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- Mudanças em Blumenau

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Mudanças na cidade de Blumenau nas últimas décadas.
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(Fragmento de tese de doutorado da autora, defendido a 21.02.2014  na UFPR/PR) por Urda Alice Klueger.

Como esta pesquisadora vive há mais de cinco décadas na mesma cidade (Blumenau – SC), tem ela constantes surpresas das mudanças que acontecem e aconteceram no seu microcosmo ao longo de tal tempo.
Sua lembrança primeira é de uma cidade de menos de 60.000 habitantes, horizontal, espalhada por vales onde casas eram cercadas por jardins, quintais, pomares e, em grande parte, por pastos onde vivia gado leiteiro e um ou outro cavalo.
As casas possuíam galinheiros e chiqueiros. Todo esse conjunto era cercado pela Mata Atlântica, ainda quase sempre primária, que ocupava o alto dos morros e outros lugares e cortada por cursos d´água no fundo dos vales. Nas mais movimentadas ruas da cidade, ainda se sabia de cor o nome de família de cada morador ou comerciante, e as referências eram dadas de uma certa forma: “primeira curva depois das terras da família tal”, etc. Além do trabalho rural, a maior parte das pessoas trabalhavam numas poucas fábricas. O uso da língua alemã em lugares públicos era considerado normal. No rio que corta a cidade havia um campeonato de pesca ao robalo e competições de remo.

De boné HAROLDO GONÇALVES DA LUZ (pai do José Carlos) ex. gerente das lojas Prosdócimo.
ZONI CASSIANO valorizando a foto, fazendo uma entrevista do evento. 
          Mais tarde, ela guardará a lembrança de uma cidade de 80.000 habitantes, que em pouco se diferenciava da outra, mas onde já haviam nascido os primeiros edifícios. 
A cidade se verticalizava lentamente, mas, mesmo assim, nas principais ruas, ainda circulavam carros de tração animal, como carroças com carga e carros de mola puxados a cavalo, os antepassados dos táxis, que, naquela altura, já haviam se transformado em atração turística e neles os visitantes desfilavam em meio aos automóveis, deleitando-se com aquela tradição do passado que se mantinha funcionando.
          A pesquisadora também tem muitas lembranças da mesma cidade com 100.000 habitantes, e que então se verticalizava velozmente. As casas de comércio multiplicam-se, constroem-se muito em encostas e ao redor dos cursos d´água; já não se conhece o nome das famílias e dos comerciantes como antes. Os carros de mola e as carroças desapareceram; o trânsito de veículos automotivos se intensifica. São raros os pastos e cada vez há menos galinheiros e chiqueiros; algumas nascentes e ribeirões passam a ser canalizados para que não mais invadam áreas que antes eram silvestres e que então estavam cheias de construções. As fábricas e fabriquetas, agora, são muitas, e se cria a terceirização de trabalhos, tanto nas indústrias grandes quanto nas de fundo de quintal, também conhecidas como facções (quando da indústria têxtil). Há cerca de 900 facções no município, nesse tempo. Outros setores se terceirizam, como os de segurança, de limpeza, etc. Intermediários espertos ficam com a maior parte da venda de mais-valia dos que vendem sua força de trabalho. É um tempo de alta inflação e de quando começam a acontecer diversos planos econômicos que prejudicam grandemente a maior parte da população. Também é um período marcado por grandes inundações. Os grandes supermercados substituíram a vendinha próxima à casa das pessoas, o uso de veículos automotores aumentou muito e criou-se a necessidade do uso de eletrodomésticos modernos. Ainda se pode, no entanto, viajar para a praia na sexta-feira e esquecer a casa aberta, voltando-se no domingo sem que ela tenha sido assaltada.
          Neste momento, a cidade de Blumenau conta com um pouco mais de 300 mil habitantes, e pouco se assemelha àquela cidade que um dia a pesquisadora conheceu, no início da sua vida. Se alguém usar a língua alemã, o fato será considerado coisa exótica. Há uma certa impressão de que não há mais terras disponíveis. Onde, faz três ou quatro anos, havia um terreno baldio, hoje nasce um edifício de apartamentos. Muitos córregos morreram nas suas canalizações, afogados em detritos e algas. Principalmente na zona central, a cidade está quase que toda verticalizada, e mesmo nos bairros a verticalização se acelera. Se ainda há pastos, eles estão muito escondidos. Os animais visíveis são os cachorros, os gatos e outros mais exóticos, como cacatuas, etc. Há lojas que anunciam: “Compre uma gaiola e ganhe um ratinho de presente”, numa impressionante desvalorização da vida. Restam sobras da floresta nativa na ponta dos morros e em dois parques criados com a finalidade de preservação, principalmente das nascentes, mas mesmo assim o rio principal da cidade tem muito menos água do que tinha faz poucas décadas. Os principais afluentes desse rio também têm muito menos água que no passado. Em relação ao rio no centro da cidade, outro fato impressiona: foi cercado de tal forma pelo poder público que a população já não pode chegar até ele. O rio só pode ser visto de cima, de longe. Outrora, naquele rio, houvera até um agradável restaurante flutuante, coisa cuja existência agora já não é possível, tendo em vista a falta de acesso à água.
          Pouco sobra da cidade de 60.000 habitantes. Lojas de donos desconhecidos abrem e fecham nos shopping-centers e nas ruas de comércio, sem que se saiba a quem pertencem. Esta pesquisadora, quando passa umas poucas semanas sem percorrer determinadas ruas, tem a surpresa de ver nela construções e comércios que muito recentemente lá não existiam, e ela própria quase desconhece a cidade. Pensa-se que se fosse dado a um jovem de 20 anos imaginar a mesma cidade quando ela tinha 60.000 habitantes, ele teria grande dificuldade em fazê-lo e talvez não o conseguisse.
         
          Urda Alice Klueger
          Escritora, historiadora e doutora emGeografia. 

- Ramiro Ruediger

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O Senhor Ramiro Ruediger (foto) foi vice Prefeito de Blumenau na Gestão de Renato de Mello Vianna 01/021977 a 13/05/1982. Assume como Prefeito de 14/05/1982 a 31/01/1983.
No curto período frente à prefeitura, Ruediger procurou conter os gastos públicos. Figura importante para o esporte amador da cidade, na gestão municipal fez a canalização da Rua São Paulo, assim como o alargamento da Rua Coripós. Iniciou também a construção de três novas escolas municipais. 
Entregou a nova prefeitura, no dia 2 de setembro de 1982, quando a cidade completava 132 anos de existência.
Data de Falecimento: 06/05/1992. SOBRENOME, Nome: RUEDIGER, Ramiro. Destino: Blumenau. SOBRENOME, Nome do cônjuge: RUEDIGER, Alice.
Ramiro Ruediger tinha a cara de Blumenau. Homem de forte personalidade e ao mesmo tempo profundamente emotivo, Ramiro sempre se dividiu entre o trabalho e o esporte. Galgou todos os degraus da vida pública e, por algum tempo, chegou a exercer o mandato de prefeito - mas foi como dirigente que se notabilizou perante a opinião pública. Seus maiores predicados, a altivez e a transparência. Ramiro foi apologista de cinco ou seis modalidades de ponta: atletismo, basquete, ginástica, voleibol (pelo qual morria de amores), remo e futebol.

Postado em 09 de agosto de 1998/jornal AN – A noticia. 
Foto: Jaime Batista da Silva
Parque Ramiro Ruediger - Bairro Velha em Blumenau/endereço Rua Alberto Stein,415.

- As primeiras escolas em Blumenau

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A Escola Nº 1, ao contrário que muita gente pensa, não foi a primeira escola de Blumenau. Acompanhe o texto do jornal de Santa Catarina de setembro/2000 e saiba mais.
As primeiras Escolas em Blumenau
Apesar de toda dificuldade dos colonizadores, Blumenau também foi berço de um grande número de educandários. Já nas primeiras levas de colonos a chegar a colônia, aparece também o primeiro professor da cidade. 
No dia 3 de junho de 1852 desembarca Fernando Ostermann, 26 anos. Além da área central, duas tardes por semana ministrava aulas também à população ribeirinha. A educação dos colonos era uma das prioridades do fundador.
Em 1862, ficou pronta a casa d’escola, a primeira escola do município. O espaço foi criado pelo pastor Oswald Hesse (Foto) na colina onde atualmente está a Igreja Evangélica-Luterana. Sua primeira turma de alunos contava com 38 integrantes. Dois anos mais tarde, fez-se mais uma escola, em separado, especialmente dedicada ao aprendizado das meninas. Foi erguida no local onde mais tarde foi instalada a agência dos Correios, na Alameda Rio Branco. Então, as duas eram as únicas escolas públicas na zona de colonização.
Porém, a escola conhecida como a nº1 de Blumenau se localiza na Itoupava Central.
O nome (nº1) vem do fato da região ter sido dividido em lotes, nas quais eram construídos os prédios de interesse da comunidade. O número 1 foi destinado à escola, o 2 à igreja, o 3 ao cemitério e assim por diante.
Ninguém sabe ao certo, quem construiu o prédio, até hoje conservado pelo município. Acredita-se que tenha sido o engenheiro alemão Heindrich Nicholas Passold, que viveu na cidade entre 1860 a 1877, quando faleceu. Seu túmulo está inclusive no cemitério localizado atrás da edificação.
Construída em 1870, no local funcionava uma das três primeiras escolas da Colônia Blumenau, a Escola Nº1 da Itoupava Central, e a igreja da região. Em 1992 a construção foi restaurada para sediar um museu, o qual funcionou por alguns anos. A Fundação Cultural de Blumenau restaurou o prédio novamente em 2001.
Como estas não existem mais, a antiga escola Santo Antônio de 1877, atual Bom Jesus é a mais antiga em atividade. 
MESTRE DE TANTAS GERAÇÕES 
Frei Odorico Durieux (foto) atuou por mais de 40 anos no Colégio Santo Antônio em Blumenau.
História 
Com a criação do Colégio Central de São Paulo, em 1877, pelo Padre Jesuíta José Maria Jacobs (foto no alto das escadarias da  Igreja), as preocupações com um ensino solidamente mais completo pareciam não encontrar mais lugar em meio aos imigrantes. Contudo, as diferenças religiosas entre uma comunidade, constituída basicamente por imigrantes de formação luterana, e um colégio de orientação católica começaram a se tornar conflitantes para as comunidades envolvidas.
O Bom Jesus Santo Antônio iniciou suas atividades em 1877 (na época, com o nome de Colégio Santo Antônio), tendo uma classe de apenas 16 alunos, filhos de imigrantes residentes na colônia de Blumenau e de outras localidades da região. Ao longo dos anos, expandiu-se, tanto física quanto pedagogicamente, e transformou-se no que é hoje, um dos mais importantes estabelecimentos escolares de Santa Catarina. Em 2000, com a união dos colégios franciscanos, passou a fazer parte da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus.A metodologia do Bom Jesus Santo Antônio prima pela participação do aluno em sala de aula, utilizando-se de atividades contextualizadas que despertem o interesse e facilitem o processo de construção do conhecimento. O Bom Jesus Santo Antônio também é uma escola que acredita na formação do estudante como cidadão e ser humano, além de preocupar-se com a tecnologia e o desenvolvimento das melhores práticas pedagógicas. Um dos principais projetos da escola é o Projeto Virtudes, que desperta o educando para os valores humanos em todas as séries da Educação Infantil ao Ensino Médio. 
Arquivo de Adalberto Day 
Para saber mais sobre outras escolas acesse:

- Enchente em Blumenau e Região.

- Revivendo Blumenau

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Mais uma bela crônica da historiadora e escritora Urda Alice Klueger.             
(Para Eduardo Venera dos Santos Filho)
       Hoje, de novo, saí em busca do passado. Subi a pequena encosta que leva à Igreja Luterana segurando na mão o coração tremeluzente de densa saudade. Estivera lá em cima diversas vezes nas últimas décadas – afinal, sempre alguém se casa, ou morre, ou se batiza, e há os túmulos dos antepassados – mas sempre subi com os olhos e o coração fechados para a emoção, sempre passei de raspão, sem querer olhar, sem querer lembrar – mas hoje fui lá especialmente para ver.
Fiz os cálculos: mais ou menos aqui se estacionava o carro. Ali embaixo era pasto, e quando chovia muito, ficava tudo inundado, e depois vinha o sol e naquela água parada se refletia o azul do céu e as nuvens vogando livres... E veio a lembrança da liberdade ali, lugar onde ninguém passava em dia de trabalho, abrigo certo e perfeito para quem estava tão, mas tão, mas tão apaixonado quanto nós. Era como se a ternura e o carinho não tivessem ido embora e pairassem por ali, em girândolas coloridas, e até agora, tarde da noite, ainda estou em dúvida se as girândolas estavam ou se foi só produto da minha imaginação.
Desviando um pouquinho o olhar, tinha sido o campo de futebol, Palmeiras Esporte Clube, e entre uma coisa e outra, a rua estreita e tortuosa, a única que havia então. Tudo mudou; a rua se multiplicou em diversas pistas lotadas de carros em movimento, e já não há campo de futebol nem nada é mais como foi: a paisagem está suja de uma imensidade de prédios e prediozinhos, um deles de vidros tão espelhados que parece que nem existe, e a gente só o descobre porque espelha aquela paisagem borrada que parece ter nascido do sonho de um pintor louco.                                                       Tudo mudou mesmo: coisas como grandes supermercados enchem a base do morro, e a encosta, que tivera elegante fileira de azaleias que juntos vimos florir por toda uma primavera, agora está coalhada por aqueles arbustos e outras coisas, como moitas de taquaras.

Mais uma vez olhei para as árvores: qual delas estivera ali naquela época, qual nascera depois, haveria testemunhas dos tempos que amor tão grande ali vinha se abrigar à sombra da igreja? Uma placa indicou-me duas palmeiras que ali estavam desde o século XIX – portanto, havia testemunhos vivos daqueles tempos tão maravilhosos que até parece que foram só de sonho... Indagava-me que outras plantas de então estariam ainda vivas, e então apareceu o zelador do local e conversei com ele, que sabia com exatidão que aquela árvore tinha 27 anos e coisas assim – pude tirar uma medida de quem ali estivera naquele tempo do nosso tempo e, enquanto conversava com o zelador, cumprimentava silenciosamente as velhas testemunhas daqueles momentos que pensava que estavam perdidos lá no passado.
       Deba demolido a partir do dia 23/09/2007
Foi então... Como então, o sino das seis da tarde começou a tocar, o mesmo sino lá das lonjuras do tempo, aquele sino que anunciava seu carro subindo outro morro para me buscar no serviço, aquele sino que ouvíamos ali... Eu mal podia crer que aquele sino ainda existia e continuava tocando, e cada badalada dele batia na minha alma como uma flecha, e de novo era primavera, as azaleias estavam floridas e você usava aquela camisa de tergal branco e eu podia me abrigar, de novo, junto ao seu peito, e sentir seu aroma bom de limpeza e de Pinho Campos do Jordão, do qual guardo um frasco faz mais de quarenta anos... Então, chorei, mesmo que o zelador achasse estranho. O amor é assim... Não há como explicar...
Blumenau, 10 de janeiro de 2014.
Crônica de Urda Alice Klueger/Escritora   
Arquivo de Dalva e Adalberto Day 

- Oktoberfest Blumenau

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Este ano o evento será realizado de 08 a 26 de outubro/2014
Uma excelente festa aos nossos visitantes de todo o Brasil e do exterior, em especial ao povo catarinense. Viva a Vida!!!.
Hallo Blumenau.... Bom dia Brasil....17 dias de folia... música cerveja e alegria.... Hallo Blumenau... 
- Quer ouvir a música? Clique no link abaixo:
Ein Prosit!!!
Foto: Marcelo Martins
Beldades da Oktoberfest 2014
Sheila Ewald, natural de Blumenau/SC, foi eleita a rainha da festa mais alemã do Brasil edição 31ª. Seguida de Tayene Amábile da Silva, como primeira princesa, e Deise Emanuele Kraemer Troian, segunda princesa.
- No Brasil, a Oktoberfest foi realizada pela primeira vez em 1978 no município de Itapiranga, extremo-oeste catarinense. Na ocasião, um grupo de jovens, maioria descendentes de alemães, reuniu-se na localidade de Linha Becker para cantar, tomar chope e tocar música. Esses encontros foram tornando-se freqüentes até que em 1989 a festa passou a ser realizada no centro da cidade.
Inspirada na Oktoberfest de Munique, a sua versão blumenauense nasceu da vontade do povo em expressar seu amor pela vida e pelas tradições germânicas.
Memórias de Niels Deeke - Festivais do Chope em Blumenau 
FIDELIDADE À VERDADE – Muito ao contrário do que consta no texto quando assevera “No Brasil, a Oktoberfest foi realizada pela primeira vez em 1978 no município de Itapiranga”... a primeira Oktoberfest no Brasil realizou-se em Santa Cruz do Sul/RS, remontando a comemoração ao ano de 1966, quando de 15 de outubro a 6 de novembro foi realizada a primeira edição. 
Registros do ano 1998 - OKTOBERFEST e FESTIVAL DO CHOPE. Certa questão tem sido repetida várias vezes em comentários através da imprensa local, é a relativa à “Paternidade da Ideia da Implantação da Primeira Oktoberfest em Blumenau”. Há quem atribua a idealização ao Secretário de Turismo de então - Antônio Pedro Nunes, já outros apontam Hans Schadrack, então empresário da “Loja Moellmann” como o “pai da criança”. Necessário se faz repor a verdade histórica, pois a “paternidade” do ideário do “Festival do Chope em Blumenau”, é exclusiva dos empresários da “Ouro Promoções ”, ou seja, os Srs. Laércio Cunha e Silva e seu associado Geovah Amarante. Neste breve apontamento não pretendemos estabelecer diferencial entre “ Oktoberfest” e “ Festival do Chope” , porquanto são idênticos, somente tendo titulações e datações de comemoração diversas, condições que invalidam deixar-se de atribuir a primazia aos seus verdadeiros idealizadores – scilicet : “ Ouro Promoções ” . A empresa “Ouro Promoções” realizou no “Pavilhão A” da Proeb - seis ( 06) “Festivais do Chope” – entenda-se em seis exercícios - com desfiles, trajes típicos- chapeuzinhos à “Tirol”, iguarias e especialidades em pratos típicos alemães, (Que então eram uma delícia - e já agora - estamos em 1998 - deixam muito a desejar) múltiplos conjuntos de música germânica, inclusive bandeirolas, danças com um tablado central elevado e os “canecos decorativos” (Fabricados pela “Ceramarte”) , Chope de baixa e alta fermentação saído de mangueirões à guisa de mangueiras para abastecimento de gasolina, e tudo mais, nos anos de 1966, 1967, 1968, 1969, 1970 e 1971. A única diferença coube ao mês da realização, quando geralmente acontecia durante o verão, dando oportunidade aos maridos que permaneciam em Blumenau, a trabalho, de divertirem-se um pouco, enquanto as esposas veraneavam no litoral. Os eventos perduravam durante uma semana, e eram realmente animados com enorme afluxo de visitantes. Portanto a propalada “paternidade da ideia , cabe unicamente ao empresário “Laércio Cunha e Silva” de Itajaí, que promoveu os festivais associado a Geovah Amarante.
Tudo quanto puseram em prática treze anos após, nada mais foi que uma repetição (mera cópia) - com duas diferenças, o nome “Oktoberfest” e o “mês” da realização. Reinventaram o que já fora descoberto, aliás, se para si avocam a concepção do evento, nada mais cometem que um cristalino plágio. Quiçá assim erradamente só pensem as “aves de arribação” que aqui na nossa Blumenau aportaram anos após, vindos para “rapinar” ou “abonarem” de nossas tradições! 
Este escriba, Niels Deeke, ainda em 24/7/1998, através de longo telefonema à Itajaí, mantido com Laércio Cunha e Silva rememorou os eventos, e ao comentarem a questão da paternidade da ideia, o Sr. Laércio externou sua opinião de que seria de todo impossível apagar-se da história aqueles monumentais primeiros festivais no “Pavilhão A”, que evidentemente servirem como “fundamento e ideário” para tudo quanto posteriormente foi produzido. 
Laércio Cunha e Silva, 77 anos de idade em 1998, licenciado em Direito, autor da obra Itajaí - Cem Anos de Município - Laércio Cunha e Silva - Roberto Mello de Faria. Laércio Cunha e Silva foi em 1945/46 presidente do Centro Cultural de Itajaí- em Itajaí SC, e após foi Secretário da Prefeitura de Teresópolis, Estado do Rio, talvez durante a gestão municipal do Prefeito Flávio Bortoluzzi de Souza, que era catarinense. Em 1964 o Sr. Flávio Bortoluzzi de Souza, prefeito de Teresópolis, visitou Blumenau. Laércio Cunha e Silva foi ainda, em 1964, Presidente do Centro Catarinense no Rio de Janeiro.  Em 27/02/2013, Niels Deeke telefonou à Itajaí e falou com Laércio Cunha e Silva, então com 93 anos de idade, porém muito lúcido.
Em Blumenau, a Oktoberfest surgiu no ano de 1984 com a proposta de levantar o ânimo da população, abalada por duas grandes enchentes do rio Itajaí-Açu (1983/1984). A partir de 1987 a festa consolidou-se nacionalmente, e ganhando status de segunda maior festa da cerveja do mundo, depois de Munique, na Alemanha. Atualmente a festa é realizada no PARQUE VILA GERMÂNICA. 
Observação: criação da Oktoberfest em Blumenau.
Apesar da "Oktoberfest" já estar sendo planejado antes pelo governo do prefeito Renato de Melo Vianna em 1981, somente no governo do então Prefeito Dalto dos Reis (1983/1988) se consolidou. Na oportunidade foi passada para a população que era uma proposta de levantar o ânimo dos munícipes “festa caseira”, abalada por duas grandes enchentes do rio Itajaí-Açu (1983/ 1984). Para a história, cultura, folclore, tradição, sempre será este o motivo principal e motivador da festa.
O secretário de turismo era o empresário Antonio Pedro Nunes.

Mais observações do Projeto

Projeto da OKTOBERFEST em 1976
Pelos registros da Comissão Municipal de Turismo apresenta a explanação de Peter Mojan gerente da Lufhansa em Blumenau em ata é o primeiro registro que fala em Oktoberfest em 13 de outubro de 1976.
Adolfo Ern Filho
Hermes José Graipel JR
Foi discutido sobre a construção de um “Hall” de convenções. A Comissão achou que o ideal seria construir na PROEB, pois oferece lugar para estacionamento. Em seguida, o Sr. Francisco Canola Teixeira explicou à Comissão a finalidade da JEOTES e pacotes turísticos. A Jeotes já trouxe para Blumenau diversos ônibus com sócios e, ao parece, está obtendo sucesso com esta promoção.  (p.22).
No dia 13 de outubro 1976, realizou-se uma reunião da Comissão Municipal de Turismo no restaurante Frohsin, tendo como convidados, representantes do comércio, hotéis, restaurantes, agentes de viagens e, como convidado especial, o Presidente do SKAL Club São Paulo, Senhor Paulo Henrique Meimberg. O Sr. Francisco Canola falou sobre a implantação de um Posto de Informações Turísticas que está sendo estudado para ser implantado na entrada da cidade. Sr. Augustinho Scharamm disse ser necessário, achando mesmo que, com um posto na entrada da cidade, o turista chegará ao centro bem informado [...] O Sr. Guenther Steinbach disse que haveria de ser instalar um telefone no Posto de Informações, como também manter cicerones permanentes para guiar os turistas. [...] Em seguida, Sr. Francisco fez uma explanação sobre o 21º Congresso Brasileiro de Cerâmica. Disse que haveria a participação de aproximadamente 600 pessoas e que será o maior congresso realizado em Blumenau. [...] Sr. Milton Domingues sugeriu que fosse realizado mais vezes o passeio ciclístico. Sr. Harold Letzow comunicou que o clube 25 de julho irá promover todos os sábados Bailes Típicos. [...] Continuando, Sr. Francisco falou sobre as dificuldades que o Serviço de Turismo encontra em promover a OKTOBERFEST. Disse que é muito difícil fazer uma estrutura para poder realizar o referido evento. Pediu ao Sr. Peter Mojen, gerente da Lufthansa, para fazer uma explanação sobre OKTOBERFEST. Sr. Peter disse o seguinte: OKTOBERFEST começou em Munique. Esta festa deverá ter um Parque de diversões, barracas de cerveja, estandes de tiro a alvo e muita música típica que é a coisa mais importante. Esta festa tem duração de 14 dias. [...] Sr. Antônio E. Pacheco, a pedido do Sr. Dieter Hering, falou sobre as necessidades de se fazer em Blumenau um “Hall” de convenções, [...] estamos pensando em transformar a S.D.M. Carlos Gomes em “Hall” de Convenções, pois o mesmo oferece condições, tem estacionamento próprio, pequeno e grande auditório e salas. Em seguida, falou o Sr. Paulo Henrique Meimberg, convidado especial pelo Serviço de Turismo, para fundar o SKAL Clube. Durante o almoço, o Sr. Paulo fez uma explanação sobre o SKAL Clube;  disse ser um clube de companheirismo, e que só podem participar executivos em turismo. Em seguida, foi indicado o nome da Comissão do SKAL Clube. Para presidente, Américo A. Bueno de Camargo – agente da Panzas -, para tesoureiro, Milton Domingues – gerente do Garden Terrace Hotel -, para secretário, Peter Mojen – agente da Lufthansa. (p.26 a 29).
(Nota do Ed.: hall = centro)
Decreto nº
RENATO DE MELLO VIANNA, Prefeito Municipal de Blumenau,
NOMEAR
Sem ônus para Prefeitura Municipal, os cidadãos abaixo relacionados para comporem a Comissão Municipal de Turismo: Caetano Deeke de Figueredo, Henrique Herwig, Itacir Filander, Milton Macedo Domingues, Emilio Rosmarck Schramm, Arno Buerger Filho, Evelásio Paulo Vieira, Décio Rigotti
Na gestão da Comissão Municipal de Turismo, criou-se o Regimento Interno da .... os esclarecimentos e debates, foi aprovado com a seguinte redação final.
COMISSÃO MUNICIPAL DE TURISMO REGIMENTO INTERNO
Consagrada como a segunda maior festa alemã do mundo, a Oktoberfest é confraternização de gente de todas as partes. E ela nasceu inspirada na maior festa da cerveja do mundo, a Oktoberfest de Munique, Alemanha, que deu seus primeiros passos em 1810, no casamento do Rei Luis I da Baviera com a Princesa Tereza da Saxônia.
São 17 dias de festa, em que os blumenauenses se integram com visitantes de todo o Brasil e do exterior. E não há quem não se encante com os desfiles, com a participação dos clubes de caça e tiro ou com a apresentação dos grupos folclóricos. A Oktoberfest de Blumenau ostenta um número admirável: em suas edições anteriores, reuniu quase 16,7 milhões de pessoas no Parque Vila Germânica, antiga Proeb. Isto significa que um público superior a 700 mil pessoas, em média, por ano, participou da festa desde a sua criação.
O segredo para este sucesso é simples: a Oktoberfest de Blumenau é um produto que se mantém autêntico, preservando as tradições alemãs trazidas pelos colonizadores desde 1850. E são as belezas desses traços que conquistaram o país inteiro. À noite, é na Proeb/Parque Vila Germânica que todos se encontram e fazem da Oktoberfest um acontecimento incomparável.
Todas as tradições alemãs afloram na sua máxima expressão, através da música, da dança, dos belos trajes, da refinada culinária típica e do saboroso chope.
A cordialidade do povo, a paz e a beleza da cidade também tornam a festa inesquecível. A maior festa alemã das Américas A Oktoberfest teve sua primeira edição em 1984 e logo demonstrou que seria um evento para entrar na história. 
Em apenas 10 dias de festa, 102 mil pessoas foram ao, então, Pavilhão A da Proeb, número que na ocasião representava mais da metade da população da cidade. O consumo de chope foi de quase um litro por pessoa. No ano seguinte, a festa despertou o interesse de comunidades vizinhas e de outras cidades do país. O evento passou, então, a ser realizado em dois pavilhões. O sucesso da Oktoberfest consolidou-se na terceira edição e tornou-se necessário a construção de mais um pavilhão e a utilização do ginásio de esportes Sebastião da Cruz - o Galegão - para abrigar os turistas vindos de várias partes do Brasil, principalmente da região Sudeste, e também de países vizinhos. O evento acabou fazendo de Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro. Mas, para quem não sabe, a Oktoberfest não é só cerveja. É folclore, é memória, é tradição. Durante 17 dias de festa os blumenauenses mostram para todo o Brasil a sua riqueza cultural, revelada pelo amor à música, à dança e à gastronomia típicas, que preservam os costumes dos antepassados vindos da Alemanha para formar colônias na região Sul. A cultura germânica o turista confere pela qualidade da festa, dos serviços oferecidos, através de sociedades esportivas, recreativas e culturais, dos clubes de caça e tiro e dos grupos de danças folclóricas. Todos eles dão um colorido especial ao evento, nas apresentações, nos desfiles pelo centro da cidade e nos pavilhões da festa, por onde circulam, animando os turistas e ostentando, orgulhosos, os seus trajes típicos.
É por essa característica que a festa blumenauense, versão consagrada da Oktoberfest de Munique, transformou-se, a partir de 1988, numa promoção que reúne mais de 500 mil pessoas. E foi, também, a partir dela que outras festas surgiram em Santa Catarina, tendo a promoção de Blumenau como carro-chefe, fato que acabou por tornar o território catarinense no caminho preferido dos turistas no mês de outubro.  
História:
A história começou há quase 200 anos na Baviera. 
A Oktoberfest de Blumenau, que em apenas uma década se tornou uma das festas mais populares do Brasil, foi inspirada na festa homônima alemã, que teve origem há 199 anos em Munique. Tudo começou em 12 de outubro de 1810, quando o Rei Luis I, mais tarde Rei da Baviera, casou-se com a Princesa Tereza da Saxônia e para festejar o enlace organizou uma corrida de cavalos. O sucesso foi tanto, que a festa passou a ser realizada todos os anos com a participação do povo da região. Em homenagem à princesa, o local foi batizado com o nome de Gramado de Tereza.
A festa ganhou uma nova dimensão em 1840, quando chegou a Munique o primeiro trem transportando visitantes para o evento. Passaram a serem montadas barracas e promovidas várias atrações. Neste local apareceram também os primeiros fotógrafos alemães, que ali encontraram um excelente ambiente para fazerem suas exposições. A cerveja, proibida desde os primeiros anos, só começaria a ser servida em 1918. Logo depois, os caricaturistas já retratavam a luta pelos copos cheios de cerveja e pela primeira vez pode-se apreciar nas telas dos cinemas a festa das mil atrações.
Por consequência das guerras e pela epidemia de cólera, a Oktoberfest deixou de realizar-se 25 vezes. De 1945 até hoje, aconteceu ininterruptamente. 
Atualmente, a Oktoberfest de Munique recebe anualmente um público de quase 10 milhões de pessoas. O consumo de cerveja chega a sete milhões de litros.
Link da Oktoberfest de 1984 e 1985: 
Arquivo/texto /Adalberto Day/José Geraldo Reis Pfau/Niels Deeke

- Árvore de Amoras

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Mais uma participação exclusiva da escritora e historiadora Urda Alice Klueger, que nos remete aos anos de 19(60), do século passado, relembrando sobre as delicias das “amoras” em nossa região do Garcia e toda Blumenau.
Por Urda
(Para Luiz Ramil)
                                  
Imagem: divulgação Internet
       Lembro-me de quando estavas aqui, em agosto, e a árvore de amoras¹ ensaiava a Primavera, neste ano em que o inverno foi tão brando! A cada manhã parávamos sob ela e víamos as pequenas amoras verdes crescendo, e eu comentava contigo da abundância que haveria em breve, da refeição de amoras que eu faria ali, a cada manhã, coisa encantada, que me ligava à Natureza, ao Passado e ao Presente de fartura, tanta comida, hoje, neste país, que as crianças já não sabem mais comer fruta no !                                

          Então tu te foste antes que a primeira amora amadurecesse, e eu continuei ali, espreitando aquela árvore que em poucos dias cobriu-se de amoras pretas, doces e suculentas, e nas manhãs de andanças com meu cachorro eu já não comia mais em casa, tamanha era a fartura que havia sob aquela árvore, fartura daquela fruta que me deixava a boca, o rosto e as mãos cheias do roxo do seu sumo, fartura das lembranças de ter estado ali contigo. Eram tantas as amoras que eu podia comer até a saciedade, e elas se desprendiam dos ramos da árvore ao primeiro toque e me enchiam as mãos, e a cada uma que eu botava na boca eu me lembrava de ti, e aquela rua que me trazia diversas magias agora ficara mais encantada ainda, e cada manhã era uma manhã de festa porque havia as amoras e a tua lembrança de ali, sob a árvore – mais de uma vez eu te escrevi sobre aquelas amoras maduras, mas penso que não sabes, até agora, como aquele amadurecimento está, agora, ligado à tua lembrança.

Imagem: divulgação
   Houve dias que como que me sentia intoxicada de tanta vitamina C, tamanha a abundância sob aquela árvore, e é tão mágica e magnífica, aquela árvore, que tanto eu, quanto as crianças da escola, quanto outros passantes, todos paravam ali para colherem suas frutinhas negras, e lá vinham mulheres com panelas para a colheita com a qual fariam doces, ou homens com potes de plástico para colher amoras para as suas crianças, e todos nos fartávamos e colhíamos  o que estava à mão, na parte mais baixa da árvore, pois lá em cima, quem dominavam eram as aves.
     Todo o tipo de aves e avezinhas fazia sua barulheira primaveril nos altos da árvore, sem nenhum medo, pois agora as crianças também já não sabem mais perseguir passarinhos, e houve uma manhã, mesmo, que havia tal bando de aracuãs se alimentando lá no andar de cima, que quando faziam uma revoada, era quase que com se houvesse um escurecimento do dia. As aracuãs estavam tão felizes e repletas de amora que, imagino, naquele dia aproveitaram para perpetuar sua espécie. E eu comi, e depois fui andando, e depois voltei – tu conheces o meu itinerário – e sempre as aracuãs continuavam ali a festejar a vida, e como eu sentia que não estivesses ali para compartilhar aquela exuberância toda!
     A festa daquela árvore continuou por uns quarenta dias – nunca fizera as contas de quanto tempo uma árvore de amoras permanece frutificando, mas neste ano eu lembrava de ti e de quanto tempo fazia que te foras, e sabia do tempo. E continuava, a cada amora, a me lembrar de ti.
        Hoje foi a primeira manhã em que já não havia amoras, e vim para casa com fome. Há que esperar muito tempo para que aquela árvore volte a frutificar, o que não quer dizer que ela não continue a frutificar lembranças, pois me mantive sob ela, olhando seus ramos sem amoras, mas pejados de recordações.
Imagem: divulgação
     Quanto tempo irá passar, agora, até que possamos estar de novo sob uma árvore assim, armazenando novamente as lembranças que ficarão para a vida? Senti muito, muito, a tua falta.
¹ Amoraé o nome popular dado a diversas frutas de formato semelhante, mas pertencentes à gêneros e mesma famílias botânicas diferentes.
Alguns tipos de amoras:
Amora-branca, Amora-do-mato, Amora-vermelha. 

               Blumenau, 04 de Outubro de 2014.
               Urda Alice Klueger
               Escritora, historiadora e doutora em Geografia.

- Os Trapalhões no Reino da Fantasia

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Mais uma contribuição do nobre amigo renomado escritor, jornalista e colunista, Carlos Braga Mueller, que hoje nos relata sobre filme produzido em Blumenau e região Os Trapalhões no Reino da Fantasia.

XUXA E DIDI: PERSEGUIÇÃO PELAS RUAS DE BLUMENAU
Por Carlos Braga Mueller

É possível que muitos não se lembrem, porém em 1985 foi realizado um filme com Xuxa e os Trapalhões, usando as ruas de Blumenau como parte do cenário.
O nome do filme: “Os Trapalhões no Reino da Fantasia”, produzido por Renato Aragão em parceria com Maurício de Souza.
Quem articulou tudo foi o empresário de comunicação Sérgio Murad, também conhecido como Beto Carrero.
Murad havia estabelecido um quartel-general de sua agência de publicidade, a JBS Murad, em Blumenau. Assim, ficava mais perto de importantes clientes seus, como a Sulfabril, Teka,  Linhas Circulo, Buettner e tantas outras, que anunciavam regularmente em revistas de circulação nacional e, principalmente, na Rede Globo de Televisão.

Visionário, Beto Carrero já sonhava em implantar seu parque de diversões temático. Enquanto isso não acontecia, mantinha na Santur, em Balneário Camboriú, um protótipo do que seria o Beto Carrero World.
Ali existia a vila do faroeste, entre outras atrações. Regularmente era montada uma lona da família Robatini para apresentações circenses.
Beto desfrutava da amizade pessoal de Renato Aragão e dos demais Trapalhões; Dedé, Mussum e Zacarias.
Naqueles tempos os filmes de Renato Aragão eram sucesso certo de bilheteria. A cada ano era lançado pelo menos um novo filme e 
em 1985 Sérgio Murad convenceu seus amigos a realizarem o filme utilizando cenários de Santa Catarina, mostrando seu parque na Santur e Blumenau, principalmente.

O FILME
Os Trapalhões no Reino da Fantasia” já prenunciava o que seria o Beto Carrero World: utilizando a estrutura existente na Santur, o roteiro usou e abusou de cenas de faroeste, a grande paixão de Beto Carrero.

Foi no western do cinema americano que ele pautou a criação do personagem Beto Carrero, um justiceiro que não usava a violência das armas contra os bandidos, mas sim um chicote, o famoso látego do El Zorro.
A Renato Aragão Produções bancou o filme e Dedé Santana foi o Diretor.
Convidaram Maurício de Souza para ser o co-produtor e por isso a história tem uma sequência de 20 minutos de desenho animado dos Trapalhões.
A história é simples e feita para as crianças entenderem...e torcerem pela Xuxa e pelos Trapalhões. Ela é uma freira, Irmã Maria, que dirige um orfanato que enfrenta dificuldades financeiras. Para ajudar, os Trapalhões fazem um espetáculo, mas o dinheiro dos ingressos é roubado.A quadrilha é comandada por Mauricio do Vale, consagrado ator, um ícone dos filmes de Glauber Rocha. Dedé, Didi e Irmã Maria perseguem os bandidos. A perseguição passa pelo mundo de Beto Carrero, na Santur, por uma das praias de Santa Catarina (parece ser Laranjeiras) e também pelas principais ruas de Blumenau.
Começa pela ponte sobre o Ribeirão Garcia no início da rua 15; acessa a Beira Rio e mostra até o Barco Blumenau II ancorado. Depois a diligência contorna a Prefeitura e quase atropela a banda municipal, regida pelo maestro Marcílio. Também pode ser vista atravessando a ponte da Ponta Aguda em direção ao centro, com destaque para o Castelinho (que ainda era da Moellmann); segue pela rua 15 de Novembro, passa em frente às escadarias da Igreja (hoje Catedral).

Em seguida a diligência entra pela Rua Padre Jacobs e chega até a Rua 7 de Setembro, seguida por Didi, a cavalo. Claro que os bandidos levam a pior. Beto Carrero ajuda a recuperar o dinheiro.
A diligência termina caindo num despenhadeiro e pegando fogo, tudo no melhor estilo Hollywood ! Afinal, estamos vivendo o mundo da fantasia. Dedé, Didi e Xuxa, que estavam na diligência, acabam se salvando, pendurados em uma encosta...
Usamos o termo diligência em respeito ao velho oeste americano, mas o veículo é tratado também como carruagem.

REPERCUSSÃO
Quando o filme foi feito, finalzinho de 1984, início de 1985, Blumenau e o Vale do Itajaí ainda viviam o trauma das grandes enchentes (1983  e 1984). A cidade estava sendo reconstruída e o filme serviu para melhorar o “astral” dos blumenauenses.
Também a marca Beto Carrero foi alavancada e a partir dali Sergio Murad não parou mais, partiu para a construção do seu parque temático.
Hoje, lá está o sonho de Beto Carrero transformado em realidade; um dos maiores centros de diversões do mundo ! 

BETO CARRERO, UMA LENDA
Para nós, que tivemos a satisfação de conhecer, e conviver em várias oportunidades, com João Batista Sérgio Murad, o Beto Carrero, foi uma epopéia acompanhar os saltos que ele dava, sempre em direção ao sucesso.
Com o cavalo Faísca, ou sem ele, Beto estava sempre saltitante,  inventando coisas, colocando à prova sua capacidade de realizar o impossível. E conseguiu.
Não só implantou seu parque, considerado hoje o 6º maior do mundo, mas teve o mérito de revitalizar o mundo do circo no Brasil.
Seus espetáculos circenses arrancavam aplausos onde quer que se apresentassem. Eram várias lonas, todas de alto luxo, percorrendo o país.
Beto não sossegava; quando queria novas atrações ia a Las Vegas e trazia de lá o melhor em espetáculos.
Outro grande mérito seu: criou uma escola de circo em Penha, que até hoje forma novos valores para os picadeiros não só do país, mas internacionais.
Nascido no interior paulista no dia 9 de setembro de 1937, Murad nos deixou no dia 1º de fevereiro de 2008.
Ele se foi...mas o Beto Carrero continua vivo entre nós !
Para quem desejar ver o filme pelo Youtube clique no link:

Texto de Carlos Braga Mueller/fotos reprodução

- Quando o Futebol andava de Trem

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Hoje apresentamos uma bela crônica sobre Futebol e a história relacionada em Blumenau e região com a Estrada de Ferro.
Quem nos presenteia é o publicitário José Geraldo Reis Pfau.
Por Zé Pfau:
A história da nossa família desde as suas origens, é assunto cujos detalhes são fascinantes. Saber de onde veio os nossos pais é uma curiosidade superinteressante. É importante registrar que aqui em Blumenau com a Estrada de Ferro tivemos algumas origens de famílias que pelo futebol e pelo trem fizeram história.

O meu pai é apenas um deles. Já falecido, Osmênio Pfau (foto), filho de ferroviário nascido em São Francisco do Sul, foi mecânico de locomotivas e vagões quando jovem morando em Mafra, no extremo norte do estado e sempre perto dos trilhos.


Ainda solteiro foi jogador com certo destaque, acredito, na defesa do Clube dos Ferroviários - o Peri de Mafra, que animava as torcidas nas tardes ensolaradas de finais de semana daquela região. De saudosa memória Dr. Abel Ávila dos Santos, era o engenheiro chefe da Estrada de Ferro em Blumenau e dirigente do time de futebol Brasil, depois o glorioso Palmeiras Esporte Clube, mais tarde em 1980 Blumenau Esporte Clube BEC.
 Num jogo amistoso ou de campeonato, pouco importa, o dirigente conhece o jogador na defesa do PeriPfau - e faz o convite. Este convite era na verdade um compromisso duplo.
Transferido pelo emprego como mecânico da Estrada de Ferro e no compromisso e condição de jogador com a função de beque central estreia na defesa do Brasil em Blumenau .
Essa estreia aconteceu lá pelo início dos anos 19(40). Mais tarde, ele nos contava com orgulho, que fez parte de uma série de equipes que fizeram bons espetáculos na história do futebol em Blumenau. Lembro-me de ouvir histórias como a de que firmes e responsáveis à dupla Pfau e Schramm afirmavam que lá na defesa “só a bola passava”.
São estes pequenos tópicos e detalhes da história que nos coloca ligados ao trem e ao futebol. Na Blumenau de hoje são duas posições bem saudosistas, pois nenhum dos apitos, tanto do trem como o do futebol não soam mais como soavam naquele tempo. O publicitário paranaense Ernani Buchmann usando de seu talento lançou o livro de memórias dos times ferroviários brasileiros com o titulo “Quando o Futebol andava de Trem”. Faz citações interessantes, pois diz que o primeiro trem a rodar no Brasil foi em 1852 e a primeira bola no Brasil foi com Charles William Miller¹(Nascido em São Paulo, 24 de novembro de 1874 — e falecido em 30 de junho de 1953)em 1894 que trouxe da Inglaterra, logo após o término dos estudou e que nos times ferroviários é onde estariam as origens do esporte no Brasil.
¹ Charles Miller
Introdutor do futebol no Brasil
Charles Miller (imagem) foi jogador, árbitro, dirigente e é considerado o pai do futebol no Brasil. Apaixonado por esportes, também foi o fundador da Associação Paulista de Tênis.

Nascido no bairro paulistano do Brás, filho de um escocês e uma brasileira de origem inglesa, Charles Miller viajou para Hampshire, na Inglaterra, aos nove anos de idade para estudar. Lá aprendeu a jogar futebol, rugby e críquete.
Aos 17 anos, Charles já se destacava no futebol, o que lhe deu a chance de disputar 34 partidas pela Banister School, marcando 51 gols. Pelo St. Mary ele jogou 13 partidas e fez três gols. Pelo Condado de Hampshire também emplacou três gols, só que em seis partidas. Isso, além de enfrentar por duas vezes o famoso time inglês Corinthian (sem o "s"), que serviria de inspiração aos paulistas em 1910.
Charles Miller retornou ao Brasil em 1894 para trabalhar na São Paulo Railway Company (companhia inglesa de ferrovias), tornando-se também correspondente da Coroa Britânica e vice-cônsul inglês em 1904.
Na época do seu retorno, havia apenas um clube na cidade, o São Paulo Athletic, fundado em maio de 1888 pela colônia britânica, que oferecia a prática do críquete. Como havia trazido duas bolas da Inglaterra, uniformes e um conjunto de regras, Miller tentou difundir o futebol. O primeiro jogo foi realizados em 15 de abril de 1895 entre Funcionários da Companhia de Gás X Companhia Ferroviária São Paulo Railway.
Como artilheiro do São Paulo Athletic Club (SPAC), Charles Miller ganhou os três primeiros campeonatos em 1902, 1903 e 1904. Foi também o criador do drible ou passe com o calcanhar, jogada que viria a ser conhecida com o nome de "Charles", em sua homenagem.
Miller foi fundamental na montagem da Liga Paulista de Futebol, a primeira do Brasil. Foi ele que sugeriu o nome do primeiro presidente do Sport Club Corinthians Paulista.

Para saber mais sobre Osmênio Pfau acesse:
Texto e arquivos: José Geraldo Reis Pfau/Adalberto Day 

- JASC - Jogos Abertos de SC

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JASC
Os 54º JASC será realizado na cidade de Itajaí, entre os dias 15 e 25 de novembro/2014

53º JASC – Jogos abertos de Santa Catarina em Blumenau de 20 a 30 de novembro/2013. 
Imagem FESPORTE -Enviada por Theodor Darius. 
Morreu na manhã desta sexta-feira (11/04/2014), Rubens José Facchini, 76 anos, um dos criadores dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Ele foi uma das três vítimas do grave acidente no quilômetro 40 da BR-470, em Gaspar. Conforme informações da Polícia Rodoviária Federal, dois caminhões se chocaram e, sem seguida, pegaram fogo. O acidente aconteceu próximo ao restaurante Lá Terra e envolveu dois caminhões, uma van e um carro.
História de Blumenau: Clicar em
Jogos abertos de 1962 em Blumenau – Estádio do Amazonas (foto) preparado exclusivamente para esses jogos, após ser destruído totalmente na enxurrada violenta de 31/outubro de 1961.

Em 1962 foi realizado pela primeira vez os JASC em Blumenau, e um dos locais das competições era o magnífico Estádio do Amazonas do Bairro Garcia. Ainda garotinho pude acompanhar principalmente as modalidades de Atletismo e Ciclismo. Recordo-me muito bem do Waldemar Thiago, da família Boos e Dias do Amazonas, Belz e do próprio Thiago pelo Olímpico e tantos outros extraordinários atletas. 

Blumenau sempre teve grandes atletas em todas as modalidades. Quero aqui destacar o nome de Waldemar Thiago de Souza (foto), como atleta símbolo. A história de Waldemar Thiago de Souza confunde-se com a do atletismo catarinense. Nascido em 1926, na localidade de Espinheiro (Ilhota), veio para Blumenau ainda jovem. Durante décadas foi o quase que imbatível atleta fundista de 5 mil e 10 mil metros. Representou Santa Catarina pelo Brasil, levando o nome de Blumenau além-fronteiras na década de 40. Um derrame tirou Waldemar Thiago das pistas, mas não freou o crescimento da semente por ele plantada. Faleceu no dia 17 de março de 2007, aos 81 anos.

História:
Os Jogos Abertos de Santa Catarina foram criados em Brusque pelo desportista e empresário brusquense Arthur Schlösser (foto) e tiveram sua primeira realização em Brusque no período de 7 a 12 de agosto de 1960. Em 1956 Arthur Schlösser esteve em São Paulo colhendo informações e inteirando-se dos Jogos Abertos do Interior, que são realizados anualmente no estado de São Paulo, com a finalidade de criar em Santa Catarina uma competição semelhante. Em 1957, 1958 e 1959 Arthur Schlösser custeou parte da ida das equipes da Sociedade Esportiva Bandeirante de Brusque aos Jogos Abertos do Interior, nas cidades paulistas de São Carlos, Piracicaba e Santo André, a fim de obter mais subsídios para que tivesse reais condições de criar os Jogos Abertos de Santa Catarina. 
Na cidade de São Carlos em 1957 os dirigentes brusquenses mantiveram na Comissão Central Organizadora contato com Baby Barioni que fundou no ano de 1936 na cidade paulista de Monte Alto os Jogos Abertos do Interior.
 Neste encontro os dirigentes brusquenses expressaram a Baby Barioni que na cidade de Brusque Arthur Schlösser pretendia realizar uma competição nos moldes dos Jogos Abertos do Interior. Além de fornecer regulamento, formulários e material, Baby Barioni nos solicitou que incentivássemos e auxiliássemos Arthur Schlösser a criar os Jogos Abertos em Santa Catarina. Desde 1957 Arthur Schösser Vinha mantendo entendimentos e reuniões com desportistas e autoridades brusquenses para a fundação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, incluindo sua primeira disputa no ano de 1960 como parte integrante oficial das comemorações do Centenário de Brusque. Em 1958, 1959 e até o início dos primeiros JASC, as reuniões comandadas por Arthur Schlösser - eleito Presidente da CCO - Comissão Central Organizadora - foram sendo realizadas regularmente, inicialmente no escritório de Arthur Schlösser, depois na S.E. Bandeirante, e por fim na sede da CCO no 1º andar do Edifício Centenário no centro de Brusque. O grande mérito de Arthur Schlösser não ficou tão somente na criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, mas sim na sua dedicação e consideráveis gastos para que a competição não sofresse solução de continuidade.
QUEM FOI ARTHUR SCHLÖSSER:
Arthur Schlösser, "Pai dos Jogos Abertos de Santa Catarina" nasceu em Brusque em 26-5-1916 e faleceu em 28/10/1969. Casou com Regina Scheidemantel, e teve os filhos Roberto (já falecido) e Elisa. Foi Presidente da Sociedade Esportiva Bandeirante - onde foram realizados em 1960 os primeiros Jogos Abertos de Santa Catarina, e sempre participou de sua Diretoria e Conselho Deliberativo. Arthur Schlösser jogou futebol no Sport Club Brusquense, depois Clube Atlético Carlos Renaux. Foi atleta da S.E. Bandeirante de Brusque nas modalidades de ginástica, punhobol, tênis, voleibol e basquetebol. Participou da criação e incentivou o intercâmbio com Clubes de São Paulo, Joinville e Blumenau através da S.E. Bandeirante. O Ginásio de Esportes da S.E. Bandeirante, inaugurado por ocasião dos VI Jogos Abertos de Santa Catarina realizados em 1965 em Brusque, foi iniciativa de Arthur Schlosser que destinou substancial auxílio para sua construção, não tendo Arthur aceitado que fosse colocado o seu nome ao Ginásio de Esportes, conforme era desejo da Diretoria e do Conselho Deliberativo da S.E. Bandeirante. Arthur Schlosser Foi Presidente do Rotary Clube de Brusque na gestão 1955/1956, sendo formado em fiação tecelagem, iniciando em 1-10-1941 suas atividades na Cia. Industrial Schlosser, onde chegou a ocupar o cargo de Superintendente. 
Acervo: Valdir Appel
Mais história dos JASC - clicar em:

Observação.:
Em 1983 não foram realizados os JASC, devido a grande enchente que assolou toda região do Vale do Itajaí.Os jogos Abertos de 2008, teve seu início, mas foi cancelado devido a tragédia ocorrida em novembro de 2008 em toda região.
Lista dos campeões gerais:
- Blumenau = 40 vezes - 1962,  1964,1965, 1967 a 1982, 1984 a 1991, 1994 a 2000 e de 2003 a 2007 e 2013
- Florianópolis8 vezes - 1960, 1961, 2001 ,2002, 2009,2010,2011,2012 
- Joinville = 4 vezes 1963, 1966, 1992 e 1993
Observação: Blumenau foi campeão em 24 edições seguidas: 1967/1982 (1983 não foi realizado) 1984/1991.
Alguns Cartazes dos JASC. 
Colaboração radialista Amauri Pereira
Acesse
http://www.fesporte.sc.gov.br/
 Arquivo de Amauri Pereira/Adalberto Day 

- Museu da Família Colonial

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O Passado Preservado em Blumenau
A ideia de se criar um museu surgiu em 1950, quando a cidade comemorava o primeiro centenário de fundação.
Em 1952 Edith Gaertner, (nascida em Blumenau em 22 de março de 1882 e falecida em 15 de setembro de 1967)sobrinha-neta de Hermann Blumenau, resolveu dar o primeiro passo: uma área de 1755 m², situada dentro dos primeiros lotes desmarcados da colônia, e uma residência edificada do século XIX, foi doada para a construção de um museu.
         
Com o falecimento de Edith (imagem divulgação), em 1967, a  administração local confiou ao historiador José Ferreira da Silva organização e direção do museu. Foi aberto a visitação pública, no final de 1967, com a denominação de Museu da Família Colonial.
          A Casa que hoje serve de sede ao museu, construída no ano de 1864, era propriedade do antigo Consul da Alemanha, o sobrinho e colaborador do Doutor Blumenau, Victor Gaertner e de sua esposa, Rosalie. Ao lado está a residência que foi de Hermann Wendeburg, secretário e guarda livros de Doutor Blumenau, construída em 1858. As enchentes de 1983 e 1984 trouxeram dados irrecuperáveis, com a parte do acervo histórico destruída pelas águas.
          Em 1967 a edificação foi incorporada à fundação Cultural de Blumenau.
          Edith Gaertner viveu solitária na residência que viria a se tornar museu. Dedicava uma afeição toda especial aos animais, especialmente aos gatos. O que morriam eram sepultados em um local especial aos fundos do terreno. Com a construção do Museu, a fundação cultural de Blumenau decidiu conservar as lápides do cemitério dos gatos.
História:
O complexo museulógico compreende três casas-museu. 
O Museu da Família Colonial foi aberto ao público em 1967. Ele tem exercido as funções de guardar e preservar a cultura material de diversas famílias, que moraram em Blumenau ao longo de sua história, interagindo com a comunidade.
Uma delas, construída em 1864, em verdadeiro estilo enxaimel serviu de residência ao comerciante e cônsul da Alemanha em Blumenau, Victor Gaertner e família. Sua esposa Rose Gaertner foi a fundadora do teatro em nossa cidade. A segunda casa, datada de 1858, é atualmente a mais antiga residência existente no Vale do Itajaí e serviu de residência ao imigrante alemão Hermann Wendeburg, que era secretário e guarda-livros do fundador da Colônia. Ali se encontram móveis e objetos dos primeiros moradores.
A terceira casa museu foi construída no No início da década de 1900 em estilo germânico e serviu de morada para da família Gaertner. Com o falecimento de Hermann Wendeburg, sua casa foi adquirida pelo imigrante Paulo Schwartzer. Anos depois foi herdada pela filha Edith Schwartzer, a qual era casada com o Otto Rohkohl, cônsul da Alemanha em Blumenau (1919-1939). A última herdeira, Renate Rohkohl Dietrich, ciente da importância deste patrimônio para a história da cidade, doou este patrimônio à municipalidade em 1964 (Registro no 2º Tabelião de Notas, Livro 130, fls.144/145V), com usufruto. Foi tombada a nível estadual como Patrimônio Histórico através da Lei 1.294 de 29 de outubro de 1996. Localização: Alameda Duque de Caxias, 78 – Centro. Fonte: Historia de Blumenau. José Ferreira da Silva 2ª Edição - 1988 . 
        Inicialmente o centro da cidade era onde hoje se localiza a Avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras), arquivo histórico José Ferreira da Silva, a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Mueller e o museu da Família Colonial.

- A primeira Rua em Blumenau surgiu em 1852, com o nome de Palmenalle , onde foi construído o primeiro hotel, de alvenaria. Num dos quartos o Dr. Blumenau instalou a direção da Colônia. - A Rua Palmenalle mudou seu nome para Boulevard Wendeburg em 3 de fevereiro de 1883, depois para alameda Dr. Blumenau e em 8 de abril de 1939, para alameda Duque de Caxias através do Decreto-Lei nº. 68 de 18 de agosto 1942, na administração de Afonso Rabe. O Decreto-Lei nº. 1.202, que se referia sobre a nacionalização dos nomes de ruas, determinava que as ruas com nomes estrangeiros fossem alterados e colocados nomes nacionais. A povoação compreendia o início do Garcia, e parte da rua XV de Novembro. 
- Muitos outros imigrantes atravessavam o Oceano Atlântico em veleiros de companhias particulares. E assim foi crescendo o número de agricultores, povoadores e cultivadores dos lotes, medidos e demarcados ao longo dos rios e ribeirões que banhavam o território da concessão. No princípio, a Colônia era de propriedade do fundador, Dr. Blumenau.
- Em 1860 o Governo Imperial encampou o empreendimento e Dr. Blumenau foi mantido na direção até a elevação da colônia. E a Lei nº 860, de 04 de fevereiro de 1880, à categoria de Município. Em poucos anos, Dr. Blumenau, dotado de grande energia e tenacidade, fez da colônia um dos maiores empreendimentos colonizadores da América do Sul, criando um importante centro agrícola e industrial influente na economia do país. Entretanto, em outubro de 1880, uma grande enchente causou sérios prejuízos à população e à administração pública, com a destruição de pontes e estradas. Com isso, a instalação do Município só foi possível em 10 de janeiro de 1883, quando assumiu o exercício a Câmara Municipal eleita no ano anterior. Depois disso o município recebeu o título de Comarca (1886) e finalmente, em 1928, passou à categoria de Cidade. 
Foto: Jaime Batista da Silva
Quando Dr. Blumenau, esteve aqui pela primeira vez em janeiro de 1848, associou-se a um comerciante de nome Ferdinand Hackradt , e rumou ao Itajaí , onde Agostinho Alves Ramos emprestou embarcações , alimentos e um guia para explorações .Quando chegaram, encontraram famílias, com residências fixas, como os Haendchen, os Klocher os Deschamps, Klock, Schneider , Theiss, Kerbach, Peter Wagner, Peter Lukas, que vieram a partir de 1837 provenientes de São Pedro de Alcântara e outros que foram os percussores da colonização de Gaspar (Belchior e Pocinho) . Os dois últimos tinham grandes culturas e engenhos de açúcar no local “Capim Volta”, um conhecido bairro de Blumenau, hoje City Figueiras. Essas famílias deram suporte e sustentação a Dr. Blumenau, em seu tão sonhado empreendimento. Todas as famílias citadas deixaram descendentes por toda região do Vale do Itajaí, alguns deles casaram com imigrantes alemães que vieram após 1850. Quem os trouxe foi um caboclo forte e prudente, que foi recomendado como de inteira confiança, chamado Ângelo Dias, que prestou grandes trabalhos aos dois empreendedores. Todos esses nomes mencionados não vieram com Dr. Blumenau, que veio no intuito de organizar uma colônia, até então eram apenas famílias isoladas. Mas não devemos esquecê-las, pois tiveram sua importância dentro de um contexto histórico para o desenvolvimento de nossa cidade. O próprio Ferdinand Hackradt ficou na região próximo ao centro da cidade, enquanto Dr. Blumenau retorna à Alemanha e após conseguir convencer 17 imigrantes através de seu sobrinho Reinhold Gaertner a vir ao novo continente, chegam à foz do Ribeirão da Velha em 02 de setembro de 1850. Dr. Blumenau já se encontrava em Blumenau quando os 17 primeiros imigrantes chegaram. 
Observação: Na realidade os primeiros 17 imigrantes teriam chegado a Desterro (Florianópolis) nesta data de 02 de setembro. E o mais provável que a primeira família a chegar em Blumenau dentre os 17 imigrantes, foram os FRIEDENREICH no dia 09 de setembro de 1850. Alguns vieram a pé. A data de 02 de setembro de 1850 foi definida em 1900.
OS PRIMEIROS 17 IMIGRANTES
- REINOLDO GARTNER: com 26 anos de idade, solteiro, natural de Brunsvique, sobrinho, pelo lado materno, do Dr. Blumenau;
- FRANCISCO SALLENTHIEN, com 24 anos, solteiro, lavrador, também natural de Brunsvique;
- PAULO KELLNER; 23 anos, solteiro, lavrador,igualmente de Brunsvique;
- JÚLIO RITSCHER, 22 anos, solteiro, agrimensor, natural de Hannover;
- GUILHERME FRIEDENREICH, com 27 anos de idade, alveitar, natural da Prússia, casado com;
- MINNA FRIEDENREICH, 24 anos de idade, possuindo o casal os seguintes filhos;
- CLARA, com 2 anos de idade;
- ALMA, com 9 meses;
- DANIEL PFAFFENDORFF, 26 anos de idade, solteiro, carpinteiro, natural da Saxônia;
- FREDERICO GEIER, 27 anos de idade, solteiro, marceneiro, natural de Holstein;
- FREDERICO RIEMER, 46 anos de idade, solteiro, charuteiro, natural da Prússia;
- ERICH HOFFMANN, 22 anos de idade, ferreiro, funileiro, também da Prússia;
-ANDRÉ KOLMANN, 52 anos de idade, ferreiro, igualmente da Prússia, acompanhado da esposa;
- JOANNA KOLMANN, 44 anos de idade, e das filhas;
- MARIA, 20 anos de idade, solteira;
- CRISTINA, 17 anos, também solteira, e
-ANDRÉ BOETTSCHER, com 22 anos de idade, solteiro, ferreiro, natural da Prússia.  
Arquivo de Adalberto Day/Fonte Jornal de Santa Catarina, sábado 2 de setembro de 2000 – 150 anos de Blumenau; volume 3 – Personagens, lugares e construções. 

- Churrasco de Igreja

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 Churrasco de igreja
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                                   (Para meu amigo Adalberto Day e para meu pai, Roland Klueger).
A historiadora, escritora e Colunista Urda Alice Klueger, nos apresenta uma crônica em homenagem ao seu pai e a mim. O assunto se desenrolou em conversas com a Urda enquanto eu estava em tratamento de radioterapias e quimioterapias de um câncer na Rinofaringe em 2012/13, onde por diversas vezes ela e outros amigos diziam que iriamos logo comer “um churrasco de Igreja”.  Ainda não é possível devido à destruição da glândula salivar com a Radioterapia, e carne não passa na garganta, assim como alguns alimentos, porém o aroma eu sinto todos os dias. Que saudades!      
Por Urda Alice Kluger
Urda

                                   Aquele aroma vem lá da minha infância mais antiga, do tempo em que ainda não tinha quatro anos, e é inesquecível e incomparável. Em dias de festa, e houve alguns naquele período em que começo a lembrar das coisas, meu pai fazia o perigoso braseiro no chão do rancho, rodeado por alguns tijolos, e meninas pequenas como eu ficavam proibidas de aproximar dali um dedinho que fosse.
O fogo, assim como a água, continuam exercendo seu fascínio atávico sobre o ser humano, e ainda me lembro muito bem do rubor daquelas brasas vivas e perigosas, que logo eram cobertas pela grelha de ferro, utensílio importantíssimo naqueles tempos remotos – e que continua a existir, principalmente em festas de igreja.

                                   Então, quando a grelha incandescia, lá vinham os churrascos para assar, mergulhados no tempero desde a véspera, e meu pai, que sempre foi hábil cozinheiro, sabia direitinho o que se usar para um churrasco, ou cinquenta, ou cem – temperava os churrascos para um casamento inteiro, ou para o que fosse, as quantidades sabidas de cabeça, tanto de sal, tanto de pimenta do reino, tanto de cebola cortada, tanto de vinho, tanto de cerveja, um pouco de limão.
Igreja Bom Pastor - Garcia
Acho bom clarear o conceito de churrasco para quem não é nativo do Vale do Itajaí – nosso churrascoé aquilo que os gaúchos, por exemplo, chamam de chuleta, e quando, aos poucos, outros povos começaram a povoar este vale que fora por algum tempo dominado pelos imigrantes e seus descendentes, e se espantarem pelo nosso conceito de churrasco, espantamo-nos também, pois, para nós, o churrasco era aquilo que a nossa cultura nos passara.
Igreja Nossa Senhora da Glória
                                   Lembro da primeira vez em que estive num churrasco em distante lugar, e o quanto me espantei com tantas carnes, porcos cortados ao meio com os dentes ainda formando meio sorriso e coisas assim, sal grosso em lugar de vinha d’alhos, espetos – tive um choque, assim como devem ter tido os que vieram de fora e se depararam com o que sabíamos. Imagino, no entanto, que os migrantes não devem ter se chocado com aquele aroma que se espalha pelo ar quando aquelas chuletas temperadas de véspera vão para a grelha e rescendem àquela inebriante fumaça de carne assando no seu melhor tempero, assim como meu pai fazia.
                                   Ao longo das últimas décadas, o churrasco gaúcho foi tomando conta dos restaurantes e costumes desta região onde vivo, e penso que hoje já pouca gente sabe, como meu pai sabia, as quantidades certas de tempero para cinquenta ou cem churrascos, e além de um ou outro lugar esparso, como algumas casas ou alguns assadores, o nosso churrasco tradicional está circunscrito às festas de igreja. E hoje é um tempo em que a gente diz coisas assim:
                                   - Vou comer um churrasco de igreja na festa da Nova Rússia! – pode ser em outro lugar, o que importa é a tradicionalidade daquele tempero de véspera, a grelha de pernas curtas sobre o braseiro, aquele aroma que eu diria divino se espalhando pelo ar, coisa que foi tão bem preservada pelas igrejas, nas suas festas! O nosso churrasco tradicional hoje se chama “churrasco de igreja”, e lembrando o que meu pai fazia, eu ainda arrisco fazer o tempero de uma ou duas peças daquelas, para obter resultado mais ou menos igual, e fico caçando os anúncios de festas de igreja para ir lá comer aquele que é o tradicional churrasco da minha infância, e nessas ocasiões, sinto tamanha saudade do meu pai
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Urda foi homenageada por parlamentares
A historiadora e escritora blumenauense Urda Alice Klueger foi homenageada dia 25 de novembro/2014 na Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Recebeu a medalha Mérito Legislativo,considerada a maior honraria  do parlamento catarinense, em sessão solene . Urda é membro da Academia Catarinense de Letras, do Instituto Geográfico  de Santa Catarina, da União Brasileira de Escritores  e da Associação de Jornalistas e escritores do Brasil.Autora de Romances e Ficção. inclusive para crianças, atualmente faz pesquisa sobre os povos sambaquianos. 
                                   Blumenau, 18 de novembro de 2014. 
                                   Urda Alice Klueger
                                   Escritora, historiadora e doutora em Geografia.   

- Onde rola a bola

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“Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos Flavio Monteiro de Mattos (foto), carioca de nascimento e BLUMENAUENSE POR OPÇÃO”, contando um pouco de suas lembranças quando vinha do Rio de Janeiro visitar Blumenau, com sua família.

ONDE ROLA A BOLA, TODO MUNDO VAI ATRÁS!
Sou de uma época em que o futebol era a principal diversão dos garotos da maioria das cidades brasileiras e a postagem “Futebol anda de trem” do cronista José Geraldo Reis Pfau" Zé Pfau" me fez reviver um pouco desse tempo.
Fosse onde estivesse, fanáticos como eu davam um jeito de jogar uma “pelada” (termo empregado na época), desde que para isso houvesse ao menos um parceiro. O resto era detalhe. A bola, necessariamente, não precisava ser uma bola tradicional, bastava algum objeto que pudesse ser chutado e aí eram considerados desde uma pequena pedra, passando por chapinhas de refrigerante (dava-se esse nome às tampas, que eram de metal chanfrado), caixas de papelão e, claro, as amadas bolas, de couro plástico ou até as feitas com meias. Os “campos” variavam desde quartos, corredores, garagens, calçadas ou pátios e as disputas tinham formatos variados: desde o rudimentar “gol a gol” (com apenas dois “atletas”, um chutando para o outro, alternadamente), duplas ou times. O tempo de duração da competição era totalmente imponderável. Podia ser breve por conta da “bola” improvisada desfazer-se e não haver outra disponível, ou ainda muito breve, interrompida por alguém extra-campo que constatava assoalhos arranhados; copos, vasos, cinzeiros, vidraças atingidos por “boladas”, ou ainda as sumárias, interrupção da disputa por um dos “atletas” machucados e/ou “desgaste do material“ – rasgos nas roupas, destruição de sapatos.
Mas sem dúvida era tudo muito simples se comparado às exigências de hoje. Aconteciam em função da oportunidade – dois ou mais “jogadores” disponíveis -, e capacidade de improvisação dos “atletas” – balizas, a bola e uniformes, geralmente eram os sem camisa contra os de camisa.

O passar do tempo e uma maior autonomia de ir e vir foram responsáveis por uma mudança de status das disputas e a orla marítima do Rio passou a ser o novo palco desses “atletas”. As “peladas” continuavam sendo disputadas nas suas variadas formas, mas a areia abria um “novo” formato de participação para os que evoluíram nos fundamentos demonstrassem habilidades, que era a chamada “linha de passes” (ou “modernamente” batizada de altinho). O objetivo era a troca de passes sem deixar a bola tocar no chão, tendo o chute liberado ao arco quando o número de toques fosse igual ou maior do que o número dos atletas presentes. Se resultasse em gol, o escalado para o gol – tinha que haver um! - permanecia de castigo debaixo das traves. Haviam duas únicas oportunidades de deixar o castigo e integrar a linha: o goleiro defender o chute ou que fosse para fora.  
O futebol de areia foi fundamental para definir se você levava jeito para a coisa ou deveria procurar outro esporte. Muitos dos que se tornaram profissionais vieram do futebol de praia e entre eles, os que voaram mais alto foram o Paulo Cesar Cajú, Júnior, Edinho, que atuaram nos campos do Colúmbia (Leblon), Lagoa (Ipanema), Tatuís, La Vai Bola, Juventus, Radar, Copaleme (Copacabana), entre outros.
O futebol de areia também foi a escola para alguns juízes que se destacaram no futebol de campo. Entre eles o que mais alcançou fama e prestígio foi o Arnaldo Cesar Coelho. Entre os folclóricos o mais lembrado foi o Jorge Emiliano dos Santos, o Margarida, homossexual assumido.
Mas não pensem que era fácil apitar na areia, pois não era mesmo! Não havia arquibancadas, curralzinho vip ou sequer policiamento, por isso era muito comum ver vários árbitros encerrarem as partidas próximos ao mar, que era a única rota de fuga disponível para escapar dos torcedores e jogadores inconformados com as atuações das “vossas senhorias”.
Deverá estar se perguntando o leitor o que o futebol de areia tem a ver com Blumenau, que nem praia tem, exceto a prainha do rio Itajaí.
Acreditem, prezados leitores do prestigioso blog do Amigo Adalberto Day, que este que vos escreve testemunhou em Blumenau o mesmo afã da “piazada” local no que diz respeito às disputas de suas “peladas”.
O primeiro palco que conheci em Blumenau foi a casa dos meus parentes na Alameda Rio Branco, que ainda está de pé. Os “jogos” aconteciam em um pequeno gramado lateral onde se estendiam roupas, cujas dimensões eram totalmente adequadas ao porte dos “atletas” da época. Comportava times com até quatro ou cinco jogadores de cada lado e os suportes dos varais serviam como balizas.
Quando o “campo” era ocupado pelas roupas postas para secar, utilizávamos a área em frente à garagem, que reduzia significativamente o número de jogadores por time e até mesmo a própria garagem, nos dias de chuva. Na impossibilidade do uso desses “estádios”, as “peladas” aconteciam ainda na rua lateral, que se a memória não falha era a continuação da Rua Paraná. Esse trecho da rua não tinha saída e o piso era de terra e as muitas pedras no chão, pequenas é verdade, provocavam dor quando as pisávamos descalços. Por várias vezes tentei retirar as maiores do “campo”, mas as esquecia por completo quando começava o “jogo”.
Havia ainda outro detalhe que nos fazia evitar a rua terra, além das eventuais interrupções por conta da passagem de veículos dos moradores. Era quando a bola caia no jardim da casa da temida fräu Scholz, que nos espreitava de uma das janelas. Decidia-se quem seria o corajoso na recuperação da bola no par ou impar, mas bastava que o valente pulasse o muro para que a dona da casa aparecesse, esbravejando em alemão palavras que aos meus ouvidos soava como uma real ameaça à nossas vidas. Meia hora depois já estávamos lá novamente...
Depois de um tempo as dimensões do campo da casa dos parentes não comportavam as estaturas dos “atletas”, lembro ter jogado algumas vezes em um terreno gramado que existia no Olímpico, para além do campo oficial e na direção no ribeirão Garcia, acredito.
O terreno ficava em um nível inferior aos demais e olhando de lá na direção da Alameda, somente se via as últimas fileiras da arquibancada coberta e o muro da rua parecia gigantesco.
O “campo” era comprido, porém estreito e um chute transversal jogava a bola no mato, que era alto e dificultava a recuperação do esférico. Creio que dali avistava-se o ribeirão Garcia, mas era certo ouvir o ruído de suas águas fluindo.
São também dessa época as lembranças das “peladas” ocorridas em um campo verdadeiro com balizas e tudo, que ficava atrás do prédio que foi o primeiro ginásio do Estado, do antigo Clube de Ginastica de Blumenau -  atual de propriedade do Colégio Pedro II. Não lembro por onde era o acesso, entretanto é quase certo que após o campo havia uma grande construção, que não lembro como era utilizada.
Com a mudança dos primos para uma casa na Frederico Guilherme Busch, não dispúnhamos de área como a da Alameda, em compensação havia um terreno desocupado em uma das esquinas da Rua Nereu Ramos com uma de suas transversais que se transformou quase em um estádio permanente. Primos, amigos dos primos e amigos dos amigos dos primos puseram balizas e mesmo com um chão de terra era ideal para a prática futebolística. Partidas disputadas sob a chuva ou debaixo dos súbitos temporais que comumente desabavam nos dias abafados de verão eram saudados quase como os praticantes de esportes de inverno saúdam a neve, muito mais pela diversão de patinar na lama do que jogar futebol, propriamente dito.
Ficávamos imundos e nossa entrada em casa somente era liberada após um banho de mangueira para tirar o grosso e sempre ouvíamos o alerta de que um dia um de nós seria atingido por um raio, que felizmente nunca aconteceu.  
E esse deveria ser o caminho traçado de alguns dos que vi jogar no Olímpico, que levavam um número significativo de torcedores ao estádio da Alameda, que ficava tomada por carros, lambretas e bicicletas dos que vinham prestigiar o evento, lotando não somente as arquibancadas cobertas, mas também em torno do alambrado que cercava o gramado. Ficava-se tão próximo do campo que se ouvia claramente o barulho dos chutes mais violentos, das disputas pela bola ou dos gols, quando as redes recebiam o impacto da bola. Nas partidas noturnas, as lâmpadas dos refletores atraiam uma infinidade de insetos e lembro algumas partidas disputadas sob chuva, com os jogadores enlameados deixando a cancha ao término das partidas.
Como disse a crônica do "Zé Pfau" que inspirou tais lembranças, ouso acrescentar que não somente o futebol andava de trem, mas também de carro, motos, bicicletas, a pé ou qualquer outro meio de locomoção, todos válidos para se torcer por nossos times de coração.

Flavio Monteiro de Mattos
Referencias: 
- Columbia Praia Clube - http://blogdoiata.com/?p=2200
- Paulo Cesar Lima (Caju) - http://oglobo.globo.com/blogs/blog-do-caju/ 

- 54º JASC – Blumenau x Itajaí

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Uma colaboração de Theodor Darius, da Darius Turismo, que acompanhou alguns dias da competição e nos Trás uma crônica muito boa para nossa reflexão.
 54ºs.  JASC  - BLUMENAU X ITAJAÍ  - REFLEXOES
Os Jogos Abertos de Santa Catarina são uma competição fantástica e emocionante, inclusive reconhecida como uma das melhores no Brasil.
Ao colocar em disputa atletas que representam diferentes cidades, faz aflorar o sentimento de amor a terra em todos os envolvidos.  A busca pela vitoria adquire um sabor especial quando  se representa uma cidade, estado ou pais, talvez mais do que um clube. Este espírito e uma das grandes marcas dos JASC. Quem levantara o troféu de campeão geral?        
Em 1979, aos 14 anos, fui pego de surpresa por esta emoçao. Os JASC aconteciam em Blumenau. Não resisti e passei os jogos inteiros “pulando” de quadra em quadra torcendo por Blumenau aonde haviam atletas representando-a . Era o auge da hegemonia. Lembro-me da cerimônia de encerramento e a grande quantidade de troféus que Blumenau conquistou. Acho que foram 17 só de 1º. Lugar. Fiquei fascinado por esta relação BLUMENAU/JASC.  De lá para cá tenho acompanhado de perto o evento, inclusive presencialmente quando posso.
Como pode uma cidade ser tão expressiva com 40 títulos de 54 possíveis  no estado mais equilibrado na renda e população do Brasil ? E de fato impressionante.
E os JASC 54? Como foi nossa delegação? O que impediu Blumenau de somar mais um titulo após a vitória em 2013?
      Estive durante 02 dias em Itajaíao meu estilo, com a programação na mão, novamente “pulando” de quadra em quadra para  acompanhar  e torcer pelos atletas da nossa cidade.  Neste ano com uma ansiedade maior pois já desde 2013 nos bastidores dos JASC comentava-se da invencibilidade de Itajaí em 2014.
Mas Blumenau foi a Itajaí teoricamente com chances pois só não marcou presença em  02 modalidades: no Bolão 23 Masculino e no Tênis de Mesa Feminino. Na 1ª Por não ter se classificado e na 2ª. por não contar com uma equipe montada  (uma pena).
E os jogos iniciaram e o que era previsto começava a se concretizar: Itajaí larga na frente.  Eu consultava varias vezes ao dia os resultados e a cidade sede simplesmente “não tomava conhecimento”.
(foto acima: esforço da atleta blumenauense no Bolão 23 Fem. – vice-campeão)
Mas o que esta acontecendo me perguntei ? Não via a hora de sentir os calor das competições. Mandei-me para Itajaí. Minha pergunta era uma só: “o que aconteceu com Blumenau (e Itajaí) neste ano para tamanha disparidade?”. Conversei com inúmeros atletas, técnicos e dirigentes esportivos, tanto de Blumenau como de outras cidades, curioso para obter uma explicação. Teria Itajaí evoluído tanto e Blumenau regredido?
Assim como minha pergunta  era quase uma gravação, a resposta também o foi: “contratação maciça de atletas”. Após 02 dias nos JASC, muitos diálogos e acompanhamento direto das competições, retornei a Blumenau com algumas impressões  que compartilho aqui.
E inegável a boa organização dos jogos (elogiada pela FESPORTE), e o esforço dos atletas de Itajaí  por um bom resultado.
Por outro lado, saltou-me aos olhos a presença de quase outra delegação  que não pertencia a nenhuma cidade, embora representando Itajaí , ou seja,  um grande contingente de atletas arrebanhados pela cidade sede para conquistar o tão sonhado titulo geral.
Isto foi notório em modalidades como o bolão,  o takendoo, o judô e a ginástica rítmica por exemplo.
Não há duvida dos aspectos positivos deste expediente, utilizado pela maioria das delegações (inclusive Blumenau) o  que aumenta o nível da competição e inspira os mais jovens. Mas a julgar pelo que vi e ouvi em Itajaí, os 54os. JASC foram marcados por uma extrapolação deste recurso talvez como nunca visto antes. Comenta-se oficialmente em 80 atletas importados (dos 450 que compunham a delegação de Itajaí), mas nos bastidores este numero teria sido ainda maior.
Os  JAS C de Itajaí foram considerados um sucesso, e Itajaí entra para a galeria dos campeões (composta apenas por Blumenau, Florianópolis e Joinville),  mas a sensação e a pergunta que ficam para quem acompanhou os jogos de perto  e: SERA QUE A CIDADE SEDE (com os seus reais atletas) REALMENTE FOI CAMPEA ?
Fotos (acima à esquerda: a conquista do 2º. Lugar na Ginastica Rítmica. A direita o troféu e abaixo uma medalha dos 54os. JASC.

Texto e arquivo Theodor Darius. 

- Natal em Blumenau

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Após trabalhar meses no Polo Norte, o Papai Noel cansou do frio e vem passar o verão em Blumenau
Parabéns a todos organizadores em nome do Presidente da Vila Germânica Ricardo Stodiek
VILA DE NATAL PROMETE RESGATAR AS TRADIÇÕES DO NATAL DE BLUMENAU.
Um dos objetivos do projeto é o resgate da essência do natal, que desperte sentimentos genuínos. “A Vila de Natalé uma oportunidade única de vivenciar os valores implícitos desta época do ano, como a solidariedade e o amor ao próximo. 
As atrações da Weinachtsdorf serão a Oficina da Família Noel, Feira de artesanato, Feira de Livros, Caminho das Neves, Bosque dos Presépios, Projeto Árvore Solidária, Projeto Árvore das Águas, Estação Vila Germânica, Exposição de mesas natalinas, Palco Cultural, Casa do Papai Noel e Jantar de Natal. "A Vila de Natalé um espaço destinado às famílias, para que tenham momentos de confraternização e resgate do espírito de Natal", declara a diretora de Eventos e Promoções do Parque Vila Germânica, Ivone Lemke. 
O Magia de Natal é um projeto gratuito ao público e acontece de 14 de novembro de 2014 a 6 de janeiro de 2015. Organizado pela Câmara de Dirigentes Logistas de Blumenau em parceria com a Prefeitura Municipal e com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina, da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte com o Funturismo. Confira a programação completa no site oficial do evento, www.magiadenatal.com.br.


O Natal na minha Infância
Meus avós, pais todos cultivam essa tradição que representa o nascimento de Jesus. A cidade se enfeitava, os presépios eram sempre as atrações principais, acompanhada do “bom velhinho”. 
- Mas as festas natalinas começavam mais cedo, no dia 6 de dezembro, onde a figura de Bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, na Turquia, no século quatro. São Nicolau era rico, mas costumava ajudar pessoas pobres, que estivesse em dificuldades financeiras, colocando sacos de moedas, nas chaminés das casas. Uma vez ao atirar pela chaminé, essas moedas teriam entrando em uma meia, daí o termo “pé de Meia”.  E foi assim que aprendi com minha avó Ana e meus pais, que a figura do Papai Noel teria se inspirado no Bispo Nicolau.
- No dia 24 de dezembro véspera de Natal, já cedo íamos ao mato cortar uma arvore (ou na casa do Senhor Djalma e Ingeborg (Inha) Fontanella da Silva, ou ainda na Frau Bachmann, mãe do meu amigo Walfrido – da antiga Rua 12 de outubro) para depois durante a tarde enfeitá-la com bolas coloridas e como não havia luzes “piscas-piscas” eram colocados velinhas também coloridas para iluminar o pinheiro. Muita alegria e confraternização entre os moradores das Ruas próximas onde morávamos: Almirante Saldanha da Gama, da Glória, 12 de outubro, Belo Horizonte, Progresso, e Vila. Mas um natal desses não foi tão bonito, pois uma  velinha de cera ao cair nas vestes de nossa vizinha e colega Sandra, pegou fogo em suas vestes e lhe causou graves queimaduras em seu pequeno corpo, já que era uma garotinha de uns 10 anos.  Era um dia especial, se colocava a árvore somente no dia 24,  devido ao calor sempre predominante, a ramas murchavam facilmente. 
Antiga Lojas HM - Hermes Macedo
A Weihnachtsdorf ou Vila de Natal
Livro que recebi dos meus queridos amigos Ricardo e Fabiana Lange Brandes - Histórias de Natal, escritores renomados relando o cotidiano vivenciado por eles nos Natais. Contos & Crônicas. Na dedicatória diz  o seguinte:
Para Adalberto,
Um presente dos amigos Ricardo Brandes e Fabiana Lange Brandes, com votos de muita saúde, felicidade e luz em sua vida!
Blumenau, dezembro de 2013
P.S. Prosit!
- Em nossas ruas do bairro Garcia e Glória, eram colocados enfeites coloridos em toda extensão das vias públicas, da Rua Amazonas e Rua da Glória. Também havia sempre um presépio em forma de personagens de tamanho natural, colocado na antiga Praça Getúlio Vargas, no início do Progresso, Glória e final do Garcia. E as músicas natalinas que ouvíamos bem cedo provenientes dos auto-falantes da casa Nº. 111 da Rua 12 de Outubro, residência do Senhor David Hiebert, mais conhecido como  Russo, (hoje praça Getúlio Vargas). 
- Essa era a década principalmente dos anos de 1960, esperávamos ansiosos os presentes, que naquela época era raro, era costume os pais dar o mesmo presente, durante alguns dias, e depois os guardava para o ano seguinte. Da mesma forma as bonecas eram recolhidos alguns dias antes do Natal, e as mães as vestiam com roupinhas novas, para dar novamente as filhas na noite véspera do Natal. Os carrinhos eram todos de madeira, mas a bola para jogar o ano inteiro no clube doze (no Morro) há essa não podia faltar, e não era recolhida, ganhava todos os anos.
- E o presépio lindo que data de 1950, era da minha avó Ana, guardo em nossa residência desde 1976 quando nos casamos e “tomei posse desta tão linda ornamentação”. A confraternização era linda entre os moradores, em nossa aldeia social, morávamos nas casas pertencentes a E.I.Garcia. Não Faltavam os lindos cantos natalinos, pura nostalgia e que cultivamos nos dias de hoje mantendo a tradição. 
História 
Há 16 séculos na Turquia, havia um menino rico que não suportava ver a miséria existente. Então decidiu distribuir brinquedos, alimentos, roupas.
O Papai Noel foi inspirado no Bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, na Turquia, no século 4. São Nicolau era rico, mas costumava a ajudar pessoas pobres, que estivesse em dificuldades financeiras, colocando sacos de moedas, nas chaminés das casas. Uma vez ao atirar pela chaminé, essas moedas teriam entrando em uma meia, daí o termo “pé de Meia”.
Quando cresceu se tornou bispo “São Nicolau” (dia de São Nicolau comemorado em 06 de dezembro) e continuou com sua generosidade.
Foi através dele que surgiu a lenda do Papai Noel na Finlândia, já com trenó, renas, descendo as montanhas geladas.
Mas foi na França que surge o termo “Papai Noel”  depois imitado pelos Italianos que antes chamavam o bom velhinho de “Babbo Natale”.
O Cartão de Natal surgiu na Inglaterra em 1843. Mas foi em 1849 que começam a serem comercializados, tornando-se populares.
A figura do Papai Noel, foi elaborado pelo cartunista Thomas Nast, da revista Harper”s Weekly em 1881.
A tradição de arvores  de Natal foi a partir do século XVI em 1525 na Alemanha, pelo pastor protestante Martinho Lutero.. Já o presépio acredita-se é desde o século 8 em Roma, e mais tarde em 1223 São Francisco de Assis fez o primeiro presépio vivo que se tem noticia.
O dia 25 de dezembro começou a se comemorar o nascimento de Jesus a partir do ano 353, até então eram em diversas datas. 
Noite feliz
A canção mais popular da noite de Natal nasceu na Áustria, em 1818. Na cidade de Arnsdorf, ratos entravam no órgão da igreja e roeram os foles. Preocupado com a possibilidade de uma noite de Natal sem música, o padre Joseph Mohr saiu atrás de um instrumento que pudesse substituir o antigo. Em suas peregrinações, começou a imaginar como teria sido a noite em Belém. Fez anotações e procurou o músico Franz Gruber para que as transformasse em melodia.
A versão brasileira da canção também foi feita por um religioso: o Frei Pedro Sinzig. Também nascido na Áustria, em 1876, estudou música em sua terra natal e veio morar na cidade de Salvador, na Bahia, em 1893. O frei naturalizou-se brasileiro em 1898 e se destacou como um grande incentivador da música religiosa no país. Em 1941, criou a revista Música Sacra e fundou a Escola de Música Sacra, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro. Frei Pedro é autor de várias músicas do mesmo estilo e livros sobre o assunto e também atuou como consultor e conselheiro de muitos compositores, inclusive de Villa-Lobos, que dedicou a ele a canção "Missa S. Sebastião". Frei Pedro morreu na Alemanha em 1952.
Mensagem
Dentro de alguns dias, um ano novo vai chegar a esta estação.
Se não puder ser seu maquinista, seja o seu mais divertido passageiro.
Procure um lugar próximo a janela e desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer com o prazer de quem realiza a primeira viagem.
Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.
Procure curtir a viagem da vida observando cada arbusto, cada riacho, beiras de estrada e tons mutantes da paisagem.
Descobre o mapa e planeje roteiros. Preste atenção em cada ponto de parada e fique atento ao apito de partida.
E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou, não hesite.
Desembarque nela os seus sonhos.

Colaboração: José Geraldo Reis  Pfau – Zé Pfau Publicitário./Arquivo de Adalberto Day 

- Origem e Curiosidades sobre o Ano Novo

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Você sabia que o Ano Novo se consolidou na maioria dos países há mais de 500 anos? Desde os calendários babilônicos (2.800 a.C.) até o calendário gregoriano, o réveillon mudou muitas vezes de data. A primeira comemoração, chamada de "Festival de ano-novo" ocorreu na Mesopotâmia por volta de 2.000 a.C. Na Babilônia, a festa começava na ocasião da lua nova indicando o equinócio da primavera, ou seja, um dos momentos em que o Sol se aproxima da linha do Equador onde os dias e noites tem a mesma duração. No calendário atual, isto ocorre em meados de março (mais precisamente em 19 de março, data que os espiritualistas comemoram o ano-novo esotérico). Os assírios, persas, fenícios e egípcios comemoravam o ano-novo no mês de setembro (dia 23). Já os gregos, celebravam o início de um novo ciclo entre os dias 21 ou 22 do mês de dezembro. Os romanos foram os primeiros a estabelecerem um dia no calendário para a comemoração desta grande festa (753 a.C. - 476 d.C.) O ano começava em 1º de março, mas foi trocado em 153 a. C. para 1º de janeiro e mantido no calendário juliano, adotado em 46 a. C. Em 1582 a Igreja consolidou a comemoração, quando adotou o calendário gregoriano. Alguns povos e países comemoram em datas diferentes. Ainda hoje, na China, a festa da passagem do ano começa em fins de janeiro ou princípio de fevereiro. Durante os festejos, os chineses realizam desfiles e shows pirotécnicos. No Japão, o ano-novo é comemorado do dia 1º de janeiro ao dia 3 de janeiro. A comunidade judaica tem um calendário próprio e sua festa de ano-novo ou Rosh Hashaná, - "A festa das trombetas" -, dura dois dias do mês Tishrê, que ocorre em meados de setembro ao início de outubro do calendário gregoriano. Para os islâmicos, o ano-novo é celebrado em meados de maio, marcando um novo início. A contagem corresponde ao aniversário da Hégira (em árabe, emigração), cujo Ano Zero corresponde ao nosso ano de 622, pois nesta ocasião, o profeta Maomé, deixou a cidade de Meca estabelecendo-se em Medina. Contagem decrescente os últimos minutos do dia 31 de Dezembro seja: 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1.Feliz Ano Novo!!!!!!
A passagem de Ano Novo é o fim de um ciclo, início de outro. É um momento sempre cheio de promessas. E os rituais alimentam os nossos sonhos e dão vida às nossas celebrações. Na passagem de Ano Novo, não podemos deixar de aproveitar a oportunidade para enchermos o coração de esperança e começar tudo de novo. E para que a festa corra muito bem, há algumas tradições e rituais que não podemos esquecer... - Fogos e barulho. No mundo inteiro o Ano Novo começa entre fogos de artifício, buzinadas, apitos e gritos de alegria. A tradição é muito antiga e, dizem, serve para espantar os maus espíritos. As pessoas reúnem-se para celebrar a festa com muitos abraços.- Roupa nova. Vestir uma peça de roupa que nunca tenha sido usada combina com o espírito de renovação do Ano Novo. O costume é universal e aparece em várias versões, como trocar os lençóis da cama e usar uma roupa de baixo nova.
Origem do Ano Novo
As comemorações de Ano Novo variam de cultura a cultura, mas universalmente a entrada do ano é festejada mesmo em diferentes datas. O nosso calendário é originário dos romanos com a contagem dos dias, meses e anos. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado em 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de Abril.
O Papa Gregório XIIIinstituiu o 1º de Janeiro como o primeiro dia do ano, mas alguns franceses resistiram à mudança e quiseram manter a tradição. Só que as pessoas passaram a pregar partidas e ridicularizar os conservadores, enviando presentes estranhos e convites para festas que não existiam. Assim, nasceu o Dia da Mentira, que é a falsa comemoração do Ano Novo. Tradições de Ano Novo no mundo:
Itália:
O ano novo é a mais pagã das festas, sendo recebido com Fogos de artifícios, que deixam todas as pessoas acordadas. Dizem que os que dormem na virada do ano dormirão todo o ano e na noite de São Silvestre, santo cuja festa coincide com o último dia do ano. Em várias partes do país, dois pratos são considerados essenciais. O pé de porco e as lentilhas. Os italianos se reúnem na Piazza Navona, Fontana di Trevi, Trinitá dei Monit e Piazza del Popolo.
Estados Unidos:
A mais famosa passagem de Ano Novo nos EUA é em Nova Iorque, na Time Square, onde o povo se encontra para beber, dançar, correr e gritar. Há pessoas de todas as idades e níveis sociais. Durante a contagem regressiva, uma grande maçã vai descendo no meio da praça e explode exatamente à meia-noite, jogando balas e bombons para todos os lados.
Austrália:
Em Sydney, uma das mais importantes cidades australianas, três horas antes da meia-noite, há uma queima de fogos na frente da Opera House e da Golden Bridge, o principal cartão postal da cidade. Para assistir ao espetáculo, os australianos se juntam no porto. Depois, recolhem-se a suas casas para passar a virada do ano com a família e só retornam às ruas na madrugada, quando os principais destinos são os "pubs" e as praias.
França:
O principal ponto é a Avenida Champs-Elysées, em Paris, próximo ao Arco do Triunfo. Os franceses assistem à queima de fogos, cada um com sua garrafa de champanhe (para as crianças sumas e refrigerantes). Outros vão ver a saída do Paris-Dacar, no Trocadéro, que é marcada para a meia-noite. Outros costumam ir às festas em hotéis.
Brasil:
No Rio de Janeiro, precisamente na praia de Copacabana, onde a passagem do Ano Novo reúne milhares de pessoas para verem os fogos de artifício. As tradições consistem em usar branco e jogar flores para "Yemanjá", rainha do mar para os brasileiros.
Inglaterra:
Grande parte dos londrinos passa a meia-noite em suas casas, com a família e amigos. Outros vão à Trafalgar Square, umas das praças mais belas da cidade, à frente do National Gallery. Lá, assistem à queima de fogos. Depois, há festas em vários sítios da cidade.
Alemanha:
Na Alemanha na passagem para o ano novo, é um show de fogos de artifícios. Nao só em Berlim como em várias cidades da Alemanha. Essa tradição é bem forte .Foto do Brandenburger Tor e os fogos.
Curiosidades:
Em Macau, e para todos os chineses do mundo, o maior festival do ano é o Novo Ano Chinês. Ele é comemorado entre 15 de Janeiro e 15 de Fevereiro de acordo com a primeira lua nova depois do início do Inverno. Lá é habitual limparem as casas e fazerem muita comida (Bolinhos Chineses de Ano Novo - Yau Gwok, símbolo de prosperidade). Há muitos fogos de artifício e as ruas ficam cobertas de pequenos pedaços de papel vermelho. Cada cultura comemora seu Ano Novo.
Os muçulmanos têm seu próprio calendário que se chama "Hégira", que começou no ano 632 d.C. do nosso calendário. A passagem do Ano Novo também tem data diferente – 6 de Junho, foi quando o mensageiro Mohammad fez a sua peregrinação de despedida a Meca. As comemorações do Ano Novo judaico, chamado "Rosh Hashanah". É uma festa móvel no mês de Setembro (este ano foi 6 de Setembro). As festividades são para a chegada do ano 5763 e são a oportunidade para se deliciar com as tradicionais receitas judaicas: o "Chalah", uma espécie de pão e além do pão, é costume sempre se comer peixe porque ele nada sempre para frente. O primeiro dia do ano é dedicado à confraternização. É o Dia da Fraternidade Universal. É hora de pagar as dívidas e devolver tudo que se pediu emprestado ao longo do ano. Esse gesto reflecte a nossa necessidade de fazer um balanço da vida e de começar o ano com as contas acertadas.
Tradições Portuguesas:
As pessoas valorizam muito a festa de Ano Novo, porque sentem o desejo de se renovar. Uma das nossas tradições é sair às janelas de casas batendo panelas para festejar a chegada do novo ano. Nos dias 25 de Dezembro e 1º de Janeiro, costumamos comer uma mistura feita com as sobras das ceias, que são levadas ao forno. O ingrediente principal da chamada "Roupa Velha"é o bacalhau cozido, com ovos, cebola e batatas, regados a azeite.Para as superstições, comer 12 passas durante as 12 badaladas na virada do ano traz muita sorte, assim como subir numa cadeira com uma nota (dinheiro) em uma das mãos. Em várias zonas do litoral, há pessoas que mesmo no frio do Inverno conseguem entrar na água e saudar o Ano Novo.I
E-mail recebido de Aderbal Tortatto/ Antonio Roberto Dalfovo/José Geraldo Reis Pfau - Leandro Panosso
Arquivo: Adalberto Day e foto do Brandenburger Tor

- O Carrossel de Cavalinhos

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BAÚ DA SAUDADE
Carlos Braga Mueller (foto)




O CARROSSEL DE CAVALINHOS DA FESTA DO DIVINO EM BLUMENAU 
Por Carlos Braga Mueller
Embora não acompanhe as tradições portuguesas que reverenciam o Divino Espírito Santo, Blumenau sempre teve, na Festa do Divino da Paróquia de São Paulo Apóstolo, um dos seus grandes eventos comemorativos. 
Lá pelos anos 50, 60, era considerada a maior festa do município, antes mesmo da Oktoberfest assenhorear-se deste título.

Dos meus tempos de infância e adolescência me vêm à lembrança momentos inesquecíveis da festa blumenauense do Divino. 
GANHE UM CANARINHO ... NA RODA DA FORTUNA
Um deles me remete à roda da fortuna, que girava de vez em quando com um prêmio muito especial: lindos canarinhos com gaiola e tudo. Aqueles pássaros possuíam uma cor amarela inconfundível,  que só perdia para a qualidade canora das avezinhas. Dizem que um dos frades franciscanos, um bem velhinho, incumbia-se de cuidar dos canários durante o ano todo, até que chegasse o dia da festa, quando eles estavam no “ponto”.
Pobres canários, enjaulados, sorteados e levados sabe Deus para onde ! 
O CARROSSEL
Outra atração da festa era o Carrossel, montado religiosamente uma semana antes.
Nos meus dez anos, eu frequentava catecismo da igreja matriz, era cruzado eucarístico e acompanhava, dia após dia, a montagem do carrossel e a colocação dos cavalinhos que faziam parte do brinquedo.
Quando o carrossel era acionado, os cavalos subiam e desciam, numa cavalgada de puro sonho para a criançada.
Era comum  um pequenino sentar-se na sela e rodar sendo segurado pela mãe.
DISNEY ENTRA NA RODA
foto - (atriz no cavalinho) - texto: Disney, interpretado pelo ator Tom Hanks, revela seu brinquedo favorito na Disneylândia: o carrossel.
No filme“Walt e os Bastidores de Mary Poppins” (Saving Mr. Banks), de 2013,  Walt Disney, protagonizado por Tom Hanks, tenta convencer  Pamela Lyndon Travers, ou P.L Travers como assinava nas historinhas de Mary Poppins, a vender-lhe os direitos desta personagem para realizar um filme musical .
Foram quase 20 anos de insistência do aclamado desenhista, até que Travers concordou.
O filme musical “Mary Poppins” foi realizado e lançado em 1964, constituindo-se em um dos maiores líderes de bilheteria do cinema, lembrado e assistido até hoje em DVD e Blu-Ray.
Em determinado momento do filme “Walt e os Bastidores de Mary Poppins” o criador do Mickey leva a autora para visitar a Disneylândia. E confessa que o seu brinquedo favorito é o Carrossel de Cavalinhos !!!
Os dois acabam entrando na roda, ela cavalgando o corcel de mentirinha, um enlevo que transporta a criadora de Mary Poppins a momentos de sua infância, nos braços do pai, cavalgando um portentoso cavalo branco pelas planícies australianas.

A preferência de um mago da diversão, como Disney, criador dos maiores parques temáticos do mundo, por um simples “carrossel de cavalinhos” é a prova evidente que todos nós, seres humanos, vivenciamos em nossas infâncias um momento inesquecível: o de cruzar com um carrossel de cavalinhos !
E onde eles ficaram ? Hoje em dia só se pensa em colocar nos parques brinquedos que mexam com a adrenalina.
Enquanto isso, a maioria dos carrosséis restaram apenas na lembrança. Como esta, que acabo de narrar.

Arquivo e texto de Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor. Antigamente em Blumenau. 

- Vídeo Férias no Sul

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Vídeo  do filme de 1967 - "Férias no Sul"postado no YouTube por  Anthar Cesar Hartmann, comerciário.
Para acessar e ver o filme clique no link:

Caso queira saber mais dados técnicos antes de assistir o vídeo leiam:
COMO SURGIU A IDÉIA DO FILME
Em 1966 o cineasta Reynaldo Paes de Barros resolveu realizar um filme em Blumenau. Ele mesmo elaborou o roteiro, que foi batizado de “FÉRIAS NO SUL”.
O filme conta a história de Celso, um estudante carioca que a convite de um amigo vem passar suas férias em Blumenau. Aqui, conhece duas mulheres: Helga, uma bela alemãzinha de Blumenau e Isa, voluntariosa escritora paulista. Ele se envolve com as duas e a história, contrariando o tradicional final feliz, termina em tragédia ...{...}. 
O ELENCO
Quando chegou a Blumenau, Reynaldo Paes de Barros revelou os nomes do elenco suporte de “Férias no Sul”:
O galã seria um jovem e promissor ator chamado David Cardoso, que ninguém ainda conhecia. David até então havia feito apenas pequenos papéis em filmes de Mazzaropi, mas tinha a vantagem de ser conterrâneo do diretor. Ambos eram de Mato Grosso.
A atriz paulista Elisabeth Hartmann, esta sim bastante conhecida, foi incluída depois no elenco.
Para a mocinha do filme Reynaldo não abriu mão de escolher uma blumenauense. Teria que ser loura, rosto angelical, saber representar. A escolha recaiu em Dagmar Heidrich, miss Blumenau na época (mas nascida em Timbó), que acabou sendo contratada.
Cláudio Viana veio de São Paulo e fez uma ponta no início do filme. O restante do elenco foi todo ele constituído de atores da comunidade blumenauense, gente conhecida, como o temido secretário do Colégio Santo Antônio, Franz Pult, ou pessoas simples, que apareceram apenas em “pontas”.
O quadro principal dos atores era o seguinte:
David Cardoso, Dagmar Heidrich, Cláudio Viana, Elisabeth Hartmann, Sheila Weyckert, Marly Busch, Heinz Talmann, Célia Kolbach e Rute Vieira.
Participaram mais os seguintes integrantes da comunidade blumenauense:
Guenther Deeke, Franz Pult, Walmor Reis, Mara Heidrich, Eliane Pereira, Virginia Ramos, Carmen Krueger, Bernardete Cruz, Deocelia Cunha, Maria H. Pimenta, Maura Souza, Suely Weidgnant, Linda Schwab, Rosa A. Mosimann, Beatriz Schroeder, Gertrude Knihs, Pedro Reis, Hélio Telles e Ingrid Heckelmann.
Estes foram os nomes creditados no elenco, que consta no começo do filme.
A EQUIPE TÉCNICA
Oriundo de uma famosa faculdade de cinema norte americana, Reynaldo queria alçar um vôo alto. Trouxe alguns técnicos que haviam acabado de participar das filmagens de um seriado de Tarzan, estrelado por Ron Ely, que utilizara a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, como as selvas africanas.
Os eletricistas foram José Vieira, José Dias e Zivoniri Morovie. Maquinista, Artur Leão.
A blumenauense Sheila Weickert, além de atriz, foi assistente de direção e responsável pela continuidade da produção.
Para cuidar da fotografia, Reynado Paes de Barros contratou Jorge Veras, um profissional de respeito, substituído, durante as filmagens, por Edgar Eichhorn, veterano cineasta alemão, radicado no Brasil, que fez muitas chanchadas da Atlântida com o irmão Franz.
Para Secretária das filmagens foi contratada Magrid Heidrich.
A maquiagem esteve a cargo da profissional Nena.
A trilha musical foi composta por Remo Usai, que estava em voga nas principais trilhas dos filmes brasileiros.
Mais postagens referentes o Filme  “Férias no Sul”
Participação Carlos Braga Muller jornalista e escritor/Fotos: João Alberto de Napoli/Colaboração Anthar Cesar Hartmann, comerciário que postou no Youtube. 

- Waldemar Hinkeldey

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Introdução:
Adalberto Day
Em histórias de nosso cotidiano apresentamos hoje um exemplo de ser humano e dedicação de nossa comunidade. O Sr. Waldemar (Foto) nascido em Blumenau em 23 de maio de 1940. Seguiu os passos de seu saudoso pai  senhor Oswaldo Hinkeldey regente e fundador do Coral Misto do Garcia, - da Paróquia Evangélica Bom Pastor - Garcia e regente do Coral Misto do Garcia Alto, Progresso.
Após o falecimento do pai, Waldemar assumiu a regência destes dois corais, além de ser o regente de um  Coral Masculino e de um conjunto instrumental da Paróquia Bom Pastor Garcia, dando sequencia com maestria e sabedoria a este trabalho. Aprendeu a tocar violino com seu pai e depois teve aulas de aprendizado complementar de violino no Teatro Carlos Gomes com o professor Leopoldo Kohlbach.
Casou com Lorena Hinkeldey, nascida Metzner e o casal foi abençoado com 2 filhos: Alexandre Luiz que toca flauta transversa e Celso Roberto, cuja filha Isabelle de 8 anos e neta de Waldemar,  já está nos primeiros passos para se tornar uma grande violinista.
         Amigo de trabalho em RH das empresas Garcia e Artex, Waldemar era competente no trabalho e bom amigo. Vinha trabalhar todos os dias com sua bicicleta pintada de preto, e que na época dos anos de 1972/74 no auge da fama do piloto de F-1 - Emerson Fittipalidi que corria com uma Lotus preta, apelidei sua bicicleta de Lotus.
(Os dados que se segue foi repassado por Osmar Hinkeldey irmão de Waldemar.)
Foto início dos anos 19(60) Coral Misto fundado em 15 maio de 1951 pelo Sr. Oswaldo Hinkeldey
Da esquerda para a direita: Frederico Moeller, Wiegang Rüdiger, Curt Labes, Willibert Bewiahn, Hugo Kertischka, Ingo Eskelsen, Oswaldo Hinkeldey (regente), Hermann Roeder, Alfredo Roepcke, Rodolfo Roepcke, Geraldo Hinkeldey, Raulo Fischer, Ralf Gauche. Lore Ebeling, Ilma Iten, Anemarie Iten, Schwester Martha Kunzmann, Tecla Kertischka, Helga Dorow, Sidonia Moeller, Erna Moeller, Anna Firzlaff, Maria Kertischka, Iracema Hinkeldey, Iris Sandner, Irmgard Freygang, Irma Roeder, Erica Schiphorst, Adele Hinkeldey e Andolina. 
 
A “Streichorchester” [orquestra de cordas].formado por volta de 1932 – O Sr. Oswaldo Hinkeldey está sentado à esquerda da bateria com o violino na mão


Waldemar com sua netinha Isabele de 6 aninhos (na época) apresentando uma peça musical dia 24/12/2012 na Paróquia Bom Pastor Garcia.
Foto: Celso Roberto Hinkeldey, filho de Waldemar.

- Jornais de Fofoca

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BAÚ DA SAUDADE
Por Carlos Braga Mueller 
Carlos Braga Mueller
JORNAIS  DE  FOFOCA: BLUMENAU  TEVE  VÁRIOS....
Hoje em dia os jornais que circulam em Blumenau dedicam amplo espaço  a colunas voltadas para os problemas do dia a dia do município, ensejando a que surjam várias opiniões sobre cada assunto, geralmente desencontradas, originando quase sempre extremadas opiniões dos leitores, expressas e reproduzidas em colunas a eles dedicadas.

Em cada cabeça, um pensamento.
E é assim que surgem as “fofocas”, começando pelas rodas dos que matam seu tempo tomando um cafezinho no bar, e que se estendem, invariavelmente, às páginas dos jornais.
Mas este gostinho de fazer fofoca nas páginas dos jornais em Blumenau não é de hoje.
Começou lá no início do Século XX e aproveitava a época do carnaval (sim, já tinha carnaval por aqui naqueles tempos) para mostrar as “garras”, fofocando a torto e a direita sobre os moradores da então pacata cidade fundada por Hermann Blumenau.
Geralmente eram jornaizinhos que apareciam e desapareciam em poucos meses.
Mas houve alguns que duraram mais tempo e eram temidos pelos habitantes da cidade, porque colocavam a vista tudo o que de bom (ou ruim) acontecia por estas bandas.
Se num baile a menina olhasse para um determinado mancebo, na semana seguinte a fofoca estava no jornal, às vezes citando o nome dos envolvidos, outras vezes dando somente pistas sobre os envolvidos no “affair”. 

DIE SCHNAUZE, O “BOCA GRANDE
Em 28 de fevereiro de 1920 circulou em Blumenau o número 1 do jornalzinho “Die Schnauze”, que trocando em miúdos significava mais ou menos a expressão “boca grande”. E isso é o que ele era. Foi lançado para comemorar o primeiro aniversário da Sociedade Musical Lyra, que tinha sua sede no Teatro Frohsinn.
Teve vida longa entre os jornais carnavalescos e editou 17 números até fevereiro de 1936, um por ano. Publicava muitas críticas ferinas; era temido porque atingia autoridades e por isso enfrentou processos judiciais.

A ORTIGA
Grafado erroneamente, “A Ortiga” (ao invés de Urtiga) apareceu no carnaval de 1924 e não saiu do primeiro número. Segundo o historiador José Ferreira da Silva em seu livro “A Imprensa em Blumenau”, trazia apenas críticas a pessoas da sociedade local , redigidas com pouca graça e nenhum senso de humor. Tinham tanta coragem que seus redatores assinavam como “Eu, tu, ele”.
O ESPIÃO
A medida em que os anos iam passando, novos fofoqueiros surgiam. Em 1926 apareceu um jornal intitulado “O Espião” que se auto intitulava “órgão crítico e noticioso.”
Segundo consta não passou do número 8. Na edição nr. 7 estava a pleno vapor uma pesquisa entre os leitores para se saber qual era a mais bela “senhorinha” de Blumenau. Um cupom publicado no jornal dava o direito de votar.
O número 8 trazia o resultado do concurso: 19 integrantes da sociedade blumenauense de 1926 receberam votos. Nos primeiros lugares despontaram as senhoritas Luiza Landriane, com 458 votos, Wally Schneider com 380 votos, e Yolanda Rodrigues com 360.
O jornal mandou um recado à vencedora:
“Tendo tirado o primeiro lugar neste concurso a gentil senhorita Luiza Landriane, a mais bella de Blumenau segundo a opinião popular, fica a mesma convidada  para honrar com sua presença a domingueira a realizar-se hoje às 3 horas da tarde  no Salão Holetz na qual lhe será feita a entrega do brinde que temos o prazer de lhe offerecer.” (grafia da época)
O CYCLOPE
1928. Ano em que surgiu o jornalzinho O Cyclope”. É bem possível que seus responsáveis fossem os mesmos do abortado “A Ortiga”, porque também se identificavam como “Eu, tu, ele.”
Na edição número 3, de 29 de setembro de 1928, o jornal deixava a fofoca de lado para registrar o quarto aniversário do semanário “A Cidade”, conduzido pelos jornalistas Octaviano Ramos e José Ferreira da Silva.
Destaque para as páginas 3 e 4, com anúncios em quadros, certamente um precursor local dos “tijolinhos” publicitários.
DER MOSQUITO 
Se até agora estes jornais de fofoca eram redigidos em português, em 1930 apareceu em Blumenau o “Der Mosquito”, em língua alemã. O número 1 circulou no dia 22 de fevereiro daquele ano.
O “Der Mosquito” era patrocinado pelo Clube dos Atiradores Schützenverein Neue Velha.
Trazia críticas leves aos sócios do clube. Do número 4 ao 6 apareceu tendo como responsável a seção de cantores da mesma sociedade de atiradores, a Gesangs-Absteilung.
Existiu até 1935, embora só fossem editados mais 5 números, encerrando sua vida com o número 6, em 2 de março de 1935.

O BISTURI
Em 1931 circulou, em 31 de maio, “O Bisturi”, dizendo-se “órgão oficial do Bloco do Chantin”. Tinha como diretores J.Castro e P.V.Cunha, que bem poderiam ser  pseudônimos, porque no próprio expediente vinha gozação:
“Repórter: qualquer desocupado,
Expediente: depois das dez.”
E ainda acrescentava:
“Distribuímos esmolas só aos sábados e aceitamos donativos monetários”.
Apareceu até o número 16.
José Ferreira da Silva escreveu sobre ele que “era um jornalzinho de brincadeiras e blagues inofensivas, tão ao gosto dos mocinhos daqueles idos”.

DIE QUASSELBUDE
O ano era 1932 e surgiu outro órgão em alemão, “Die  Quasselbude”, qualquer coisa como “celeiro de tagarelas”.
O número 1 circulou no dia 23 de janeiro e era editado pela Sociedade dos Cantores Concórdia, sediada no Bom Retiro.
Abaixo do título trazia inscrito, em alemão:
“Quem sentir coceira, que se coce. Nós não somos responsáveis.”
O número 2 apareceu no carnaval de 1933 , o número 3 em janeiro de 1934.
Publicava críticas bem humoradas sobre associados e autoridades.
1934 – RECORDE DE PUBLICAÇÕES

Em 1934, ainda circulando o “Die Schnauze”, apareceram mais alguns jornais de fofocas:

A FOLIA– Este jornalzinho crítico circulou no carnaval desse ano e não passou do número 1.

KCT– O “KCT” era bimensal. Trazia críticas e piadas. Teve vida curta. Começou em abril de 1934 e não foi além do número 7.

PIRANHA– No mesmo ano surgiu o “Piranha”, jornal crítico e humorístico, mas que também não passou do número 5.

O TINHOSO– No dia 1º de abril de 1934 circulou o número 1 de “O Tinhoso”, uma alusão ao diabo. Não passou do número 2, pois foi proibido de circular pela polícia: criticava autoridades estaduais, principalmente em razão de Blumenau ter perdido grande parte do seu território, desmembrado em vários outro municípios. Essa insatisfação dos blumenauenses contra o governo estadual resultou na campanha “Por Blumenau Unido”, de resultado infrutífero.

FINAL
Não se encontram registros de novos jornais fofoqueiros a partir de então, pois durante o “Estado Novo” de Getúlio Vargas (1937/1945) a imprensa era vigiada severamente pelo DIP-Departamento de Imprensa e Propaganda, uma espécie de polícia política de Vargas, instituída para censurar  rádios, cinemas, jornais e revistas.
Foi então que foram sendo fechados os jornais que eram editados em língua alemã e começou o movimento de se “abrasileirar” os alemães e seus descendentes, embora alguns já tivessem nascido no Brasil. Mas carregavam a cruz de ser filho ou filha de um alemão.
Mas esta já é outra história...
Nota:
Os dados do presente trabalho devem-se, principalmente, a meus familiares, que me legaram exemplares de jornaizinhos de fofocas e, também, ao que José Ferreira da Silva deixou registrado em seu livro “A Imprensa em Blumenau”.
Arquivo e texto de Carlos Braga Mueller/Jornalista e escrito
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