cada ponto de parada e fique atento ao apito de partida.
E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou, não hesite.
Desembarque nela os seus sonhos.
Faça seu pedido ao Papai Noel: http://www.natalbauducco.com.br/
Colaboração: José Geraldo Reis  Pfau – Zé Pfau Publicitário./Arquivo de Adalberto Day 

- Os estímulos do Natal

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Os estímulos do Natal
(Antonio de Andrade*)

    O que acontece com as pessoas na época do Natal e fim de ano? Parece que elas conseguem superar o egoísmo de suas vidas, a competição desenfreada que parece ser o dia-a-dia durante o ano, com um viver individualista e com medo dos outros, passando a agir como se fossem outro tipo de pessoa, revelando um lado emocional mais sensível, com interesse pelas pessoas e com vontade de agradá-las, o que provoca uma mudança marcante: elas começam a dar estímulos positivos às outras pessoas.
    Parece que todo mundo fica tocado pelo espírito do Natal de convivência cristã, fazendo desabrochar algumas  características humanas saudáveis que durante todo o ano ficaram guardadas lá no fundo do baú da personalidade da maioria das pessoas. Quando chega a época do Natal, as pessoas começam a abrir o coração para os outros, estendendo suas mãos com bondade, com gestos de apoio, solidariedade e amizade, com sentimentos de paz e união fraterna. As pessoas ficam mais alegres, com sentimentos de otimismo, com mais esperança e com expectativa de um ano novo melhor. Parece que descobrem mais beleza na vida e vivem sorrindo para os outros e para suas próprias vidas, como se estivessem na vida a passeio. Há uma nova energia, muito positiva, entre as pessoas e aquele horizonte de felicidade que era olhado de longe, durante todo o ano, parece que agora está juntinho de todo mundo e todos querem reparti-lo uns com os outros. É como se todos tivessem descoberto a Fonte da Felicidade e estivessem repartindo com os outros essa felicidade!
    A cada final de ano que chega, as pessoas expressam seus sentimentos de um Feliz Natal aos outros e um Ano Novo cheio de sucesso e felicidade, dando a eles novo ânimo e nova dose de coragem para viverem suas vidas. Estão expressando suas vontades de que tudo caminhe otimamente bem para todo mundo e que cada pessoa encontre a tão buscada felicidade. Assim, na época do Natal, criam um mundo de amor, de paz, de alegria e de felicidade com os estímulos que dão e que também recebem, pois as pessoas ficam mais felizes quando recebem estímulos adequados e em quantidade suficiente.
    Essa vivência do espírito de Natal é uma amostra saudável e feliz do que os seres humanos poderiam viver em cada dia do resto do ano, se também nesses outros dias, continuassem a dar esses estímulos importantes para a felicidade das pessoas. A felicidade, para os seres humanos é algo muito importante e cada pessoa a define de um modo, vivendo-a a seu modo. A felicidade é a essência de suas vidas e seriam muito mais felizes se a compartilhassem com as outras pessoas, cada dia, todo dia! Quanto mais felicidade derem às outras pessoas, mais felicidade receberão de volta! Isso se aprende praticando e cada uma é que tem que praticar, aprendendo a não guardar seus estímulos positivos para ocasiões especiais, como é o Natal e Ano Novo, vivendo com as pessoas como se todo dia do ano fosse, na realidade, uma ocasião especial.
    Contribua, com suas ações, para que a felicidade, o amor, a alegria e o entusiasmo sejam alguns dos propósitos dos habitantes humanos deste planeta Terra. Comece a praticar os ideais de convivência harmoniosa e de boa vontade para com os seres humanos, contagiando positivamente outras pessoas e estas também a mais outras. Quando todo mundo estiver praticando isso, nosso mundo, com certeza, será muito melhor!
    Há muito o que fazer para que isso aconteça! Por isso, que tal começar a praticar agora mesmo, espalhando alegria, o entusiasmo pela vida e felicidade para as pessoas? Um sorriso amigo, um elogio, um carinho, algumas palavras cordiais ou de amor não custam nada, você os tem dentro de si em fonte inesgotável! Esqueça que os outros não agem assim! Como diz aquele ditado, "ser feliz significa que, provavelmente, você terá que sair da fila e marchar ao som do seu próprio tambor". Vamos lá, faça a sua parte! Um amigo meu tem um curioso estilo de fazer a parte dele: ele tem uma aparência muito boa que chama a atenção das mulheres na rua e ele costuma dar uma piscada junto com um sorriso, somente para as mulheres que ele acha sem charme, feias ou que estão com uma expressão triste, tentando fazê-las sentir um pouco de valorização, melhorando a autoimagem delas, tentando colocar um sorriso no rosto delas. É o seu modo de fazer alguma coisa, espalhando um pouco de alegria pelas pessoas...
    E já que é época de Natal, receba prezado/a leitor, os meus estímulos positivos, o meu abraço fraterno e votos de que seja muito mais feliz e realizado/a, todos os dias do novo ano de 2014.  
     * Antonio de Andrade
 Escritor, Jornalista, com formação em Psicologia  
Arquivo de Adalberto Day

- Como surgiu o pinheirinho de Natal em Blumenau

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Em histórias dos Natais uma contribuição importante e exclusiva de Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista em Blumenau.

COMO A ARAUCÁRIA BRASILEIRA TRANFORMOU-SE NO PINHEIRINHO DE NATAL EM BLUMENAU
Vale a pena relembrar um fato narrado por um antigo morador de Blumenau, no qual, através de carta enviada a uma irmã na Alemanha, ele conta como a criatividade preenchia o vazio e a saudade da velha pátria europeia.
Acostumados a festejar o Natal na Europa em torno do presépio e do pinheiro do Tirol, os imigrantes usavam  aqui galhos da mata nativa para substituir o tradicional pinheirinho, até que o administrador e fundador da Colônia, Hermann Blumenau, teve uma ideia verdadeiramente luminosa, como revela o imigrante Otto na carta enviada a sua irmã, da qual extraímos trecho em que ele se refere ao Natal.
Pinheiro Tirol (europeu) foto reprodução
A tradução foi feita pelo historiador Frederico Kilian e publicada no Tomo XV da revista histórica Blumenau em Cadernos.
Otto (não foi revelado seu sobrenome), motivado pela saudade e pela emoção, escreveu:
Blumenau, em 1º de janeiro de 1867.

"Querida Irmã !
........ Já estamos aqui pouco mais de cinco anos e neste ano tivemos o nosso primeiro pinheirinho de natal.
Araucária Brasileira - Foto reprodução
Mas não é o pinheirinho alemão "Abies pectinata", mas sim uma árvore com folhas aciculares mais duras; nasce no planalto, a "Araucária brasiliensis", que foi introduzida aqui na colônia pelo próprio Dr. Blumenau, que arranjou as sementes da zona serrana. Cresce muito ligeiro e dentro de quatro a cinco anos já pode ser cortada para servir de árvore de natal.
Nos anos anteriores, nossa árvore de natal era um arbusto ou pequena árvore com galhinhos simétricos e que enfeitamos com pequenas fitas de cores, cortadas de restos de fazenda, com as quais prendíamos aos ramos as flores das múltiplas orquídeas que aqui abundam; e pendurávamos, em falta das costumeiras gulodices (doces, maçãs e peras) as frutas que nascem aqui, como bananas, cachos de uvas maduras e várias frutas silvestres.
Também não faltavam as velinhas de cera,  pois além das abelhas domésticas, já introduzidas na colônia, existem ainda aqui nas matas abelhas de várias espécies, que se alojam nos troncos ocos das árvores e que produzem uma cera escura, mas que serve para fazer velas.
Assim, em todos os anos não deixamos de ter a nossa árvore de natal, mesmo nos três primeiros anos, em que a vida era dura de fato.
 Como moravam os colonos (Blumenau 1870). Foto reprodução
Mas a festa do nascimento do Menino Jesus nos viu em torno da tradicional árvore de natal, reunidos em louvor ao nosso Deus e unidos no propósito de não desanimar, e de crer na bondade divina, que nos foi anunciada há dezoito séculos pelos anjos com o cântico "Gloria in Excelsis".
E neste dia, em que um novo ano despontou no firmamento, encimado pela bela constelação do Cruzeiro do Sul, símbolo da paz neste céu tropical, quero retribuir os votos de felicidades que nos enviastes com tua carta e dar-te a certeza de que aqui estamos, com a Graça de Deus,  vivendo felizes e contentes por sabermos que nossos sacrifícios serão para o bem de nossos filhos e para o progresso desta terra, que lhes escolhemos para sua pátria, que também já é nossa, pois abriga o nosso lar e nos dá a oportunidade de vivermos em paz e liberdade.
Receba e transmita a todos os teus os abraços afetuosos de teu irmão, que muito te estima.
Otto."
Arquivo Adalberto Day e Carlos Braga Mueller 

- O destemido Vapor "PROGRESSO".

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Mais uma bela crônica do renomado jornalista e escritor Carlos Braga Mueller que nos relata sobre o Vapor “Progresso” em Blumenau. 
Por Carlos Braga Mueller (foto)

 O DESTEMIDO VAPOR "PROGRESSO" 


Ao completar 25 anos, em 9/12/1904, o Vapor Progresso "desfilou" pelo Rio Itajaí Açu com banda de música a bordo. 
1864. Blumenau tem apenas 14 anos de existência e precisa desenvolver sua atividade econômica.
 A produção dos colonos, embora pouca tinha que ser transportada para o litoral.
O Governo da Província de Santa Catharina prometera abrir duas estradas: uma de Blumenau ao Porto de Itajahy; outra de Blumenau aos contrafortes da Serra Geral, subindo em direção ao planalto.
Enquanto as estradas ficavam só na promessa, Dr. Blumenau adquiriu de Frederico Bruestlein, de Joinville, um vaporzinho que passou a navegar no Rio Itajaí Açú rebocando chatas, levando ao Porto de Itajahy a produção da Colônia. 
Em 1874 foi fundada em Desterro, capital da Província, a Companhia Catarinense de Navegação que adquiriu o vapor São Lourenço para fazer uma linha regular de cargas e passageiros entre a capital e Gaspar. O vapor não conseguia chegar a Blumenau devido a corredeiras e pouca profundidade do rio na localidade de Belchior. Com ele vinham as encomendas, mala postal, passageiros. De Gaspar a Blumenau utilizavam canoas ou carroças.
O comandante do São Lourenço era João Várzea, pai daquele que foi um grande poeta catarinense: Virgílio Várzea.
O grito de independência foi dado  no dia 20 de maio de 1878, quando foi fundada em Blumenau a Companhia de Navegação Fluvial a Vapor Itajahy-Blumenau.
Encomendaram um vapor destinado ao transporte de passageiros e pequenas cargas. Construído na cidade alemã de Dresden, o vapor foi batizado de "Progresso" e atravessou o Atlântico, a reboque, no ano de 1879, como conta a historiadora Edith Kormann na sua obra "Blumenau, arte, cultura e as histórias de sua gente".
De Itajahy a Blumenau o vapor já veio com propulsão própria, as pás laterais girando e impulsionando a embarcação. Ao apitar na curva do rio, no Capim Volta, foi saudado pelos blumenauenses com fogos de artifício.

O Progresso era um vapor de tonelagem pequena, provido de rodas laterais e máquina de 30 cavalos. Media 22,80 metros de comprimento, 3,34 m de largura e 1,80 de altura, com calado de setenta centímetros. Seu primeiro comandante foi Carl Hansen.
Esta valente embarcação completou 25 anos de viagens entre Blumenau e Itajahy no dia 9 de dezembro de 1904, data que foi festejada com o vapor chegando ao porto todo enfeitado com palmitos, flores e bandeiras, e com a banda musical Werner tocando marchas militares.
Quando o Progresso se tornou insuficiente para o escoamento da nossa produção, a Cia. de Navegação encomendou um novo vapor. Ele chegou da Europa desmontado e foi remontado em Itajaí. Batizado de Blumenau, sua viagem inaugural aconteceu no dia 30 de maio de 1895 e a bordo vinha o Governador Hercílio Luz.
O Progresso estava cansado...e quando suas máquinas sofreram uma pane geral, os proprietários fizeram as contas e resolveram aposentá-lo em janeiro de 1912, depois de 32 anos de serviços. As máquinas foram desmontadas e o casco foi transformado em lancha de carga para ser rebocada, tendo sido atrelado ao rebocador "Catarina".
Na despedida, muitas lágrimas rolaram nos rostos dos blumenauenses.
Era o fim de uma missão que foi de grande importância para o progresso de Blumenau em suas primeiras décadas de existência.

HEROISMO DURANTE A GRANDE ENCHENTE DE 1880
Na madrugada de 22 para 23 de setembro de 1880 Blumenau recebeu um verdadeiro dilúvio. A água desabou com tanta intensidade que em apenas poucas horas o Rio Itajaí-Açu atingiu uma altura de 14,6 metros acima do nível normal. Muita gente conseguiu salvar apenas a vida. 
O jornal "Kolonie Zeitung", editado em Joinville, na sua edição de 9 de outubro de 1880, contou como foi a tragédia dos blumenauenses, destacando inclusive a participação heroica do vapor Progresso, resgatando e salvando vidas:

"De madrugada, por volta de uma e meia, começou repentinamente o perigo na cidade de Blumenau, quando no início da noite só se esperava uma cheia, enchente moderada, como já acontecera diversas vezes em outras ocasiões, sem risco de alcançar casas. Mas a partir daquela hora as águas não só subiam, mas rolavam em fantásticas avalanches. Os gritos de pedidos de socorro de pessoas em perigo e dos animais sendo arrastados vivos pelo turbilhão das águas, ecoavam pela noite. E a escuridão tornava a tragédia ainda mais horrível. Com ansiedade era esperado o amanhecer por todos quantos conseguiam manter-se a salvo.
O novo dia traria um enorme trabalho de resgate, exigindo de todos tudo quanto a força humana pudesse alcançar. Queremos aqui fazer uma referência especial, manifestando o reconhecimento de todos quantos foram auxiliados, ao capitão e à tripulação do pequeno Vapor  "Progresso" que, incansáveis e destemidos, socorreram aos que solicitavam socorro, tanto na cidade como no distante Garcia, onde iam buscar pessoas ilhadas, socorrendo-as e levando-as sãs e salvas até a igreja protestante. A eles, principalmente, se deve o fato de não se haverem perdido vidas humanas no centro da cidade ou nas proximidades. Em direção das duas igrejas, que foram erigidas em morros, dirigia-se, de toda parte, o cortejo dos que eram salvos e dos que conseguiam escapar da tragédia.
O Vapor Progresso transportava para estes locais as pessoas resgatadas e com o clarear do dia todas as canoas, embarcações diversas e inimagináveis, como cochos, tinas, etc., improvisados em embarcações, convergiam para aqueles locais de abrigo, onde encontravam proteção e asilo.
(publicado pelo jornal "Kolonie Zeitung" de 9/10/1880, transcrito por José Deeke em seu livro "O Município de Blumenau e a História de seu Desenvolvimento"). 
134 (2014) anos depois, fazendo este registro, consignamos aqui a eterna gratidão àquelas pessoas que agiram com tanto destemor e heroísmo, e se pudéssemos, lhes entregaríamos com muito respeito um diploma de"Honra ao Mérito", o que fazemos de forma simbólica através desta crônica (Carlos Braga Mueller).
Texto Carlos Braga Mueller/jornalista e escritor.
Arquivo Carlos Braga Mueller e Adalberto Day
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