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- Os sinos e relógios da Antiga Igreja

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Braga Mueller

BAÚ DA SAUDADE
OS  SINOS  DA  ANTIGA  IGREJA  MATRIZ   SÃO PAULO  APÓSTOLO  DE  BLUMENAU 
Por Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor

OS PRIMÓRDIOS E A PRIMEIRA IGREJA CATÓLICA
Desde a fundação da Colônia Blumenau, seu fundador,
Hermann Bruno Otto Blumenau, enfrentou sérias dificuldades para ministrar  profissão de fé aos colonos e demais  habitantes da região.
Não havia nem pastor evangélico nem padre para as funções . Mas aos poucos foram sendo utilizados serviços pastorais de clérigos e pastores de outras regiões até que Blumenau conseguiu a vinda de ministros efetivos. 
Modestas capelas de madeira serviam para as reuniões dominicais até que, em 1865, o governo imperial, por decreto de 10 de novembro, autorizou a construção das igrejas católica e protestante na Colônia, consignando verbas no orçamento para estas finalidades. 
Entretanto, eram recursos diminutos e as construções só puderam ser feitas por etapas, partindo de planos e plantas confiadas ao arquiteto Henrique Krohberger (imagem), profissional de grande competência e que residia em Blumenau.
Os terrenos para as igrejas protestante e católica ficavam no alto de colinas.
As pedras fundamentais de ambas foram lançadas com solenidade em 1868. Os trabalhos de construção duraram quase 9 anos.

De tanto insistir junto ao governo da Província, o Dr. Blumenau conseguiu que fosse contratado um vigário efetivo para sua Colônia. Chamava-se José Maria Jacobs, era natural da Alemanha e fora ordenado sacerdote em Baltimore, nos Estados Unidos. 
Padre Jacobs chegou a Blumenau no dia 16 de setembro de 1876 e já em dezembro desse ano pôde benzer e inaugurar o belo templo que Krohberger construíra para sua matriz.
A imagem de 1876 mostra a inauguração da Igreja Matriz São Paulo Apóstolo, de Blumenau. No alto das escadarias está o padre Jose Maria Jacobs. A foto está presente no arquivo histórico da cidade de Braunschweig, na Alemanha. (Imagem: arquivo pessoal de Carl Heinz Rothbarth e Adalberto Day)
No ano seguinte foi a vez do pastor protestante Rodolfo Oswaldo Hesse (Imagem do Pastor e da Igreja) consagrar o templo protestante, ficando resolvido, assim, um grande problema que a Blumenau Colônia enfrentava na segunda metade do século 19.
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Igreja SPA e Casa Paroquial em 1876
A IGREJA CATÓLICA GANHA  NOVA TORRE, SINOS E RELÓGIO
Os anos foram passando.
Em 1920, depois de exercer o magistério no Colégio Santo Antônio de Blumenau, assumiu o cargo de vigário de Blumenau o frei Daniel Hostin, natural de Gaspar, homem de grande espírito de iniciativa e de extraordinários tato e bondade.  Mais tarde, em 1929, Frei Daniel seria ordenado Bispo de Lages. 
Durante seu vicariato, seu coadjutor, Frei Gabriel Zimmer, deu início à reforma e acréscimos da igreja católica. 
Sobre este tópico, duras críticas foram dirigidas àqueles que descaracterizaram, então, o templo original do arquiteto Henrique Krohberger.
José Ferreira da Silva, em sua obra “História de Blumenau”, assim se refere aos acontecimentos: 
“Se, de uma parte, é de lamentar, nessa decisão tivessem deturpado, completamente , a beleza de linhas do templo edificado em 1876  pelo engenheiro  Krohberger,  por outro, foi o templo aumentado de duas capelas laterais, nova sacristia e a sua torre foi modificada para comportar os novos sinos, inaugurados em 18 de junho de 1928, os quais, pesando quase três toneladas, não encontraram lugar na elegante torre do primitivo templo.”

Já a historiadora Edith Kormann, no seu estudo “Blumenau arte, cultura e as histórias de sua gente”, assim se manifestou sobre este assunto: 
“Um fato a lamentar ocorreu durante o vicariato de Frei Daniel Hostin, pois foi seu coadjutor, Frei Gabriel Zimmer, que deturpou a belíssima arquitetura gótica do templo católico, edificado em 1876 pelo arquiteto Krohberger. Apesar  do aumento das duas naves laterais, dando-lhe a forma de cruz, nova sacristia e a modificação da torre para comportar os pesados sinos sincronizados que foram inaugurados em 18 de junho de 1928, e também a instalação de um relógio elétrico, a alteração não tem justificativa, pois o crescimento da população, com a imigração de elementos nacionais a procura de trabalho, não resolveram o problema do espaço no templo.”
Foto do templo com a Torre Nova
O relógio elétrico importado da Alemanha, foi inaugurado no dia 16 de fevereiro de 1930
O ESFORÇO DA COMUNIDADE
Era natural que para estas reformas existissem recursos suficientes e constantes.
Muitas “quermesses”  foram feitas para  arrecadar  fundos.
Inclusive os colégios católicos, Santo Antônio e Sagrada Família, promoveram eventos para ajudar.
É desta época, 1924, que tenho em meus arquivos um panfleto de um “FESTIVAL em  beneficio das obras da matriz, promovido pelas alumnas do Collegio da Sagrada Família” ( grafia original).
Aconteceu no THEATRO FROHSINN no dia 18 de outubro de 1924 com um variado programa, onde constavam  apresentações de piano, violino, canto, esquetes, números de ginástica e até uma comédia.
No item 7 do programa, lá está: 
“7. Van Gael, H. La Voix Du Coeur. Piano por Nayr Braga e Maria Pereira.” 
Nayr Braga era minha mãe e por isso a família Braga guardou este panfleto, que hoje está comigo e que reproduzo neste artigo.
(PROGRAMA  DO  FESTIVAL  NO  TEATRO FROHSINN)
Em 1927 a igreja recebeu um grande órgão. 
O FIM
Nos anos 50 o vigário Frei Brás Reuter (Foto) lançou o projeto de uma nova e moderna igreja matriz para Blumenau. 
Ampla discussão foi promovida pelos padres com a comunidade mas de nada adiantaram algumas contestações: em 1956 a antiga igreja começou a ser demolida para dar lugar à atual,  inaugurada em janeiro de 1958.
Muitos reivindicavam a localização da nova igreja mais ao fundo do terreno, deixando a antiga intacta, voto vencido. 
Demolição 1956
E assim, parte da história de Blumenau acabou sendo demolida também. 
Texto de Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor/Arquivo Carlos Braga Mueller e Adalberto Day. 

- A professora de corte e costura

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Um relato de nosso amigo Valter Hiebert sobre sua família e principalmente de sua querida mãe Anna Vale a pena ler todo conteúdo e com ele saber das dificuldades encontradas por muitos imigrantes. “Os RUSSOS” da Rua 12 de outubro.
Anna e David Hiebert em 1940
A PROFESSORA DE CORTE E COSTURA DA RUA DA GLÓRIA NOS ANOS 50 E 60.
Nos anos 19(50,60) toda moça se preparava por vários anos para o casamento, mesmo que ainda não inexistisse algum futuro pretendente.
Dentre outras qualificações era necessária a moça ter habilidades culinárias, montar um enxoval para residência do futuro casal, bem como saber cortar e costurar as roupas da futura família.
O curso de corte e costura era um conhecimento adicional que valorizava muito o “curriculum vitae” das possíveis futuras esposas.
Para aprender o corte e costura as moças procuravam as costureiras do bairro, as quais também ofereciam esse aprendizado às moradoras da região.
Sr. David "Russo" e filho Adolfo em sua bancada na oficina na Rua 12 de Outubro,111 bairro da Glória.
Casa onde residiam
Na região da rua da Glória, na já inexistente rua 12 de Outubro, nº 111, onde hoje existem os últimos pavilhões da Coteminas, Praça Getúlio Vargas  e o terminal Urbano Garcia, a costureira e professora de corte e costura era Anna Klassen Hiebert, esposa de David Hiebert, conhecido como o “Russo” do bairro do Garcia, que além, de ser tecelão na Empresa Industrial Garcia S.A. tinha também uma oficina de rádios e outros aparelhos na sua residência.
Dentre as muitas alunas que passaram pela professora Anna Klassen Hiebert estavam a Ilse Machado (casou com Izidro Souza), a Ironi Pera (casou com o Zezinho da cooperativa da EIG) e a Iracema Hinkeltay.
Eram meses de convivência no período da tarde e várias delas se tornaram muito amigas da professora Anna Klassen Hiebert, sendo que a Ilse Machado foi convidada e aceitou ser a madrinha do neném da professora que nasceu em 1954, época em que realizava a sua curso. Nasceu um menino que se chama Adolfo Hiebert.
Mas quem era Anna Klassen Hiebert, mãe de sete filhos, duas meninas e cinco meninos, nascidos em 1942, 1943, 1946, 1948, 1954, 1959 e 1964?
Anna Klassen nasceu em 15 de abril de 1917, em Steinfeld, Ucrânia. O local era uma colônia menonita entre centenas que existiam na região.
Dada a perseguição, expropriações e fuzilamentos de familiares promovidos pelos comunistas a partir de 1919 a família remanescente de Anna Klassen saiu de Steinfeld no final de outubro de 1929. Eram oito pessoas: seus avós maternos Heinrich Kasper e Anna Kasper; seus irmãos Helena Friesen, Katharina Friesen, Heinrich Friesen, Julius Klassen e Gerhard Klassen; e uma tia gravida, filha de Heinrich Kasper, cujo marido fora fuzilado.
Os seis irmãos eram criados pelos avós maternos porque os pais tinham falecido em Steinfeld/Ucrania, ambos ainda jovens.
Ao começar a emigração da Rússia para a Alemanha saíram de Steinfeld de carroça e foram até a estação ferroviária que ficava a 7 km da residência deles.
Na noite do mesmo dia embarcaram num trem para Moscou.
A viagem até Moscou durou dois dias e duas noites.
Em Moscou alugaram vagas numa dacha da região para aguardar o sonhado documento que permitiria a saída da Rússia para a Alemanha. Assim faziam centenas de famílias que pretendiam sair do paraíso comunista.
Enquanto esperavam o asilo solicitado para a Alemanha a polícia soviética invadiu a dacha onde estavam e prendeu quem viu na casa. Várias famílias foram presas e deportadas para a Sibéria, Cazaquistão e alguns retornam para sua cidade de origem..
No momento da prisão das famílias que estavam naquela dacha os irmãos Julius e Gerhard Klassen estavam debaixo de uma mesa e não foram vistos, não sendo presos.
Helena e Heinrich também não foram achados e não foram presos.
Anna Klassen, Katharina Friesen, Heinrich Kasper, Anna Kasper e sua filha gravida foram presos e levados para uma prisão em Moscou.
Anna Klassen e sua irmã Katharina Friesen foram soltas, pois eram menores. Anna Klassen tinha 12 anos. Era o ano 1929. Foram soltas, mas não tinham quem cuidasse das mesmas.
Do avós Heintich Kasper e Anna Kasper e da filha deles a família ficou sabendo, já na Alemanha, que a tia dera a luz a gêmeos na prisão, mas falecera no parto. Os avós foram liberados com os dois bebês em pleno inverno moscovita e deles nunca mais a família obteve noticias. A hipótese mais provável é a de que os avós com os dois netos morreram de frio nas ruas de Moscou.
Julius Klassen, Gerhard Klassen, Heinrich Friesen e Helena Friesen foram acolhidos por outras famílias menonitas que conseguiram asilo e foram para a Alemanha .
Anna e Katharina ficaram sozinhas em Moscou. Anna Klassen tinha 12 anos.
Como ficaram sozinhas e perdidas, talvez querendo voltar para a cidade de origem, estavam numa estação ferroviária, quando Katharina desmaiou de fome.
Katharina contava que a última imagem que tinha antes de desmaiar era a de Anna chorando.
Vendo uma moça desmaiada e uma criança chorando, uma outra família menonita que já tinha conseguido o visto de saída socorreu as duas, levando-as junto com um grupo que conseguiu asilo na Alemanha.
Elas saíram de Moscou no final de novembro de 1929 no último grupo que conseguiu sair legalmente da Rússia.
A viagem foi de Moscou até Riga, na Rússia, depois até Eydtkuknen na Alemanha.
Em Eydtkuknen, já na Alemanha, tomaram banho e sauna para matar os piolhos que todos traziam da Rússia.
Todas as roupas passaram por fornos especiais para matar piolhos.
De Eydtkuknen foram para Hammerstein, onde ficaram até 4 de abril de 1930.
A seguir foram para Möllen, em Lanenburg, onde ficaram até julho de 1931, esperando a imigração para o Canadá, onde já residiam duas irmãs casadas dos mesmos que tinham saído da Rússia em 1927.
Em Möllen Anna e Katharina reencontraram irmãos, Helena, Heinrich, Julius e Gerhard.
Como o Canadá não aceitava mais imigrantes na ocasião, os irmãos optaram pela emigração para o Brasil.
Em 18 de julho de 1931, no porto de Hamburg, os três irmãos, Julius Klassen, Gerhard Klassen e Anna Klassen, ela então com 14 anos, e as meia-irmãs Helena Frisen e Katharina Friesen, embarcaram no navio Monte Oliva e vieram para o Brasil.
Eles viajaram com a família de Heinrich Friesen que tinha seis filhos. Ele era primo de Helena Friesen.
Em 6 de agosto de 1931 chegaram ao Rio de Janeiro, mas não saíram do navio.
Em 7 de agosto de 1931 fizeram escala em Santos – SP.
Em 8 de agosto de 1931 desembarcaram em São Francisco – Santa Catarina.
Em 9 de agosto de 1931 viajaram de trem até Jaraguá do Sul – Santa Catarina.
No mesmo dia foram de caminhão até Blumenau – SC.
Ainda no mesmo dia foram de trem até Ibirama – SC que naquele tempo chamava-se Hamonia.
Em 10 de agosto de 1931, com a bagagem e os idosos em carroças, todos os demais a pé, foram até a Colônia Dona Emma, onde pernoitaram.
Em 11 de agosto de 1931 subiram a serra por um caminho no meio do mato (picada), até que chegaram num local de mata virgem denominado Stolz Plateau ou Augen, hoje parte de Witmarsun – SC.
Era o último grupo de menonitas que chegou na região.
Os cinco irmãos ficaram na mesma casa com Heinrich Friesen, uma espécie de protetor dos cinco irmãos.
Anna Klassen, a futura professora de corte e costura da rua da Glória saiu da Rússia com 12 anos. Agora tinha 14 anos.
A viagem dos irmãos da Rússia até a nova residência durou 2 anos.
Helena, Katharina, Julius, Gerhard e Anna tinham um novo lar, era chamado pelos vizinhos de a casa dos Friesen.
Mas nenhum deles ficou muito tempo no novo lar. As condições de vida no meio da floresta virgem eram absolutamente difíceis, em especial para um grupo de jovens, sem pai nem mãe.
Vários imigrantes menonitas foram procurar emprego em Blumenau, Curitiba e até São Paulo. Anna Klassen, apesar de ser a mais nova dos irmãos, foi a primeira a sair. Ela optou por Curitiba. Tinha então quinze anos, era 1932.
Uma amiga convidou e ela foi trabalhar de doméstica na casa da família Hauer, em Curitiba. Tratava-se de família da elite curitibana em cuja mansão, localizada na rua Emiliano Perneta, hoje funciona o restaurante Scavolo.
Em Curitiba Anna Klassen  começou a namorar David Hiebert, também imigrante menonita que trabalhava como jardineiro e depois entregador de pães naquela cidade. A família dele residia no Krauel, hoje Witmarsun.
Em 1941 Anna Klassen mudou-se para Blumenau onde já estava seu futuro marido e foi trabalhar primeiro no Tabajara Tênis Clube e depois na Empresa Industrial GarciaS.A..
Em 23.02.1942 obteve o “Salvo Conduto Especial para Estrangeiro nº 143”, válido por dez dias, para viajar até “Getúlio Vargas”, onde se casaria com David Hiebert. A localidade era conhecida como Krauel, hoje Witmarsun. O casamento foi celebrado na casa da mãe de David e o idioma utilizado pelo pastor foi o Russo, já que era proibido falar alemão.
A curiosidade é que no Salvo Conduto consta que ela era natural da Rússia, país aliado do Brasil na Segunda Guerra Mundial, mas eles eram tratados com sendo inimigos alemães.
Da esquerda para a direita: Valter, Carlos, Anna Klassen Hiebert (nossa mãe falecida em 1973), Adolfo, David Hiebert (falecido em 1970), Irene Hiebert Kertischka (falecida em 2007), e Rosita Hiebert, falecida em 1961.
Rua 12 de Outubro
De 1942 até 1968 Anna Klassen, agora Hiebert, residiu na rua 12 de outubro, nº 111. Era a primeira rua a esquerda na rua da Glória, onde hoje estão os últimos pavilhões da Coteminas, Praça Getúlio Vargas e o terminal Urbano.
Anna com as filhas Irene e Rosita em 1944
De 1968 até 1973 ela residiu na rua Ipiranga, 81, Garcia, em Blumenau.
Ele teve sete filhos: Rosita, Irene, Valter, Carlos, Adolfo, Ivo e Alex.
Ela faleceu em 04.11.1973 em Blumenau, SC, tinha 56 anos, está sepultada no cemitério da rua Progresso no Garcia (Progresso).
Suas alunas Ilse Machado/Souza e Irone Pera/???  residem no Garcia e no município de Penha, SC, respectivamente.
A aluna Iracema Hinkeltay já é falecida.
A professora de corte e costura Anna Hiebert foi excelente mãe para seus sete filhos que se orgulham muito da mulher trabalhadora, batalhadora e educadora que ela sempre foi, sendo o alicerce da família nos anos em que nosso pai estava impossibilitado de trabalhar em razão de grave doença que o acometeu.
O maior trauma da professora Anna Hiebert foi ter perdido prematuramente a sua filha mais velha, Rosita Hiebert, que faleceu quando tinha apenas 19 anos.

OS PRIMEIROS DIAS DE ANNA KLASSEN E IRMAÕS NO BRASIL RELATADOS POR SEU IRMÃO JULIUS KLASSEN
A redação a seguir é de Julius Klassen, cujo original está com Valter Hiebert.
São respostas a perguntas feitas por carta por Valter Hiebert, a qual não foi encontrada, mas as respostas permitem entender o que foi perguntado. Essa mesma carta com as mesmas perguntas encaminhei para Jakob Hiebert, irmão de meu pai, que também me respondeu as mesmas perguntas.

RESPOSTAS DE JULIUS KLASSEN:
"A região era só mato virgem com muita madeira de lei, tal como imbuia, canela e cedro, além de outras. Vez em quando uma clareira no meio do mato, aberto por aqueles que chegaram um pouco antes do que nós. As terras eram mais ou menos, mais muito acidentadas, de maneira que não tivemos boa impressão."
"Como os imigrantes estavam acostumados na Russia a trabalhar com máquinas agrícolas modernas naquela época, tiveram que mudar o sistema de trabalho no mato virgem com ferramentas de mão, tais como machado, enxada, foice, etc.. Por isso a impressão não era das boas, mas assim mesmo agradeceram a Deus por ter lhes conduzido a um País (Brasil) com plena liberdade de palavra e um povo bondoso."
"As dificuldades encontradas foram muitas. No começo só tinham picadas, mais tarde foram alargadas e transformadas em estradas. Na temporada de chuvas as mesmas ficavam intransitáveis. Para conseguir um pouco de gêneros alimentícios tivemos que andar 5 a 6 Km. Nos primeiros tempos morávamos num rancho de 6 x 4 metros, construído com pau de palmito, as paredes e o telhado cobertas com um tipo de folhas."
"A nossa viagem da Alemanha para o Brasil foi custeada pelo governo alemão. No primeiro ano de Colônia tivemos muito auxílio da Igreja Menonita da Holanda."
"Não tivemos médico na Colônia, o mais próximo era a 60 Km de distância."
"Logo no início os imigrantes se reuniram para a construção de uma escola primária. A escola no domingo servia de igreja para cultos religiosos, escola dominical, enfim, para todas as festividades religiosas. Auxílio para construir estas escolas veio também da Holanda e Alemanha. No começo nas escolas foi lecionado somente o alemão. Mas logo em seguida a direção da Colônia mandou alguns professores nossos para Florianópolis para tomar um curso de língua portuguesa. Voltando a Colônia os professores imediatamente começaram lecionar em língua portuguesa, além do alemão."
"Lamentavelmente o governo brasileiro não prestou algum auxílio."
"A terra não era muito boa e a lavoura não tinha muito futuro."
"Ninguém era obrigado a permanecer na Colônia, mas também no começo ninguém tinha condições de procurar outros meios de vida."
"Nenhum dos imigrantes tinha estado no local anteriormente".
"Não havia fiscalização do governo".
"O idioma que os imigrantes falavam (platdeutsch), um dialeto do alemão e holandês, além do alemão clássico."
"Já em 1932/33 começamos a aprender o português."
"A Colônia foi dirigida pelo Sr. Heinrich Neufeld, tinha a função como prefeito."
"Apesar de muitas dificuldades houve progresso na Colônia. Os ranchos deram lugar para casas modestas de madeira, pois já funcionava uma boa serraria, também doada pela Holanda. Também funcionava um moinho de milho. O pão de cada dia era feito de milho. Com a derrubada do mato os colonos aumentaram a plantação de milho e mandioca."
Para saber mais acesse:
Texto de Valter Hiebert/Arquivos de Valter e Adalberto Day

- Blumenau dos Pudins, Mostarda, Macarrão

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BLUMENAU DOS PUDINS, DA MOSTARDA, DO MACARRÃO...
 
Carlos Braga Mueller
Jornalista e Escritor

Tudo leva a crer que a tradição empresarial mais arrojada de se fabricar produtos alimentícios tenha começado em Blumenau com o exemplo pioneiro de Heinrich Hemmer Sênior, em 1915, que teve a idéia de comercializar, com sua carroça, de casa em casa, o chucrute, conhecido como “sauerkraut”. Era feito  com o repolho que plantava atrás de casa.
Logo os negócios prosperaram e Hemmertambém entrou na linha  de pepino e beterraba em conserva, além de lançar a famosa mostarda escura, do tipo holandês, até hoje considerada um produto da mais alta qualidade.

A longevidade da fábrica comprova a excelência dos produtos, pois a Hemmer Alimentos, sua denominação atual, tem atualmente cerca de 300 itens na sua linha de produção.
Situa-se no bairro do Badenfurt, na rua que homenageia seu fundador: Heinrich Hemmer. É comandada pelos seus descendentes, já na quinta geração.

Outro “boom” na produção de alimentos em Blumenau deu-se pelos anos 1950 e nossa cidade tornou-se bastante conhecida pelos deliciosos pós para pudins, condimentos e massas, produtos que eram conhecidos em todo o Brasil.
As Indústrias Gerais Cássio Medeiros fabricavam o famoso Pudim Medeiros. No Vale do Itajaí era o campeão em vendas, encontrado em todas as lojas de secos e molhados e nas famosas “vendinhas” do interior. A fábrica ficava situada no final da Alameda Rio Branco, na rua hoje denominada Farmacêutico  João Medeiros; depois mudou-se para a Rua Bahia. O empresário Werner Peiter assumiu em determinada época seu controle acionário e consta que hoje a empresa cerrou suas portas.
No seu rastro surgiram outros fabricantes.
Um deles foi a Sibli, - Sociedade Industrial Blumenauense, cuja fábrica localizava-se na Rua Marechal Deodoro. Sua especialidade, porém, eram as massas alimentícias, o macarrão que dava água na boca... Não existe mais.
A família Teske fundou em 1956 aFábrica de Produtos Alimentícios Tell, especializando-se na mostarda e molhos, além de colocar no mercado o pó para Pudim. A fábrica ainda existe e hoje em dia sua denominação é Tell Alimentos.

Estas foram algumas indústrias que fizeram história no cenário empresarial blumenauense. 
Sem falar nos chocolates da Saturno e Salware. Que não existem mais. A Saturno cerrou suas atividades e a Salware, depois de um incêndio, mudou-se para Curitiba.

RECLAMES NO RÁDIO
Nos anos 50 as fábricas insistiam em atingir o consumidor local e para isso anunciavam regularmente na PRC-4, Rádio Clube de Blumenau, que até 1957 era a única emissora de rádio blumenauense.
O Pudim Medeiros era citado na rádio sempre que terminava uma música. Era sagrado. Terminava o disco (o bolachão de 78 rpm) e antes de falar qualquer coisa o apresentador/locutor dizia:
Pudim Medeiros, a melhor sobremesa do Brasil !”

Na mesma rádio, a PRC-4, também era apresentado todas as quartas-feiras a noite o programa “Variedades Tell”, enfocando músicas alemãs e patrocinado pela Indústria de Produtos Alimentícios Tell. A quase totalidade dos discos rodados era da discoteca particular do Sr. Teske, proprietário da fábrica.

A SIBLI também fazia “reclame” na emissora de rádio, mas com anúncios segmentados.

Jornais e revistas locais anunciavam igualmente as “excelências e qualidades” dos produtos de Blumenau daquela época. Uma prova é a ilustração desta matéria, publicada na Revista Progresso de 15 de março de 1965, que era distribuída quinzenalmente nos Cines Busch e Blumenau. Uma obra de arte feita pelo desenhista, caricaturista e pintor de Florianópolis, Domingos Fossari. 
E assim os anos foram passando, grandes empresas blumenauenses disseram adeus e desapareceram. Mas ficaram na história !
Arquivo: Carlos Braga Mueller/Mercado Livre

- Theóphilo Bernardo Zadrozny

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Homem de visão
Theóphilo Bernardo Zadrozny (foto) nasceu na cidade de Lodtz (Polônia) em 24 de maio de 1890 e faleceu em 08 de fevereiro 1961. Observação em seus documentos no Brasil, inclusive certidão de casamento está erroneamente como nascido em Brusque.
Chegou ao Brasil por volta de 1914, provavelmente desembarcou no porto de São Francisco do Sul-SC com um navio da firma Karl Hoepke  no qual um tio dele Louis Zadrozny, que era maquinista. Morou em Brusque onde seu tio tinha residência. Chegou sem familiares direto, solteiro.
Quem o incentivou para vir ao Brasil foi o seu tio, e provavelmente fugido da primeira guerra mundial. Filho de Júlio Zadrozny e Ida Bopp.
Foi casado com Frieda Rischbieter, nascida a 11/7/1893, falecida a 04/5/1973.
Tiveram quatro filhos: Júlio, Arno, Norberto Ingo e Carlos Curt Zadrozny. Todos foram diretores da empresa Artex S/A. Destaque para Carlos Curt Zadrozny que foi prefeito de Blumenau entre 1966/1970. Em sua gestão foi inaugurada a primeira parte da Avenida Castello Branco, mais conhecida como Beira Rio em 1968.
Theóphilo Bernardo Zadrozny foi fundador e diretor presidente da Artex S/A e da Administradora Comercial S/A; foi também diretor da ACIB – Associação Comercial e Industrial de Blumenau. 
Imagens de 1936
Apresentamos fotos inéditas dos anos iniciais da ex empresa Artex, que incorporou a Empresa Industrial Garcia em 15 de fevereiro de 1974 – hoje pertencente a Coteminas. 
Theóphilo Bernardo Zadrozny e o austríaco Otto Huber, que trabalhava na Empresa Industrial Garcia. Fundaram a  Artex   em 23 de maio de 1936. Também estiveram juntos na fundação Max Rudolf Wuensch e Albert Hiemisch, que igualmente atuavam na Empresa Industrial Garcia. O primeiro diretor-presidente foi Ricardo Peiter.  
Frieda Zadrozny, Theóphilo B. Zadrozny, Ricardo eringshofen, ?,?, e o primeiro a direita Sr. Soto.  Artex 20 anos comemoração em 1956
Artex em 1958 
Carlos Curt Zadrozny, ?, ?, Theóphiloo B. Zadrozny, ? e Arno Zadrozny
Artex S/A, em 1938
História
A empresa Artex foi fundada em 23 de Maio de 1936 na Rua Progresso nº 150 – por Theóphilo Bernardo Zadrozny e Otto Huber, que compraram as terras da família Gresvsmuhl.
É bom observar sempre o capital agindo sobre o proletário. Theóphilo Bernardo Zadrozny, não possuía grandes conhecimento no ramo têxtil, porém seu dinamismo e espírito empreendedor, possibilitaram a fundação de uma nova empresa a Artex S/A. Então convidou um hábil tecelão e técnico chamado Otto Huber que trabalhava ali próximo na Empresa Industrial Garcia, para associar-se. As duas empresas citados Garcia e Artex, foram empresas que fizeram através de seus colaboradores, o crescimento não só do bairro Progresso, mas de todo grande Garcia. Otto Huber (Austríaco) um dos fundadores da Artex trabalhou 30 anos na E.I.Garcia, e convidado por Theóphilo Bernardo Zadrozny.
Otto Huber foi um profundo conhecedor da arte de tecer. Era mestre Técnico da Empresa Industrial Garcia, e prestou relevantes serviços a indústria de Blumenau. Ele não concordava com algumas atitudes do diretor geral da Empresa Industrial Garcia sr. João Medeiros Jr., que entre outras era muito querido pelos empregados, por promover lazer através de esportes” e diversão com musicas que eram ouvidas nas horas de folga no interior da empresa, por intermédio de alto-falantes desde 1929..Huber comentava com amigos e empregados, que quando tivesse oportunidade, montaria sua própria empresa. E essa oportunidade surgiu em 23 de maio de 1936, em um convite que recebeu de Theóphilo Bernardo Zadrozny, e juntamente com outros empregados da Empresa Industrial Garcia, fundaram a Artex.”– O Primeiro diretor Presidente foi Ricardo Peiter. Também iniciaram os preparativos na montagem da nova empresa, Max Rudolf Wuensch e Albert Hiemisch”. 
Arquivo e dados sobre Theophilo Zadrozny fornecidos por Alfredo Zadrozny (Fred Zadrozny).

- 164º Aniversário de Blumenau

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Parabéns, Blumenau!
Imagem: Sônia Baier Gauche.
Imagem acervo: Rubens Heusi
- Blumenau - Cidade Jardim - comemora em 02 de setembro de 2014, 164 anos de sua colonização. Povo ordeiro, trabalhador, pujante – nos remete a uma cidade cheia de orgulho, de esplendor de bela natureza e de um povo que se orgulha de sua cidade.
Imagem: Mário Barbeta
Imagem Acervo de Rubens Heusi
Parabéns, Blumenau!
- Mas essa data nem sempre foi considerada como data de sua fundação. Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador da cidade, considerava a data de 28 de agosto de 1852 como data de fundação de nossa cidade. Tanto é que em 28 de agosto de 1877 foi comemorado o 25º aniversário da cidade.
Vídeo curiosidades sobre Blumenau:
http://www.youtube.com/watch?v=RIiU70pcf9U
Com Susan Germer e Adalberto Day
História
Dr. Blumenau partiu do porto de Hamburgo em 30 de março de 1846 com destino ao Brasil, viajando a bordo do veleiro “Johannes”. O primeiro contato com o Brasil foi no Rio Grande do Sul, quando chegou em 19 de junho do mesmo ano. Conheceu várias colônias alemãs daquela Província para posteriormente visitar Santa Catarina. A viagem de reconhecimento e exploração do grande rio Itajaí foi realizada no ano de 1848, acompanhado do comerciante Ferdinand Hackradt, guiados pelo conhecedor da região o canoeiro Ângelo Dias. Após o reconhecimento e encantados com o local, compraram terras para a formação de uma colônia na região.
- Feita a solicitação do pedido de concessão de terras junto à Província, Dr. Blumenau entrou em entendimento com as autoridades alemãs para dar continuidade ao plano colonizador. No Rio de Janeiro apresentou projetos de colonização ao Governo Imperial. Retornou à Alemanha (1849) para trazer os primeiros colonos. Retornou para o Brasil – Blumenau em março de 1850. Apesar das dificuldades, em 2 de setembro de 1850, chegaram os primeiros 17 pioneiros¹. Era o início de um empreendimento particular. Em 1860, devido a dificuldades financeiras, a administração da Colônia Blumenau passou a ser responsabilidade do Governo Imperial. Blumenau cresceu e se emancipou, em 1880. Dr. Blumenau casou aos 48 anos com Bertha Repsold na Alemanha. Deste casamento resultaram quatro filhos: Pedro Hermann, Cristina, Gertrudes e Otto, que faleceu meses após o nascimento.
Casa em que Dr. Blumenau nasceu na Alemanha
- Dr. Blumenau nasceu a 26 de dezembro de 1819, no ducado de Braunschweig (Alemanha). Após viver trinta e quatro anos em Blumenau, seu fundador partiu em definitivo para a Alemanha, veio a falecer em 30 de outubro de 1899, aos 79 anos de idade. Em 1974, seus restos mortais foram transferidos da Alemanha para Blumenau, estando depositados no Mausoléu, erguido em sua homenagem.
Casa em que Dr. Blumenau morou em Blumenau na
 Alameda Duque de Caxias - deustruida pela enchente de 1880
- Blumenau foi fundada em 02 de setembro de 1850¹ pelo Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau - O poder público adotou esta data a partir de 02 de setembro de 1900, por ser a data em que chegaram os primeiros 17 imigrantes. Até então a data considerada de fundação era 28 de agosto de 1852, data em que Dr. Blumenau entregou os primeiros lotes na Região Sul (Garcia) em Blumenau.
- A região de Blumenau era habitada por índios Kaigangs, Xoklengs e Botocudos, e mesmo antes da fundação da Colônia Blumenau, já havia famílias estabelecidas na região de Belchior, à margem do ribeirão Garcia e margem esquerda do Rio Itajaí-açu.
- Inicialmente o centro da cidade era onde hoje se localiza a Avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras), arquivo histórico José Ferreira da Silva, a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Mueller e o museu da Família Colonial.
- A primeira Rua em Blumenau surgiu em 1852, com o nome de Palmenalle , onde foi construído o primeiro hotel, de alvenaria. Num dos quartos o Dr. Blumenau instalou a direção da Colônia. - A Rua Palmenalle mudou seu nome para Boulevard Wendeburg em 3 de fevereiro de 1883, depois para alameda Dr. Blumenau e em 8 de abril de 1939, para alameda Duque de Caxias através do Decreto-Lei nº. 68 de 18 de agosto 1942, na administração de Afonso Rabe. O Decreto-Lei nº. 1.202, que se referia sobre a nacionalização dos nomes de ruas, determinava que as ruas com nomes estrangeiros fossem alterados e colocados nomes nacionais. A povoação compreendia o início do Garcia, e parte da rua XV de Novembro.
- Muitos outros imigrantes atravessavam o Oceano Atlântico em veleiros de companhias particulares. E assim foi crescendo o número de agricultores, povoadores e cultivadores dos lotes, medidos e demarcados ao longo dos rios e ribeirões que banhavam o território da concessão. No princípio, a Colônia era de propriedade do fundador, Dr. Blumenau.
-Em 1860 o Governo Imperial encampou o empreendimento e Dr. Blumenau foi mantido na direção até a elevação da colônia. E a Lei nº 860, de 04 de fevereiro de 1880, à categoria de Município.Em poucos anos, Dr. Blumenau, dotado de grande energia e tenacidade, fez da colônia um dos maiores empreendimentos colonizadores da América do Sul, criando um importante centro agrícola e industrial influente na economia do país. Entretanto, em outubro de 1880, uma grande enchente causou sérios prejuízos à população e à administração pública, com a destruição de pontes e estradas. 
Com isso, a instalação do Município só foi possível em 10 de janeiro de 1883, quando assumiu o exercício a Câmara Municipal eleita no ano anterior. Depois disso o município recebeu o título de Comarca (1886) e finalmente, em 1928, passou à categoria de Cidade.
Quando Dr. Blumenau, esteve aqui pela primeira vez em janeiro de 1848, associou-se a um comerciante de nome Ferdinand Hackradt , e rumou ao Itajaí , onde Agostinho Alves Ramos emprestou embarcações , alimentos e um guia para explorações .Quando chegaram, encontraram famílias, com residências fixas, como os Haendchen, os Klocher os Deschamps, Klock, Schneider , Theiss, Kerbach, Peter Wagner, Peter Lukas, que vieram a partir de 1837 provenientes de São Pedro de Alcântara e outros que foram os percussores da colonização de Gaspar (Belchior e Pocinho) . Os dois últimos tinham grandes culturas e engenhos de açúcar no local “Capim Volta”, um conhecido bairro de Blumenau, hoje City Figueiras. Essas famílias deram suporte e sustentação a Dr. Blumenau, em seu tão sonhado empreendimento. Todas as famílias citadas deixaram descendentes por toda região do Vale do Itajaí, alguns deles casaram com imigrantes alemães que vieram após 1850. Quem os trouxe foi um caboclo forte e prudente, que foi recomendado como de inteira confiança, chamado Ângelo Dias, que prestou grandes trabalhos aos dois empreendedores. Todos esses nomes mencionados não vieram com Dr. Blumenau, que veio no intuito de organizar uma colônia, até então eram apenas famílias isoladas. Mas não devemos esquecê-las, pois tiveram sua importância dentro de um contexto histórico para o desenvolvimento de nossa cidade. O próprio Ferdinand Hackradt ficou na região próximo ao centro da cidade, enquanto Dr. Blumenau retorna à Alemanha e após conseguir convencer 17 imigrantes através de seu sobrinho Reinhold Gaertner a vir ao novo continente, chegam à foz do Ribeirão da Velha em 02 de setembro de 1850¹. Dr. Blumenau já se encontrava em Blumenau quando os 17 primeiros imigrantes chegaram.
Observação¹: Na realidade os 17 primeiros imigrantes chegaram em Desterro (Florianópolis) nessa data. Em Blumenau a primeira família a chegar foram os FRIEDENREICH no dia 09 de setembro, os outros vieram aos poucos e até a pé. Mas definiu-se em 1900 que a data seria 02 de Setembro de 1850. 
OS PRIMEIROS 17 IMIGRANTES
- REINOLDO GARTNER: com 26 anos de idade, solteiro, natural de Brunsvique, sobrinho, pelo lado materno, do Dr. Blumenau;
- FRANCISCO SALLENTHIEN, com 24 anos, solteiro, lavrador, também natural de Brunsvique;
- PAULO KELLNER; 23 anos, solteiro, lavrador,igualmente de Brunsvique;
- JÚLIO RITSCHER, 22 anos, solteiro, agrimensor, natural de Hannover;
- GUILHERME FRIEDENREICH, com 27 anos de idade, alveitar, natural da Prússia, casado com;
- MINNA FRIEDENREICH, 24 anos de idade, possuindo o casal os seguintes filhos;
- CLARA, com 2 anos de idade;
- ALMA, com 9 meses;
DANIEL PFAFFENDORFF, 26 anos de idade, solteiro, carpinteiro, natural da Saxônia;
- FREDERICO GEIER, 27 anos de idade, solteiro, marceneiro, natural de Holstein;
- FREDERICO RIEMER, 46 anos de idade, solteiro, charuteiro, natural da Prússia;
- ERICH HOFFMANN, 22 anos de idade, ferreiro, funileiro, também da Prússia;
-ANDRÉ KOLMANN, 52 anos de idade, ferreiro, igualmente da Prússia, acompanhado da esposa;
- JOANNA KOLMANN, 44 anos de idade, e das filhas;
- MARIA, 20 anos de idade, solteira;
- CRISTINA, 17 anos, também solteira, e
ANDRÉ BOETTSCHER, com 22 anos de idade, solteiro, ferreiro, natural da Prússia.

Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / Museu da Família Colonial SEPLAN / - Wieland Lickfeld. Arquivo: Mario Barbeta, Sônia Baier Gauche. 
Dalva e Adalberto Day 

- Blumenau: Verdades e Mitos!

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Alguns mitos e verdades de nossa cidade de Blumenau. Ou também omissão de fatos e dados que sua gente precisa saber. 
01 - Antes da fundação da cidade de Blumenau já existia moradores na região.
Verdade. Existiam indígenas, conhecidos como bugres, carijós, Xokleng, Guaranis e outros, que habitavam a região de Blumenau há pelo menos 8000 anos.  Quando dr. Blumenau aportou por aqui em1848  encontrou famílias, com residências fixas, como os Haendchen, os Klocher os Deschamps, Klock, Schneider , Theiss, Kerbach, Peter Wagner, Peter Lukas, que vieram a partir de 1837 provenientes de São Pedro de Alcântara e outros que foram os precursores da colonização de Gaspar (Belchior e Pocinho) . 
Na foto, Senhora Renate S. Jensen, hoje Sra. Rolf Odebrecht, com 15 anos, estagiária do Curso de Economia Doméstica do Hospital Santa Catarina.
Consta que os jerivazeiros foram substituídos porque os seus coquinhos caíam no chão e atraíam larvas (taturanas). De fato, me lembro de que às vezes havia “ilhas” de bichas caminhando pela alameda e as pessoas tinham que dar a volta em torno das mesmas para passar (eu ia buscar o correio para as Schwestern conta senhora Renate. 
02 - Dr. Blumenau mandou plantar as primeiras palmeiras da Avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras) em 1876.
Verdade, porém eram palmeiras Jerivás, e foram substituídas a partir de 1950 por palmeiras Reais e Imperiais. Nenhuma das que ali estão foram plantadas por ele. 
03 - Dr. Blumenau teria chegado em 1850 junto com os 17 primeiros colonizadores com o Vapor Blumenau (que se encontra na prainha).
Lenda. Este vapor começou a navegar em Blumenau a partir de 1895 e nesta data dr. Blumenau já havia retornado à Alemanha (em 1884)  sem conhecer a embarcação.
04 - A primeira data oficial de fundação de Blumenau foi 28 de agosto de 1852.
Verdade. Essa foi a data que prevaleceu até o ano de 1899, quando a câmara de vereadores aprovou a mudança para 02 de setembro de 1850, data esta da suposta chegada dos 17 primeiros imigrantes.

Casa em que dr. Blumenau morou em Blumenau na Alameda Duque de Caxias - destruída pela enchente de 1880.
Em 1877 houve festejos em comemoração a passagem do 25º aniversário de fundação da cidade com a presença do dr. Blumenau por todo centro histórico. O desfile parou em frente a casa de dr. Blumenau e o “acordaram” bem cedo para participar da festa com muitas homenagens a ele e colonos.

05 - Os 17 primeiros imigrantes chegaram em Blumenau no dia 02 de setembro de 1850 a bordo do Vapor Blumenau.
Simbólico. Os 17 imigrantes quando aqui chegaram dr. Blumenau já estava na região e não vieram com o Vapor Blumenau, pois ele ainda não havia sido construído. Chegaram nessa data provavelmente em Desterro (Florianópolis),vieram em datas diferentes, alguns em embarcações pequenas e outros vieram até a pé, em datas diferentes. 
06 - A Companhia Hering foi a primeira indústria têxtil de Blumenau fundada em 1880. 
EIG em 1885
A semente, da primeira indústria têxtil de Blumenau foi fundada a partir de 1860 com a chegada de Johann Henirich Grevsmuhl a região do Garcia. Em 1868 com o nome de “Johann Henirich Grevsmuhl & Cia.” Este era o nome da pequenina tecelagem - Nascia naquela região do Garcia, a semente da indústria têxtil, solidificando-se mais tarde com o nome de Empresa Industrial Garcia. E assim foi implantada na região a semente da Indústria Têxtil em Blumenau. Em 15 de fevereiro de 1974 foi incorporada a empresa Artex atual Coteminas. A Gloriosa Cia. Heringé a indústria Têxtil que permanece por mais tempo com o mesmo nome e origem.

07 - Morro do Aipim “Frohsinn” o mais verdadeiro ponto histórico de Blumenau
Verdade. Foi um dos poucos locais que não foi repassado ao governo federal (Império) por dr. Blumenau, e que seu desejo seria para construção de um museu de colonização no local.
O local pertenceu ao fundador da cidade, dr. Blumenau, e foi doado ao município pelo seu filho Pedro em 23 de outubro de 1909, quando o visitou, segundo o Dr. Carlos Fouquet cita no Livro do Centenário, em companhia de sua irmã Christine, representando a família. A doação foi formalizada em 1911.
08 - Túneis para “Hitler” escapar? Se esconder quando viesse “morar” em Blumenau.
Mito As galerias são pluviais e fluviais, construídas desordenadamente sem planejamento e infraestrutura, juntando-se ao longo da colonização e crescimento urbano da cidade.
09 - Existem galerias (túneis) em Blumenau.
Verdade. Existem por toda cidade. No centro são conhecidas várias, uma das mais antigas (anterior a posse de “Hitler” na Alemanha) localiza-se em propriedades do Colégio Pedro II, era para conservar alimentos. A localizada no atual Castelo da Havan foi construída para as pequenas embarcações depositarem mercadorias para a antiga Casa de Comércio Altenburg. Esse processo facilitava a entrega das mercadorias, assim possibilitando melhor acesso e sem o perigo de ao subir a barranca do rio (Beira Rio), escorregarem e em consequência a perda da mercadoria junto ao rio. E tantas outras existentes, até por baixo da Antiga Empresa Industrial Garcia (onde hoje é a Coteminas) existem duas, uma delas feita em armação de tijolos.
Bandeira do Amazonas de 1920
10 - O Clube mais antigo de Blumenau registrado foi o Brasil (Palmeiras, BEC).
Verdade, porém há de se fazer uma ressalva: o Brasil (Palmeiras, BEC) foi registrado no dia 19 de julho de 1919, o Blumenauense (Olímpico) em 14 de agosto de 1919, e por último o Amazonas Esporte Clube em 19 de setembro de 1919. Isso ocorreu, pois o dono do cartório chamou para ser registrado primeiro o seu clube Brasil (Palmeiras, BEC), depois o Blumenauense (Olímpico) e o Amazonas. Notem todos no mesmo ano e em seguida. Anteriormente o futebol era praticado somente por equipes formadas pelos jovens do “Turnverein Blumenau – Sociedade de Ginástica (1873-1942)” e operários da Empresa Industrial Garcia, depois Amazonas Esporte Clube pelo menos desde 1911. Os jogos eram realizados nos finais de semana, próximo ao hotel Holetz, atual Grande Hotel. Nos fundos existia um pasto onde hoje é a Casa do Comércio. 
Medeiros
11 - A primeira rádio de Blumenau e Santa Catarina foi fundada por João Medeiros Jr. A partir de 1929 na Empresa Industrial Garcia.
Verdade. João Medeiros, diretor da EIG até 1940, começou os preparativos da primeira Rádio em Santa Catarina, a Rádio Cultura, logo depois PRC4 Rádio Clube de Blumenau em 1929 tocando músicas animando os trabalhadores e depois foi aprimorando. Inclusive ele mesmo foi o primeiro amadoristicamente a transmitir um jogo de futebol no estádio do Amazonas. A data considerada oficial de fundação da Rádio Clube, é 19 de março de 1932 já na antiga travessa Aimoré hoje rua Capitão Euclides de Castro. Medeiros também foi o fundador do radioamadorismo em Santa Catarina. A primeira locutora foi Atalá Branco desde a fundação.
12 - Fachada do Teatro Carlos Gomes, desenho do quepe de “Hitler”.
Lenda. Mas as lendas urbanas perseguem até hoje o Teatro.
Primeira delas: a fachada seria uma réplica do quepe militar de Hitler. Não há como negar. Basta olhar para se ter esta impressão. O quepe do Fuehrer, ou seja, lá de que general for, pode sim ter inspirado qualquer arquiteto, sem que tivesse havido conotação política no projeto. 
Conversando com um cidadão, cujo avô trabalhou nas obras do Teatro Carlos Gomes, ele me disse que o avô contava que de vez em quando arquitetos vinham da Alemanha acompanhar a construção. Teria isto algum significado político? Ou seria apenas um intercâmbio técnico-cultural?
As lendas diziam também que o prédio seria a Sede do 3º Reich na América Latina, se Hitler ganhasse a guerra!
Hitler perdeu. Ficou a lenda! Conta Carlos Braga Mueller.
Bell
13 - A frase “Menor que meu sonho não posso ser “atribuída ao poeta maiorLindolf Bell, muito citada por ele.
Lenda, a frase apesar de ser citada sempre por Lindolf Bell, é originalmente de Fernando Pessoa (1888-1935) um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal.
14 - O poeta Lindolf Bell nasceu em Blumenau.
Lenda. O poeta Lindolf Bell era blumenauense de coração e “adoção” mas natural da vizinha cidade de Timbó.
15 - A primeira emissora de Televisão de Santa Catarina foi fundada em Blumenau.
Verdade. a primeira emissora de televisão do Estado, inaugurada no dia 1º de setembro de 1969 em Blumenau com o nome de TV Coligadas canal 3. 
16 - A primeira corporação de Bombeiros em Blumenau existiu na antiga Empresa Industrial Garcia.
Verdade. desde 1929 a EIG mantinha sua valorosa corporação de bombeiros, destaque de combates a sinistros: em 1958 da antiga prefeitura de Blumenau e em 26/12/1964 do grande incêndio na empresa vizinha a Garcia, a empresa Artex. Foi anterior a implantação da corporação de bombeiros de Blumenau, que iniciou suas atividades a partir de 13 de agosto de 1958.
17 - Theóphilo Bernardo Zadrozny um dos fundadores da Artex nasceu em Brusque.
Theóphilo Bernardo Zadrozny nasceu na cidade de Lodtz (Polônia) em 24 de maio de 1890 e faleceu em Blumenau, em  08 de fevereiro 1961. 
18 - O primeiro prédio construído em Blumenau acima de 10 pavimentos foi o “Grande Hotel Blumenau”
Verdade. foi inaugurado em 16 de dezembro de 1962.
19 - Pelé e Garrincha jogaram em Blumenau.
Verdade. Pelé jogou no dia 30 de agosto de 1961, fez 5 gols na goleada contra o Olímpico por 8x0, com a camisa do Santos. Já Garrincha jogou em Blumenau com a camisa do Grêmio Esportivo Olímpico no dia 30 de agosto de 1969, contra o Caxias de Joinville, placar 0x0. Obs.: Um dos gols de Pelé teria sido anotado pelo jogador Formiga, porém na súmula foi atribuído ao Rei do Futebol.
Arquivo/Suelita Beiler/Antigamente em Blumenau
20 - O rei Roberto Carlos ainda pouco conhecido cantou na sede do Grêmio Esportivo Olímpico.
Verdade. Roberto Carlos cantou na sede do Olímpico em 1965 se apresentando no Estádio do G.E. Olímpico - Concedendo autógrafos.
No ano de 1965,  seu prestigio ainda não era tão grande, ele veio cantar no Estádio do Grêmio Esportivo Olímpico– na baixada em Blumenau. No final do show, ficou em pé junto à calçada aguardando uma condução (táxi) para leva-lo ao Hotel,
“Quem conta essa história é Paulo Guilherme Pfauque na época tinha o programa jovem de maior audiência na cidade através da Rádio Alvorada (emissora de seu pai (Osmar Pfau naquele ano) O show acabou e o Paulo Guilherme ficou na calçada da Alameda Rio Branco conversando com o Roberto Carlos.
Naquele ano Roberto Carlos foi contratado pelo empresário Samuel August, blumenauense, para show comemorativo ao dia das mães. Era o dia 9 de maio 1965, e o “Rei”estava apenas com uma guitarra, sem banda. O Calhambeque era sua música mais conhecida. Esta foi a primeira vez que o “rei” ainda não tão consagrado passou pela nossa cidade.

21 - Blumenau no início da colônia possuía quase 11mil Km² (10.610Km²), fazendo divisa com Lages.
Verdade, Blumenau foi ao longo dos anos perdendo sua extensão territorial formando-se dezenas de municípios ao seu redor. Todas essas cidades ao entorno tem vínculos históricos com dr. Blumenau. Atualmente o município possui 519,8 Km².
22 - O Naturalista Fritz Müller amigo de Charles Darwin, morou no Garcia.
Verdade. quando Müller comprou os primeiros lotes na região Sul de Blumenau, a partir do dia 28 de agosto de 1852 , morou por 2 anos no Garcia (1852 - 1854), depois (1854) se transferiu para a margem esquerda do Itajaí Açú, depois (1856) transferiu-se para Desterro, vindo de volta para Blumenau em 1867, aí sim, indo morar na rua Itajaí, onde permaneceu por 30 anos até cair doente e vir a falecer.
23 - Carlos Braga Mueller foi o primeiro apresentador de telejornal de Santa Catarina na TV Coligadas Canal 3 de Blumenau.
Verdade. Braga foi o primeiro apresentador do telejornal Hering na TV Coligadas Canal 3. No rádio muitas vezes Braga Mueller utilizava a alcunha de Charles Neto.
24 - A Empresa de ônibus Auto Viação Catarinense Ltda, é a mais antiga empresa de transporte de passageiros no Brasil. Um marco no transporte coletivo do Brasil.
Verdade. Fundada em Blumenau no dia 13 de abril de 1928 por Theodor Dariusimigrante alemão, João Hahn, imigrante Húngaro, e Adolfo Hass brasileiro, com o nome de “Empreza Auto Viação Hahn, Hass & Darius”, embrião da atual Auto Viação Catarinense. A Viagem inaugural foi entre Blumenau/Florianópolis. A sede permaneceu até o ano de 2001 em Blumenau, quando então é transferida para Florianópolis.
25 - Existiu um cemitério atrás Fundos) da Catedral São Paulo Apóstolo de Blumenau.
Verdade. existiu durante décadas cemitério no local na parte final da catedral. Anteriormente existia outra igreja São Paulo Apóstolo na frente da Catedral, demolida em 1956. Os restos mortais foram transferidos na década de 1930 para o então cemitério São José na rua São José. A elevação onde se encontra a catedral, vinha desde a rua Sete rasgava a  rua XV quase até a metade.
26 – Os restos mortais do Naturalista Fritz Muller estão enterrados no cemitério da Paróquia Evangélica Luterana de Blumenau situada no início da Rua Amazonas.
Verdade. Johann Friedrich Theodor Müller, que  nasceu na aldeia de Windschholzhausen, na Alemanha, em 31 de março de 1822. “Fritz Müller”  . Fritz Müller Chegou a Blumenau em 22 de agosto de 1852, (SC). Em 1856 partiu para Desterro (hoje Florianópolis (SC)) por imposição do Dr. Blumenau que estava descontente com o comportamento “antirreligioso” de Fritz Müller que começava a influenciar os demais colonos. Manteve grande amizade com Charles Darwin que o chamou “Príncipe dos Observadores”. ( se dizia ateu), assim também de outras importantes personalidades da história de Blumenau. Naturalizou-se cidadão brasileiro em 09 de agosto de 1856, Fritz Müller faleceu em Blumenau em 21 de maio de 1897, aos 75 anos.
27 - A Escola Nº 1 é a escola mais antiga de Blumenau.
Lenda. A Escola Nº 1, ao contrário que muita gente pensa, não foi a primeira escola de Blumenau. As primeiras Escolas em Blumenau.Apesar de toda dificuldade dos colonizadores, Blumenau também foi berço de um grande número de educandários. Já nas primeiras levas de colonos a chegar a colônia, aparece também o primeiro professor da cidade. 
No dia 3 de junho de 1852 desembarca Fernando Ostermann,
26 anos. Além da área central, duas tardes por semana ministrava aulas também à população ribeirinha. A educação dos colonos era uma das prioridades do fundador.
Em 1862, ficou pronta a casa d’escola, a primeira escola do município. O espaço foi criado pelo pastor Oswald Hesse na colina onde atualmente está a Igreja Evangélica-Luterana. Sua primeira turma de alunos contava com 38 integrantes. Dois anos mais tarde, fez-se mais uma escola, em separado, especialmente dedicada ao aprendizado das meninas. Foi erguida no local onde mais tarde foi instalada a agência dos Correios, na Alameda Rio Branco. Então, as duas eram as únicas escolas públicas na zona de colonização.
Porém, a escola conhecida como a nº1 de Blumenau se localiza na Itoupava Central. O nome (nº1) vem do fato da região ter sido dividida em lotes, nos quais eram construídos os prédios de interesse da comunidade. O número 1 foi destinado à escola, o 2 à igreja, o 3 ao cemitério e assim por diante.
A antiga escola Santo Antônio de 1877, atual Bom Jesus é a mais antiga em atividade
28 – Dr. Blumenau era maçom e fundou uma loja maçônica de Blumenau.
VerdadeA LOJA MAÇÔNICA “ZUR FRIEDENSPALME”K.PROBER:
Em 1870, quando Blumenau era ainda uma pequena povoação, foi fundada uma loja maçônica e o seu fundador foi o Dr. Blumenau.
29 -  A Empresa de Transportes Coletivo Nossa Senhora da Glória iniciou suas atividades no bairro Garcia. 
       Foto: Everaldo Vedes
Verdade. A Empresa de transporte coletivo Nossa Senhora da Glória sito atualmente como sede na Rua 2 de Setembro 3673, no Bairro Itoupava Norte, iniciou suas atividades no Bairro Garcia em Blumenau, em 15/07/1962, quando seus fundadores Srs. Luiz Sackl, Francisco Sackl Netto , Waldemar Sackl e Luiz Sackl Junior, mediante uma transação comercial com os proprietários da Empresa Ulrich, assumiram as linhas Garcia-Blumenau.
A partir de 1962, a família Sackel inicia suas atividades na Rua Amazonas nº 1857 com um micro, cinco ônibus, tendo como primeiro trajeto do Bairro Garcia e Glória, até o centro, no antigo colégio Luiz Delfino – depois Fórum, próximo a atual prefeitura. A empresa tinha como garagem e instalações em frente à subida do antigo Goth – Colégio Comendador Arno Zadrozny na Rua Amazonas nº 1857.Os primeiros motoristas e cobradores eram os próprios donos Luiz, Waldemar, Francisco, Adolfo Sackl, mas os primeiros contratados foram Carlos Soares (Calinho) e Ivo. O nome Glória surgiu de um encontro no restaurante do Sr. José Silvino na Rua da Glória, além da família Sackl, o Frei João e outros moradores da comunidade estavam presentes, e então foi sugerido o atual nome da empresa em homenagem a Igreja Nossa Senhora da Glória  que seria também uma espécie de padroeira.
30 - Na década de 1930 existiu um programa de rádio com noticiais nazistas e desfiles em apoio ao nazismo  pela cidade de Blumenau.
Verdade. Não era proibida a transmissão do programa do partido nazista, mesmo porque Brasil e Alemanha naquele tempo tinham excelentes relações diplomáticas. Também foram feitos vários desfiles em apoio ao Nazismo.
Mas em 18 de abril de 1938, com a decretação do “Estado Novo”, o presidente Getúlio Vargas proibiu aos estrangeiros atividades politicas no país. Por isso, o governo brasileiro tomou providências em relação ao programa em língua alemã da PRC4 Rádio Clube de Blumenau.
Acervo de Adalberto Day/cientista social e pesquisador da história.
Colaboração de Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor. 

- G.E. Olímpico: é Bicampeão!

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Depoimento do ex goleiro Lourival Barreira (Barreira), campeão pelo Grêmio Esportivo Olímpico de Blumenau pelo estadual de 1964. O título foi decidido no dia 25 de abril de 1965. 
Barreira e Ézio
DE REPENTE FORMOU-SE UM GRUPO DE  CAMPEÕES

Éramos 20 (vinte) atletas que fazia parte do reduzido plantel de futebol do Grêmio Esportivo Olímpico de Blumenau.
Tudo começou em meados de fevereiro de 1964 quando fui procurado pelo Sr. Aducci Vidal e mais dois diretores do Olímpico em frente ao portão principal do Morumbi, oportunidade que recebi o convite para fazer parte do plantel do Grêmio Esportivo Olímpico de Blumenau. 
O meu contrato com o São Futebol Clube iria terminar somente em 31/05/1964 e meu passe ou atestado liberatório ao termino do contrato estava estipulado em CR$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzeiros).
Após meu interesse de ir para Blumenau os diretores entraram em contato com a diretoria do São Paulo na pessoa do Sr. Vicente Feola, que de imediato não se mostrou interessado na minha transferência definitiva e sim por empréstimo alegando que eu era muito jovem e tinha um futuro promissor no São Paulo.
A partir daí as coisas ficaram difíceis, pois o São Paulo para empréstimo de um ano solicitava Cr$ 800.000,00 (Oitocentos mil cruzeiros).
Mesmo assim eles não desistiram e foram em minha residência quando ficou acordado entre nós caso conseguisse junto ao São Paulo minha liberação os valores referentes à minha transferência seriam acrescidos em minhas luvas. A partir desta proposta eu fui pessoalmente até a diretoria do São Paulo e consegui o que parecia impossível minha liberação definitiva.
Assim em 14 de março de 1964 assinei meu contrato com Olímpico, passando a fazer parte daquela família.
No momento em que fui apresentado aos novos colegas percebi que se tratava de pessoas serias e que estavam dispostas a formar um grupo vitorioso.
O entrosamento da equipe foi quase que imediato, graças ao comando do Aducci Vidal um excelente técnico que soube dirigir e conduzir o time com resultados favoráveis ao longo do campeonato. 

Foi um campeonato muito duro e longo que se iniciou em 1964 e terminou em 1965. Todos os clubes que participaram eram de cidades distantes e as viagens além de longas se tornavam muito cansativa, pois às estradas na época não eram asfaltadas e acarretava um desgaste ainda maior.

O quadrangular final foi muito difícil às equipes se equiparavam tecnicamente e graças várias atuações individuais que conseguimos muitos resultados favoráveis. 
Salvo melhor juízo, foram 46 jogos sendo 30 vitórias 10 empates e somente 6 derrotas, 63 gols a favor e 32 contra atingindo 70 pontos ganho. Marca esta que nos tornamos campeões do Estado em 1964.
Acervo: Suelita Beiler
A equipe que jogou a última partida contra Internacional de Lages foi formada com os seguintes atletas: Barreira, Paraguaio, Orlando, Nilson (capitão), Jurandir, Mauro, Paraná, Lila (Quatorze), Rodrigues, Joca e Ronald.
Vencemos por 3x1, gols de Rodrigues (3) e Joia fez o gol do Internacional de Lages. O jogo foi realizado no dia 25 de abril de 1965.
A campanha foi excelente todos cumpriram com seus deveres e obrigações traduzindo toda nossa expectativa com a comemoração do título catarinense de futebol de 1964, somando-se ao campeonato de 1949 conquistado anteriormente pelo Olímpico.  
Ficha técnica do jogo:
OLÍMPICO 3
Barreira, Paraguaio, Orlando, Nilson e Jurandir; Mauro e Paraná; Lila (Quatorze), Rodrigues, Joca e Ronald. Técnico: Aducci Vidal. 
INTERNACIONAL 1
João Batista, Nicodemus, Airton, De Paula e Carlinhos; Roberto e Dair, Puskas, Jóia, Sérgio (Nininho) e Anacleto.
ARBITRAGEM: Gerson Demaria, auxiliado por Nilo Eliseo da Silva e Silvano Alves Dias.
GOLS:  Rodrigues, aos 26 minutos da primeira etapa, aos 13 e 38 do segundo tempo. Jóia descontou aos 10 da etapa complementar.
EXPULSÕES: Nininho e Roberto do Internacional.
RENDA: Cr$ 3.216,500
Todos os campeões de 1964
Lourival BARREIRA (goleiro); Adilton RODRIGUES Martins (Centroavante) ORLANDO Silva (lateral); João Sequinel Neto (JOCA) (meia cancha); Orlando José Costa (PARAGUAIO) (lateral); João Carlos Beduschi (LILA) (meia cancha); ROMEU Paulo Fischer (zagueiro), Alfredo Cornetet (QUARTOZE) (centroavante); ROBERTO P. Nascimento (zagueiro); NILSON Greuel (zagueiro); MAURO Longo (meia cancha); Carlos Heinz Faber (PARANA) (meia cancha); José GONÇALVES (atacante); MARCOS Oerding (goleiro); MAX Preisig (MAQUI) (ponteiro); Biramar José de Souza (BIRA) (meia cancha); EUDES Ribas Guimarães (lateral), ÉZIO Fernandes de Oliveira (Goleiro); JURANDIR Marques (Lateral); RONALD Olegário Dias (ponteiro). Técnico: ADUCCI VIDAL, Médico Walmor Belz, Massagista Frederico Capela, preparador físico Hamilton Curi e roupeiro Osmar.
Também fizeram jus às faixas de campeão, além do presidente Curt Metzger, os diretores do departamento de futebol, Rui Motta, Antônio Rodrigues da Costa, Zani Rebelo, Stanislau Storlaczek, João Gregório Pereira Gomes, Werner Eberhardt, João Silva, José Marcolino Netto.

Está aí amigos um simples resumo de alguns fatos que culminaram com a bela campanha de 1964.  Infelizmente a maioria do plantel que participou desta bela jornada já não se encontram entre nós.

Um grande abraço 
Lourival Barreira.
25 de abril de 2015
**********************   
Carta Aberta a Lourival Barreira
Jamais poderia imaginar que, nesta altura da vida, acabaria por me tornar amiga de Barreira, o goleiro do Grêmio Esportivo Olímpico, time de Blumenau que, nos idos da minha infância, tornou-se campeão catarinense de futebol. Tal aconteceu no campeonato estadual de futebol de 1964, e com meu pai, eu assisti ao jogo e lembro inúmeros detalhes dele, até de como a torcida do Internacional de Lages botou fogo na faixa do nosso time, pendurada no alambrado do campo.
O fato é que o tempo passou e o milagre da Internet me permitiu começar uma amizade com Lourival Barreira, hoje respeitado advogado no Estado de São Paulo. E no dia de hoje acabei por ler um relato do próprio Barreira no blogue do Adalberto Day, aqui da minha cidade, onde ele relembrava exatamente aquele jogo e as coisas que o precederam. Dentre elas, Barreira se referia a Feola.
Quem ainda se lembra do Feola, sabe dizer quem foi Feola? Nossa, como eu lembro de Feola, técnico da Seleção Brasileira de Futebol que, em 1958 foi campeã mundial! Parece que vejo agora as fotos de Feola nas páginas da revista O Cruzeiro – vem-me uma enxurrada de lembranças, e como eu gostaria de ter aqui, agora, o meu pai, que tanto gostava de futebol, para conversarmos sobre tudo isso! Já que o meu pai partiu tão cedo, achei que deveria conversar com alguém do futebol daquele tempo, e é por isto que estou a escrever esta carta a Lourival Barreira.
Conto a Barreira como contaria a meu pai um dos muitos momentos maravilhoso que o futebol me proporcionou na vida, e estou a lembrar do dia em que conheci Zagallo! Eu já havia visto Zagallo uma vez, quando o Flamengo jogou em Blumenau e eu estava no restaurante aonde o time veio jantar, depois do jogo, com direito a ver Zico e tudo. A mesa onde eu estava parou, petrificada, congelada, a olhar para Zico, mas Zico não me fez a cabeça: meu fascínio era olhar para a lenda viva que, para mim, era Zagallo!
Passaram-se diversos anos, no entanto, até eu conhecer Zagallo de verdade. Eu tinha ido a Brasília para ir ao Supremo Tribunal Federal ajudar a defender o boi da Farra, o pobre boi da famigerada e vergonhosa Farra do Boi que ainda grassa em certas partes deste meu Estado de Santa Catarina, embora eu tenha nos meus arquivos cópia do Acórdão do Supremo Tribunal Federal que, naquela altura, proibiu a Farra do Boi sob qualquer aspecto e terminantemente. Eu andava (ando) na luta contra a Farra do Boi e soube, naquele sábado à noite que teria que estar em Brasília na segunda de manhã. Foi uma correria. Eu ainda batia ponto e tinha que avisar ao meu gerente que faltaria na segunda feira – devia ser o ano de 1997, acho, quando até telefone ainda era coisa difícil, e mal e mal consegui deixar um recado com um colega para que me justificasse junto ao gerente. E houve problema de neblina, atraso de voos, etc., mas acabei chegando ao Supremo com algum atraso. Muita água rolou debaixo da ponte, naquele dia e no outro, coisa para outro texto, e estava toda preocupada que demoraria mais um dia a voltar – como me justificar com o meu gerente?
Naquela segunda-feira à noite alguém me levou para o hotel em que ficaria, em Brasília, e entrei nele pasma pela quantidade de repórteres e cinegrafistas que tomavam conta de toda a recepção, centenas e centenas deles, e fiquei muito curiosa: Farra do Boi despertava a atenção da imprensa, claro, mas não tanto assim. O que estava acontecendo ali? O rapaz da recepção me informou: nada mais nada menos que a Seleção Brasileira de Futebol estava hospedada ali!
Fremi! Acho que como todo o amante do futebol, pensei que acabaria por ver a Seleção, mas em vão – ela estava em ala separada do hotel, fazia as refeições em separado, etc. De qualquer forma, era uma coisa maravilhosa estar respirando o ar do mesmo hotel que a nossa Seleção!
Foram acontecendo coisas, no entanto. Havia um hall cheio de portas de elevadores, e eu estava ali a esperar quando uma das portas se abriu - e o elevador estava recheadinho de jogadores um pouco atônitos por estarem no andar errado – a porta fechou e eles sumiram, como num passe de mágica. Ou como, no final do jantar em um dos diversos restaurantes do hotel, quando uma enxurrada de repórteres adentrou onde eu estava, seguindo Romário, que ia dar uma entrevista coletiva. Não tive nenhum pejo de ficar em pé atrás do bando de repórteres, assistindo a entrevista, e no final chegar perto de Romário e lhe dizer, com a minha voz mais trêmula de tanta emoção:
- Romário... queria que você soubesse que lá no sul do Brasil você tem uma fã...
Já era emoção mais do que suficiente, mas a maior aconteceu na manhã seguinte, depois do café da manhã, de novo no tal hall de elevadores. Uma porta se abriu e saiu Zagallo, e meu coração escorregou até o pé ao me ver frente a frente com Zagallo! Para mim, aquele era o Zagallo de 58, de 62, de 70, de 94 – era algo como uma divindade, era como um anjo na minha vida, e fui diretamente a ele e segurei sua mão com as minhas, e acho que ele ficou um pouco envaidecido com toda aquela minha tietagem, pois parou e me deu a maior atenção. A emoção era tanta que não faço ideia do que falamos, mas conversamos, com certeza sobre aquelas coisa de 58, 62, 70, 94... Nem me passou pela cabeça que alguém poderia estar vendo aquilo, mas havia um repórter que viu e fotografou – e no dia seguinte, quando eu ainda não voltara para trabalhar, aquela foto saiu na capa de um jornal de circulação estadual, aqui em Santa Catarina – e eu virei a heroína do meu gerente!
Quando voltei, certa de que ia levar uma bronca, encontrei o banco onde trabalhava cheio de cópias daquela foto em todas as paredes e meu gerente tão orgulhoso de mim que só faltava me carregar no colo!
        Era isto que queria contar, Lourival Barreira! Meu pai não chegou, a saber, disso, havia partido antes, e então agora eu te tomo como confidente. Tantas alegrias o futebol me deu, tantas! Talvez tudo tenha começado lá naquele campeonato de 1964, naquele jogo em que tu foste o goleiro! E talvez não tivesse lembrado de tudo isto, hoje, se tu não tiveste falado no Feola!
Valeu, Lourival Barreira! Obrigada!
Blumenau, 27 de Abril de 2014.
Urda Alice Klueger
          Escritora, historiadora e doutora em Geografia.               
Para saber mais sobre o Olímpico acesse:

- Jornalista Moacir Werneck de Castro

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BLUMENAU E .... MOACIR WERNECK DE CASTRO

Por Carlos Braga Mueller 
Muitas pessoas visitam Blumenau. Algumas vêm e ficam. Outras ficam pouco tempo, mas deixam gratas lembranças.
Nesta reportagem histórica vamos falar de um dos mais reconhecidos jornalistas brasileiros, que viveu sua infância em Blumenau:

MOACIR WERNECK DE CASTRO
Werneck, além de jornalista foi também escritor e tradutor de importantes obras literárias.
Nasceu em Barra Mansa, no Rio, em 1915, e morreu em 25 de novembro de 2010.
Neto do Visconde de Arcozelo e bisneto do Barão de Pati de Alferes, sua família viveu  a experiência da decadência da lavoura do café, o que ele conta no livro “Europa 1935, uma aventura de juventude”, publicado no ano 2000 pela Editora Record.

Na página 152 do livro ele relata:
“A esta altura cabe um intermezzo sobre a minha infância em Blumenau, Santa Catarina.”

E mais adiante:
“Para lá nos levou, a meus pais, e duas irmãs e a mim, a decadência sem remédio da lavoura de café no estado do Rio de Janeiro. Meu pai, Luis Werneck Teixeira de Castro, chegou a usufruir na juventude de um resto de fortuna dos seus ascendentes, o pai visconde e o avô barão, senhores de escravos e donos de muita terra. Os escravos um dia se libertaram e a terra se tornou improdutiva, Acabou-se a festa.”
     Quando a família de Moacir Werneck de Castro veio para Blumenau, ele era muito criança ainda, tinha pouco mais de dois anos de idade. Isto foi em 1917.
Como aconteceu ?  Deixemos que ele mesmo conte:
“Mas, por sorte, graças à ajuda de amigos, como o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Sebastião Lacerda, meu pai  conseguiu o emprego de coletor federal em Blumenau, onde o seu conhecimento de alemão vinha ao encontro da necessidade do governo de cortar as asas ao pangermanismo, aguçado pela guerra de 1914-18.
Meu pai era um humanista, de ideias avançadas. Vivia às voltas com livros, alguns deles em alemão, entre os quais uma bela edição ilustrada do Fausto de Goethe. “Era respeitado pela comunidade alemã de Blumenau, apesar de sua posição crítica diante do arraigado germanismo da maioria.”
Moacir relata ter tido infância muito feliz em Blumenau, onde estudou com os padres franciscanos do Colégio Santo Antônio. Foi aqui que aprendeu um pouco de alemão com crianças vizinhas, cujos pais nem falavam o português, ensinamentos que lhe serviram, e muito, nas várias viagens que fez à Alemanha. Lembra as visitas que um padre franciscano fazia à sua família e que mantinha agradável conversa com seu pai: era o seu professor do colégio, Frei Estanilau Schaette.
A família viveu em Blumenau até por volta de 1925.
Foto da família Werneck 
Toda esta convivência o levou a escrever, nos anos 90,o livro “O Sábio e a Floresta”, biografia do sábio e naturalista Fritz Müller, editado em 1992.
Outro livro seu com temática local, “Missão na Selva”, de 1994, conta a história de Emil Odebrecht, um desbravador da selva brasileira.

Moacyr Werneck de Castro atuou de 1945 a 1953 nos jornais Tribuna Popular e Imprensa Popular, ambos do Partido Comunista Brasileiro, ao qual se filiou em 1947 e se afastou em 1956. Fundou em 1955, com Jorge Amado e Oscar Niemeyer, a revista “Paratodos – Quinzenário de Cultura Brasileira”.
De1957 a 1971  foi redator-chefe do jornal “Ultima Hora”.
Traduziu para o português livros de Gabriel Garcia Marquez, Dostoievsk, Aldous Huxley e Émile Zola.

No livro Europa 1935 , ele conta também,  entre as aventuras vividas no velho continente, a agressão que sofreu de um grupo de militantes da juventude nazista. E só escapou porque possuía passaporte brasileiro e porque falava um pouco de alemão, que aprendera na infância, em Blumenau.   
Colaboração e fotos Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor. 

- BEC campeão estadual!

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A trapaça!
Faço o relato desta história, pois poucas pessoas têm o conhecimento deste episódio e que fique registrado nos anais do Futebol de Blumenau e catarinense.

O que me motivou, foi a entrevista publicada no Jornal de Santa Catarina dia 25/04/15 concedida ao amigo Jornalista Everton Siemann . Na oportunidade Siemann faz um relato sobre as duas conquistas do futebol blumenauense nos estaduais, o bicampeonato do Grêmio Esportivo Olímpico nos anos de 1949 e 1964. Também relata os vices campeonatos já conquistados por agremiações de Blumenau.

Além do Bicampeonato Estadual de Futebol do Olímpico, chegamos ao vice-campeonato em 7 oportunidades:
- 1927Brasil FC (antecessor do Palmeiras)
- 1928 Brasil
- 1932 Brasil
- 1947 Palmeiras (antecessor do BEC)
- 1955 Palmeiras
- 1970 Olímpico
- 1988 Blumenau E.C.
Os campeonatos catarinenses de futebol inicialmente as partidas finais eram sempre disputadas em Florianópolis, independente se participasse clubes da capital ou não. Então sempre ficava mais fácil aos clubes da capital de vencer com apoio da torcida e também de péssimas arbitragens. Quando ganhamos no campo, deram um jeito de anular o jogo. 

No campeonato estadual de futebol de 1932, entra em cena o tapetão catarinense.

Brasil de Blumenau campeão!
          Em 1932 o Brasil F.C. de Blumenau chegou a sua terceira final. Novamente contra um time da capital E, mais uma vez, Acabou em confusão. Após empatar em 1x1 com o Figueirense no tempo normal, a equipe de Blumenau venceu a prorrogação com um gol de Mário. Dias depois a FCD Federação Catarinense de Desportos, cassou o titulo do Alviverde, alegando que o centro médio José trocara o Caxias pelo Brasil por 1500 Réis, ferindo o amadorismo vigente.
Decisão extra:
O campeonato seria decidido em um jogo extra, em 22 de janeiro de 1933  - com José escalado . O Pau correu solto , ao ponto dos visitantes pedirem  que  o juiz fosse  substituído no intervalo.
Não foram atendidos e ainda ficaram com um jogador a menos, já que Ferraz fraturou a perna em uma dividida e foi para o hospital.
Resultado perderam de 7x3 para o time do Figueirense.
Para provar que o resultado foi atípico, duas semanas mais tarde os blumenauenses do Brasil, convidaram o Figueirense para um amistoso em seus domínios em Blumenau. De nada adiantou, porém, meteram  6x1 no Figueirense - O titulo já era dos manezinhos.
Acervo Adalberto Day/ Almanaque do Futebol Catarinense.

- Os Trapalhões no Reino da Fantasia

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Mais uma contribuição do nobre amigo renomado escritor, jornalista e colunista, Carlos Braga Mueller, que hoje nos relata sobre filme produzido em Blumenau e região Os Trapalhões no Reino da Fantasia.

XUXA E DIDI: PERSEGUIÇÃO PELAS RUAS DE BLUMENAU
Por Carlos Braga Mueller

É possível que muitos não se lembrem, porém em 1985 foi realizado um filme com Xuxa e os Trapalhões, usando as ruas de Blumenau como parte do cenário.
O nome do filme: “Os Trapalhões no Reino da Fantasia”, produzido por Renato Aragão em parceria com Maurício de Souza.
Quem articulou tudo foi o empresário de comunicação Sérgio Murad, também conhecido como Beto Carrero.
Murad havia estabelecido um quartel-general de sua agência de publicidade, a JBS Murad, em Blumenau. Assim, ficava mais perto de importantes clientes seus, como a Sulfabril, Teka,  Linhas Circulo, Buettner e tantas outras, que anunciavam regularmente em revistas de circulação nacional e, principalmente, na Rede Globo de Televisão.

Visionário, Beto Carrero já sonhava em implantar seu parque de diversões temático. Enquanto isso não acontecia, mantinha na Santur, em Balneário Camboriú, um protótipo do que seria o Beto Carrero World.
Ali existia a vila do faroeste, entre outras atrações. Regularmente era montada uma lona da família Robatini para apresentações circenses.
Beto desfrutava da amizade pessoal de Renato Aragão e dos demais Trapalhões; Dedé, Mussum e Zacarias.
Naqueles tempos os filmes de Renato Aragão eram sucesso certo de bilheteria. A cada ano era lançado pelo menos um novo filme e 
em 1985 Sérgio Murad convenceu seus amigos a realizarem o filme utilizando cenários de Santa Catarina, mostrando seu parque na Santur e Blumenau, principalmente.

O FILME
Os Trapalhões no Reino da Fantasia” já prenunciava o que seria o Beto Carrero World: utilizando a estrutura existente na Santur, o roteiro usou e abusou de cenas de faroeste, a grande paixão de Beto Carrero.

Foi no western do cinema americano que ele pautou a criação do personagem Beto Carrero, um justiceiro que não usava a violência das armas contra os bandidos, mas sim um chicote, o famoso látego do El Zorro.
A Renato Aragão Produções bancou o filme e Dedé Santana foi o Diretor.
Convidaram Maurício de Souza para ser o co-produtor e por isso a história tem uma sequência de 20 minutos de desenho animado dos Trapalhões.
A história é simples e feita para as crianças entenderem...e torcerem pela Xuxa e pelos Trapalhões. Ela é uma freira, Irmã Maria, que dirige um orfanato que enfrenta dificuldades financeiras. Para ajudar, os Trapalhões fazem um espetáculo, mas o dinheiro dos ingressos é roubado.A quadrilha é comandada por Mauricio do Vale, consagrado ator, um ícone dos filmes de Glauber Rocha. Dedé, Didi e Irmã Maria perseguem os bandidos. A perseguição passa pelo mundo de Beto Carrero, na Santur, por uma das praias de Santa Catarina (parece ser Laranjeiras) e também pelas principais ruas de Blumenau.
Começa pela ponte sobre o Ribeirão Garcia no início da rua 15; acessa a Beira Rio e mostra até o Barco Blumenau II ancorado. Depois a diligência contorna a Prefeitura e quase atropela a banda municipal, regida pelo maestro Marcílio. Também pode ser vista atravessando a ponte da Ponta Aguda em direção ao centro, com destaque para o Castelinho (que ainda era da Moellmann); segue pela rua 15 de Novembro, passa em frente às escadarias da Igreja (hoje Catedral).

Em seguida a diligência entra pela Rua Padre Jacobs e chega até a Rua 7 de Setembro, seguida por Didi, a cavalo. Claro que os bandidos levam a pior. Beto Carrero ajuda a recuperar o dinheiro.
A diligência termina caindo num despenhadeiro e pegando fogo, tudo no melhor estilo Hollywood ! Afinal, estamos vivendo o mundo da fantasia. Dedé, Didi e Xuxa, que estavam na diligência, acabam se salvando, pendurados em uma encosta...
Usamos o termo diligência em respeito ao velho oeste americano, mas o veículo é tratado também como carruagem.

REPERCUSSÃO
Quando o filme foi feito, finalzinho de 1984, início de 1985, Blumenau e o Vale do Itajaí ainda viviam o trauma das grandes enchentes (1983  e 1984). A cidade estava sendo reconstruída e o filme serviu para melhorar o “astral” dos blumenauenses.
Também a marca Beto Carrero foi alavancada e a partir dali Sergio Murad não parou mais, partiu para a construção do seu parque temático.
Hoje, lá está o sonho de Beto Carrero transformado em realidade; um dos maiores centros de diversões do mundo ! 

BETO CARRERO, UMA LENDA
Para nós, que tivemos a satisfação de conhecer, e conviver em várias oportunidades, com João Batista Sérgio Murad, o Beto Carrero, foi uma epopéia acompanhar os saltos que ele dava, sempre em direção ao sucesso.
Com o cavalo Faísca, ou sem ele, Beto estava sempre saltitante,  inventando coisas, colocando à prova sua capacidade de realizar o impossível. E conseguiu.
Não só implantou seu parque, considerado hoje o 6º maior do mundo, mas teve o mérito de revitalizar o mundo do circo no Brasil.
Seus espetáculos circenses arrancavam aplausos onde quer que se apresentassem. Eram várias lonas, todas de alto luxo, percorrendo o país.
Beto não sossegava; quando queria novas atrações ia a Las Vegas e trazia de lá o melhor em espetáculos.
Outro grande mérito seu: criou uma escola de circo em Penha, que até hoje forma novos valores para os picadeiros não só do país, mas internacionais.
Nascido no interior paulista no dia 9 de setembro de 1937, Murad nos deixou no dia 1º de fevereiro de 2008.
Ele se foi...mas o Beto Carrero continua vivo entre nós !
Para quem desejar ver o filme pelo Youtube clique no link:

Texto de Carlos Braga Mueller/fotos reprodução

- 1º Ginásio coberto de SC

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 TURNVEREIN  BLUMENAU - ASSOCIAÇÃO GYMNASTICA BLUMENAU



Por Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor

Blumenau sempre deu bons exemplos, tanto na área da indústria têxtil como na produção de laticínios, produtos da lavoura, fundição de ferro e aço, instrumentos musicais, etc, ou seja uma capacidade empresarial que transformou-se em marca registrada do Município.
O que nem todos sabem é que também no universo da ginástica olímpica os frutos foram muitos, e bem plantados desde cedo. Mas não tão conhecidos como nossos artigos industriais.
Tanto que uma associação, reunindo interessados na prática da ginástica olímpica, teve duração de quase 70 anos no município de Blumenau, funcionando de 1873 a 1942.
Isto, muito antes do megalomaníaco Adolf Hitler ter nascido ou implantado na Alemanha o ideal de uma raça superior, pautada pelos exercícios da ginástica olímpica. Os blumenauenses já entendiam que “mens sana in corpore sano” ( mente sã em corpo sadio)  era muito importante.
Quem se incumbiu da difusão da ginástica olímpica, do esporte e jogos em geral, principalmente do punhobol, chamava-se Turnverein Blumenau – Associação Gymnastica Blumenau (na grafia do Século 19), fundada no dia  5 de outubro de 1873, embora seu estatuto só tenha sido registrado oficialmente em 1º de agosto de 1904.
Entre seus objetivos também estavam, além do intercâmbio esportivo, atividades sociais e culturais.

COMO FUNCIONAVA A TURNVEREIN BLUMENAU
Sociedade dos Atiradores
A vontade de praticar a ginástica olímpica e os demais esportes era grande.
Assim, as coisas foram sendo improvisadas.A ginástica era praticada no Salão da Sociedade dos Atiradores, que hoje se transformou no requintado Tabajara Tênis Clube.

A Diretoria reunia-se no antigo Hotel Gross, que não existe mais.
E as assembleias para os associados aconteciam no Teatro Frohsinn, espaço bem mais amplo.
Quem podia associar-se: cidadão ou cidadã de reputação “imaculada”, a partir dos 14 anos, embora só pudessem participar da diretoria depois de completar 21 anos.
Cobrava-se uma jóia de 5 mil réis que podia ser reduzida para até 2 mil réis.
A sociedade sobrevivia das mensalidades, festas populares, apresentações teatrais e esportivas, e bailes.
PIONEIRISMO
Coube à Associação Ginástica Blumenau algumas ações que lhe conferiram  a condição de pioneirismo.
Primeiro pioneirismo: Corpo de Bombeiros Voluntários
12 de fevereiro de 1887 – Por iniciativa do associado Franz Lungershausen coube à Associação Ginástica a formação de um Corpo de Bombeiros Voluntários em Blumenau.
A bomba extintora foi construída por Bruno Hindlmeyer, dono de uma fundição de ferro e caldeiraria de cobre.
O jornal daquela época, o “Blumenauer Zeitung”, publicou a respeito:
     “Lungershausen merece os louvores e agradecimentos da população pela iniciativa e por ter adquirido às suas expensas a bomba extintora. Queira Deus que tanto o Corpo de Bombeiros como a Bomba Extintora nunca tenham que entrar em ação em nossa cidade.”
Segundo pioneirismo: 1º time de futebol
Turnverein
Em pé: Cramer, Bruno Hindelmeyer, Fischer, Franz Blohmann, Oswaldo Hindelmeyer, Felipes Brandes. Agachados: Kugler, Alfredo Eicke e G.A. Koehler
A imagem é rara e mostra apenas nove jogadores Turnverein. Faltam na imagem dois atletas que ficaram fazendo as honras para os visitantes alemães, que realizaram a primeira partida em Blumenau  
O primeiro time de futebol de Blumenau foi fundado pela Associação Ginástica por volta de 1910, (realizavam seus primeiros jogos com jogadores empregados da Empresa Industrial Garcia – Jogadores do Garcia que depois se tornaria o Amazonas}.
O primeiro jogo em Blumenau com equipe realmente formada foi no dia 26 de março de 1911 – no pasto do hotel Holetz contra um grupo de alemães – Imperial Esquadra Alemã – (conforme registros no jornal Der Urwaldsbote da época era um domingo a tarde e o jogo foi vencido pelos alemães por 5X2.).

Os marinheiros vieram a Blumenau onde encontraram pessoas que falavam sua língua, o que lhes deixou bastante a vontade. O time de fora jogou com apenas 10 jogadores, pois um permanecera no navio. Mesmo assim, Blumenau perdeu.  Os jogos eram realizados nos finais de semana, próximo ao hotel Holetz, atual Grande Hotel (nos fundos do Hotel onde hoje é a casa do Comércio).
Terceiro pioneirismo: Primeiro ginásio coberto de Santa Catarina
Em 3 de agosto de 1924 foi inaugurado com festa popular o prédio sede da Associação Ginástica de Blumenau na rua que seria batizada de Pandiá Calógeras. À noite houve baile no imenso salão que servia para a prática de ginástica, teatro e dança.
(o prédio ainda está lá, mas sendo deteriorado pelo tempo e pela falta de manutenção, conforme denúncia publicada no Jornal de Santa Catarina do dia 9 de junho de 2015.)
FATOS MARCANTES NA TRAJETÓRIA  DA ASSOCIAÇÃO GINÁSTICA BLUMENAU
Em quase 70 anos de existência, os fatos que marcaram a existência da sociedade foram centenas, talvez milhares. Vamos relacionar alguns, que ficaram marcados profundamente na sua história.
17/05/1901– Acontece um protesto de alguns associados, contrários a uma apresentação para o Governador Felipe Schmidt, que visitava Blumenau (vá se entender de política do início do Século XX...)
03/10/1908– 24 atletas escalam o Morro do Spitzkopf. À noite houve queima de fogos de bengala de luz vermelha e verde que foram vistos na cidade, confirmando assim que os alpinistas haviam chegado bem ao topo mais alto de Blumenau, onde pernoitaram.
1910 – É formado o primeiro time de futebol de Blumenau.
Gestão de G. Arthur Koehler – como presidente a partir de 1896, ministrou aulas de ginástica. E mesmo sem saber nadar, deu aulas de natação! Exerceu o cargo por várias gestões. Durante seu mandato por duas vezes uma delegação de ginastas blumenauenses esteve na Alemanha participando de competições de atletismo.
Uma significativa homenagem a Blumenau: a Bandeira da Associação Ginástica desfilou em Leipzig em outubro de 1913, nas comemorações do centenário da “Batalha dos Povos” (quando os exércitos europeus venceram as tropas de Napoleão em 1813). Pela participação, a Bandeira foi agraciada com uma plaqueta de prata.
1915– Primeira grande competição esportiva com a participação de outros municípios, como Brusque, São Francisco do Sul e Joinville.
1917– A Sociedade adquire da Escola Nova (depois Pedro II) uma área com 11.383 m2. Em 1924 adquire mais 840 m2, destinados á construção da sede.
Outubro de 1921– É realizada grande festa popular para obter fundos para a construção da sede própria. A festa rendeu 1.500$000.
Maio de 1922– A Diretoria apresenta o projeto e as plantas da sede.
15/10/1922 - É lançada a pedra fundamental do prédio que servirá de sede.
03/08/1924– É inaugurado o prédio, de grandes proporções. Festa popular, ginástica em barras e  cavalo e ginástica rítmica, além de baile marcam o evento. É o primeiro ginásio coberto do Estado.
Acervo Dieter Altemburg
1930– A Associação atinge o número de 300 associados.
28 e 29 de outubro de 1933– Acontecem os festejos dos 60 anos com apresentações de ginástica, teatro e baile.
1938 – Getúlio Vargas implanta o Estado Novo e com ele se segue a “nacionalização” das regiões colonizadas por alemães e italianos em Santa Catarina.
1939 - Uma forma de afastar professores que ministravam aulas de ginástica em alemão foi arrendar o prédio para abrigar o 32º Batalhão de Caçadores (depois 23º RI, hoje 23º BI), que acabava de chegar a Blumenau. Embora os soldados tenham permanecido no local apenas 3 meses, de abril a julho de 1939, a Associação sedimentou fortes laços de amizade com os militares, homenageando-os em várias competições que se seguiram.
11/05/1942– A Sociedade Ginástica Turn Verein é fechada por ordem de Nereu Ramos, Interventor Federal em Santa Catarina.
Em 28 de janeiro de 1942 o Brasil havia rompido relações diplomáticas com a Alemanha, Itália e Japão. Submarinos alemães começaram a afundar navios mercantes brasileiros. A declaração de guerra estava por um fio, o que aconteceu em agosto de 1942, quando o Brasil declarou guerra às nações do Eixo.
Habitantes de Santa Catarina, de origem alemã, especialmente os de Blumenau e do Vale do Itajaí, eram confundidos com espiões alemães.
Perseguições foram feitas aos habitantes de nosso Município, muitos apenas descendentes de alemães, ou seja, já nascidos no Brasil.
Igrejas e escolas evangélicas foram fechadas, associações esportivas e culturais cerraram as portas, nomes alemães foram banidos da denominação das entidades e associações. Com o Turnverein  Blumenau não foi diferente, foi até pior porque deixou de existir.
Imagem MRoeck Rock - Antigamente em Blumenau
Imagem Dieter Altemburg
O prédio sede e a grande área que lhe pertenciam foram incorporados à Escola Pedro II, a qual, por assembleia realizada no dia 8 de junho de 1942, foi doada ao Governo do Estado, passando a integrar a rede estadual como Grupo Escolar Modelo Pedro II.

De lá para cá, cabe ao Governo do Estado a manutenção.
Tombado pelo Patrimônio Histórico, o prédio foi reformado pela última vez em 1985.
Atualmente (junho de 2015) está interditado pelo Corpo de Bombeiros em virtude da precariedade do telhado e instalações.
Com isto deteriora-se não só um prédio histórico, mas também um pouco da historia de Blumenau.
Grande parte das informações contidas neste artigo foram obtidas pesquisando a obra  “Blumenau – Arte, Cultura e as Histórias da sua Gente”, editada em 4 volumes pela saudosa historiadora Edith Kormann (Carlos Braga Mueller).
Primeira fila da (E) para a (D): Eleonere Schloesser, Gisela Walthers, Erica Martins, Frieda Martins, Gisela Schutt, Claudia Deschamps, Elisabeth Rabel, Augusta Koelbel, Charlotte Stoeckel, e bem a direita um pouco afastada, Matilde Frischknecht. Na fila do meio: Ilka Gropp, Irmgard Wilheim, Renate Stamm, Ethel Blank, Lisolette Schossland, Eleonore Müller, Margot Blank, Brigitte Schmidt, Ursula Kubitzki, e A. Albrecht, - na terceira fila : Jutta Pape, Hertha Huscher, Soleica Kretzschmar, Margit Doering, Alice Bartsch, Gerda Pape, Ursula Doering, Ilka Stein, Ilse Weber, C. Roedel, Gerda Huscher, Edith Leder, Erna Brueckheimer, e Hulda Koelbel.

1941 - Último grupo de ginastas da Associação Ginástica Blumenau, que em 1942 foi fechada pelo governo.
(foto Revista Blumenau em Cadernos, Tomo 21, nº 7) – Julho de 1980.

Fotos identificadas na legenda.   
Adalberto Day/Cientista social e pesquisador da história/Colaboração especial do Jornalista e Escritor Carlos Braga Mueller. 

- Cuidado com as bicicletas!

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“Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos o amigo Flavio Monteiro de Mattos (foto), carioca de nascimento e BLUMENAUENSE POR OPÇÃO”, contando um pouco de suas lembranças quando vinha do Rio de Janeiro visitar Blumenau, com sua família.

Cuidado com as bicicletas!

Esse era o alerta dado por meu pai quando o informava das minhas idas à Blumenaupara visitar os parentes e pelo que lembro, era a primeira coisa que dizia toda vez que adentrávamos o estado de Santa Catarina, quando das nossas viagens com ele ao volante. 
Para ser fidedigno, as bicicletas começavam a povoar a paisagem pelo estado do Paraná e é bom que se diga que nessa época, transitávamos no asfalto somente entre o Rio e São Paulo e mais 60 km até Sorocaba, daí para frente, terra, lama e buracos!
Os caminhões eram os donos da estrada e os outros veículos somente davam as caras próximos às cidades. Joinville era a primeira das catarinenses onde as bicicletas proliferavam, seguindo-se Jaraguá do Sul e, evidentemente, Blumenau.
Lembro que quando chegávamos à cidade pela Rua São Paulo – época anterior à construção da BR 101 -, dependendo do horário, era certo trafegarmos por entre centenas delas, ciclistas homens e mulheres que iam ou voltavam das fábricas em mais um dia de trabalho.
As destinadas às mulheres não possuíam a barra transversal que unia a base do guidão ao selim, facilitando o acesso quando suas donas usavam vestidos ou saias. Contavam ainda com protetores de corrente e sobre o para-lama traseiro eram equipadas com uma espécie de rede que impedia as barras das vestimentas se enroscassem nos aros das rodas quando em movimento. Acessórios como bagageiro traseiro, espelhos e buzinas eram comuns.
Já as masculinas possuíam a tal barra e além do bagageiro traseiro, quando existia, podia-se transportar mais um passageiro sentado sobre ele. Não era nada cômodo, mas funcionava.
Sob sol ou chuva, estavam sempre presentes e não lembro ter presenciado ou ter notícia de acidentes envolvendo ciclistas, muito embora acontecessem. Roubo das mesmas eram ainda mais raros. Recordo que se podia registrá-las como se faz com os veículos e a Prefeitura emitia uma plaqueta para afixação no quadro.
Nas manhãs ou nos fins da tarde, as bicicletas tomavam as vias da cidade e não havia qualquer exclusividade para o deslocamento dos ciclistas, a não ser a civilidade!
Hoje, a bicicleta assumiu novo status. Continua a ser usada como meio de transporte, entretanto, adquiriu o glamour do lazer e nos grandes centros contando não somente com equipamentos como capacetes e luvas, como também ganharam faixas exclusivas para que os novos ciclistas se desloquem com mais segurança
A iniciativa foi importada de cidades como Paris ou Londres e não há como negar que a iniciativa foi um sucesso. Entretanto, não podemos nos iludir que tais metrópoles possuem um sistema viário integrado e uma malha viária que atende a população, realidades opostas diametralmente à nossa, além da educação dos motoristas de lá, que é um capítulo a parte.
Por aqui, nossos governantes tupiniquins inseriram as bicicletas e como somos o país do jeitinho, a nossa solução surrupiou um espaço das vias já apinhadas de veículos e o resultado que se vê, nos horários de picos de tráfego, são ciclovias desertas e ruas engarrafadas. 

Alguém levantará que a falta de segurançaé o verdadeiro fator que inibe o uso maciço das bicicletas, - nos últimos meses se registraram no Rio de Janeiro, vários casos de roubo seguido de morte.

Sugerirão alguns sobre por que não se adota a solução que Blumenau adotou no passado, quando as bicicletas tinham placas de identificação e a resposta é muito simples: se qualquer prefeitura regulamentar essa prática, ou qualquer outra, serão obrigadas prestar a reciprocidade, ou seja, policiar e coibir o roubo, responsabilidade que qualquer prefeito não quer nem de graça. Preferem, como o do Rio, se valer do famigerado pacto federativo de mil e novecentos e antigamente e lavar as mãos como Pilatos, enchendo o peito para dizer que o problema da segurança é do governo do estado!

Francamente! Vivemos em cidades - ou municípios -, e o conjunto deles formam os estados, que não passam de uma mera abstração política/geográfica. Vide o caso de Paraty, que durante anos integrou o estado de São Paulo e hoje em dia é carioca. A própria cidade do Rio de Janeiro foi, durante anos, a capital do estado da Guanabara e por conta de um simples decreto deixou de existir, incorporando o estado do Rio de Janeiro, cuja capital era a cidade de Niterói.
Esse arcaico pacto federativo estabelece que é de responsabilidade das prefeituras oferecer aos cidadãos serviços como saúde, educação, habitação, etc., etc, aos estados cabe a segurança, etc., etc, e à união, etc., etc.

Tal esquartejamento de responsabilidades enseja o famoso jogo de empurra e via de regra, o governo federal, situado no final da linha, quem paga a conta da inércia de atitude que hoje vivenciamos.
Quem sabe do que acontece na vida cotidiana das cidades, seus problemas e as soluções são as prefeituras. Que o estado e a união fiquem com as políticas globais.
Como dizia o Tim Maia, Chama o síndico!, mas até que eles deem as caras, não custa relembrar o alerta do meu pai, em Blumenau, no Rio ou em qualquer cidade: Cuidado com as bicicletas!

Texto/Flavio Monteiro de Mattos
Acervo Internet José Geraldo Reis Pfau e Adalberto Day
Junho 2015

- Rodoviárias de Blumenau

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AS “ESTAÇÕES RODOVIÁRIAS” DE BLUMENAU

Por Carlos Braga Mueller

Blumenau registrou no dia 13 de abril de 1928 o surgimento da Auto Viação Catarinense, pioneira em transporte coletivo intermunicipal e interestadual do Brasil.
Foi uma das causas para que sempre houvessem em Blumenau locais que se adequassem ao embarque e desembarque dos passageiros, conhecidos como as “estações rodoviárias” de nosso município.
Hotel São José
A mais antiga “rodoviária”  ficava na Rua 15 de Novembro, utilizando o varandão  do Hotel São José (onde hoje se situa o Castelinho da Havan), varandão que tanto podia abrigar ônibus como carroças e carros de mola, possuindo, inclusive, apoio para se amarrar cavalos de montaria.
O Prefeito Hercílio Deeke, em seu primeiro mandato (1951-1954), teve com uma das principais metas a construção de uma Estação Rodoviária (foto), que foi inaugurada ainda no seu governo. Ficava situada na Rua 7 de Setembro, esquina com a Rua Padre Jacobs, e abrigava também um hotel, bar, revistaria, engraxataria e os guichês para  a venda de passagens.
Trinta anos depois, na gestão do prefeito Renato Viana, seria inaugurada uma nova Estação Rodoviária em Blumenau, o  Terminal de Passageiros da Itoupava Norte, denominado Hercílio Deeke em homenagem ao ex-prefeito, então já falecido.
Atual  terminal rodoviária de Blumenau, em construção em 1979
Embora nos dias atuais existam muitas reclamações em relação a este terminal, na época foi considerado um dos mais modernos do Estado. A inauguração se deu no dia 4 de fevereiro de 1980, como parte das comemorações do Centenário da Emancipação Política de Blumenau (4/2/1880).
No discurso de inauguração o prefeito Renato Viana destacou:

“O projeto elaborado por arquitetos da nossa Assessoria de Planejamento, Drs. Sérgio Mantovani e Sônia Fumagalli, procurou, cumprindo as exigências do órgão competente do DNER, expressar nas linhas do concreto aparente a funcionalidade das construções modernas.
Prestando observância à topografia, sistema viário, fluxo de veículos, volume de passageiros, desenvolvimento urbano, segurança e rapidez  nos movimentos, o Terminal de Passageiros Hercílio Deeke foi deslocado do miolo urbano, da malha viária central, para a periferia da cidade, possibilitando fácil acesso com as BRs ou Rodovias Federais, principalmente  os ônibus intermunicipais e interestaduais que se veem obrigados a médio ou longo percurso.
Convém, todavia, assinalar que a obra não se acha completa no seu projeto global. Tanto que os acessos são provisórios e somente  com a construção da ponte sobre o Rio Itajaí-Açú, ligando o terminal à Rua Xavantina e Rua São Paulo é que se completará. “Mas acreditamos que o povo blumenauense, que não nos tem faltado com seu apoio, saberá relevar e suportar as primeiras dificuldades e porque não dizer os pequenos desacertos desta fase inicial.”
(Nota do autor: o provisório tornou-se quase que definitivo, porque somente em dezembro de 1999, no primeiro mandato do prefeito Décio Lima, a Ponte do Tamarindo (batizada de Ponte Prefeito Vilson Kleinubing) ficou pronta, ligando a Rua São Paulo ao Terminal, ou seja  20 anos depois da sua inauguração).
Renato Viana também destacou no seu discurso:
“A execução do projeto custou até agora Cr$ 62.000.000,00 (sessenta e dois milhões de cruzeiros), sendo Cr$ 5.000.000,00 já obtidos através convênio de colaboração com o DNER, para construção do prédio, e os restantes Cr$ 57.000.000,00  destinados ao pagamento do prédio,  das desapropriações, da canalização, estaqueamento e acessos, com recursos próprios do município, através de impostos, portanto com dinheiro do próprio povo.
A obra foi construída pelo Município, através da Companhia de Urbanização de Blumenau, empresa de economia mista constituída de capital majoritário (99%) da Prefeitura.
Sentimos a obra brotar do chão, vistoriando os trabalhos de retificação e canalização do córrego aqui existente e o aterro necessário, realizados pela firma Hayashi, para início dos trabalhos de alvenaria pela Construtora Rio Branco, empresa blumenauense, na época dirigida pelo saudoso Otto Kienen, construtora que venceu a concorrência pública e cumpriu integralmente os cronogramas físicos e financeiros, entregando a obra completamente concluída antes da data aprazada e sujeitando-a, pela boa qualidade técnica, à inspeção não só da fiscalização pública mas de todos os bons conhecedores desse ramo da engenharia civil.”
(Nota do autor: quando escrevemos este artigo, junho de 2015, o córrego continua correndo a céu aberto, com um cheiro nauseabundo e insuportável  tomando conta de todo o Terminal.)
No seu discurso o então prefeito Renato Viana aduziu:
“As estacas foram fincadas pela Batestal; os equipamentos eletrônicos foram executados pela Ciaer; os equipamentos de telefonia e PABX pela Inteca Comunicações; o sistema eletrônico de relógios pela Rod Bel; o mobiliário pela Mendes Moeller & Cia. Ltda. A firma Garbe executou o projeto das paredes divisórias, a NM forneceu e realizou os serviços de vidro e a empresa Sinoda o asfaltamento do pátio frontal da Estação, fornecimento de brita, sua compactação e imprimação.
As 10 empresas que irão operar no Terminal, movimentando seus ônibus nas 27 plataformas de embarque e desembarque, de cerca de 6.500 passageiros diariamente, através de 434 partidas de ônibus intermunicipais e interestaduais, nossos agradecimentos pelo espírito de compreensão.”
No seu discurso de inauguração do Terminal, Renato Viana citou também os integrantes da Comissão pró-construção, teceu loas ao vice-prefeito Ramiro Ruediger e ao final fez referência especial ao ex-prefeito Hercílio Deeke, nome dado ao terminal.
No dia seguinte, 5 de fevereiro de 1980, o Terminal começou a funcionar, aliviando sensivelmente o  tráfego no centro da cidade.

Fontes:
Discurso do Prefeito Municipal de Blumenau,  Renato de Mello Viana, proferido em 4 de fevereiro de 1980.
Blumenau em Cadernos, Tomo  21, nº 3
Fotos: acervo de Adalberto Day/Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.

Texto Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor em Blumenau

- A origem dos nomes dos Bairros

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A origem dos nomes dos bairros de Blumenau
Vorstadt: “Entrada da Cidade”, isto é, para quem vinha do litoral é o que se localiza antes do centro da cidade.
Centro: Local onde ficou instalada a sede da Colônia Blumenau, conhecida como Stadtplatz – praça da cidade. Hoje engloba três ruas principais, a Rua XV de Novembro, a Rua Sete de Setembro e Castelo Branco (Beira Rio).
Ribeirão Fresco: Desde o início da Colônia Blumenau, já se conhecia o caminho principal deste bairro como Kühler Grund – palavra de origem alemã que significa Solo Fresco, daí o nome do ribeirão, como Fresco.
Garcia:Por existir nesta região moradores vindos do rio Garcia de Camboriú, hoje rio Camboriú, já em 1846. Conhecidos como gente do Garcia
Da Glória:Nome dado em 04 de fevereiro de 1938 pelo então prefeito José Ferreira da Silva por existir nesta localidade, desde 1920, o Clube Musical Glória.  Esta localidade até esta data era conhecida pelos moradores como Spectiefe– palavra de origem alemã que significa caminho ou vale lamacento, ou gorduroso.   
Progresso:O nome deriva de na proximidade da região; serem instaladas as primeiras indústrias têxteis: Empresa Industrial Garcia e a Artex, sinal de Progresso. Quando um morador vinha fazer uma "Ficha" nas empresas ou no comércio, eram perguntados: Onde você mora? - Moro no Alto Garcia, ou Garcia Alto, - mas onde fica este local? ; - Lá onde o Progresso está chegando, se referindo as indústrias. 
Valparaíso: Por haver na localidade um conjunto residencial Loteamento Valparaíso – nome dado em homenagem à cidade chilena de Valparaíso. 
Vila  Formosa:Margeado pela rua Hermann Huscher, este bairro foi criado em 1956 pelo prefeito Frederico Guilherme Busch Júnior.   Esta denominação foi dada em homenagem a um grande proprietário de terras no Bairro Vila Formosa, que inaugurou um curtume no dia 7 de janeiro de 1898.
Jardim Blumenau:Criado em 1956 belo então prefeito Frederico Guilherme Busch Júnior que o denominou assim, motivado pela tradição dos moradores terem em frente às casas, sempre jardins bem cuidados. 
Bom Retiro: Desde cedo esta localidade era conhecida como Jammerthal – que significa Vale das lamentações. O nome do Ribeirão Retiro já consta no mapa de Blumenau de 1864.  Com a criação deste bairro em 1956, a tranqüilidade do lugar deu origem ao nome de Bom Retiro.
Velha: A origem do nome deste bairro tem duas versões: uma, que remonta a 1838 diz que na região morava uma velha senhora as margens do ribeirão; outra versão baseia-se no fato de que ali existiria uma família de cognome Velha, antes mesmo da fundação da cidade de Blumenau. Como também de referencia a serraria mais velha, do que a do Garcia.
Velha Central:Área central do curso do ribeirão Velha com ampla área plana, envoltos em pequenos morros.
Velha Grande: Área junto do ribeirão da Velha formada pelo estreito e longo  vale deste ribeirão, hoje com locais de ocupação quase que exclusivamente em áreas de declive.
Passo Manso: Desde cedo esta região era conhecida como Stiller Pass, que significa passo ou passagem calmo ou silencioso, pois o rio Itajaí-Açu ali tem suas águas calmas e tranquilas.
Salto Weissbach:Bairro na margem direita do rio Itajaí-Açu próximo da foz do Ribeirão Branco, que em alemão se diz “Weissbach”. Nome dado por imigrantes alemães que significa “Salto do Ribeirão Branco”.
Salto:Bairro localizado na margem direita do rio Itajaí-Açu, do lado sul do Grande Salto de 8 metros de altura aproximadamente.
Escola Agrícola:Na localidade em 1940 foi instalada uma “Escola Agrícola Municipal” para crianças. Com o desenvolvimento a região passou a ser conhecida como Escola Agrícola. 
Água Verde: Diz a lenda que por haver nas águas do ribeirão da região grande número de algas e musgos, aparentando ser de coloração verde, daí o nome deste bairro.
Vila Nova:Bairro criado em 1956 e deu-se o nome de Vila Nova, porque na época sua ocupação com residências era recente. 
Itoupava Seca: Localizado no lado Sul do rio Itajaí, o nome Itoupava de origem tupi-guarani significa corredeiras, já Seca se refere ao afloramento das pedras do leito do rio em épocas de estiagem.
Victor Konder:Nome dado em homenagem a personagem da história local. Victor Konder tinha uma fazenda nesta localidade e  foi Presidente da Câmara de Blumenau, Secretário da Fazenda do Estado e Ministro da Viação.
Boa Vista:Nome derivado de neste bairro haver um morro que desde cedo oferecia uma boa visão da área central da colônia.
Ponta Aguda:Nome dado pelo fato de o rio Itajaí-Açu nesta área ter uma curva bem acentuada, formando uma ponta de terra, daí Ponta Aguda. 
Nova Esperança:  A localidade era conhecida como Morro do Abacaxi , mais tarde após o encontro de uma onça passaram a chamar Toca da Onça, nos anos 1980 após um plebiscito na comunidade optaram pela denominação Nova Esperança, por ventura da esperança dos inúmeros migrantes que chegavam ao local.
Itoupava Norte : O nome  Itoupava é de origem tupi-guarani e significa corredeiras, logo este bairro está localizado no lado Norte do rio Itajaí-Açu.
Fortaleza: Região do ribeirão Fortaleza, por ventura deste ribeirão haver próxima sua foz no Itajaí um rochedo alinhado semelhante a uma fortaleza. 
Tribess: Nome dado em homenagem a um dos primeiros moradores da localidade. 
Fortaleza Alta: Região próxima as nascentes do ribeirão Fortaleza.
Fidélis :Nome derivado da referência que os primeiros moradores da localidade faziam ao ribeirão ali existente, dizendo: fluss geht ganz fidel – o rio corre mansamente. A palavra Fidel, mais tarde aportuguesada passou a ser pronunciada Fidélis. 
Salto do Norte:Lado norte do Grande Salto do rio Itajaí-Açu..
Badenfurt:Bairro próximo à região da foz do rio do Testo no Itajaí-Açu, onde imigrantes vindos de Baden se estabeleceram, daí o nome que significa travessia do (rio) de Baden. Trata-se de um lugar que permite a passagem de um rio, travessia do rio em uma localização da água rasa (mas não pantanosa).
Testo Salto:Bairro próximo ao salto do rio do Testo, daí a origem do seu nome. 
Itoupavazinha:De origem tupy que significa “pequeno ribeirão com corredeiras”.
Itoupava Central:Região central do ribeirão Itoupava. Itoupava: corredeiras.
Vila Itoupava:Vila do ribeirão de corredeiras.
Para saber mais acesse:
Arquivo de Adalberto Day/Colaboração Jochen G. Rohlfs

- O amado Amazonas

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Bandeira do Amazonas E. C.  de 1920 5 1952
Foi no dia 25 de julho de 2015 que torcedores, jogadores e simpatizantes do Amazonas Esporte Clube do bairro Garcia se reuniram para mais uma confraternização.
O evento aconteceu na cidade de Gaspar sito a rua, BR-470 nº 2000 Km 35  – Artefatos de Cimento Gaspar,organizado por Álvaro Luiz dos Santos, Dolete José Alves (Gaspar), Adalberto Day/Colaboração Gilmar Alfredo Oeschler .
Foram vendidas mais de 240 camisas e mais encomendadas.
Autoridades presentes, Prefeito de Gaspar Pedro Celso Zuchi,
E o Prefeito de Blumenau Napoleão Bernardes.
Dolete José Alves (Gaspar) organizador do evento
Dolete José Alves
Álvaro José dos Santos - Organizador do evento
Foi o encarregado de convidar todos e confeccionar 240 camisas.
Beto Day e Prefeito de Gaspar Pedro Celso Zuchi
Beto e Prefeito de Blumenau com camisa do Amazonas, Napoleão Bernardes.
Pessoal da cozinha - fundamental e com muito carinho proporcionaram um atendimento nota 10!.

A última confraternização foi no dia 25 de setembro de 1999,  festa inesquecível, com exposição sobre o clube, com destaque na TV. Quando proferi um texto sobre a história do clube, as lagrimas foram muitas.  De 1993 até 2008 promovemos várias mostras sobre o clube e bairro. Em 17 de setembro de 2005, na Associação Artex, conseguimos trazer o ídolo de todos, Carlos Irapuan Meyer, o craque eterno Meyer. Já havia passado 42 anos que ele não vinha à Blumenau. O reencontro com jogadores e torcedores foi emocionante.
Beto e Deusdith de Souza
Beto e Nilson Siegel (Bigo) craque.
Beto e José Egídio de Borba (Tigi)
Ao centro Beto de boné e a (ao seu lado E) Airton
 Flagrantes da festa
Flagrantes da Festa
Flagrantes da Festa
Só feras no evento

O clube dava seus primeiros passos por volta de 1910, jogando no pasto dos Holetz (hotel), que se localizava onde hoje é o atual Grande Hotel, enfrentando Associação Tumverein. O campo se localizava onde hoje é a atual Casa do Comércio. Eram conhecidos como “Jogadores do Garcia” e mais tarde em 19 de setembro de 1919 passa a se chamar Amazonas Esporte Clube. Oficialmente em Janeiro de 1975 o clube foi extinto por solicitação dos diretores da Artex. O último jogo em seu magnifico estádio foi no dia 26 de maio de 1974, jogo Amazonas 3x1 Tupi, dois gols de Bigo e um de Tarcísio. Em seguida a Artex aterrou (enterrou) impiedosamente o estádio.
Os últimos jogadores a pisar o gramado do majestoso estádio da Empresa Industrial Garcia, foram: Dolete José Alves (Gaspar), Girão, Eloi, (depois Luiz Pereira o Nena), e Adir, Nelsinho Pereira e Raul Cavaco, Werninha (depois Poroca),Nilson (Bigo), Tarcisio e Ademir. O último gol no estádio foi marcado pelo avante Nilson Siegel o Bigo.
Beto e JoséV. Iten

A última conquista do Amazonas
A conquista derradeira com o nome de Amazonas foi em 1974, na Taça Governador Colombo Machado Salles, também disputado pelo União, Marcilio Dias, Carlos Renaux, Tupi e Humaitá. A campanha do Amazonas, que treinava na atual associação Artex, antigo pasto do Sr. Bernardo Rulenski, se desenvolveu em maus e bons momentos, culminando com a conquista a 14 de julho, ao vencer o Humaitá, por 5x1 no estádio do Palmeiras. Só o avante Nilson (Bigo) fez quatro gols, que serviu para compensar a tristeza pela perda do seu estádio, o outro foi de Tigi (José Egídio de Borba). O último gol do Amazonas foi marcado pelo avante Bigo.
Neste jogo derradeiro o Amazonas formou com Dolete José Alves (Gaspar), Girão, Luiz Pereira (Nena), Vilmar e Assunção, Cavaco e Nelsinho, Werninha, Nilson (Bigo) Tarcisio torres e Ademir. Também atuaram Deusdith, Eloi, Adir, e Tigi.

Mais flagrantes do evento:



 Para saber mais sobre a história do Amazonas clique no link:
 Acervo de Adalberto Day/Carlos Jorge Hiebert (Russo), Airton Moritz Gonçalves Ribeiro. 

- Adivinhe que país é este?

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             Jornal de Santa Catarina Edição 11.391 - sexta  19.09.2008
Ainda somos um outro país?
Como seria recebida hoje a propaganda que, há mais de quatro décadas, transformou Blumenau na Europa brasileira. A peça ocupou oito páginas de uma das revistas mais populares do país e marcou o início do turismo de lazer na cidade

Blumenau - Em meio ao vale surge a cidade de ruas limpas, casinhas com cortinas coloridas e flores no quintal. Nelas, moram brasileiros louros de sotaque catarinense. Mas, observada com certo distanciamento, não é que parece um pedacinho da Alemanha? É a Blumenau dos anos 60 convidando os brasileiros a visitar a cidade. O convite foi um anúncio de oito páginas na edição de setembro de 1968 da revista de circulação nacional SeleçõesReader’s Digest .
Era a primeira vez que o município se mostrava ao país como a Blumenau Germânica. A campanha publicitária, batizada de Adivinhe que país é êste (assim mesmo, com acento circunflexo), é considerada um marco para o turismo da cidade.
- Essa iniciativa foi inédita no Sul do país. Nem Gramado (RS) existia como cidade turística. É a melhor peça da vida da comunicação deste município - entusiasma-se o publicitário José Geraldo Reis Pfau, dono de um dos poucos exemplares daquela Seleções na cidade.

As fotos do anúncio mostravam casas de "telhadinho em pé", de traços estilo técnica enxaimel, e faziam referência a paisagens da Alemanha, Áustria, Escócia, e Luxemburgo.
O blumenauense era descrito como acolhedor e educado, alguém que, em vez de limpar os pés para entrar em casa, limpava para ir à rua. A ideia era convencer os leitores de que conhecer Blumenau era viajar ao Exterior sem passaporte ou moeda estrangeira. Deu certo.
Ao transpor o apelo da campanha para os dias de hoje, publicitários e representantes de entidades ligadas ao turismo são unânimes em afirmar que alguns dos conceitos explorados no anúncio não condizem mais. Mas a maioria acredita que a identidade germânica ainda é a melhor forma de atrair turistas.

- Só nós temos condições de ter um cenário 65% verde, casinhas enxaimel, gente loirinha, falando alemão na rua, tudo limpinho. Isso tudo ainda existe - complementa Pfau.

Os adjetivos atribuídos ao comércio, hotéis e restaurantes, no anúncio de 1968, pediriam um realinhamento, concordam os publicitários Pfau e Cao Hering, ambos no ramo há mais de 30 anos. Os hotéis, por exemplo, foram anunciados como de categoria internacional. Procurador do município do governo Carlos Curt Zadrozny - prefeito que encomendou a campanha a uma agência paulistana - , o advogado Eunildo Rebelo compara:

- Em Gramado, o comércio de rua fica aberto 365 dias do ano. Aqui, chega sábado à tarde e fecha tudo. Deveríamos fazer pousadas bem feitas, em vez de hotéis verticais. Combinaria mais.

O presidente do Convention & Visitors Bureau, Luciano Monteiro Bem, diz que o aniversário de 40 anos do anúncio serve para reflexão. Ele admite que houve desaceleração nos investimentos, "como em todo o país", mas aponta avanços na qualidade do turismo receptivo, novas atrações, como o Feliz Natal em Blumenau, e a modernização dos hotéis.

Blumenau turística?

Entenda como se deu o pioneirismo de Blumenau na promoção do turismo:

- Em 1967, o prefeito Carlos Curt Zadrozny levou a experiência adquirida na iniciativa privada (ele era um dos principais acionistas da Artex, hoje Coteminas) para a prefeitura e criou a Comissão Municipal de Turismo

- Foi o início do turismo como atividade de negócios, com planejamento e incentivos municipais

- Em 1968, ele encomendou a uma das maiores agências de propaganda do país, a Denison Propaganda S/A, uma campanha para divulgar a imagem germânica da cidade. Foi aí que surgiu a campanha Adivinhe que país é êste

- O anúncio foi veiculado na edição de setembro da revista Seleções - leitura obrigatória das famílias brasileiras na época, com popularidade equivalente à da Revista Veja hoje em dia.

- Na época, já existiam em Blumenau hotéis como Grande Hotel, Rex e Glória e restaurantes como o Gruta Azul

- Os anos seguintes foram de investimentos, tanto da iniciativa pública quanto de empresários.
Foi aí que surgiram restaurantes como Frohsinn e Moinho do Vale.

- Blumenau, que já era conhecida pela produção de cristais, instrumentos musicais e malhas, tornou-se um pedacinho da Europa no Brasil. Tudo isso muito antes da Oktoberfest, que começou em 1984
- De lá para cá, muita coisa mudou (além da Oktober). Os tremores econômicos do país nas décadas de 80 e 90, além da crise têxtil, reduziram a capacidade de investimentos do setor turístico na cidade, cedendo espaço para outros destinos no Sul do país, como Gramado, Florianópolis e Balneário Camboriú
Fonte: Arquivo histórico, publicitários e ex-funcionários do governo municipal de Carlos Curt Zadrozny
Fotos acervo José Geraldo Reis Pfau e Adalberto Day
Acesse:

- A Ponte Preta

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- A imagem mostra a famosa Ponte Preta sobre o Ribeirão Garcia, na Rua Progresso em Blumenau,com acesso a Rua Rui Barbosa. À esquerda a imagem é de alunos da antiga Escola Rudolf Hollenweger, que aparece na foto em pé de chapéu. À direita, o dia da inauguração da nova Ponte, 18 de fevereiro de 1978– de concreto - A nova ponte recebeu o nome de Gustavo Krug,mas até hoje é chamada carinhosamente pela comunidade de “Ponte Preta” Devido ser de madeira e pintada com óleo queimado. 
Obs: A atual ponte Gustavo Krug (ponte preta) foi demolida dia 12 de agosto de 2015 para ser construída uma nova com com 27 metros de extensão e 12,30 metros de largura. Para amenizar a situação principalmente de pedestres e estudantes, foi construída uma ponte pênsil de 50 metros,  rua Jornalista Israel Corrêa, ligando a rua Progresso.
Demolição da Ponte 12.08.15 - Foto André Luiz Bonomini
Demolição da Ponte 12.08.15 - Foto André Luiz Bonomini
 Ponte pênsil (Rua Jornalista Israel Corrêa e Progresso)  - Foto André Luiz Bonomini
História
- A Ponte Preta foi uma antiga reivindicação da comunidade, anteriormente existia apenas uma ponte pênsil “Pinguela”. A intenção do Professor Rudolf Hollenweger, era construir a ponte onde se localizava a escola no inicio da Rua Júlio Heiden,30 que desde 1904, existe uma “Pinguela” dando acesso Rua Catarina Abreu Coelho/Rua Júlio Heiden.
- A imagem do final dos anos de 1960, mostra um grupo de amigos sobre os pilares da “Ponte Preta”,se preparando para um bom mergulho no Ribeirão Garcia. Era comum este tipo de encontro para banharem-se no caudaloso e profundo (naquela época) Ribeirão Garcia. O mergulho era feito dos pilares da ponte.
- Em reunião com a comunidade, Hollenweger cedeu e prevaleceu o anseio da maioria e a ponte de madeira, mais larga e coberta, pintada de preto, foi erguida na década de 20, com acesso a atual Rua Rui Barbosa Quem morava onde hoje é a Rua Rui Barbosa dizia que morava no “Krohberger ” ou Krohbergerbach “bach ribeirão”, ou ainda somente “Kroba”, devido a primeira família a morar na região Sr. Heinrich Krohberger, que chegou por aqui por volta de 1858 e falecido em 22 de abril de 1914 - que possuía uma grande propriedade - era engenheiro, agrimensor prestou serviço em vários governos inclusive com Dr. Blumenau, projetou as primeiras e maiores obras de vulto do município , entre os principais estão a construção das pontes do Garcia e do Salto, igrejas católicas e evangélicas.
A Imagem mostra a Ponte Pênsil (atual), onde fizemos referencia da Escola Rudolfo Hollenweger, acesso Ruas Catarina Abreu Coelho/Júlio Heiden. Arquivo de Adalberto Day e Dalva Day /Colaboração Nelson Krug.
Para saber mais acesse
https://aboina.wordpress.com/2015/08/10/progresso-uma-nova-ponte-preta/

- Waldemar Hinkeldey

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Introdução:
Adalberto Day
Em histórias de nosso cotidiano apresentamos hoje um exemplo de ser humano e dedicação de nossa comunidade. O Sr. Waldemar (Foto) nascido em Blumenau em 23 de maio de 1940. Seguiu os passos de seu saudoso pai  senhor Oswaldo Hinkeldey regente e fundador do Coral Misto do Garcia, - da Paróquia Evangélica Bom Pastor - Garcia e regente do Coral Misto do Garcia Alto, Progresso.
Após o falecimento do pai, Waldemar assumiu a regência destes dois corais, além de ser o regente de um  Coral Masculino e de um conjunto instrumental da Paróquia Bom Pastor Garcia, dando sequencia com maestria e sabedoria a este trabalho. Aprendeu a tocar violino com seu pai e depois teve aulas de aprendizado complementar de violino no Teatro Carlos Gomes com o professor Leopoldo Kohlbach.
Casou com Lorena Hinkeldey, nascida Metzner e o casal foi abençoado com 2 filhos: Alexandre Luiz que toca flauta transversa e Celso Roberto, cuja filha Isabelle de 8 anos e neta de Waldemar,  já está nos primeiros passos para se tornar uma grande violinista.
         Amigo de trabalho em RH das empresas Garcia e Artex, Waldemar era competente no trabalho e bom amigo. Vinha trabalhar todos os dias com sua bicicleta pintada de preto, e que na época dos anos de 1972/74 no auge da fama do piloto de F-1 - Emerson Fittipalidi que corria com uma Lotus preta, apelidei sua bicicleta de Lotus.
(Os dados que se segue foi repassado por Osmar Hinkeldey irmão de Waldemar.)
Foto início dos anos 19(60) Coral Misto fundado em 15 maio de 1951 pelo Sr. Oswaldo Hinkeldey
Da esquerda para a direita: Frederico Moeller, Wiegang Rüdiger, Curt Labes, Willibert Bewiahn, Hugo Kertischka, Ingo Eskelsen, Oswaldo Hinkeldey (regente), Hermann Roeder, Alfredo Roepcke, Rodolfo Roepcke, Geraldo Hinkeldey, Raulo Fischer, Ralf Gauche. Lore Ebeling, Ilma Iten, Anemarie Iten, Schwester Martha Kunzmann, Tecla Kertischka, Helga Dorow, Sidonia Moeller, Erna Moeller, Anna Firzlaff, Maria Kertischka, Iracema Hinkeldey, Iris Sandner, Irmgard Freygang, Irma Roeder, Erica Schiphorst, Adele Hinkeldey e Andolina. 
 
A “Streichorchester” [orquestra de cordas].formado por volta de 1932 – O Sr. Oswaldo Hinkeldey está sentado à esquerda da bateria com o violino na mão


Waldemar com sua netinha Isabele de 6 aninhos (na época) apresentando uma peça musical dia 24/12/2012 na Paróquia Bom Pastor Garcia.
Foto: Celso Roberto Hinkeldey, filho de Waldemar.

- JASC - Jogos Abertos de SC

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JASC
Os 54º JASC será realizado na cidade de Itajaí, entre os dias 15 e 25 de novembro/2014

53º JASC – Jogos abertos de Santa Catarina em Blumenau de 20 a 30 de novembro/2013. 
Imagem FESPORTE -Enviada por Theodor Darius. 
Morreu na manhã desta sexta-feira (11/04/2014), Rubens José Facchini, 76 anos, um dos criadores dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Ele foi uma das três vítimas do grave acidente no quilômetro 40 da BR-470, em Gaspar. Conforme informações da Polícia Rodoviária Federal, dois caminhões se chocaram e, sem seguida, pegaram fogo. O acidente aconteceu próximo ao restaurante Lá Terra e envolveu dois caminhões, uma van e um carro.
História de Blumenau: Clicar em
Jogos abertos de 1962 em Blumenau – Estádio do Amazonas (foto) preparado exclusivamente para esses jogos, após ser destruído totalmente na enxurrada violenta de 31/outubro de 1961.

Em 1962 foi realizado pela primeira vez os JASC em Blumenau, e um dos locais das competições era o magnífico Estádio do Amazonas do Bairro Garcia. Ainda garotinho pude acompanhar principalmente as modalidades de Atletismo e Ciclismo. Recordo-me muito bem do Waldemar Thiago, da família Boos e Dias do Amazonas, Belz e do próprio Thiago pelo Olímpico e tantos outros extraordinários atletas. 

Blumenau sempre teve grandes atletas em todas as modalidades. Quero aqui destacar o nome de Waldemar Thiago de Souza (foto), como atleta símbolo. A história de Waldemar Thiago de Souza confunde-se com a do atletismo catarinense. Nascido em 1926, na localidade de Espinheiro (Ilhota), veio para Blumenau ainda jovem. Durante décadas foi o quase que imbatível atleta fundista de 5 mil e 10 mil metros. Representou Santa Catarina pelo Brasil, levando o nome de Blumenau além-fronteiras na década de 40. Um derrame tirou Waldemar Thiago das pistas, mas não freou o crescimento da semente por ele plantada. Faleceu no dia 17 de março de 2007, aos 81 anos.

História:
Os Jogos Abertos de Santa Catarina foram criados em Brusque pelo desportista e empresário brusquense Arthur Schlösser (foto) e tiveram sua primeira realização em Brusque no período de 7 a 12 de agosto de 1960. Em 1956 Arthur Schlösser esteve em São Paulo colhendo informações e inteirando-se dos Jogos Abertos do Interior, que são realizados anualmente no estado de São Paulo, com a finalidade de criar em Santa Catarina uma competição semelhante. Em 1957, 1958 e 1959 Arthur Schlösser custeou parte da ida das equipes da Sociedade Esportiva Bandeirante de Brusque aos Jogos Abertos do Interior, nas cidades paulistas de São Carlos, Piracicaba e Santo André, a fim de obter mais subsídios para que tivesse reais condições de criar os Jogos Abertos de Santa Catarina. 
Na cidade de São Carlos em 1957 os dirigentes brusquenses mantiveram na Comissão Central Organizadora contato com Baby Barioni que fundou no ano de 1936 na cidade paulista de Monte Alto os Jogos Abertos do Interior.
 Neste encontro os dirigentes brusquenses expressaram a Baby Barioni que na cidade de Brusque Arthur Schlösser pretendia realizar uma competição nos moldes dos Jogos Abertos do Interior. Além de fornecer regulamento, formulários e material, Baby Barioni nos solicitou que incentivássemos e auxiliássemos Arthur Schlösser a criar os Jogos Abertos em Santa Catarina. Desde 1957 Arthur Schösser Vinha mantendo entendimentos e reuniões com desportistas e autoridades brusquenses para a fundação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, incluindo sua primeira disputa no ano de 1960 como parte integrante oficial das comemorações do Centenário de Brusque. Em 1958, 1959 e até o início dos primeiros JASC, as reuniões comandadas por Arthur Schlösser - eleito Presidente da CCO - Comissão Central Organizadora - foram sendo realizadas regularmente, inicialmente no escritório de Arthur Schlösser, depois na S.E. Bandeirante, e por fim na sede da CCO no 1º andar do Edifício Centenário no centro de Brusque. O grande mérito de Arthur Schlösser não ficou tão somente na criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, mas sim na sua dedicação e consideráveis gastos para que a competição não sofresse solução de continuidade.
QUEM FOI ARTHUR SCHLÖSSER:
Arthur Schlösser, "Pai dos Jogos Abertos de Santa Catarina" nasceu em Brusque em 26-5-1916 e faleceu em 28/10/1969. Casou com Regina Scheidemantel, e teve os filhos Roberto (já falecido) e Elisa. Foi Presidente da Sociedade Esportiva Bandeirante - onde foram realizados em 1960 os primeiros Jogos Abertos de Santa Catarina, e sempre participou de sua Diretoria e Conselho Deliberativo. Arthur Schlösser jogou futebol no Sport Club Brusquense, depois Clube Atlético Carlos Renaux. Foi atleta da S.E. Bandeirante de Brusque nas modalidades de ginástica, punhobol, tênis, voleibol e basquetebol. Participou da criação e incentivou o intercâmbio com Clubes de São Paulo, Joinville e Blumenau através da S.E. Bandeirante. O Ginásio de Esportes da S.E. Bandeirante, inaugurado por ocasião dos VI Jogos Abertos de Santa Catarina realizados em 1965 em Brusque, foi iniciativa de Arthur Schlosser que destinou substancial auxílio para sua construção, não tendo Arthur aceitado que fosse colocado o seu nome ao Ginásio de Esportes, conforme era desejo da Diretoria e do Conselho Deliberativo da S.E. Bandeirante. Arthur Schlosser Foi Presidente do Rotary Clube de Brusque na gestão 1955/1956, sendo formado em fiação tecelagem, iniciando em 1-10-1941 suas atividades na Cia. Industrial Schlosser, onde chegou a ocupar o cargo de Superintendente. 
Acervo: Valdir Appel
Mais história dos JASC - clicar em:

Observação.:
Em 1983 não foram realizados os JASC, devido a grande enchente que assolou toda região do Vale do Itajaí.Os jogos Abertos de 2008, teve seu início, mas foi cancelado devido a tragédia ocorrida em novembro de 2008 em toda região.
Lista dos campeões gerais:
- Blumenau = 40 vezes - 1962,  1964,1965, 1967 a 1982, 1984 a 1991, 1994 a 2000 e de 2003 a 2007 e 2013
- Florianópolis8 vezes - 1960, 1961, 2001 ,2002, 2009,2010,2011,2012 
- Joinville = 4 vezes 1963, 1966, 1992 e 1993
- Itajaí = 1 vez - 2014
Observação: Blumenau foi campeão em 24 edições seguidas: 1967/1982 (1983 não foi realizado) 1984/1991.
Alguns Cartazes dos JASC. 
Colaboração radialista Amauri Pereira
Acesse
http://www.fesporte.sc.gov.br/
 Arquivo de Amauri Pereira/Adalberto Day 

- Museu da Família Colonial

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O Passado Preservado em Blumenau
A ideia de se criar um museu surgiu em 1950, quando a cidade comemorava o primeiro centenário de fundação.
Em 1952 Edith Gaertner, (nascida em Blumenau em 22 de março de 1882 e falecida em 15 de setembro de 1967)sobrinha-neta de Hermann Blumenau, resolveu dar o primeiro passo: uma área de 1755 m², situada dentro dos primeiros lotes desmarcados da colônia, e uma residência edificada do século XIX, foi doada para a construção de um museu.
         
Com o falecimento de Edith (imagem divulgação), em 1967, a  administração local confiou ao historiador José Ferreira da Silva organização e direção do museu. Foi aberto a visitação pública, no final de 1967, com a denominação de Museu da Família Colonial.
          A Casa que hoje serve de sede ao museu, construída no ano de 1864, era propriedade do antigo Consul da Alemanha, o sobrinho e colaborador do Doutor Blumenau, Victor Gaertner e de sua esposa, Rosalie. Ao lado está a residência que foi de Hermann Wendeburg, secretário e guarda livros de Doutor Blumenau, construída em 1858. As enchentes de 1983 e 1984 trouxeram dados irrecuperáveis, com a parte do acervo histórico destruída pelas águas.
          Em 1967 a edificação foi incorporada à fundação Cultural de Blumenau.
          Edith Gaertner viveu solitária na residência que viria a se tornar museu. Dedicava uma afeição toda especial aos animais, especialmente aos gatos. O que morriam eram sepultados em um local especial aos fundos do terreno. Com a construção do Museu, a fundação cultural de Blumenau decidiu conservar as lápides do cemitério dos gatos.
História:
O complexo museulógico compreende três casas-museu. 
O Museu da Família Colonial foi aberto ao público em 1967. Ele tem exercido as funções de guardar e preservar a cultura material de diversas famílias, que moraram em Blumenau ao longo de sua história, interagindo com a comunidade.
Uma delas, construída em 1864, em verdadeiro estilo enxaimel serviu de residência ao comerciante e cônsul da Alemanha em Blumenau, Victor Gaertner e família. Sua esposa Rose Gaertner foi a fundadora do teatro em nossa cidade. A segunda casa, datada de 1858, é atualmente a mais antiga residência existente no Vale do Itajaí e serviu de residência ao imigrante alemão Hermann Wendeburg, que era secretário e guarda-livros do fundador da Colônia. Ali se encontram móveis e objetos dos primeiros moradores.
A terceira casa museu foi construída no No início da década de 1900 em estilo germânico e serviu de morada para da família Gaertner. Com o falecimento de Hermann Wendeburg, sua casa foi adquirida pelo imigrante Paulo Schwartzer. Anos depois foi herdada pela filha Edith Schwartzer, a qual era casada com o Otto Rohkohl, cônsul da Alemanha em Blumenau (1919-1939). A última herdeira, Renate Rohkohl Dietrich, ciente da importância deste patrimônio para a história da cidade, doou este patrimônio à municipalidade em 1964 (Registro no 2º Tabelião de Notas, Livro 130, fls.144/145V), com usufruto. Foi tombada a nível estadual como Patrimônio Histórico através da Lei 1.294 de 29 de outubro de 1996. Localização: Alameda Duque de Caxias, 78 – Centro. Fonte: Historia de Blumenau. José Ferreira da Silva 2ª Edição - 1988 . 
        Inicialmente o centro da cidade era onde hoje se localiza a Avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras), arquivo histórico José Ferreira da Silva, a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Mueller e o museu da Família Colonial.

- A primeira Rua em Blumenau surgiu em 1852, com o nome de Palmenalle , onde foi construído o primeiro hotel, de alvenaria. Num dos quartos o Dr. Blumenau instalou a direção da Colônia. - A Rua Palmenalle mudou seu nome para Boulevard Wendeburg em 3 de fevereiro de 1883, depois para alameda Dr. Blumenau e em 8 de abril de 1939, para alameda Duque de Caxias através do Decreto-Lei nº. 68 de 18 de agosto 1942, na administração de Afonso Rabe. O Decreto-Lei nº. 1.202, que se referia sobre a nacionalização dos nomes de ruas, determinava que as ruas com nomes estrangeiros fossem alterados e colocados nomes nacionais. A povoação compreendia o início do Garcia, e parte da rua XV de Novembro. 
- Muitos outros imigrantes atravessavam o Oceano Atlântico em veleiros de companhias particulares. E assim foi crescendo o número de agricultores, povoadores e cultivadores dos lotes, medidos e demarcados ao longo dos rios e ribeirões que banhavam o território da concessão. No princípio, a Colônia era de propriedade do fundador, Dr. Blumenau.
- Em 1860 o Governo Imperial encampou o empreendimento e Dr. Blumenau foi mantido na direção até a elevação da colônia. E a Lei nº 860, de 04 de fevereiro de 1880, à categoria de Município. Em poucos anos, Dr. Blumenau, dotado de grande energia e tenacidade, fez da colônia um dos maiores empreendimentos colonizadores da América do Sul, criando um importante centro agrícola e industrial influente na economia do país. Entretanto, em outubro de 1880, uma grande enchente causou sérios prejuízos à população e à administração pública, com a destruição de pontes e estradas. Com isso, a instalação do Município só foi possível em 10 de janeiro de 1883, quando assumiu o exercício a Câmara Municipal eleita no ano anterior. Depois disso o município recebeu o título de Comarca (1886) e finalmente, em 1928, passou à categoria de Cidade. 
Foto: Jaime Batista da Silva
Quando Dr. Blumenau, esteve aqui pela primeira vez em janeiro de 1848, associou-se a um comerciante de nome Ferdinand Hackradt , e rumou ao Itajaí , onde Agostinho Alves Ramos emprestou embarcações , alimentos e um guia para explorações .Quando chegaram, encontraram famílias, com residências fixas, como os Haendchen, os Klocher os Deschamps, Klock, Schneider , Theiss, Kerbach, Peter Wagner, Peter Lukas, que vieram a partir de 1837 provenientes de São Pedro de Alcântara e outros que foram os percussores da colonização de Gaspar (Belchior e Pocinho) . Os dois últimos tinham grandes culturas e engenhos de açúcar no local “Capim Volta”, um conhecido bairro de Blumenau, hoje City Figueiras. Essas famílias deram suporte e sustentação a Dr. Blumenau, em seu tão sonhado empreendimento. Todas as famílias citadas deixaram descendentes por toda região do Vale do Itajaí, alguns deles casaram com imigrantes alemães que vieram após 1850. Quem os trouxe foi um caboclo forte e prudente, que foi recomendado como de inteira confiança, chamado Ângelo Dias, que prestou grandes trabalhos aos dois empreendedores. Todos esses nomes mencionados não vieram com Dr. Blumenau, que veio no intuito de organizar uma colônia, até então eram apenas famílias isoladas. Mas não devemos esquecê-las, pois tiveram sua importância dentro de um contexto histórico para o desenvolvimento de nossa cidade. O próprio Ferdinand Hackradt ficou na região próximo ao centro da cidade, enquanto Dr. Blumenau retorna à Alemanha e após conseguir convencer 17 imigrantes através de seu sobrinho Reinhold Gaertner a vir ao novo continente, chegam à foz do Ribeirão da Velha em 02 de setembro de 1850. Dr. Blumenau já se encontrava em Blumenau quando os 17 primeiros imigrantes chegaram. 
Observação: Na realidade os primeiros 17 imigrantes teriam chegado a Desterro (Florianópolis) nesta data de 02 de setembro. E o mais provável que a primeira família a chegar em Blumenau dentre os 17 imigrantes, foram os FRIEDENREICH no dia 09 de setembro de 1850. Alguns vieram a pé. A data de 02 de setembro de 1850 foi definida em 1900.
OS PRIMEIROS 17 IMIGRANTES
- REINOLDO GARTNER: com 26 anos de idade, solteiro, natural de Brunsvique, sobrinho, pelo lado materno, do Dr. Blumenau;
- FRANCISCO SALLENTHIEN, com 24 anos, solteiro, lavrador, também natural de Brunsvique;
- PAULO KELLNER; 23 anos, solteiro, lavrador,igualmente de Brunsvique;
- JÚLIO RITSCHER, 22 anos, solteiro, agrimensor, natural de Hannover;
- GUILHERME FRIEDENREICH, com 27 anos de idade, alveitar, natural da Prússia, casado com;
- MINNA FRIEDENREICH, 24 anos de idade, possuindo o casal os seguintes filhos;
- CLARA, com 2 anos de idade;
- ALMA, com 9 meses;
- DANIEL PFAFFENDORFF, 26 anos de idade, solteiro, carpinteiro, natural da Saxônia;
- FREDERICO GEIER, 27 anos de idade, solteiro, marceneiro, natural de Holstein;
- FREDERICO RIEMER, 46 anos de idade, solteiro, charuteiro, natural da Prússia;
- ERICH HOFFMANN, 22 anos de idade, ferreiro, funileiro, também da Prússia;
-ANDRÉ KOLMANN, 52 anos de idade, ferreiro, igualmente da Prússia, acompanhado da esposa;
- JOANNA KOLMANN, 44 anos de idade, e das filhas;
- MARIA, 20 anos de idade, solteira;
- CRISTINA, 17 anos, também solteira, e
-ANDRÉ BOETTSCHER, com 22 anos de idade, solteiro, ferreiro, natural da Prússia.  
Arquivo de Adalberto Day/Fonte Jornal de Santa Catarina, sábado 2 de setembro de 2000 – 150 anos de Blumenau; volume 3 – Personagens, lugares e construções. 
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